Pragas Agrícolas: Guia Completo das 8 Mais Perigosas e Como Controlá-las

Engenheira agrônoma, mestre e especialista em agronegócio. Coordenadora de marketing na Aegro.
Pragas Agrícolas: Guia Completo das 8 Mais Perigosas e Como Controlá-las

As pragas agrícolas são organismos que se alimentam das lavouras, causando perdas diretas na qualidade e na produtividade. Devido à sua grande extensão territorial e diversidade de climas, o Brasil é um ambiente favorável para o desenvolvimento de inúmeras espécies que ameaçam o campo.

Saber identificar as principais pragas e entender as melhores formas de controle é fundamental para tomar as decisões corretas e proteger o resultado da sua safra.

Neste guia completo, vamos detalhar as pragas mais perigosas para as lavouras brasileiras e apresentar todas as formas de manejo disponíveis para combatê-las.

O que exatamente define uma praga agrícola?

Embora muitos insetos possam danificar as plantas, eles só são considerados pragas agrícolas quando sua população cresce a ponto de causar prejuízos econômicos significativos na área plantada.

Esses organismos reduzem a produtividade e a qualidade da colheita ao se alimentarem das culturas. Além disso, muitas pragas também atuam como vetores, transmitindo doenças que podem comprometer ainda mais a lavoura.

Em sistemas de cultivo com boa diversidade biológica, ou seja, com várias espécies de plantas e animais, as populações de organismos tendem a se manter em equilíbrio.

No entanto, em grandes áreas de monocultura, onde apenas uma cultura é plantada, a diversidade de organismos diminui drasticamente. Com isso, alguns insetos perdem seus predadores, conhecidos como inimigos naturais, e suas populações explodem, transformando-os em pragas que geram grandes prejuízos.

Quando um inseto se torna uma praga?

Um inseto é classificado como praga agrícola no momento em que sua população atinge um nível que causa dano econômico à cultura. Vários fatores contribuem para que isso aconteça:

  • Falta de Biodiversidade: Como mencionado, a ausência de inimigos naturais em grandes monoculturas é a principal causa.
  • Manejo do Solo: No sistema de cultivo comum, com uma cultura de verão e outra de inverno, os restos vegetais da safra principal (como a soja) nem sempre se decompõem totalmente. Esses restos servem de abrigo e alimento, permitindo que as pragas sobrevivam na área até a próxima safra. Quando a nova cultura hospedeira é plantada, a população da praga aumenta rapidamente.
  • Condições Climáticas: Fatores como temperatura e umidade também influenciam. Períodos secos, por exemplo, favorecem a proliferação de ácaros e pulgões. Já períodos quentes e úmidos podem acelerar o ciclo de vida de muitos insetos, aumentando sua taxa de reprodução, além de criar um ambiente ideal para certas doenças de plantas.

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Principais pragas agrícolas e como combatê-las

O impacto de uma praga depende muito da cultura que ela ataca, mas algumas espécies são tão agressivas que causam danos em diversas lavouras. Abaixo, listamos os principais insetos-praga e as melhores estratégias para controlá-los:

Vamos analisar cada uma em detalhes, incluindo os danos específicos e as formas de controle mais recomendadas.

1. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

Se você cultiva milho, certamente conhece a lagarta-do-cartucho, uma das pragas mais devastadoras para essa cultura. No entanto, ela também ataca diversas outras plantas hospedeiras, como:

Danos causados pela lagarta-do-cartucho

A lagarta-do-cartucho pode reduzir drasticamente a produção. Ela ataca qualquer parte da planta, mas seu alvo preferido é o cartucho do milho, a parte central onde as folhas novas se desenvolvem.

As larvas atacam as plantas em qualquer estágio de desenvolvimento. Além disso, os excrementos deixados pela lagarta adulta criam um ambiente propício para a entrada de patógenos. Em plantas com 8 a 10 folhas, a lagarta pode cortar a base, causando o perfilhamento da cultura e, em casos graves, a morte da planta.

close-up detalhado de uma lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), uma das pragas mais significativas e S. frugiperda apresenta a marca de um “Y” invertido em sua cabeça (Fonte: Kansas State University)

Como controlar a lagarta-do-cartucho

A estratégia mais recomendada é o MIP (Manejo Integrado de Pragas), que combina diferentes métodos de controle.

