Previsão do Preço do Feijão em 2025: O Que o Produtor Pode Esperar?

Jornalista e pós-graduado em Agricultura de Precisão e Ciência de Dados
Previsão do Preço do Feijão em 2025: O Que o Produtor Pode Esperar?

A produção agrícola é uma atividade de equilíbrio delicado, diretamente influenciada por fatores como clima, custos de insumos, logística e o comportamento do mercado. Com o feijão, essa realidade não é diferente. Seus preços mudam constantemente, respondendo à oferta disponível, às condições do tempo e à dinâmica da economia, tanto no Brasil quanto no exterior.

No segundo semestre de 2024, a colheita da segunda e terceira safra aumentou a oferta no mercado, o que pressionou os preços para baixo. Contudo, o cenário para 2025 se mostra diferente, com uma previsão que aponta para um equilíbrio mais justo entre uma oferta ajustada e uma demanda que continua firme.

Neste artigo, vamos analisar como o mercado de feijão se comportou nos últimos anos, detalhar os fatores que definem os preços e apresentar a previsão para o preço do feijão em 2025.

Produção de Feijão: Como Começa o Ano de 2025?

O Brasil mantém uma grande vantagem com suas três épocas distintas de plantio do feijão, o que garante uma oferta mais bem distribuída ao longo do ano. A organização das safras funciona assim:

  • Primeira Safra: Semeada entre agosto e dezembro.
  • Segunda Safra: Semeada entre janeiro e abril.
  • Terceira Safra: Semeada de maio a julho.

Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a área plantada na safra 2024/25 deve se manter estável em relação ao ciclo anterior, girando em torno de 2,86 milhões de hectares. Mesmo assim, este número ainda é menor do que a área registrada cinco anos atrás.

O país iniciou 2025 em um período de entressafra.

Para entender melhor: Entressafra significa o período entre o fim de uma colheita e o início da próxima. Nessa fase, a oferta de produto fresco no mercado diminui, e o abastecimento depende dos estoques guardados.

Atualmente, a oferta está limitada aos grãos que sobraram da terceira safra e às lavouras remanescentes de São Paulo. A expectativa é que, a partir de meados de janeiro, o abastecimento seja reforçado com a chegada da colheita da primeira safra, principalmente dos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás.

O Impacto do Clima na Safra Atual

As condições climáticas têm sido um ponto de grande atenção. A seca e o calor intenso prejudicaram a germinação das sementes em parte de Minas Gerais e São Paulo. Ao mesmo tempo, o excesso de chuvas na região Sul afetou a saúde das lavouras, aumentando o risco de doenças.

Por outro lado, a Bahia, que teve uma distribuição de chuvas mais regular, deve registrar um desempenho acima da média, ajudando a equilibrar a produção nacional.

A estimativa atual para a produção total de feijão na safra 2024/25 é de aproximadamente 3,3 milhões de toneladas, indicando uma recuperação moderada em comparação com o ciclo anterior. No Paraná, por exemplo, a colheita da primeira safra já atingiu 45% da área estimada, um leve avanço em relação à mesma época do ano passado.

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Qual a previsão para o preço do feijão para 2025?

O mercado do feijão começou o ano de 2025 com preços firmes. Em janeiro, as cotações se apresentaram da seguinte forma:

  • Feijão Carioca: A saca de 60 kg foi negociada entre R$ 350,00 e R$ 380,00, com variações dependendo da praça de comercialização.
  • Feijão Preto: Apresentou preços médios entre R$ 320,00 e R$ 340,00 por saca, mostrando maior estabilidade.

Na bolsinha do produtor em São Paulo, que serve como referência para o setor, os valores continuam altos. Isso acontece por causa da baixa oferta de grãos neste início de ano e da demanda aquecida nos supermercados e varejo.

Para entender melhor: A bolsinha do produtor é um mercado informal de referência, onde produtores e compradores negociam preços diretamente. Ela funciona como um termômetro importante para o setor.

A previsão para o preço do feijão em 2025 é que esses valores se mantenham nesse patamar durante o primeiro trimestre. É possível que haja um recuo moderado nos preços a partir do segundo semestre, mas isso depende do sucesso da segunda safra e de condições climáticas favoráveis.

O mercado deve continuar ajustado, com a balança entre oferta e demanda sendo influenciada por fatores como:

  • O clima e seus efeitos na produtividade;
  • A variação do câmbio, que afeta os custos de produção;
  • O comportamento do consumidor e a demanda interna.

Para o produtor, é fundamental acompanhar de perto a cotação do preço do feijão em sua região e planejar a venda para aproveitar os melhores momentos de valorização.

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Como estará o mercado do feijão em 2025?

O mercado do feijão em 2025 mostra sinais de estabilidade, mas com variações de preços importantes entre as diferentes regiões do país, influenciadas pelo clima e pela logística de transporte.

De forma geral, os preços médios por saca de 60 kg foram:

  • Feijão Carioca (tipo 1): Variou entre R$ 214,81 e R$ 281,36.
  • Feijão Preto (tipo 1): Apresentou preços médios entre R$ 121,51 e R$ 157,43.

Na bolsinha do feijão em São Paulo, os preços se mantiveram firmes, refletindo a demanda constante do mercado consumidor e a boa qualidade dos grãos ofertados. A expectativa é que o mercado continue ajustado, com os preços sendo diretamente impactados pelas condições climáticas da segunda safra e pela força da demanda interna.

A recomendação para os produtores é monitorar de perto as cotações regionais e as projeções climáticas para tomar decisões mais estratégicas de venda.

Vai faltar feijão em 2025?

A oferta de feijão no início de 2025 está realmente ajustada, e o risco de uma falta pontual do produto em algumas regiões não pode ser descartado.

