Guia Completo das Principais Pragas do Algodão e Como Controlá-las

Sou Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal de Goiás, mestre em Agronomia/Proteção de Plantas pela UNESP, e doutorando em entomologia pela ESALQ/USP.
Guia Completo das Principais Pragas do Algodão e Como Controlá-las

O universo das pragas do algodão é vasto, com mais de 1326 espécies de insetos catalogadas. No entanto, o foco do produtor deve estar em um grupo menor: cerca de 162 espécies são responsáveis pelas maiores perdas de produtividade na cultura.

As pragas mais perigosas são aquelas que atacam diretamente as estruturas que geram o rendimento: botões florais, flores e, principalmente, as maçãs.

Mas, na prática, quais são as pragas do algodão que mais tiram o sono do produtor no Brasil? E, mais importante, como é possível controlá-las de forma eficiente e rentável?

Neste guia completo, detalhamos as pragas que mais ameaçam sua lavoura de algodão e apresentamos as estratégias mais eficazes para um controle bem-sucedido. Confira!

A Praga-Chave do Algodoeiro: Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis)

Considerado o inimigo número um da cotonicultura, o bicudo-do-algodoeiro causa danos tanto na fase de larva quanto na adulta. As larvas se desenvolvem dentro dos botões florais e das maçãs, destruindo-os por dentro. Já os insetos adultos são encontrados em flores abertas ou escondidos sob as brácteas (as pequenas folhas que envolvem a base da flor).

Os principais sinais de ataque do bicudo incluem:

  • Botões florais amarelados e abertos, com perfurações escuras.
  • Orifícios de alimentação: Pequenos furos escuros nos botões.
  • Orifícios de oviposição: Furos com pólen grudado, indicando onde a fêmea depositou seus ovos.

close-up detalhado de dois capulhos de algodão em fase de desenvolvimento, evidenciando danos causados por Dano de oviposição (à esquerda) e de alimentação (à direita) do bicudo em botões florais. (Fonte: Forestry)

O botão floral atacado geralmente cai da planta. As flores que sobrevivem não abrem corretamente, ficando com um aspecto de “flor balão”, e suas pétalas aparecem perfuradas. O resultado final é a destruição das fibras e sementes dentro dos capulhos.

Condições que Favorecem o Bicudo

  • Plantio realizado fora da janela recomendada.
  • Não destruir a soqueira (restos da cultura anterior) durante a entressafra.
  • Presença de plantas daninhas na área antes do plantio.
  • Proximidade da lavoura com áreas de mata, que servem de abrigo para o inseto.

Estratégias de Controle Eficazes para o Bicudo

O manejo do bicudo exige uma combinação de táticas. As principais são:

  • Plantio-isca: Consiste em plantar uma pequena área de algodão antes do plantio principal para atrair e eliminar os primeiros bicudos com inseticidas.
  • Tubo mata-bicudo: Armadilhas instaladas nas bordas da lavoura para capturar os insetos e reduzir a pressão inicial da praga.
  • Controle químico: A pulverização de inseticidas é fundamental. No portal Agrofit, existem 99 produtos registrados para o manejo do bicudo.
  • Destruição de soqueiras: Uma das medidas preventivas mais importantes para eliminar os abrigos do inseto na entressafra.
  • Preparo antecipado do solo: Realizar o preparo do solo pelo menos 40 dias antes do plantio ajuda a desalojar os bicudos da área.
  • Controle biológico: Embora pouco utilizado comercialmente, a preservação dos inimigos naturais é importante. Para isso, escolha inseticidas seletivos, como defensivos naturais, e aplique apenas quando o nível de infestação justificar.

close-up de uma flor de algodoeiro, de cor branco-amarelada, em meio a folhas verdes e largas característic Bicudo-do-algodoeiro adulto atacando flores da lavoura. (Fonte: Arquivo pessoal do autor Lucas Barros)

Monitoramento: Quando Aplicar o Inseticida?

Segundo o Dr. Octávio Nakano (ESALQ/USP), a melhor forma de decidir o momento do controle é monitorando o número de maçãs por planta.

A regra é simples: o número de maçãs formadas por planta define a porcentagem de botões atacados que você pode tolerar.

  • Exemplo prático: Se, em média, as plantas de algodão estão com 2 maçãs formadas, o nível de tolerância é de 2% de botões florais atacados. Se a infestação passar desse valor, é hora de pulverizar.