  • Rotação de culturas: Analise com cuidado quais culturas reduzem a sobrevivência da praga, pois a lagarta se alimenta de muitas plantas usadas na rotação.
  • Variedades resistentes: Utilize variedades geneticamente modificadas (Bt) ou mais tolerantes, sempre implementando uma área de refúgio para evitar a seleção de insetos resistentes.
  • Controle biológico e químico: É crucial rotacionar os mecanismos de ação dos inseticidas para prevenir o surgimento de populações resistentes. Evite usar inseticidas à base de Bt em cultivares que já possuem a tecnologia Bt, como o milho, para não acelerar a resistência.

2. Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo-marrom é uma das principais pragas da soja e está presente em quase todas as regiões produtoras do país.

Já existem populações (fenótipos) desta praga que são resistentes a inseticidas com ingredientes ativos organofosforados ou ciclodienos (endossulfan). Esses casos de resistência são mais comuns em áreas com histórico de aplicações repetidas dos mesmos produtos. Além da soja, o percevejo-marrom também ataca algodão e pastagens.

Danos causados pelo percevejo-marrom

O principal dano é a formação de grãos chochos, pois o percevejo ataca diretamente as vagens da soja para se alimentar. Além disso, ele também pode atuar como vetor, transmitindo doenças causadas por fungos para a planta.

uma fotografia macro de um percevejo-marrom (provavelmente da espécie Euschistus heros), uma praga agrícola si (Fonte: Embrapa e Irac)

Como controlar o percevejo-marrom

Para evitar o desenvolvimento de resistência, é fundamental variar os produtos utilizados:

  • Rote os ingredientes ativos: Ao fazer aplicações para controlar lagartas, use produtos com modo de ação diferente dos inseticidas usados para percevejos.
  • Monitore a infestação: Realize o monitoramento constante da lavoura e aplique defensivos apenas nas áreas onde a população da praga atingir o nível de ação. O uso de mapas de danos digitais facilita esse controle localizado.
  • Planeje a rotação de culturas: Escolha plantas para a rotação que não sejam hospedeiras do percevejo, ajudando a quebrar seu ciclo de vida.

3. Lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera)

A Helicoverpa armigera é uma praga polífaga, ou seja, se alimenta de uma grande variedade de culturas, incluindo feijão, soja, milho, algodão, café e citros.

Esta imagem é uma composição de quatro fotografias macro que exibem a lagarta-falsa-medideira (provavelmente *Chrysodeixis in (Fonte: Foto André Shimohiro em Embrapa)

Danos causados pela Lagarta Helicoverpa

Esta lagarta pode causar uma redução drástica na produção, atacando a lavoura desde seus estágios iniciais. Ela se alimenta de todas as partes da planta (folhas, flores, frutos e vagens), o que pode levar ao apodrecimento e à queda dessas estruturas.

Como controlar a Lagarta Helicoverpa

No Brasil, já foram identificados casos de resistência desta praga a inseticidas do grupo dos piretroides. Portanto, o manejo deve ser integrado e estratégico:

  • Use plantas resistentes (Bt): Sempre combine o uso de tecnologia Bt com áreas de refúgio.
  • Adote o Vazio Sanitário: Respeite o período sem plantas vivas na lavoura, conhecido como vazio sanitário.
  • Pratique a rotação de culturas e o manejo de inimigos naturais.
  • Controle químico consciente: Ao usar o controle químico, rotacione os mecanismos de ação. Evite inseticidas fosforados e piretroides no início do ciclo, pois eles são tóxicos para os inimigos naturais e podem desequilibrar o ambiente.

4. Corós

Os corós são larvas de besouros e representam uma importante praga de solo. Tanto a fase larval quanto a adulta podem causar danos significativos às culturas.

No Brasil, os gêneros de maior ocorrência são:

  • Phyllophaga: Causa danos principalmente no milho safrinha e na soja na região Centro-Oeste.
  • Diloboderus: Mais comum na região Sul, atacando principalmente cereais de inverno no Rio Grande do Sul.
  • Liogenys: Ocorre principalmente no Centro-Oeste (MT, MS e GO), causando prejuízos em lavouras de soja e milho.

Danos causados por Corós

Os corós se alimentam das raízes das plantas, o que reduz o rendimento das culturas e pode comprometer o estande inicial. Em casos severos, pode ser necessário realizar o replantio. Na fase adulta, os besouros se alimentam das folhas e de outras partes aéreas das plantas.