A primeira safra foi prejudicada por problemas climáticos opostos: excesso de chuvas no Sul e períodos de estiagem no Sudeste. Isso acabou reduzindo a produtividade em estados chave como Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.

Com essa quebra na primeira colheita, o abastecimento nacional passa a depender fortemente do desempenho da segunda safra. O plantio já começou em polos produtores importantes como Bahia, Mato Grosso e Goiás. Se o clima colaborar nos próximos meses, a produção dessa segunda etapa poderá reequilibrar o mercado a partir de abril.

A demanda interna continua firme, e os estoques privados estão em níveis baixos. Essa combinação aumenta a pressão sobre os preços e exige que os produtores fiquem atentos ao momento ideal para comercializar sua produção.

Resumindo: embora não se espere uma falta generalizada de feijão em 2025, a tendência é de preços mais elevados no primeiro semestre, especialmente se houver atrasos ou perdas significativas na segunda safra.

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Glossário

  • Bolsinha do produtor: Mercado de referência informal onde produtores e compradores negociam preços diretamente. Funciona como um termômetro importante para as tendências de cotação do setor antes das negociações formais.

  • Conab (Companhia Nacional de Abastecimento): Órgão do governo federal que realiza levantamentos e divulga dados oficiais sobre a produção agrícola brasileira. Suas estimativas de safra, área plantada e estoques são fundamentais para a análise de mercado.

  • Entressafra: Período entre o fim da colheita de uma safra e o início da colheita da safra seguinte. Nessa fase, a oferta de produto fresco no mercado diminui, o que tende a elevar os preços.

  • Hectare (ha): Unidade de medida de área agrária equivalente a 10.000 metros quadrados. Para facilitar a visualização, um hectare é aproximadamente do tamanho de um campo de futebol oficial.

  • Praça de comercialização: Refere-se à região ou cidade específica onde ocorrem as negociações de um produto agrícola. Os preços podem variar entre diferentes praças devido a custos de frete, oferta local e demanda regional.

  • Saca de 60 kg: Unidade padrão utilizada no Brasil para a comercialização de grãos como o feijão. Todas as cotações de preço mencionadas no artigo (ex: R$ 350,00) se referem ao valor de uma saca com 60 quilos do produto.

  • Safra: Ciclo completo de uma cultura agrícola, desde o plantio até a colheita. O feijão possui três safras ao longo do ano (primeira, segunda e terceira), o que permite uma oferta mais distribuída e constante no mercado.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

Em um cenário de preços tão voláteis como o do feijão, o maior desafio do produtor é saber o momento certo de vender. Para tomar uma decisão segura, é fundamental conhecer o custo de produção exato de cada saca colhida. Sem essa informação, qualquer negociação se torna um tiro no escuro, arriscando a rentabilidade da safra.

Um software de gestão agrícola como o Aegro resolve esse problema ao centralizar todos os custos da lavoura, desde os insumos até as operações. Com esses dados, você acompanha seu custo por hectare em tempo real e pode tomar decisões de venda mais estratégicas, garantindo que a cotação do dia cubra suas despesas e gere a margem de lucro esperada.

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Perguntas Frequentes

Qual é a principal recomendação para o produtor de feijão diante da previsão de preços para 2025?

A principal recomendação é focar na gestão de custos para saber exatamente o valor de produção por saca. Com essa informação, o produtor pode monitorar as cotações regionais e a “bolsinha do produtor” para identificar o melhor momento de venda, aproveitando os preços mais firmes esperados para o primeiro semestre para garantir uma boa margem de lucro.

Existe um risco real de faltar feijão no Brasil em 2025?

Não se espera uma falta generalizada de feijão, principalmente porque o Brasil possui três safras anuais que ajudam a regular a oferta. No entanto, o risco de uma escassez pontual em algumas regiões no primeiro semestre existe, devido à quebra da primeira safra por problemas climáticos. O abastecimento do país dependerá fortemente do sucesso da segunda safra.

Por que o clima é o fator mais decisivo para o preço do feijão em 2025?

O clima foi decisivo porque afetou a primeira safra de 2024/25 de maneiras opostas e prejudiciais: seca e calor intenso no Sudeste e excesso de chuvas no Sul. Isso reduziu a produtividade em estados chave e diminuiu a oferta de grãos no início de 2025, pressionando os preços para cima. O desempenho da segunda safra também será totalmente dependente das condições climáticas.

A alta nos preços do feijão deve se manter durante todo o ano de 2025?

A previsão indica que os preços permanecerão elevados principalmente durante o primeiro semestre de 2025, devido à oferta reduzida da primeira safra. A partir do segundo semestre, é possível que ocorra um recuo moderado nas cotações. Essa queda, no entanto, depende diretamente do sucesso da colheita da segunda safra e de condições climáticas favoráveis nos próximos meses.

O que significa dizer que o mercado de feijão está ‘ajustado’?

Um mercado “ajustado” significa que a oferta de feijão está muito próxima da demanda, sem grandes estoques sobrando. Nesse cenário, qualquer pequena quebra na produção ou aumento inesperado no consumo pode causar um desequilíbrio rápido e levar a uma alta significativa dos preços, tornando o mercado mais volátil.

Qual a diferença na previsão de preço para o feijão Carioca e o feijão Preto em 2025?

No início de 2025, o feijão Carioca apresenta cotações mais altas, com a saca de 60 kg negociada entre R$ 350,00 e R$ 380,00. Já o feijão Preto mostra preços um pouco mais estáveis e um patamar inferior, variando entre R$ 320,00 e R$ 340,00 por saca. Essa diferença reflete as dinâmicas de oferta e demanda específicas para cada variedade.

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