Dessa forma, a proteção é focada em garantir as maçãs já formadas. Quanto mais maçãs a planta tiver, maior será a produção garantida e, consequentemente, maior a tolerância ao ataque da praga.

a tela de ‘Monitoramento’ do software de gestão agrícola Aegro. A interface é dividida em duas seções principa

Broca-da-raiz (Eutinobothrus brasiliensis)

A broca-da-raiz ataca a região do colo da planta (transição entre o caule e a raiz), onde cava galerias. É nesses locais que as fêmeas depositam seus ovos.

Danos na lavoura:

  • Plantas novas apresentam murcha repentina.
  • Plantas mais desenvolvidas ficam com folhas avermelhadas e murchas.

Condições favoráveis:

  • Solos úmidos e áreas de baixada.
  • Sistemas de plantio direto com grande acúmulo de palhada.
  • Não destruição dos restos culturais da safra anterior.

O controle da broca-da-raiz é feito com a integração de métodos culturais (manejo do solo) e químicos. No portal Agrofit, há 28 produtos registrados para seu controle.

Mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B)

Conhecida como a “praga do século”, a mosca-branca é uma ameaça constante durante todo o ciclo do algodão. Este pequeno inseto (cerca de 1 mm) causa danos diretos e indiretos.

Danos diretos:

  • Sucção de seiva, que pode causar o enrolamento de folhas jovens.
  • Excreção de uma substância açucarada (conhecida como mela ou honeydew), que favorece o desenvolvimento do fungo fumagina, manchando e diminuindo a qualidade da fibra.

Danos indiretos:

  • Transmissão da virose “mosaico comum” do algodoeiro, que reduz o porte das plantas e sua capacidade fotossintética.

Condições favoráveis:

  • Tempo quente, nublado e com umidade relativa alta.
  • Ausência de inimigos naturais na área.

O controle pode ser feito com tratamento de sementes ou aplicações foliares de inseticidas sistêmicos.

Pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii)

O pulgão-do-algodoeiro é uma praga comum no início do ciclo da cultura, com altíssima capacidade de reprodução: uma única fêmea pode gerar até 100 ninfas em apenas 10 dias.

Esses insetos, com cores que variam do amarelo-claro ao verde-escuro, se concentram na face inferior (de baixo) das folhas e nos brotos novos para sugar a seiva.

Sintomas na lavoura:

  • Folhas do ponteiro ficam enrugadas, enroladas ou “encarquilhadas”.
  • Brotos se tornam deformados.
  • Presença de mela e fumagina nas folhas, o que prejudica a qualidade da fibra.
  • Transmissão de viroses como o “vermelhão” e o “mosaico das nervuras”.

close-up de capulhos de algodão em uma lavoura, visivelmente afetados por uma condição fitossanitária. As f Fumagina em plumas de algodão após ataque de pulgão, reduzindo a qualidade do produto. (Fonte: Agrolink)

Condições favoráveis:

  • Clima quente, nublado e úmido.
  • Baixa população de inimigos naturais.

Controle do Pulgão-do-algodoeiro

O controle geralmente é necessário nos primeiros 60 dias da cultura. O nível de ação para a pulverização é atingido quando há, em média, 1 pulgão por cm² de folha (avaliando-se a quarta folha do ponteiro para baixo).

No final do ciclo, o controle também é importante para evitar que a fumagina contamine a fibra. O manejo pode ser feito com tratamento de sementes ou pulverizações de inseticidas sistêmicos. Há 146 defensivos agrícolas registrados no Agrofit para o pulgão.

Percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris castanea)

Este percevejo de cor pardo-escura vive no solo e se alimenta de raízes de gramíneas e plantas silvestres. Sua presença é facilmente notada pelo cheiro forte e desagradável que exala quando o solo é revolvido. Em períodos de seca, ele se aprofunda no solo, retornando à superfície com as chuvas.

Danos na lavoura:

  • Como ataca as raízes, as plantas jovens ficam amareladas e murchas.
  • O ataque compromete a absorção de água e nutrientes, podendo levar à morte das plantas.

Estratégias de controle:

  • Um bom preparo do solo, com arações profundas e gradagens, ajuda a controlar a praga.
  • A correção da acidez do solo também é uma medida cultural importante.
  • A principal estratégia de Manejo Integrado de Pragas (MIP) tem sido o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos.

Atualmente, existe apenas um produto registrado no Agrofit para o manejo do percevejo-castanho.

Complexo de Percevejos

Este grupo é formado principalmente por três espécies que migram da soja para o algodão: Nezara viridula (percevejo-verde), Euschistus heros (percevejo-marrom) e Piezodorus guildinii (percevejo-verde-pequeno).

