Nematoides nas Culturas Agrícolas: Como Prevenir Prejuízos na Lavoura

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia.
Nematoides nas Culturas Agrícolas: Como Prevenir Prejuízos na Lavoura

A redução da produtividade na sua lavoura pode ter várias causas, e uma das mais silenciosas e prejudiciais são os nematoides. Esses vermes microscópicos representam uma ameaça séria, mas que pode ser controlada com o conhecimento certo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), a presença desses organismos no campo gera um prejuízo de cerca de R$ 35 bilhões por ano para o agronegócio brasileiro. Desse total, os canaviais perdem mais de R$ 12 bilhões, e as lavouras de soja, mais de R$ 16 bilhões.

Para proteger sua rentabilidade, é fundamental conhecer os principais tipos de nematoides que atacam as culturas agrícolas e entender como aplicar o manejo mais adequado na sua propriedade. Vamos detalhar tudo o que você precisa saber.

O que é um nematoide?

Nematoides são vermes de tamanho microscópico, presentes em praticamente todos os ambientes: no solo, na água doce e salgada. Muitos deles são benéficos, pois atuam na decomposição da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes no solo.

No entanto, na agricultura, o foco está nas espécies parasitas que causam doenças nas plantas. Existem mais de 25.000 espécies descritas, mas os gêneros que mais causam dor de cabeça ao produtor são:

  1. Meloidogyne (conhecido como nematoide-das-galhas);
  2. Pratylenchus (conhecido como nematoide-das-lesões-radiculares);
  3. Heterodera (conhecido como nematoide-do-cisto).

Esses parasitas atacam principalmente as raízes, o que dificulta a absorção de água e nutrientes essenciais. O resultado é uma planta mais fraca e menos produtiva.

A infestação geralmente ocorre por fatores como:

  • Uso de solos já contaminados.
  • Plantio de mudas ou sementes infectadas.
  • Práticas agrícolas inadequadas, como o manejo incorreto do solo.
  • Condições ambientais favoráveis, como solos compactados, pobres em matéria orgânica e com alta umidade.

Além disso, a disseminação é facilitada pela movimentação de máquinas e ferramentas entre áreas contaminadas e áreas limpas, e até mesmo pela irrigação com água contaminada.

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Como funciona o ciclo de vida dos nematoides

O ciclo de vida dos nematoides pode variar entre as espécies, mas geralmente segue um padrão com etapas bem definidas.

Tudo começa quando a fêmea coloca os ovos, que podem ficar no solo ou diretamente nas raízes das plantas. Quando esses ovos eclodem, liberam os nematoides jovens, chamados de juvenis. A forma infectante, que busca ativamente as raízes, é geralmente o estágio J2.

Ao encontrar uma raiz hospedeira, o juvenil J2 penetra nas células do sistema radicular para se alimentar. Esse processo de alimentação causa os danos, que variam conforme o tipo de nematoide. Alguns formam galhas (inchaços), enquanto outros criam lesões escuras.

Após se alimentar, os nematoides passam por mais algumas fases de crescimento (mudas) até se tornarem adultos e estarem prontos para se reproduzir, reiniciando o ciclo. Em espécies como o nematoide-de-cisto (Heterodera), a fêmea se fixa na raiz e seu corpo endurece, transformando-se em um cisto: uma estrutura resistente que protege centenas de ovos por vários anos no solo.

Dependendo da temperatura e da umidade, o ciclo completo pode durar de algumas semanas a vários meses.

Principais tipos de nematoides na agricultura

Os nematoides são um grande problema porque os danos que causam são significativos. Em lavouras atacadas, é comum observar plantas menores, amareladas e com um sistema radicular danificado. Em casos severos, os nematoides podem levar à morte das plantas.

Normalmente, os primeiros sintomas aparecem na parte aérea da planta, justamente porque as raízes comprometidas não conseguem absorver água e nutrientes de forma eficiente. Por isso, os sinais podem ser facilmente confundidos com deficiência nutricional ou estresse por falta de água.

Vamos conhecer os mais importantes.

