Os relatórios agrícolas são ferramentas fundamentais no dia a dia do consultor agrícola e do produtor. Eles funcionam como um raio-x da lavoura, reunindo informações essenciais para acompanhar a safra e gerenciar o negócio de forma mais eficiente.
Com base nesses dados, tanto o consultor quanto o produtor conseguem tomar decisões mais qualificadas e seguras. O resultado é uma lavoura que se torna, a cada ciclo, mais produtiva e, principalmente, mais rentável.
Neste artigo, vamos detalhar os principais tipos de relatórios agrícolas, explicar os indicadores mais importantes que eles apresentam e mostrar a melhor maneira de estruturar esses documentos. Boa leitura!
Quais são os Tipos de Relatórios Agrícolas?
Primeiro, é importante entender que existem os relatórios agrícolas técnicos. Geralmente, são elaborados por engenheiros agrônomos e focam em detalhes do campo, como a umidade do solo, o estágio de desenvolvimento das plantas ou a ocorrência de pragas. Essas informações são cruciais, pois orientam a aplicação de insumos e outras decisões técnicas ao longo da safra.
Neste guia, no entanto, nosso foco será nos relatórios de gestão e produção. Eles oferecem uma visão mais ampla do negócio. Veja os principais exemplos:
- Relatório de rentabilidade: Mostra os custos e o lucro da safra, permitindo ver se a operação está dando o resultado esperado.
- Relatório de custo orçado: Apresenta a previsão de todos os gastos planejados para a safra, antes mesmo de ela começar.
- Relatório de custo realizado: Detalha os gastos que de fato ocorreram, permitindo avaliar a participação de cada insumo no custo total.
- Relatório de atividade da safra: Lista todas as atividades que foram planejadas ou já executadas durante o ciclo da cultura.
- Relatório de evolução de safra: Ajuda o produtor a acompanhar o andamento das operações, mostrando o percentual de área onde uma atividade já foi concluída.
- Relatório de colheita: Serve para monitorar a área já colhida, a produção total e a produtividade média da safra.
- Relatório de insumos: Informa a quantidade total de cada insumo que foi planejada para uso e o que já foi aplicado de fato.
- Relatório de silos: Organiza as sementes armazenadas nos silos, mostrando o tipo e a quantidade de cada uma.
- Relatório específico de atividade: Fornece um zoom em uma operação específica, como a aplicação de um defensivo em um talhão determinado.
- Relatório de estoque: Facilita o controle do que entra e sai, tanto da produção colhida quanto dos insumos armazenados.
- Relatório de patrimônio: Reúne informações sobre as máquinas e equipamentos da propriedade, incluindo seus custos operacionais e de manutenção.
A Importância do Relatório de Rentabilidade
Para Marco Antônio Pinheiro Santana, consultor especializado na parte organizacional e financeira de lavouras de soja e milho no Mato Grosso, um relatório se destaca entre todos: o de rentabilidade.
“No meu ponto de vista, é o relatório de maior valia, porque demonstra a saúde financeira da fazenda”, opina.
Santana explica que o relatório de rentabilidade tem uma dupla função: ele mostra o quadro geral do negócio e, ao mesmo tempo, permite analisar os detalhes. Com ele, é possível identificar exatamente quais talhões geraram mais receita.
A partir dessa informação inicial, o consultor e o produtor podem usar outros relatórios para entender o motivo pelo qual um talhão rendeu mais que o outro. Essa investigação ajuda a conhecer melhor o solo de cada área e a identificar quais defensivos e cultivares realmente valem o investimento.
“Olhamos o relatório de rentabilidade e depois procuramos entender o que foi feito de diferente nos talhões mais rentáveis. Esse é o ponto”, completa o consultor.
Principais Indicadores Agrícolas para Acompanhar
Os indicadores são números que conectam duas ou mais métricas para revelar uma informação importante sobre a operação.
Por exemplo, o número de hectares colhidos, sozinho, não diz muito. Mas quando você o relaciona com a área total a ser colhida, você obtém o “percentual de área colhida”, um indicador que mostra o progresso da operação.
Nos relatórios agrícolas, os indicadores são essenciais porque permitem uma compreensão rápida e clara dos principais aspectos da lavoura. A seguir, apresentamos os mais importantes.
Indicadores de Produtividade
Estes indicadores relacionam o volume da produção com o tamanho da área. As unidades mais comuns para isso são sacas por hectare (sc/ha). A lógica é simples: quanto maior a produção em uma mesma área, maior a produtividade.
É possível gerar um relatório de produtividade geral da safra, mas também detalhar por cultura, por talhão, por cultivar ou até por período de plantio.
