O agronegócio brasileiro é um pilar da nossa economia, e os números provam isso. A cadeia produtiva do setor representa quase um quarto (23%) de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Além disso, o volume de exportações do setor cresceu incríveis 244% entre 2000 e 2017, mostrando a força do campo brasileiro no mercado mundial.
Analisando esses números, fica clara a importância do agronegócio no Brasil.
Inclusive, o setor agropecuário foi um dos únicos que não parou de crescer, mesmo durante a crise econômica.
(Fonte: Como esse crescimento foi possível?
Claro, todo esse resultado é fruto do seu suor e trabalho pesado na lavoura. Mas, além do esforço diário, existe um fator decisivo por trás desses números: a tecnologia.
Ela tem sido a grande aliada para impulsionar a produção e a eficiência.
Como afirmou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o crescimento agrícola é resultado da motivação dos produtores em incorporar tecnologia e agregar valor à produção.
Se você ainda não sabe como esse “empurrão” tecnológico funciona ou como ele pode ajudar na lida da sua fazenda, continue lendo.
Vamos mostrar como a tecnologia está transformando o agronegócio brasileiro e como ela pode beneficiar diretamente o seu negócio.
Biotecnologia: A Ciência Dentro da Semente
Na agricultura, a biotecnologia permite criar variedades de plantas (cultivares: significa tipos específicos de plantas cultivadas) ideais de forma muito mais rápida. Isso é feito pela incorporação de um gene que traz uma característica desejada, como resistência a uma praga ou tolerância a um herbicida.
É por isso que, ao comprar uma semente moderna, você já está usando biotecnologia.
As sementes com essa tecnologia facilitam sua vida e trazem muitos benefícios, como:
- Maior eficiência produtiva;
- Maior potencial de produção por hectare;
- Tolerância a estresses, como a falta de água;
- Resistência a defensivos agrícolas, facilitando o manejo de plantas daninhas.
Os benefícios são tão claros que, segundo o CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia), esta é a tecnologia agrícola adotada mais rapidamente na história.
Sem os transgênicos, seriam necessários mais 8,4 milhões de hectares para manter a produção atual!
(Fonte: CIB)
Adoção de Transgênicos no Brasil
Na safra 2016/17, a adoção de sementes transgênicas atingiu 93,4% da área total cultivada com soja, milho e algodão. Isso representa 49,1 milhões de hectares com culturas geneticamente modificadas.
As tecnologias transgênicas mais comuns no Brasil são:
- Bt (Bacillus thuringiensis): Uma tecnologia que torna as plantas resistentes a certos insetos-praga.
- Roundup Ready® (RR): Uma tecnologia que confere às lavouras resistência ao herbicida glifosato.
Hoje, já existem combinações dessas tecnologias, resultando em plantas que são resistentes a pragas e herbicidas ao mesmo tempo.
Por exemplo, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou a soja Conkesta Enlist E3, da Dow AgroSciences, que é resistente a insetos e a três herbicidas diferentes: glifosato, glufosinato de amônio e ácido diclorofenoxiacético.
(Fonte: Dow AgroSciences)
A Responsabilidade no Uso de Transgênicos
É fundamental lembrar que o uso de cultivares transgênicos exige responsabilidade. A utilização incorreta pode levar ao surgimento de resistência, tanto de pragas quanto de plantas daninhas.
Para evitar problemas, adote sempre estas práticas:
- Crie áreas de refúgio: plante uma porção da lavoura com sementes não-Bt para reduzir a pressão de seleção sobre os insetos.
- Faça rotação de produtos e culturas: evite usar sempre os mesmos defensivos e alterne as culturas plantadas no talhão.
- Adote o Manejo Integrado de Pragas (MIP): combine diferentes métodos de controle para um manejo mais sustentável e eficaz.
Veja abaixo alguns modelos de como implementar a área de refúgio para plantas Bt:
(Fonte: Editora Globo)
Manter-se informado é a chave. Sites como Boas Práticas Agronômicas e Roundup Ready Plus são ótimas fontes para evitar casos de resistência.