1. Meloidogyne (Nematoide-das-Galhas)

Este é um dos gêneros mais conhecidos. As fêmeas adultas têm um corpo arredondado (globoso) com uma projeção que lembra um “pescoço”. Elas depositam seus ovos em massas gelatinosas nas raízes.

O ciclo começa dentro do ovo, onde o nematoide passa pela fase juvenil J1 e se transforma em J2. Neste estágio, ele sai para o solo em busca de raízes para infectar.

Ao penetrar na raiz, ele injeta substâncias que fazem as células da planta crescerem desordenadamente, formando as células gigantes (que servem de alimento) e as galhas (inchaços visíveis na raiz). Uma vez fixado, o nematoide perde a mobilidade e passa pelas fases J3 e J4 até virar adulto.

Sintomas do Meloidogyne incognita

  • Galhas nas raízes: Inchaços ou “nós” característicos. Atenção: nem sempre as galhas são visíveis. Em algumas plantas, elas podem ser pequenas ou nem se formar.
  • Sistema radicular reduzido e com aspecto de “vassoura de bruxa”.
  • Raízes com rachaduras.
  • Plantas de tamanho desigual na mesma área (reboleiras).
  • Murchamento das folhas, mesmo com solo úmido.
  • Desfolha acentuada.
  • Redução drástica da produção.

2. Pratylenchus (Nematoide-das-Lesões-Radiculares)

Diferente do nematoide-das-galhas, o Pratylenchus é móvel durante toda a sua vida. Tanto os jovens quanto os adultos se movimentam ativamente no solo e dentro das raízes.

As fêmeas depositam os ovos individualmente, no solo ou dentro do tecido radicular. A partir do estágio J2, eles começam a parasitar. Durante a alimentação, injetam toxinas que matam as células da raiz. Quando o nematoide se move para outra área, ele deixa para trás um rastro de lesões escuras e necrosadas.

No Brasil, as espécies de maior impacto são P. brachyurus, P. coffeae e P. zeae.

O Pratylenchus brachyurus é extremamente agressivo e ataca uma vasta gama de culturas, como soja, arroz, cana-de-açúcar, trigo, milho, sorgo e algodão. Em lavouras de soja, por exemplo, as perdas podem chegar a 50% da produtividade de grãos.

Sintomas do Nematoide Pratylenchus

  • Sistema radicular escurecido e com poucas raízes finas.
  • Lesões escuras e necróticas nas raízes.
  • Redução geral na produção.
  • Sintomas visíveis em reboleiras (manchas de plantas pouco desenvolvidas).

3. Heterodera (Nematoide-do-Cisto)

O nematoide-do-cisto, especialmente a espécie Heterodera glycines, é um dos maiores inimigos da cultura da soja no Brasil.

O ciclo começa com a eclosão dos ovos, liberando os juvenis J2, que são móveis e infectantes. Eles penetram nas raízes, fixam-se em um local e estimulam a formação de células nutridoras para se alimentar.

Conforme os juvenis crescem, eles rompem os tecidos da raiz, e parte do corpo da fêmea fica exposta. As fêmeas adultas adquirem um formato de limão e sua cor muda de branca para amarela e, por fim, marrom.

O grande diferencial deste nematoide é que a fêmea morta se torna um cisto: sua cutícula endurece e forma uma cápsula protetora que abriga centenas de ovos. Esses cistos são extremamente resistentes e podem manter os ovos viáveis no solo por mais de 8 anos, o que torna a rotação de culturas um desafio.

Sintomas do Nematoide Heterodera

  • Plantas com porte reduzido (nanismo).
  • Folhas amareladas (cloróticas), formando manchas ou reboleiras na lavoura. Por isso, a doença também é conhecida como “nanismo amarelo da soja”.
  • Em infestações severas, pode ocorrer a morte das plantas.

Existem diferentes raças deste nematoide, e no Brasil já foram identificadas 11 delas. Felizmente, já existem cultivares de soja resistentes a algumas dessas raças.

4. Rotylenchulus (Nematoide Reniforme)

No Brasil, a espécie R. reniformis, ou nematoide reniforme, é uma grande ameaça, especialmente para a cultura do algodão.