Como controlar os corós

O sistema de plantio direto, por não revolver o solo, pode favorecer a sobrevivência dos corós. O manejo deve incluir múltiplas táticas:

  • Rotação de culturas: Utilize plantas não hospedeiras. Algumas espécies de crotalária, por exemplo, têm ação tóxica contra os corós.
  • Tratamento de sementes: O tratamento de sementes com inseticidas é uma medida complementar, mas perde eficácia quando as larvas já estão maiores.
  • Controle localizado: Como os corós não se distribuem de forma uniforme, aplique o controle químico apenas nos focos de infestação.
  • Manejo do plantio: Semeie primeiro as áreas com histórico de corós. Isso permite que as plantas desenvolvam seu sistema radicular antes que as larvas atinjam um estágio mais agressivo.
  • Fortalecimento da cultura: Medidas como adubação equilibrada e correção do solo ajudam as plantas a se desenvolverem mais rápido e a tolerarem melhor o ataque.

close-up detalhado de uma larva de besouro, popularmente conhecida como coró, sobre um solo escuro e granul

5. Mosca-branca (Aleyrodidae)

A mosca-branca é um inseto sugador que se alimenta da seiva da planta, prejudicando seu desenvolvimento e reduzindo a produtividade. Com seu corpo amarelo-pálido e asas brancas, é fácil de identificar na lavoura. Seu ciclo de vida dura de 38 a 74 dias, e uma única fêmea pode colocar de 100 a 300 ovos.

Suas principais culturas hospedeiras incluem feijão, soja e algodão, além de plantas daninhas que permitem sua sobrevivência na entressafra.

Danos na cultura

  • Danos diretos: Causam descoloração ou manchas nas folhas.
  • Danos indiretos: Atuam como vetores de viroses e outras doenças.
  • Outros problemas: Podem causar alterações no desenvolvimento da planta, prateamento das folhas, branqueamento do caule e queda precoce de folhas.

Como controlar a mosca-branca

O MIP é essencial. Monitore a população com armadilhas amarelas adesivas, que atraem os adultos.

  • Controle Químico: Inseticidas do grupo químico dos tetranortriterpenóides são recomendados.
  • Controle Biológico: Os fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Isaria fumosorosea são eficazes.
  • Controle Genético: O uso de cultivares resistentes é uma ótima alternativa.
  • Atenção à Resistência: Se o controle com inseticidas for ineficiente, investigue a raça ou biótipo presente na área, pois algumas são resistentes a diversos produtos químicos.

Esta imagem macro exibe uma infestação severa de mosca-branca (Bemisia tabaci) em uma folha de planta. Vários insetos adultos

6. Pulgões (afídeos)

Os pulgões atacam uma vasta gama de plantas, incluindo soja e cereais de inverno. Existem mais de 1.500 espécies, com colorações que variam entre amarelo, branco, preto, vermelho e verde.

Eles são favorecidos por anos de clima seco e quente, causando grandes problemas especialmente na cultura do trigo na região Sul, onde disseminam viroses. Geralmente são encontrados na face inferior das folhas e em tecidos novos da planta.

Esta imagem é um díptico que exibe uma infestação de pulgões em uma planta com riqueza de detalhes. No painel esquerdo, vemos Pulgão da espécie Aphis gossypii (Fonte: Guimarães e colaboradores, 2013; Constanza e colaboradores, 2018)

Danos causados por pulgões

Os pulgões podem atacar raízes, caules, folhas e espigas. Por serem sugadores, causam amarelecimento e encarquilhamento das folhas (folhas retorcidas que servem de abrigo). Eles também disseminam viroses e excretam uma substância açucarada que favorece o desenvolvimento do fungo fuligina (fumagina).

Como controlar os pulgões

  • Manejo Cultural: Elimine restos culturais e plantas daninhas hospedeiras. Faça rotação com culturas não hospedeiras.
  • Nutrição: Controle a adubação nitrogenada, pois excesso de nitrogênio torna as plantas mais atrativas para os pulgões.
  • Monitoramento: Use armadilhas adesivas amarelas.
  • Controle Químico: Utilize produtos sistêmicos e seletivos aos inimigos naturais. Uma boa regulagem do pulverizador é crucial, pois os pulgões ficam na parte de baixo das folhas.
  • Controle Biológico e Genético: Use inimigos naturais específicos para a espécie de pulgão e, se disponível, cultivares resistentes.

uma visão macro da parte inferior de uma folha de planta, provavelmente de soja, infestada por pulgões. No cen

7. Larva minadora (Liriomyza huidobrensis)

A larva minadora é a fase larval de uma pequena mosca amarela e preta do gênero Liriomyza. A fêmea deposita seus ovos no interior das folhas. Ao eclodirem, as larvas se alimentam do tecido foliar, criando galerias ou “minas”.