O cálculo é uma divisão direta: Produtividade = Total de sacas colhidas / Total de hectares da área analisada
.
Indicadores de Rentabilidade
A rentabilidade compara o que você gastou (despesas) com o que você ganhou (receitas). Este indicador é geralmente expresso em um percentual (%).
Para calculá-lo, siga estes passos:
- Pegue sua receita total e subtraia todas as despesas. O resultado é o seu lucro.
- Divida esse lucro pelo total das despesas.
- Multiplique o resultado por 100 para encontrar o percentual de rentabilidade.
Por exemplo, imagine que uma fazenda teve R$ 800.000
de receita e R$ 650.000
de despesa na safra. O lucro foi de R$ 150.000
. A conta fica assim:
Rentabilidade = (150.000 / 650.000) x 100 Rentabilidade = 23%
Se o resultado da conta for negativo, significa que a safra deu prejuízo. Assim como na produtividade, também é possível filtrar os indicadores de rentabilidade por cultura, talhão ou cultivar para análises mais detalhadas.
Indicadores de Atividades e Colheita
Os relatórios de acompanhamento da safra precisam mostrar indicadores que revelem o status de cada etapa do processo. Isso inclui o percentual da área que já foi semeada, a área que recebeu fertilizantes e defensivos, e, claro, o percentual da área já colhida.
Como Estruturar um Relatório Agrícola de Forma Eficiente?
Para não se perder em meio a tantos números, é preciso ir além do caderninho de anotações e das planilhas de Excel. A solução mais eficaz é contar com um sistema de gestão agrícola, como o Aegro.
“Todo relatório depende da inserção de dados. Quando está tudo em uma plataforma só, a análise é mais rápida e baseada em informações mais fiéis”, reflete Santana.
Isso acontece porque um software de gestão integra todas as informações em tempo real, cruzando os dados de forma automática. No momento em que um operador registra a aplicação de um defensivo no campo, por exemplo, essa informação já está disponível para gerar um relatório com apenas alguns cliques.
“A credibilidade da informação é maior, porque quando você usa várias planilhas, acaba se perdendo. Hoje, quase não uso planilhas de Excel por fora do sistema”, acrescenta o consultor.
Além da confiabilidade, os relatórios gerados por um software de gestão especializado já vêm com gráficos e visuais que tornam a informação muito mais fácil de interpretar e entender.
Com o Aegro, os relatórios são automatizados e podem ser acompanhados em tempo real pelo produtor e pelo consultor.
Avaliação Periódica: Colocando os Indicadores em Prática
Como um software torna a geração de relatórios uma tarefa rápida, é possível fazer reuniões de acompanhamento dos indicadores com muito mais frequência.
“Eu planejo reuniões quinzenais com meus clientes para analisarmos os dados”, conta Santana. Nessas reuniões, ele foca na avaliação financeira, principalmente no fluxo de caixa da fazenda.
Depois da colheita, o foco muda. É feita uma reunião mais aprofundada, na qual consultor e produtor analisam o relatório de rentabilidade detalhado. “Dessa análise já sai a reunião de planejamento da próxima safra. Com base no que fizemos na safra anterior, projetamos o que vamos fazer na seguinte”, explica.
A análise combinada do relatório de rentabilidade, do estoque e do fluxo de caixa é fundamental para tomar decisões financeiras estratégicas, como a busca por crédito.
“Quanto vamos precisar de custeio ou de investimento? Quanto temos em caixa e quanto temos de contas para pagar? Se está faltando dinheiro, onde eu vou buscar esse recurso?”, exemplifica o consultor sobre as perguntas que os relatórios ajudam a responder.
Conclusão
O agronegócio brasileiro cresceu de forma impressionante, em grande parte devido à implementação de alta tecnologia no campo. Mas é importante lembrar que tecnologia não se resume a máquinas robustas e precisas. Tecnologia é também processo e gestão.
Adotar soluções tecnológicas para registrar e acompanhar as informações da safra traz dois benefícios enormes:
- Mais agilidade na gestão financeira e da produção.
- Menos erros e mais confiabilidade nas informações para tomar decisões.
Além disso, a capacidade de gerar relatórios agrícolas detalhados com poucos cliques agrega um valor imenso ao serviço do consultor e traz resultados concretos e positivos para seus clientes.
Marco Antônio Santana é consultor agrícola em Mato Grosso e parceiro Aegro.
Glossário
Custeio: Recursos financeiros utilizados para cobrir as despesas operacionais de uma safra. Inclui gastos com sementes, fertilizantes, defensivos e mão de obra necessários do plantio até a colheita.