Agora que você entende a tecnologia dentro da semente, não vai plantá-la de qualquer jeito, certo? Vamos para o próximo passo.
Agricultura de Precisão: Tecnologia a Bordo do Agronegócio Brasileiro
Você certamente já ouviu falar sobre Agricultura de Precisão (AP), e talvez até já a utilize. Mas você sabe exatamente como ela funciona?
(Fonte: Ernesto de Souza em Globo Rural)
O que é Agricultura de Precisão?
A Agricultura de Precisão é um sistema que usa informações e tecnologias para gerenciar a lavoura de forma mais detalhada e inteligente. O princípio básico é entender que sua propriedade não é uniforme; existem variações de solo, relevo, infestação de pragas, etc.
- Variabilidade de espaço: Refere-se às diferenças encontradas dentro da mesma área. Por exemplo, um talhão pode ter uma mancha de solo mais argiloso e outra mais arenosa.
- Variabilidade de tempo: Refere-se às mudanças que ocorrem na área ao longo do tempo, como a diferença entre a época das chuvas e a da seca.
Com a AP, é possível aplicar a quantidade correta de insumos em cada pedaço da fazenda, economizando produtos e dinheiro, além de tornar a operação mais sustentável. Também permite identificar o ponto de maturação das plantas em diferentes zonas, otimizando o processo de colheita.
A agricultura de precisão pode melhorar a eficiência em todas as etapas do ciclo produtivo.
(Fonte:FatecAP)
As principais vantagens dessa tecnologia são:
- Otimização do uso de insumos: aplicar apenas o necessário, onde é necessário.
- Aumento da lucratividade: reduzir custos e aumentar a produtividade.
- Mais informação para a tomada de decisão: dados precisos sobre cada talhão.
- Aumento da sustentabilidade: uso mais eficiente dos recursos.
- Minimização dos impactos ambientais: redução do uso de defensivos e fertilizantes.
Veja o que Fabrício Vieira Juntolli diz sobre o impacto da AP:
A AP pode aumentar o rendimento global das lavouras em até 67%
Com a agricultura de precisão, você coleta um grande volume de informações valiosas sobre sua fazenda. Mas… o que fazer com todos esses dados?
Gestão de Informações: Transformando Dados em Lucro
É comum ver produtores que investem em tecnologia de ponta — cultivares recém-lançados, máquinas com GPS, mapeamento de solo — mas não sabem o que fazer com a montanha de informações geradas.
Pior ainda, muitos não sabem se o investimento em tecnologia está realmente valendo a pena e compensando o custo.
A boa notícia é que todos esses dados permitem um levantamento detalhado dos custos e resultados. Com eles, você pode saber exatamente:
- Quais manchas de solo são mais ou menos produtivas;
- Quais culturas, atividades e maquinários trazem maior retorno financeiro;
- Quais talhões tiveram o melhor desempenho na safra.
Esse conhecimento é fundamental para identificar o que está dando certo e o que precisa ser melhorado. Você consegue apontar o erro para acertar mais na próxima vez e sabe exatamente quanto capital tem disponível para corrigir um problema.
Fazer todos esses cálculos em um caderno de anotações é praticamente impossível. No Excel, as inúmeras planilhas e a falta de segurança (seu computador pode quebrar ou ser perdido) dificultam muito o processo.
É aqui que um aplicativo de gerenciamento agrícola entra para facilitar sua vida.
](Com alguns cliques, um software de gestão como o Aegro organiza as informações de maneira fácil de entender, tornando-se uma ferramenta essencial para a tomada de decisões.
Você pode baixar o aplicativo para Android aqui e para iPhone aqui.
Pense em como uma gestão eficiente pode fechar o ciclo da tecnologia com chave de ouro!
Conclusão
A tecnologia já está mudando a forma de fazer agricultura e impulsionando a evolução do agronegócio brasileiro.
- A biotecnologia aumenta a produtividade e simplifica os processos agrícolas diretamente na semente.
- A agricultura de precisão permite um gerenciamento detalhado do sistema de produção, otimizando o uso de recursos.