As fêmeas são semiendoparasitas: após a eclosão, elas procuram uma raiz, penetram parcialmente nela e deixam metade do corpo para fora. Conforme se desenvolvem, seu corpo incha e adquire um formato de rim (daí o nome “reniforme”). Os machos não se alimentam de plantas.

Sintomas do Nematoide Rotylenchulus

  • Clorose (amarelamento das folhas).
  • Crescimento reduzido e desenvolvimento desigual da lavoura.
  • Raízes atrofiadas e com poucos pelos absorventes.
  • Pode haver a formação de pequenos nódulos nas raízes.
  • Morte precoce das plantas em casos de alta infestação.

5. Tylenchulus (Nematoide-dos-Citros)

A espécie T. semipenetrans, o nematoide-dos-citros, está amplamente disseminada nos pomares do país.

As fêmeas depositam os ovos na parte externa das raízes. Após a eclosão e algumas fases de crescimento, os adultos se formam. O ataque costuma ser lento e progressivo, e os sintomas podem demorar a aparecer, especialmente porque hoje se utilizam mudas sadias, mantendo a população inicial do parasita em níveis baixos.

Sintomas do Nematoide Tylenchulus

  • Clorose e aparência de deficiência de nutrientes nas folhas.
  • Morte de ramos e galhos, começando pelas pontas (“dieback”).
  • Atraso na maturação dos frutos.
  • Redução na quantidade de raízes finas (laterais).

6. Radopholus (Nematoide Cavernícola)

A espécie R. similis é conhecida como nematoide cavernícola e é um problema sério para a cultura da bananeira. Seu modo de ataque é semelhante ao do Pratylenchus, pois também causa lesões ao se mover e se alimentar dentro das raízes.

Em ataques severos, o sistema radicular fica tão comprometido que as plantas de banana podem tombar facilmente com a ação do vento ou com o peso do próprio cacho.

Sintomas do Nematoide Radopholus

  • Lesões necrosadas e escuras nas raízes.
  • Decomposição e apodrecimento do sistema radicular.
  • Desfolha e murchamento irregular.
  • Rachaduras visíveis nas raízes.

Planilha de manejo integrado de pragas

Como identificar nematoides na lavoura?

O principal indicativo visual da presença de nematoides é o surgimento de reboleiras: áreas ou manchas na lavoura onde as plantas apresentam baixo vigor, desenvolvimento limitado e folhas amareladas.

Solos arenosos ou franco-arenosos facilitam a movimentação desses organismos, mas solos argilosos não estão imunes. Temperaturas acima de 28°C e alta umidade, comuns no Brasil, também favorecem sua proliferação.

Como os sintomas (plantas amareladas e murchas) podem ser confundidos com deficiências nutricionais ou estresse hídrico, a única forma de ter certeza é investigar o problema a fundo. Isso exige uma análise nematológica do solo e das raízes.

Para uma amostragem correta, colete amostras de solo e raízes a uma profundidade de 25 a 30 cm, prioritariamente nas bordas das reboleiras, onde a população de nematoides tende a ser mais ativa.

Como prevenir e controlar todos os tipos de nematoides na lavoura?

A prevenção é a melhor estratégia e envolve um conjunto de boas práticas. O plantio direto, por exemplo, já ajuda a melhorar a estrutura e a vida no solo. A seguir, listamos as medidas mais eficazes.

1. Limpeza do maquinário

Os nematoides se movem muito pouco por conta própria. A principal forma de disseminação a longas distâncias é através de solo aderido a máquinas, implementos e até mesmo calçados.

Portanto, a limpeza rigorosa do maquinário ao transitar de uma área infestada para uma área limpa é fundamental. Uma boa prática é sempre começar o trabalho do dia nas áreas sem histórico de infestação, deixando as áreas problemáticas por último.

2. Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma das ferramentas mais poderosas no manejo de nematoides. Ao alternar espécies de plantas, você quebra o ciclo de vida dos nematoides que são específicos de uma determinada cultura.