Danos na lavoura:

  • Queda de botões florais, flores e maçãs novas.
  • Pontuações internas nas maçãs.
  • Deformação das maçãs, que adquirem formato de “bico-de-papagaio”.
  • Maçãs que não abrem normalmente no momento da colheita.

A presença de lavouras de soja próximas ao algodoeiro é a principal condição que favorece a ocorrência desses insetos.

Curuquerê-do-algodoeiro (Alabama argilacea)

O ataque do curuquerê geralmente ocorre no início do desenvolvimento da cultura, especialmente quando a destruição de plantas de algodão da safra anterior não foi bem executada.

As lagartas têm coloração variada com listras, mas se tornam quase pretas em altas infestações. As mariposas adultas são marrom-avermelhadas e têm hábito noturno.

close-up de uma lagarta verde-amarelada com listras e pontos pretos, movendo-se sobre o pecíolo de uma folh Lagarta do curuquerê se alimentando de uma folha de algodão. (Fonte: Arquivo pessoal do autor Lucas Barros)

Danos na lavoura:

  • O principal dano é a desfolha. As lagartas consomem o limbo foliar, e o ataque pode ser tão intenso a ponto de desfolhar completamente a planta.

Condições favoráveis:

  • Temperaturas elevadas e ocorrência de chuvas.

O nível de tolerância é de 25% de desfolha, em média, em qualquer fase da cultura. Acima desse valor, a pulverização é recomendada. O controle pode ser feito com inseticidas biológicos, reguladores de crescimento, ou com a liberação da microvespa Trichogramma pretiosum (na dose de 100.000 a 120.000 parasitoides/ha). Existem 208 produtos registrados no Agrofit para o curuquerê.

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

Originalmente uma praga da soja, a falsa-medideira migrou e se adaptou muito bem à cultura do algodão. As lagartas são verdes com linhas brancas e se movem “medindo palmos”.

Danos na lavoura:

  • Causam desfolha, deixando as folhas com um aspecto “raspado” ou “rendilhado”, que evolui para perfurações circulares.
  • São de difícil controle, pois preferem se abrigar na parte de baixo (baixeiro) das plantas.

No portal Agrofit, existem 7 produtos registrados para o manejo da lagarta-falsa-medideira.

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Complexo Heliothinae

Este complexo inclui duas espécies importantes: Chloridea virescens (lagarta-da-maçã) e Helicoverpa armigera (lagarta-do-velho-mundo).

As lagartas são esverdeadas, e as mariposas adultas são de cor parda com hábito noturno. O ataque geralmente começa no ponteiro da planta e desce.

Danos na lavoura:

  • Botões florais e maçãs danificadas, com galerias abertas pela lagarta.
  • Queda de botões e maçãs jovens.

close-up detalhado de uma lagarta, provavelmente a Helicoverpa armigera (lagarta-da-maçã), atacando um ca C. virescens atacando diretamente uma maçã de algodão. (Fonte: UT Crops)

Monitoramento e controle:

  • A amostragem deve ser feita nos ponteiros das plantas. O controle deve ser iniciado quando 10% ou mais dos ponteiros estiverem atacados.
  • Os métodos de controle são semelhantes aos do curuquerê.
  • O plantio de algodão Bt, que contém as proteínas Cry1 e Cry2, oferece resistência a essas lagartas.

Existem 115 produtos registrados para C. virescens e 35 tipos de inseticidas para Helicoverpa armigera.

Lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella)

A lagarta-rosada recebe esse nome devido à sua coloração em estágio larval avançado. Os danos são severos e podem comprometer seriamente a produção.

Danos na lavoura:

  • Flores com aspecto de “roseta”, que não se abrem corretamente.
  • Murcha e queda de botões florais.
  • Maçãs com fibras e sementes destruídas internamente.
  • Maçãs atacadas que não abrem são chamadas de “carimãs”, e a fibra dentro delas fica com aspecto de ferrugem.

Estratégias de manejo:

  • Não realizar o plantio fora de época.
  • Utilizar inseticidas reguladores de crescimento e fazer a liberação de T. pretiosum.
  • Monitoramento: Amostre 100 maçãs em formação. Se 5% delas tiverem lagartas, inicie a pulverização. Outra opção é usar armadilhas com feromônio: o controle deve começar ao capturar 10 adultos por armadilha.

No Agrofit, há 41 produtos registrados para o manejo da lagarta-rosada.

Complexo Spodoptera spp.

Este complexo inclui espécies como S. eridania, S. cosmioides e a conhecida Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho).