- A gestão de informações transforma os dados coletados em decisões mais inteligentes e lucrativas.
Todas essas novas informações precisam de uma gestão inovadora, mas que não precisa ser complicada. Adotar ferramentas modernas não é mais um luxo, mas uma necessidade para quem quer continuar crescendo de forma sustentável e rentável. Pense nisso
Glossário
Agricultura de Precisão (AP): Um sistema de gerenciamento agrícola que utiliza tecnologia (como GPS e sensores) para entender a variabilidade do solo e da lavoura. Permite aplicar insumos, como fertilizantes e defensivos, em quantidades exatas e apenas onde são necessários, otimizando custos e aumentando a produtividade.
Áreas de refúgio: Porções da lavoura cultivadas com sementes convencionais (não-Bt) próximas às plantas transgênicas. Essa prática é fundamental para retardar o desenvolvimento de resistência em insetos-praga, garantindo a eficácia da tecnologia Bt a longo prazo.
Biotecnologia: Aplicação de técnicas científicas em organismos vivos para desenvolver ou modificar produtos. Na agricultura, é usada para criar sementes com características desejadas, como resistência a pragas, tolerância a herbicidas ou maior produtividade.
Bt (Bacillus thuringiensis): Uma bactéria de ocorrência natural no solo que produz proteínas tóxicas para certos insetos. Na biotecnologia, genes dessa bactéria são inseridos em plantas (como soja e milho) para que elas mesmas produzam essas proteínas, tornando-se resistentes ao ataque de lagartas.
CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança): Órgão do governo brasileiro responsável por analisar e aprovar a comercialização de organismos geneticamente modificados (OGMs), como as sementes transgênicas. Garante que as novas tecnologias sejam seguras para a saúde humana, animal e para o meio ambiente.
Cultivares: Variedades de plantas que foram desenvolvidas por meio de melhoramento genético para apresentar características específicas e desejáveis. Por exemplo, uma cultivar de soja pode ser selecionada por sua alta produtividade, resistência a doenças ou adaptação a um determinado clima.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Uma estratégia que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, químico) de forma harmônica para manter as pragas abaixo do nível de dano econômico. É uma abordagem mais sustentável que visa reduzir a dependência exclusiva de defensivos agrícolas.
Transgênicos: Organismos cujo material genético foi modificado em laboratório pela inserção de um ou mais genes de outra espécie. O objetivo é conferir uma nova característica à planta, como a resistência a um herbicida (tecnologia RR) ou a insetos (tecnologia Bt).
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
A tecnologia, da semente à colheita, gera uma montanha de informações valiosas. O grande desafio, como vimos, é transformar esses dados em decisões que realmente aumentem o lucro. Saber se um novo cultivar transgênico ou o investimento em agricultura de precisão compensou o custo é fundamental para o sucesso do negócio.
É aqui que um software de gestão agrícola como o Aegro faz a diferença, conectando as operações de campo ao financeiro. Ele centraliza os dados de custos de insumos, atividades e maquinário, permitindo que você analise o custo de produção por talhão. Assim, fica fácil comparar o desempenho de cada área e entender o retorno real sobre cada tecnologia adotada, transformando a gestão de informações em uma poderosa ferramenta para a lucratividade.
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Perguntas Frequentes
O que é uma área de refúgio e por que ela é crucial ao usar sementes Bt?
A área de refúgio é uma porção da lavoura plantada com sementes convencionais (não-Bt), próxima à cultura transgênica. Ela é crucial porque ajuda a retardar o desenvolvimento de resistência dos insetos-praga à tecnologia Bt, garantindo que a eficácia da semente modificada se mantenha por mais safras e protegendo seu investimento a longo prazo.
Qual a principal diferença entre a tecnologia Bt e a Roundup Ready (RR) em sementes transgênicas?
A principal diferença está na sua função. A tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis) torna a planta resistente ao ataque de certos insetos-praga, como lagartas. Já a tecnologia Roundup Ready (RR) confere à planta tolerância ao herbicida glifosato, permitindo o controle de plantas daninhas sem afetar a cultura principal.
