As pragas agrícolas representam um grande risco para a produtividade da sua lavoura, com potencial para comprometer o trabalho de um ano inteiro. No Brasil, o clima tropical, que é quente e úmido, somado ao cultivo de duas ou mais safras por ano, cria um ambiente ideal para a multiplicação desses invasores.
Para complicar ainda mais, muitas pragas estão se tornando mais resistentes e capazes de atacar diferentes tipos de culturas. Isso permite que elas permaneçam ativas na área de cultivo durante o ano todo, migrando de uma planta para outra.
Por isso, o controle eficaz começa bem antes do plantio, com um monitoramento constante. Para fazer isso bem feito, é fundamental conhecer exatamente quem são seus inimigos. Vamos apresentar os principais deles a seguir.
Principais pragas da soja: importância e dicas para combatê-las
Conhecer as pragas da soja, suas características e os métodos de controle mais eficazes é um passo essencial para alcançar altas produtividades. Com esse conhecimento, você consegue aplicar corretamente o Manejo Integrado de Pragas (MIP), uma estratégia que garante melhor controle e maior equilíbrio no ambiente da sua lavoura.
Uma das bases do MIP é o monitoramento periódico da área. Com ele, as pulverizações são realizadas apenas quando realmente necessárias, evitando desperdício de produtos e dinheiro.
Confira a lista com as principais pragas da soja que abordaremos em detalhes. O gráfico abaixo mostra as épocas em que elas costumam aparecer, ajudando a direcionar seu monitoramento ao longo da safra.
- Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)
- Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
- Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
- Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
- Lagarta-falsa-medideira (Rachiplusia nu)
- Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
- Mosca-branca (Bemisia spp.)
- Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)
- Outros percevejos
- Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
- Ácaros
- Corós da soja
Para facilitar e otimizar seu trabalho, o monitoramento da lavoura pode ser feito com o software agrícolaAegro. A ferramenta permite registrar todos os seus pontos de amostragem de forma georreferenciada. Com isso, você pode consultar o histórico da sua lavoura, analisando a pressão de cada praga em diferentes culturas, épocas do ano e safras.
Com o Aegro, seus dados ficam seguros e organizados em relatórios visuais fáceis de entender. Além disso, produtores de soja podem contar com o aplicativo e o manual de pragas da Embrapa Soja, ferramentas desenvolvidas por pesquisadores que auxiliam na identificação das pragas e na tomada de decisão.
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Agora que entendemos a importância de conhecer as pragas, vamos analisar cada uma delas em detalhes.
1. Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
A lagarta-da-soja é uma das pragas com maior poder de desfolha na cultura. Seu ataque geralmente começa no topo das plantas e pode continuar até a fase de enchimento dos grãos. Ela pode ter até quatro gerações durante a mesma safra, com um ciclo de vida que dura cerca de 30 dias.
Ela se alimenta de folhas, flores e até mesmo de vagens. Quando o ataque é muito intenso, a competição por alimento faz com que as lagartas mudem de cor, assumindo uma coloração preta com listras brancas, um sinal claro de alta infestação.
Característica visual da lagarta-da-soja em diferentes fases de desenvolvimento. Pode adquirir coloração escura devido à competição por alimento, em alta pressão da praga na lavoura. (Fonte: Elaine Nascimento, 2016)
Controle da lagarta-da-soja
Seguindo as diretrizes do Manejo Integrado de Pragas na cultura da soja, o controle químico deve ser realizado apenas quando uma das seguintes situações for identificada:
- Quando forem encontradas, em média, 20 lagartas grandes (maiores que 1,5 cm) por metro de fileira.
- Quando a desfolha atingir 30% antes do período de floração.
- Quando a desfolha atingir 15% após o aparecimento das primeiras flores.
Defensivos naturais também podem ser utilizados, como a ação do Baculovírus para essa lagarta, vide a imagem acima. (Fonte: SOSA-GOMEZ, 1983)
Após o fechamento das entrelinhas da soja, os inseticidas reguladores de crescimento são uma ótima opção de controle. Se você utiliza cultivares de soja com tecnologia Bt, é obrigatório implementar áreas de refúgio em pelo menos 20% da área total. O refúgio é essencial para o manejo antirresistência, ajudando a prolongar a eficácia da tecnologia e dos inseticidas.
2. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho pode atacar a soja tanto nos estágios iniciais de desenvolvimento quanto nas fases mais avançadas, incluindo o período reprodutivo. Ela é uma praga polífaga, ou seja, se alimenta de plantas de mais de 23 famílias diferentes.
Embora tenha preferência por gramíneas como milho e arroz, ela também ataca outras culturas importantes, como soja e algodão.
Por isso, é comum encontrar a lagarta em culturas de cobertura como milheto, aveia e trigo. Quando essas áreas são dessecadas para o plantio da soja, a praga pode migrar para a nova cultura.
Controle da lagarta-do-cartucho
O manejo desta praga começa com uma boa dessecação da cultura de cobertura, fundamental para a formação de palhada no Sistema Plantio Direto (SPD).
Uma recomendação importante: para o controle de Spodoptera frugiperda, evite aplicar inseticidas durante a dessecação, mesmo se houver lagartas. Normalmente, a semeadura da soja ocorre cerca de 25 dias após a dessecação. Nesse período, sem alimento, as lagartas morrem ou se transformam em pupas.
No entanto, se o plantio for feito logo após a dessecação e você notar a presença de lagartas, a aplicação de inseticidas se torna necessária. A lagarta-do-cartucho pode cortar as plântulas recém-emergidas, afetando diretamente o estande inicial da lavoura. Consulte sempre o Agrofit para verificar os inseticidas registrados e recomendados, e converse com um agrônomo para conhecer a eficiência das moléculas, pois a praga já apresenta resistência a alguns grupos químicos.
3. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Também conhecida como broca-do-colo, a lagarta-elasmo se alimenta de diversas espécies de plantas e é considerada uma das pragas iniciais da soja. Durante sua fase larval, uma única lagarta pode atacar até três plantas de soja.
Os danos são mais severos em condições de alta temperatura e falta de água no solo. Por isso, sua presença é menor em áreas de Sistema Plantio Direto, onde a palhada ajuda a conservar a umidade.
Seu ataque costuma ocorrer desde a emergência da soja até 30 a 40 dias após (estádios V2-V3). Ela é mais comum na região do Cerrado, principalmente em áreas com solos de textura arenosa.
Controle da lagarta-elasmo
O controle natural costuma ocorrer com chuvas bem distribuídas durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da soja. O controle químico é mais difícil, pois a praga fica alojada em uma posição protegida na planta. Em áreas com histórico de ocorrência, o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos é uma medida preventiva eficaz.
4. Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
A falsa-medideira é fácil de reconhecer pelo seu jeito de se mover: ela se desloca dobrando o corpo, como se estivesse medindo palmos.
(Fonte: Defesa Vegetal)
Ela pode causar intensa desfolha, principalmente na fase reprodutiva da cultura. Essa praga ataca a soja desde o surgimento das primeiras folhas e pode permanecer até o enchimento dos grãos, sendo favorecida por períodos de seca.
Embora seja fácil reconhecer o movimento da falsa-medideira, diferenciá-la de outras espécies semelhantes (como a Rachiplusia nu) pode ser difícil a olho nu, exigindo, em alguns casos, análise de laboratório. Por isso, a atenção ao monitoramento é fundamental.
Controle da falsa-medideira
A aplicação de defensivos se faz necessária em uma destas três situações:
- Ao encontrar uma média de 20 lagartas grandes (maiores que 1,5 cm) por metro de fileira.
- Quando a desfolha atingir 30% antes da floração.
- Quando a desfolha atingir 15% após o início da floração.
Durante a fase de fechamento das fileiras, inseticidas reguladores de crescimento são uma boa opção, além do uso de cultivares de soja com tecnologia Bt.
5. Lagarta falsa-medideira (Rachiplusia nu)
A lagarta falsa-medideira (R. nu) tem esse nome porque se parece muito com a C. includens (mesma cor e movimento de “medir palmos”). A frequência dessa espécie tem aumentado nas últimas safras, preocupando produtores de todo o país. Ela possui hábito polífago, o que significa que se alimenta de uma grande variedade de plantas.
Os ovos de R. nu são colocados de forma isolada, geralmente na face inferior das folhas, e têm cor branco-amarelada.
A fase de lagarta, que é quando ocorrem os danos, dura de 18 a 21 dias. Temperaturas mais amenas favorecem seu desenvolvimento. As lagartas são de cor verde intensa e podem chegar a 2,7 cm de comprimento.
Os danos causados pela Rachiplusia nu incluem:
- Desfolha intensa.