A fase de pupa ocorre no solo ou nas folhas, o que dificulta o controle. O ciclo de vida é curto, durando aproximadamente 17 dias.

Danos causados pela larva minadora

O principal dano é a construção de galerias nas folhas, o que reduz a área fotossintética da planta. Além disso, as picadas de alimentação da fêmea e as minas podem servir como porta de entrada para patógenos.

Como controlar a larva minadora

O uso excessivo de inseticidas não seletivos agravou o problema da larva minadora. O monitoramento pode ser feito com armadilhas adesivas amarelas.

  • Controle Químico: É a principal forma de controle. O ideal é usar produtos com ação translaminar, capazes de penetrar na folha e atingir as larvas. Os mais comuns contêm abamectina e ciromazina.
  • Práticas Culturais: Elimine restos culturais e plantas hospedeiras alternativas (daninhas) e faça rotação de culturas.

close-up detalhado de uma folha verde, que apresenta danos característicos causados por larvas minadoras. N

8. Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)

O ácaro-rajado é uma das pragas mais importantes entre os ácaros, atacando inúmeras culturas. Ele é identificado por manchas escuras nas laterais do corpo.

Danos causados pelo ácaro-rajado

Os danos são visíveis na face inferior das folhas e são resultado da sua alimentação, que remove a clorofila e a seiva. Isso causa manchas esbranquiçadas e, com o tempo, o amarelecimento e a queda das folhas, reduzindo a produção. Também é comum observar a presença de teias finas e desordenadas no verso das folhas.

Como controlar o ácaro-rajado

O controle é feito principalmente com acaricidas. É fundamental usar apenas produtos registrados para a cultura em questão no Agrofit.

  • Para algodão: Existem 89 produtos registrados.
  • Para soja: São 39 opções, incluindo produtos à base de abamectina, flupiradifurona, óleo vegetal, piridabem, propargito, entre outros.

composição de seis micrografias, identificadas de ‘a’ a ‘f’, que ilustram detalhadamente as diferentes fases d (Fonte: Oliveira e colaboradores, 2016)

Estratégias Integradas de Manejo de Pragas

Para um controle realmente eficaz, é preciso ir além de uma única solução. Estratégias como o MIP (Manejo Integrado de Pragas) e o MID (Manejo Integrado de Doenças).


Glossário

  • Área de refúgio: Uma porção da lavoura plantada com uma variedade não-Bt (não geneticamente modificada) ao lado da cultura Bt. Essa prática ajuda a retardar o desenvolvimento de resistência da praga à tecnologia Bt, garantindo sua eficácia por mais tempo.

  • Dano econômico: O nível de prejuízo causado por uma praga que justifica os custos de uma medida de controle. É o ponto em que o custo do dano causado pela praga se torna maior do que o custo de aplicar um defensivo ou outra tática de manejo.

  • Fungos entomopatogênicos: Microrganismos que causam doenças em insetos, sendo utilizados como agentes de controle biológico. O artigo cita o Beauveria bassiana como um exemplo eficaz contra a mosca-branca.

  • Inimigos naturais: Organismos que predam, parasitam ou causam doenças em pragas agrícolas, ajudando a controlar suas populações de forma natural. A ausência desses organismos em monoculturas é um dos principais fatores que levam ao aumento descontrolado de pragas.

  • MIP (Manejo Integrado de Pragas): Estratégia que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, genético e químico) de forma equilibrada e sustentável. O objetivo é manter as pragas abaixo do nível de dano econômico, minimizando o uso de defensivos e os impactos ambientais.

  • Piretroides: Uma classe de inseticidas químicos sintéticos amplamente utilizada na agricultura. O artigo alerta para casos de resistência da lagarta Helicoverpa armigera a produtos deste grupo, reforçando a necessidade de rotacionar os mecanismos de ação.

  • Polífaga: Característica de uma praga que consegue se alimentar de uma grande variedade de plantas hospedeiras. A lagarta Helicoverpa armigera é um exemplo citado, pois ataca diversas culturas como soja, milho, algodão e feijão, o que dificulta seu controle.

  • Vazio sanitário: Período determinado em que é proibido manter plantas vivas de uma cultura específica (como a soja) na área de cultivo. Essa prática visa interromper o ciclo de vida de pragas e doenças, reduzindo sua população antes do início da nova safra.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

Gerenciar as diversas pragas agrícolas detalhadas neste guia exige um planejamento cuidadoso e um controle de custos rigoroso. Do monitoramento constante à aplicação correta de defensivos, cada etapa impacta diretamente a produtividade e o financeiro da fazenda, e o grande desafio é conectar todas essas informações para tomar as melhores decisões.