Cultivar: Uma variedade específica de planta desenvolvida por meio de melhoramento genético para apresentar características desejáveis, como alta produtividade ou resistência a doenças. A escolha da cultivar correta é uma decisão estratégica no planejamento da safra.
Fluxo de Caixa: O registro de todas as entradas (receitas) e saídas (despesas) de dinheiro da fazenda em um determinado período. Um fluxo de caixa bem gerenciado é essencial para garantir a saúde financeira do negócio e a capacidade de honrar compromissos.
Insumos: Todos os produtos e materiais utilizados no processo de produção agrícola. Exemplos comuns incluem sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, corretivos de solo e combustíveis.
Produtividade: Indicador que mede a quantidade de produto colhido por unidade de área. É comumente expresso em sacas por hectare (sc/ha) para grãos, sendo um dos principais medidores de eficiência da lavoura.
Rentabilidade: A relação entre o lucro obtido e os custos totais da produção. Um indicador de alta rentabilidade significa que a atividade agrícola está gerando um bom retorno financeiro sobre o capital investido.
Sacas por hectare (sc/ha): Unidade de medida padrão para a produtividade de grãos no Brasil. Uma saca de soja ou milho equivale, por convenção, a 60 kg; portanto, uma produtividade de 70 sc/ha corresponde a 4.200 kg colhidos por hectare.
Talhão: Uma subdivisão de uma área agrícola maior, delimitada para facilitar o manejo e o controle das operações. Analisar dados por talhão permite um gerenciamento mais preciso, identificando áreas mais ou menos produtivas na mesma fazenda.
Como o Aegro simplifica a geração de relatórios agrícolas
Como vimos, a principal dificuldade para criar relatórios confiáveis é a coleta e organização dos dados. Planilhas descentralizadas e anotações manuais aumentam o risco de erros e tornam a análise lenta. Um software de gestão agrícola como o Aegro resolve esse desafio ao unificar o registro das informações financeiras e operacionais. Cada aplicação de insumo, despesa ou atividade de colheita registrada no sistema alimenta automaticamente os relatórios, garantindo que os dados estejam sempre atualizados e corretos.
Isso permite que você gere relatórios de rentabilidade por talhão e acompanhe os custos de produção em tempo real, com a confiança necessária para tomar decisões mais seguras. Que tal deixar as planilhas para trás?
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Perguntas Frequentes
Qual a principal diferença entre um relatório técnico e um relatório de gestão agrícola?
O relatório técnico foca em aspectos agronômicos do campo, como análise de solo, incidência de pragas e estágio de desenvolvimento das plantas. Já o relatório de gestão e produção oferece uma visão de negócio, analisando indicadores financeiros e operacionais como custos, produtividade e rentabilidade da safra.
Por que o relatório de rentabilidade é considerado o mais importante para a gestão da fazenda?
O relatório de rentabilidade é crucial porque ele mede a saúde financeira do negócio, mostrando se a operação está gerando lucro ou prejuízo. Ele permite identificar quais talhões ou culturas são mais lucrativos, ajudando a entender o que funcionou e a orientar decisões estratégicas para otimizar os investimentos na próxima safra.
É possível criar relatórios agrícolas eficientes usando apenas planilhas?
Embora seja possível usar planilhas, essa abordagem aumenta o risco de erros manuais, dificulta a análise de dados em tempo real e consome muito tempo. Um software de gestão agrícola, como o Aegro, centraliza as informações, automatiza os cálculos e gera relatórios visuais com credibilidade, tornando o processo mais rápido e seguro.
O que é mais importante para o sucesso do negócio: alta produtividade ou alta rentabilidade?
Ambos são importantes, mas a rentabilidade é o indicador final do sucesso do negócio. Uma alta produtividade (muitas sacas por hectare) com custos elevados pode resultar em prejuízo. A rentabilidade analisa a relação entre receita e despesa, garantindo que o aumento da produção se traduza efetivamente em maior lucro.
Com que frequência devo analisar os relatórios agrícolas da minha fazenda?
A frequência ideal varia, mas o artigo sugere uma boa prática: reuniões quinzenais para acompanhar indicadores financeiros como o fluxo de caixa, e uma análise mais aprofundada do relatório de rentabilidade ao final da colheita. O uso de um software permite avaliações em tempo real sempre que necessário.
Como os relatórios agrícolas ajudam no planejamento da próxima safra?
Ao analisar os relatórios da safra atual, especialmente os de custo e rentabilidade por talhão, o produtor e o consultor podem identificar quais cultivares, insumos e práticas de manejo deram os melhores resultados. Essas informações concretas servem de base para um planejamento mais assertivo, otimizando o orçamento e as estratégias para o ciclo seguinte.
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