Muitas espécies de nematoides só conseguem se alimentar e reproduzir em plantas hospedeiras específicas. Ao plantar uma cultura não hospedeira (ou inimiga), você os “mata de fome”, reduzindo drasticamente sua população no solo.

Plantas como a crotalária são excelentes para rotação, pois atuam como armadilhas: os nematoides penetram em suas raízes, mas não conseguem se desenvolver, o que interrompe o ciclo. Além disso, plantas de cobertura e adubos verdes melhoram a matéria orgânica e o equilíbrio microbiológico do solo, criando um ambiente menos favorável aos parasitas.

3. Análise de solo

Se você já suspeita da presença de nematoides, a análise de solo é indispensável. Ela identifica qual a espécie presente e o nível da população, informações cruciais para definir a melhor estratégia de controle.

Como fazer a coleta para análise:

  1. Divida a área suspeita em talhões de 2 a 10 hectares.
  2. Em cada talhão, colete amostras em zigue-zague.
  3. Use um trado ou pá para retirar uma fatia de solo da superfície até 25-30 cm de profundidade, incluindo raízes finas.
  4. Misture bem as subamostras de cada talhão para formar uma amostra composta.
  5. Cuidado importante: não deixe as amostras expostas ao sol. Armazene-as em geladeira (cerca de 10°C) por no máximo 2 semanas e envie ao laboratório o mais rápido possível. Não congele as amostras.

4. Controle biológico de nematoides

O controle biológico utiliza organismos vivos para combater os nematoides. Fungos e bactérias que são inimigos naturais desses parasitas podem ser aplicados no solo, reduzindo suas populações de forma sustentável.

Este método, integrado com outras práticas como a rotação de culturas e o uso de matéria orgânica, ajuda a criar um solo mais biodiverso e resiliente, diminuindo a dependência de produtos químicos.

Micro-organismos que controlam nematoides

Existem diversos produtos biológicos no mercado baseados em micro-organismos eficientes. Os principais são:

  1. Trichoderma harzianum: Um fungo que combate diretamente o nematoide-das-lesões (Pratylenchus spp.).
  2. Paecilomyces lilacinus: Outro fungo que parasita ovos de nematoides, afetando diretamente sua capacidade reprodutiva.
  3. Bacillus amyloliquefaciens: Uma bactéria que produz substâncias que inibem a penetração dos nematoides nas raízes e podem matar os embriões dentro dos ovos.
  4. Pochonia chlamydosporia: Fungo altamente eficaz contra os gêneros Meloidogyne, Heterodera, Rotylenchulus e Pratylenchus.
  5. Arthrobotrys spp.: Um fungo predador que forma “armadilhas” com suas hifas para capturar, penetrar e consumir os nematoides.

Ao integrar essas soluções biológicas no seu manejo, você ganha um aliado poderoso para manter as populações de nematoides sob controle, protegendo o potencial produtivo da sua lavoura.

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Glossário

  • Análise Nematológica: Exame laboratorial de amostras de solo e raízes para identificar as espécies de nematoides presentes e quantificar sua população. É uma ferramenta essencial para confirmar a suspeita de infestação e definir a melhor estratégia de controle.

  • Cisto (de nematoide): Estrutura de resistência formada pelo corpo endurecido da fêmea morta do nematoide-do-cisto (Heterodera). Funciona como uma cápsula que protege centenas de ovos, mantendo-os viáveis no solo por mais de 8 anos.

  • Clorose: Amarelamento das folhas das plantas devido à deficiência de clorofila. No contexto do artigo, é um sintoma comum do ataque de nematoides, pois as raízes danificadas não conseguem absorver os nutrientes necessários.

  • Estágio J2: Refere-se ao segundo estágio juvenil no ciclo de vida de um nematoide. Nesta fase, o verme é móvel e infectante, sendo responsável por buscar ativamente e penetrar nas raízes da planta hospedeira.

  • Galhas: Inchaços ou nódulos anormais que se formam nas raízes das plantas, causados pela alimentação do nematoide-das-galhas (Meloidogyne). Essas estruturas comprometem a absorção de água e nutrientes pela planta.