- Folhas com aspecto rendilhado, onde apenas as nervuras permanecem intactas.
- Cada lagarta pode consumir até 100 cm² de área foliar.
Fase larval de R. nu e o dano característico, com preservação das nervuras. (Fonte: Marsaro Júnior, 2016)
Controle da lagarta falsa-medideira da soja R. nu
O controle deve se basear no monitoramento da lavoura e na escolha correta dos inseticidas. A aplicação deve ocorrer quando o nível de ação for atingido:
- 30% de desfolha durante o estádio vegetativo.
- 15% de desfolha durante o período reprodutivo.
É crucial usar os inseticidas apenas quando necessário para não eliminar insetos benéficos. O uso de áreas de refúgio é obrigatório em plantios com tecnologia Bt para evitar o desenvolvimento de resistência.
Mariposa da falsa-medideira R. nu.* (Fonte: Specht, 2020)
6. Lagartas broqueadoras de vagens e grãos
Este grupo inclui várias espécies de lagartas que atacam diretamente as vagens e os grãos em formação:
- Complexo Spodoptera:
- S. eridania: Mais ativa à noite, encontrada no terço inferior das plantas.
- S. cosmioides: Ataca um grande número de culturas.
- Ambas causam desfolha e destroem vagens, sendo cada vez mais importantes na região do Cerrado.
- Lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens): Alimenta-se principalmente de vagens, mas também pode atacar folhas.
- Broca-pequena-das-vagens (Maruca vitrata): Perfura vagens, hastes e pecíolos. Sua ocorrência é maior em períodos de seca com altas temperaturas.
- Helicoverpa armigera: Embora se alimente de folhas e hastes, tem preferência por estruturas reprodutivas como botões florais, vagens e grãos.
Controle das lagartas broqueadoras
Para o controle, a recomendação é usar inseticidas seletivos que preservem os inimigos naturais das pragas agrícolas. As aplicações devem ser baseadas nos níveis de controle definidos pelo monitoramento e histórico da área.
Você pode consultar os produtos registrados para cada espécie no Agrofit. É fundamental também seguir um programa de MIP para o manejo da resistência. O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC) disponibiliza materiais com recomendações para as principais espécies com relatos de resistência.
7. Mosca-branca (Bemisia sp.)
A mosca-branca é um inseto sugador que, além de enfraquecer a planta, pode transmitir vírus. Ao se alimentar, ela libera uma substância açucarada que favorece o surgimento de um fungo escuro, a fumagina.
A fumagina cobre as folhas, reduzindo a capacidade da planta de fazer fotossíntese e, consequentemente, prejudicando a produtividade. Os danos são causados tanto pelos adultos quanto pelas ninfas (fase jovem do inseto), mas o ataque é mais intenso na fase de enchimento de grãos, especialmente durante períodos de seca prolongada e altas temperaturas.
Aparência visual de adulto, ninfas e ovos da mosca-branca.
Controle da mosca-branca
O manejo inclui um conjunto de práticas:
- Escolha da melhor época de semeadura.
- Eliminação de plantas hospedeiras alternativas (daninhas ou tigueras).
- Rotação de culturas.
- Seleção de inseticidas eficazes para a sua região.
O período de vazio sanitário, estabelecido para o controle da ferrugem-asiática, também é uma ferramenta importante para quebrar o ciclo da mosca-branca. O tratamento de sementes com inseticidas também ajuda a retardar o estabelecimento da praga na lavoura.
8. Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)*
O percevejo-castanho é um inseto polífago de hábito subterrâneo, ou seja, vive no solo e ataca as raízes de diversas plantas. Sua presença é facilmente notada pelo forte cheiro que exala quando o solo é revolvido.
As principais espécies que atacam a soja no Brasil são Scaptocoris castanea, S. carvalhoi e S. buckupi. O inseto suga a seiva das raízes, sendo mais comum em solos arenosos.
Os sintomas podem ser confundidos com deficiência nutricional ou doença, pois as plantas atacadas apresentam desenvolvimento lento, vigor reduzido e amarelamento. O percevejo destrói as raízes e os nódulos de fixação de nitrogênio, afetando o estande da lavoura. Os danos são mais frequentes em Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Controle do percevejo-castanho
O controle é preventivo. É essencial fazer o monitoramento da área por meio de amostragens de solo antes da instalação da lavoura. A alteração da época de semeadura e a aplicação de inseticidas no sulco de plantio são estratégias de manejo eficazes.