São lagartas robustas, que chegam a 40 mm, com coloração variada. As mariposas depositam seus ovos em massas sobre as folhas. O período crítico de ataque vai do início do florescimento ao surgimento do primeiro capulho.

close-up da mão de um agricultor ou agrônomo inspecionando uma maçã de algodão ainda em formação. No centro Lagarta-do-cartucho, S. frugiperda, atacando uma maçã de algodoeiro. (Fonte: Arquivo pessoal do autor Lucas Barros)

Danos na lavoura:

  • Folhas perfuradas ou com o parênquima “raspado”.
  • Danos em brácteas, flores e maçãs, tanto na base quanto no interior.

Condições favoráveis:

  • Plantios vizinhos ou sucessivos de milho e milheto, que são hospedeiros da praga.

O controle deve ser iniciado quando 5% das plantas apresentarem massas de ovos com lagartas eclodindo. O uso de algodão Bt com a proteína VIP confere resistência a S. frugiperda. Existem 55 produtos registrados para o manejo do complexo Spodoptera.

Ácaros: Uma Ameaça Crescente

Os surtos de ácaros têm se tornado mais frequentes nos últimos anos, principalmente em períodos de veranico (seca). Outro fator importante é o uso intensivo de inseticidas piretroides e neonicotinoides, que pode causar um fenômeno chamado hormoligose: quando o produto, em vez de controlar, acaba estimulando a reprodução dos ácaros.

Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)

Forma colônias na face inferior das folhas e produz teias finas para proteção.

  • Danos: Manchas avermelhadas que surgem a partir das nervuras na parte de cima da folha, podendo levar à necrose e desfolha. Encurta o ciclo da planta e resulta em maçãs pequenas e fibras de má qualidade.
  • Condições favoráveis: Tempo quente e seco.
  • Controle: Uso de acaricidas específicos ou inseticidas-acaricidas. Há 54 produtos registrados.

composição de duas fotografias que exibem em close-up folhas de algodoeiro afetadas por uma doença, provavelme Folhas de algodão exibindo sintomas típicos do ataque de ácaro-rajado. (Fonte: Arquivo pessoal do autor Lucas Barros)

Ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni)

Similar ao ácaro-rajado, também produz teias e causa os mesmos danos. O controle é feito com acaricidas. Existem 7 produtos registrados para seu manejo.

Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)

São organismos muito pequenos e esbranquiçados, que se concentram nas folhas novas do ponteiro, em locais sombreados e lavouras adensadas.

  • Danos: Folhas ficam escuras, endurecidas (coriáceas) e com as bordas viradas para baixo. A face superior da folha ganha um aspecto vítreo (brilhante).
  • Condições favoráveis: Tempo nublado ou chuvoso e temperaturas elevadas.
  • Controle: Acaricidas específicos ou inseticidas-acaricidas. Existem 3 produtos registrados para seu manejo.

composição de duas fotografias que mostram em close-up folhas de uma planta de algodão sendo inspecionadas por Folhas de algodoeiro com aspecto coriáceo após ataque de ácaro-branco. (Fonte: Arquivo pessoal do autor Lucas Barros)

Conclusão

Neste guia, vimos as principais pragas do algodão, com destaque para o bicudo-do-algodoeiro e os complexos de lagartas, que representam as maiores ameaças à cultura.

Fica claro que não existe uma única “bala de prata” para o controle. A solução está no **[Manejo Integrado de Pragas (MIP)](https://blog.aegro.com.br/manejo-integrado-


Glossário

  • Algodão Bt: Refere-se a variedades de algodão geneticamente modificadas para produzir proteínas inseticidas da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). Essas proteínas, como Cry e VIP, conferem resistência a certas lagartas, como as do complexo Heliothinae e Spodoptera.

  • Brácteas: São as pequenas folhas modificadas que envolvem a base dos botões florais e das flores do algodoeiro. Servem de abrigo para pragas, como o bicudo-do-algodoeiro adulto.

  • Entressafra: Período entre o fim da colheita de uma safra e o início do plantio da safra seguinte. É uma janela crucial para práticas de manejo, como a destruição de soqueiras, para quebrar o ciclo de vida das pragas.

  • Fumagina: Um fungo de coloração escura, semelhante a uma fuligem, que se desenvolve sobre a substância açucarada (“mela”) excretada por pragas sugadoras, como pulgões e moscas-brancas. Prejudica a fotossíntese e mancha as fibras do algodão, diminuindo seu valor comercial.

  • Hormoligose: Fenômeno em que a aplicação de um defensivo em doses subletais, em vez de controlar, acaba estimulando a reprodução da praga. No artigo, é citado o exemplo de inseticidas piretroides que podem aumentar a população de ácaros.