  • Reboleiras: Termo de campo para descrever áreas ou manchas na lavoura onde as plantas apresentam desenvolvimento visivelmente inferior, com nanismo e amarelamento. São um forte indicativo de infestação concentrada por nematoides.

  • SBN (Sociedade Brasileira de Nematologia): Principal entidade científica do Brasil dedicada ao estudo dos nematoides. A SBN reúne pesquisadores e especialistas para gerar conhecimento e dados sobre o impacto desses organismos na agricultura nacional.

  • Semiendoparasita: Organismo que parasita seu hospedeiro penetrando apenas parcialmente em seus tecidos. O nematoide reniforme (Rotylenchulus), por exemplo, insere sua parte anterior na raiz para se alimentar, mas deixa a parte posterior do corpo para fora.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

O manejo eficaz de nematoides, como vimos, depende de um conjunto de práticas integradas, desde a rotação de culturas até o monitoramento constante das reboleiras e a aplicação de controle biológico. Organizar todas essas atividades e registrar o histórico de cada talhão pode ser um desafio complexo. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza essas informações, permitindo planejar as operações, mapear as áreas infestadas e acompanhar os resultados das estratégias de controle safra após safra.

Além de organizar o manejo, é crucial entender o impacto financeiro dessas pragas. Ao registrar os custos com análises e insumos biológicos, você consegue medir o retorno sobre o investimento e tomar decisões que realmente protegem sua lucratividade. Quer simplificar o controle de pragas e custos na sua fazenda?

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Perguntas Frequentes

Todos os nematoides presentes no solo são prejudiciais para a lavoura?

Não, muito pelo contrário. A grande maioria das espécies de nematoides é benéfica, atuando na decomposição da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes, o que melhora a saúde do solo. O problema na agricultura é causado por um grupo específico de nematoides parasitas que se alimentam das raízes das plantas, causando doenças e perdas de produtividade.

Qual a melhor época para coletar amostras de solo para análise de nematoides?

A melhor época é geralmente no final do ciclo da cultura principal, quando as populações de nematoides estão em seu pico e os sintomas são mais evidentes. Coletar amostras durante a entressafra também é uma boa prática, pois permite planejar as estratégias de manejo, como a escolha de cultivares resistentes ou a rotação de culturas, antes do próximo plantio.

Por que a limpeza de máquinas agrícolas é tão importante para o controle de nematoides?

A limpeza é crucial porque os nematoides se movem muito pouco por conta própria. A principal forma de disseminação em longas distâncias é através de solo contaminado aderido a pneus, máquinas e implementos. A higienização rigorosa ao mudar de um talhão infestado para um limpo evita a introdução e a propagação desses parasitas para novas áreas.

Qual a diferença visual entre os danos do nematoide-das-galhas e o das-lesões-radiculares?

A diferença é bem característica nas raízes. O nematoide-das-galhas (Meloidogyne) induz a formação de inchaços ou “nós” arredondados, as galhas. Já o nematoide-das-lesões (Pratylenchus) não forma galhas; ele penetra e se move dentro do tecido radicular, causando lesões escuras e necróticas que dão um aspecto de apodrecimento.

O controle biológico de nematoides substitui completamente o uso de nematicidas químicos?

O controle biológico é uma ferramenta sustentável e altamente eficaz dentro de um manejo integrado, mas não necessariamente substitui outras opções em todos os cenários. Ele atua de forma preventiva e gradual, melhorando a saúde do solo a longo prazo. Em casos de alta infestação, pode ser necessário integrá-lo com outras estratégias, como o uso de cultivares resistentes e a rotação de culturas, para obter o melhor resultado.

É possível erradicar completamente os nematoides de uma área infestada?

Erradicar completamente os nematoides de uma área é extremamente difícil e, na maioria dos casos, inviável economicamente, especialmente espécies como o nematoide-de-cisto, que sobrevive por anos no solo. O objetivo do manejo não é a erradicação, mas sim manter a população de nematoides abaixo do nível de dano econômico, utilizando um conjunto de práticas integradas para garantir a produtividade da lavoura.

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