Como um pequeno produtor pode começar a implementar a agricultura de precisão sem um grande investimento?
Um pequeno produtor pode iniciar na agricultura de precisão com tecnologias de menor custo. Boas opções incluem o uso de aplicativos de GPS para mapeamento de talhões, a coleta e análise de amostras de solo para entender a variabilidade da área, e a contratação de serviços pontuais de drones para monitoramento. O importante é começar coletando dados para tomar decisões mais assertivas.
O que significa ‘variabilidade de espaço e tempo’ na agricultura de precisão?
A ‘variabilidade de espaço’ refere-se às diferenças encontradas dentro de um mesmo talhão, como manchas de solo mais argiloso ou arenoso. A ‘variabilidade de tempo’ diz respeito às mudanças que ocorrem ao longo das safras, como alterações no regime de chuvas ou na fertilidade do solo. A agricultura de precisão permite gerenciar essas variações de forma localizada e eficiente.
O investimento em tecnologias como sementes transgênicas e AP realmente aumenta o lucro da fazenda?
Sim, quando bem gerenciado. O investimento se traduz em lucro ao otimizar o uso de insumos, reduzir perdas com pragas e aumentar a produtividade por hectare. No entanto, o retorno depende de uma boa gestão das informações coletadas para analisar os custos e os resultados, garantindo que cada tecnologia adotada esteja, de fato, trazendo o retorno esperado.
Por que a gestão de informações é o passo final para aproveitar a biotecnologia e a agricultura de precisão?
Porque sem uma gestão eficaz, os dados gerados por essas tecnologias se perdem. Um software de gestão agrícola permite conectar as informações da lavoura (produtividade de um cultivar transgênico em certa área) com os custos financeiros. Isso transforma dados brutos em insights valiosos, ajudando a entender o que realmente funciona e onde otimizar para aumentar a lucratividade.
Artigos Relevantes
- Tudo o que você precisa saber sobre tecnologia Bt e área de refúgio: Este artigo é o aprofundamento prático ideal para a seção de biotecnologia do texto principal. Enquanto o guia completo cita a importância das áreas de refúgio, este candidato detalha o ‘porquê’ e o ‘como’, explicando o mecanismo de resistência de insetos e fornecendo um guia passo a passo para a implementação correta, transformando uma recomendação em uma ação concreta para o leitor.
- Guia para iniciantes sobre agricultura de precisão: Este artigo serve como a continuação lógica da seção sobre Agricultura de Precisão (AP). O texto principal define o conceito e seus benefícios, e este guia para iniciantes desmembra as ferramentas específicas (GPS, drones, taxa variável) e o ciclo de aplicação (coleta, planejamento, execução), preenchendo a lacuna entre o ‘o que é’ e o ‘como começar a fazer’.
- Inseticidas para soja: Faça eles se pagarem: Este artigo conecta de forma brilhante a biotecnologia (soja Bt) com a gestão de informações para gerar lucro, o ponto central da conclusão do artigo principal. Ele oferece um estudo de caso prático (soja) que ensina o leitor a usar dados (Nível de Controle) para decidir quando agir, respondendo à pergunta fundamental do guia: como transformar tecnologia em rentabilidade no campo.
- Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva: Enquanto o artigo principal foca nas biotecnologias já estabelecidas (Bt e RR), este candidato apresenta a evolução do setor. Ele detalha uma tecnologia de ponta para o manejo de plantas daninhas resistentes, mostrando ao leitor que a inovação é contínua e oferecendo uma solução avançada para um problema agronômico complexo, o que agrega valor e atualidade ao conteúdo.
- Primeira antena 5G em área rural: entenda como essa tecnologia vai beneficiar sua fazenda: Este artigo aborda um pré-requisito fundamental e implícito para o sucesso das tecnologias de precisão e gestão de dados: a conectividade. Ele explica como o 5G habilitará a verdadeira Agricultura 4.0/5.0, permitindo que as ferramentas mencionadas no artigo principal (sensores, IoT, drones) funcionem em seu potencial máximo, oferecendo uma visão do futuro e da infraestrutura necessária.