  • MIP (Manejo Integrado de Pragas): Sigla para uma estratégia de controle que combina diferentes táticas (culturais, biológicas e químicas) de forma harmônica. O objetivo é manter as pragas abaixo do nível de dano econômico, usando inseticidas de forma racional e sustentável.

  • Ponteiro: A extremidade superior do caule principal e dos ramos da planta, onde se localizam as folhas e gemas mais novas. É uma área chave para o monitoramento de diversas pragas, como o pulgão e as lagartas do complexo Heliothinae.

  • Soqueira: Refere-se ao conjunto de raízes e parte do caule que permanecem no campo após a colheita do algodão. A destruição obrigatória da soqueira durante a entressafra é a principal medida para eliminar abrigos do bicudo-do-algodoeiro e outras pragas.

Como simplificar o Manejo Integrado de Pragas na sua fazenda

Gerenciar a diversidade de pragas no algodão, cada uma com um nível de dano e momento de controle específico, é um desafio complexo. Fazer o monitoramento e registrar todas as informações em cadernos ou planilhas pode ser trabalhoso e levar a decisões tardias ou baseadas em dados imprecisos.

Um software de gestão agrícola como o Aegro ajuda a organizar essa rotina. Com o aplicativo, é possível registrar as infestações diretamente no talhão, com fotos e geolocalização, criando um mapa de calor que mostra exatamente onde os problemas estão concentrados. Esse histórico facilita o planejamento das aplicações de defensivos, otimizando o uso de insumos e garantindo que o controle seja feito no momento certo.

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Perguntas Frequentes

Por que a destruição da soqueira é tão crucial para o controle do bicudo-do-algodoeiro?

A destruição da soqueira é a principal medida preventiva contra o bicudo. Os restos culturais que permanecem no campo após a colheita servem de abrigo e alimento para a praga durante a entressafra. Ao eliminar a soqueira, quebra-se o ciclo de vida do inseto, reduzindo drasticamente a população inicial que atacaria a safra seguinte.

Qual o critério prático para decidir o momento certo de aplicar inseticida contra o bicudo?

O momento ideal para a pulverização é determinado pelo monitoramento do número de maçãs por planta em relação à porcentagem de botões florais atacados. Por exemplo, se as plantas têm em média 2 maçãs formadas, o controle químico deve ser iniciado quando a infestação ultrapassar 2% dos botões. Essa técnica visa proteger as estruturas de rendimento já garantidas.

Qual a principal diferença entre os danos da mosca-branca e do pulgão no algodão?

Ambas as pragas são sugadoras, causam o desenvolvimento de fumagina e enfraquecem a planta. A principal diferença está nas viroses que transmitem: a mosca-branca é vetor do ‘mosaico comum’, enquanto o pulgão transmite viroses como o ‘vermelhão’ e o ‘mosaico das nervuras’, causando sintomas e impactos distintos na lavoura.

O algodão Bt é resistente a todas as lagartas que atacam a cultura?

Não. O algodão Bt possui proteínas (como Cry e VIP) que conferem alta resistência a lagartas específicas, principalmente do complexo Heliothinae e Spodoptera. No entanto, ele não é eficaz contra todas as espécies, como o curuquerê-do-algodoeiro. Por isso, o monitoramento contínuo e o uso de outras táticas de controle ainda são necessários.

O que é ‘hormoligose’ e qual sua relação com os ácaros na lavoura de algodão?

Hormoligose é um fenômeno onde a aplicação de certos inseticidas (como piretroides) em doses que não matam a praga acaba estimulando sua reprodução. No algodão, isso é comum com ácaros, pois o uso excessivo desses defensivos pode eliminar os inimigos naturais e, ao mesmo tempo, acelerar a multiplicação dos ácaros, causando surtos populacionais severos.

É possível controlar as pragas do algodão usando apenas defensivos químicos?

Apenas o controle químico não é sustentável nem a estratégia mais eficaz. A melhor abordagem é o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina diversas táticas como controle cultural (destruição de soqueira), biológico (preservação de inimigos naturais) e o uso racional de inseticidas, aplicado apenas quando os níveis de infestação atingem o nível de ação.

O que são as flores em ‘roseta’ ou ‘carimãs’ e qual praga as causa?

Estes são danos característicos da lagarta-rosada. As ‘flores em roseta’ são flores que não se abrem corretamente devido ao ataque interno da lagarta. Os ‘carimãs’ são maçãs que foram atacadas, não abrem na colheita e têm suas fibras e sementes destruídas, resultando em perda total de produção naquela estrutura.

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