No controle biológico, pesquisas estão em andamento para o uso do fungo Metarhizium anisopliae no controle da praga.
9. Outros percevejos
Além do percevejo-castanho, outros percevejos atacam a parte aérea da planta, danificando principalmente as vagens e os grãos em formação. Os principais são:
- Percevejo-marrom-da-soja (Euschistus heros)
- Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)
- Percevejo-verde (Nezara viridula)
Percevejo-marrom: adulto (a), ovos (b), ninfas de primeiro (c) e quinto ínstar (d). (Fonte: Panizzi, 2012)
Percevejo-verde-pequeno: adulto (a), ovos (b), ninfa de primeiro (c) e quinto ínstar (d). (Fonte: Panizzi; Bueno; Silva, 2012)
Eles surgem no período de florescimento e, após a colheita da soja precoce, migram para os talhões de soja mais tardia. Os sintomas nos grãos incluem tamanho reduzido, aspecto enrugado, chocho e cor mais escura.
Ataques severos podem causar abortamento de vagens (estádios R3-R4) ou afetar o rendimento e a qualidade dos grãos (estádio R5). Além disso, altas infestações podem causar um distúrbio fisiológico conhecido como retenção foliar ou “soja louca”.
Regiões de ocorrência dos percevejos:
- Percevejo-marrom, verde-pequeno e verde: Comuns na região Centro-Sul do Brasil.
- Percevejo-verde: Mais presente no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
- Percevejo-marrom e verde-pequeno: Predominantes no Cerrado.
Controle de percevejos
O controle deve começar no estádio R3 (início da formação das vagens), quando os níveis de ação forem atingidos:
- Lavouras para grãos: 2 percevejos por metro.
- Lavouras para sementes: 1 percevejo por metro.
O controle biológico pode ser feito com parasitoides de ovos (Trissolcus basalis) e de adultos (Hexacladia smithii). No entanto, esses inimigos naturais são muito sensíveis a inseticidas de amplo espectro, então a escolha do produto deve ser cuidadosa.
10. Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)
Também conhecido como bicudo ou cascudo, esta praga ataca principalmente as plantas jovens.
Controle do Tamanduá-da-soja
O monitoramento deve ser focado em talhões que apresentaram ataques severos na safra anterior ou durante a entressafra. A rotação de culturas com espécies não hospedeiras (como milheto, Crotalaria juncea ou mucuna-preta) é uma excelente ferramenta de controle.
Quando os adultos emergem, podem ser controlados com inseticidas pulverizados. O tratamento de sementes com produtos como fipronil e tiametoxam também é uma opção eficaz.
11. Ácaros
Quatro espécies de ácaros podem causar danos significativos na soja:
- Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)
- Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
- Ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni ou Tetranychus desertorum)
- Ácaro-verde (Mononychellus planki)
(Fonte: Unipac)
Os ácaros geralmente se alojam na parte inferior das folhas e
Glossário
Áreas de refúgio: Porções da lavoura plantadas com sementes convencionais (não-Bt) próximas à área com tecnologia Bt. Essa prática é obrigatória e serve para retardar o desenvolvimento de resistência das pragas à tecnologia.
Desfolha: Perda de folhas da planta causada pelo ataque de pragas, como lagartas. É uma métrica chave no MIP, com níveis de controle definidos em porcentagem (ex: 15% de desfolha após o florescimento).
Fumagina: Camada de fungos de cor escura que se forma sobre substâncias açucaradas liberadas por insetos sugadores, como a mosca-branca. Essa camada bloqueia a luz solar e prejudica a fotossíntese da planta.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Estratégia que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, químico) de forma racional e sustentável. O objetivo é manter as pragas abaixo do nível de dano econômico, aplicando inseticidas apenas quando estritamente necessário.
Nível de ação: Densidade populacional de uma praga que, se atingida, exige a aplicação de medidas de controle para evitar prejuízos econômicos. Por exemplo, encontrar 2 percevejos por metro de pano de batida na soja para grãos.
Praga polífaga: Inseto que se alimenta de diversas espécies de plantas, não se restringindo a uma única cultura. A lagarta-do-cartucho é um exemplo, pois ataca tanto o milho quanto a soja, o que dificulta seu controle.
Sistema Plantio Direto (SPD): Técnica de cultivo que não revolve o solo e mantém a palhada da cultura anterior na superfície. Ajuda no controle de algumas pragas, como a lagarta-elasmo, ao conservar a umidade do solo.
Tecnologia Bt: Refere-se a plantas geneticamente modificadas que produzem proteínas da bactéria Bacillus thuringiensis. Essas proteínas são tóxicas para certas espécies de lagartas, agindo como um inseticida presente na própria planta.
Vazio sanitário: Período definido por lei em que é proibido ter plantas vivas de uma cultura específica (como a soja) no campo. Essa medida visa quebrar o ciclo de doenças e pragas, como a mosca-branca, na entressafra.
Como superar os desafios no controle de pragas da soja?
O manejo integrado de pragas, embora essencial, apresenta dois grandes desafios: a complexidade de monitorar múltiplas ameaças simultaneamente e o controle rigoroso dos custos para garantir a rentabilidade da safra. Saber exatamente quando e onde aplicar defensivos é a chave para não desperdiçar insumos e proteger o potencial produtivo da lavoura.
É aqui que a tecnologia se torna uma aliada estratégica.
Ferramentas de gestão agrícola, como o Aegro, centralizam as informações do campo, permitindo que você registre os pontos de monitoramento de forma georreferenciada pelo celular. Isso cria um histórico detalhado da pressão de cada praga, safra após safra, facilitando a tomada de decisão com base em dados concretos e não apenas em suposições.
Ao otimizar o planejamento das aplicações, você garante que cada pulverização seja feita no momento certo, maximizando a eficiência e reduzindo os custos operacionais. Que tal transformar o monitoramento de pragas em uma vantagem estratégica para sua fazenda?
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Perguntas Frequentes
Qual é o primeiro passo para implementar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) na minha lavoura de soja?
O primeiro e mais crucial passo é iniciar o monitoramento constante da lavoura. Utilizando técnicas como o pano de batida, você identifica quais pragas estão presentes e em que quantidade. Essa amostragem periódica é a base do MIP, pois permite tomar decisões de controle baseadas em dados concretos, aplicando defensivos apenas quando o ’nível de ação’ é atingido.
Por que é tão importante criar áreas de refúgio ao plantar soja com tecnologia Bt?
As áreas de refúgio, plantadas com soja convencional (não-Bt), são essenciais para o manejo da resistência das pragas. Elas permitem que lagartas suscetíveis à tecnologia Bt sobrevivam e se reproduzam com as poucas resistentes que possam surgir na área Bt. Isso dilui a característica de resistência na população, garantindo que a tecnologia continue eficaz por mais tempo.
Qual a principal diferença entre os danos causados por lagartas desfolhadoras e por percevejos na soja?
A principal diferença está na parte da planta que atacam. Lagartas desfolhadoras, como a lagarta-da-soja e a falsa-medideira, consomem as folhas, reduzindo a capacidade de fotossíntese da planta. Já os percevejos são insetos sugadores que atacam diretamente as vagens e os grãos, causando abortamento, deformação e perda de peso, impactando diretamente a qualidade e o rendimento final da colheita.
O que significa ’nível de ação’ no controle de pragas e por que devo esperar para aplicar o inseticida?
O ’nível de ação’ é a densidade populacional de uma praga que, se atingida, justifica a aplicação de uma medida de controle para evitar prejuízos econômicos. Esperar para aplicar o defensivo até esse nível ser alcançado é fundamental para reduzir custos, evitar aplicações desnecessárias e, principalmente, preservar os inimigos naturais presentes na lavoura, que ajudam a controlar as pragas de forma biológica.
Como o clima influencia a infestação de pragas como a mosca-branca e a lagarta-elasmo?
O clima tem um impacto direto. Períodos de seca e altas temperaturas favorecem a multiplicação da mosca-branca e intensificam os danos da lagarta-elasmo, que ataca o colo das plantas em solo seco. Por outro lado, chuvas bem distribuídas no início do ciclo podem ajudar no controle natural da lagarta-elasmo.
É possível controlar o percevejo-castanho depois que a lavoura de soja já está estabelecida?
O controle do percevejo-castanho é muito difícil após o estabelecimento da cultura, pois ele é uma praga de hábito subterrâneo que ataca as raízes. Por isso, o manejo deve ser preventivo, incluindo o monitoramento do solo antes do plantio, a rotação de culturas e, em áreas com histórico de alta infestação, a aplicação de inseticidas no sulco de plantio ou via tratamento de sementes.
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