É aqui que a tecnologia se torna uma grande aliada. Um software de gestão agrícola como o Aegro permite registrar os monitoramentos de pragas direto do campo, pelo celular, facilitando o planejamento e o acompanhamento das aplicações em tempo real. Além de organizar o histórico de cada talhão para um manejo mais eficiente, o sistema também atualiza automaticamente o controle de estoque de insumos. O diferencial é que cada operação é vinculada ao financeiro, permitindo analisar com precisão o custo do manejo e garantir que a proteção da lavoura não comprometa sua margem de lucro.

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Perguntas Frequentes

Qual a diferença fundamental entre um inseto comum na lavoura e uma praga agrícola?

Um inseto é classificado como praga agrícola apenas quando sua população atinge um nível que causa dano econômico significativo, ou seja, quando o prejuízo na produção justifica o custo de uma medida de controle. Muitos insetos vivem na lavoura sem atingir esse patamar, coexistindo de forma equilibrada no ecossistema.

Por que a monocultura aumenta tanto o risco de infestação por pragas?

A monocultura reduz drasticamente a biodiversidade, eliminando os predadores e parasitas (inimigos naturais) que controlariam as populações de insetos. Com uma fonte abundante e contínua de alimento e sem predadores, a população de um inseto específico pode explodir, transformando-o rapidamente em uma praga.

O que é o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e por que é a estratégia mais recomendada?

O MIP é uma abordagem que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, químico e uso de variedades resistentes) de forma equilibrada. Ele é a estratégia mais recomendada porque busca manter as pragas abaixo do nível de dano econômico de maneira sustentável, reduzindo a dependência de defensivos e evitando o surgimento de resistência.

O que significa quando uma praga como a Helicoverpa desenvolve resistência a inseticidas?

A resistência ocorre quando aplicações repetidas do mesmo defensivo eliminam os insetos suscetíveis, mas permitem que indivíduos naturalmente resistentes sobrevivam e se reproduzam. Com o tempo, a população inteira se torna resistente àquele produto, tornando-o ineficaz. Por isso, a rotação de mecanismos de ação dos inseticidas é crucial.

Qual a importância da ‘área de refúgio’ ao utilizar culturas Bt (geneticamente modificadas)?

A área de refúgio é uma porção da lavoura plantada com uma variedade não-Bt. Sua função é permitir que pragas suscetíveis à tecnologia Bt sobrevivam e se acasalem com as raras pragas resistentes que surgem na área Bt. Isso dilui a característica da resistência, garantindo que a tecnologia continue eficaz por mais tempo.

Como as condições climáticas podem agravar um problema com pulgões ou ácaros?

As condições climáticas influenciam diretamente o ciclo de vida das pragas. Períodos de seca e calor, por exemplo, favorecem a rápida proliferação de ácaros e pulgões. Por outro lado, clima quente e úmido pode acelerar a reprodução de outras pragas, tornando o monitoramento ainda mais importante nessas condições.

Além dos inseticidas, que práticas culturais ajudam a controlar pragas de solo como os corós?

Para pragas de solo como os corós, práticas culturais são essenciais. A rotação de culturas com plantas não hospedeiras (como a crotalária) quebra o ciclo de vida da praga. Além disso, o tratamento de sementes, o manejo do plantio para fortalecer o sistema radicular inicial e a boa adubação ajudam a planta a tolerar melhor os ataques.

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  • Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas: Este artigo é o complemento fundamental, pois aprofunda o conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), que é a estratégia central recomendada em todo o artigo principal. Ele explica a filosofia por trás do MIP, detalhando os Níveis de Controle (NC) e Dano Econômico (NDE), que são apenas mencionados no guia. Assim, ele fornece a base teórica essencial para que o leitor entenda por que as táticas específicas para cada praga funcionam.
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  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda): como livrar sua lavoura dessa praga: Sendo a Lagarta-do-cartucho a primeira e uma das mais importantes pragas do guia, este artigo é um aprofundamento essencial. Seu valor diferencial está no guia de identificação visual extremamente detalhado (o ‘Y’ invertido na cabeça e o quadrado de pontos no corpo), informações práticas e cruciais que o artigo principal não fornece. Essa precisão na identificação é o primeiro passo para um controle eficaz e o torna superior a outros artigos sobre a mesma praga.
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  • Percevejos: você conhece tudo sobre esses insetos?: Enquanto o artigo principal foca no Percevejo-marrom, este candidato aborda a realidade do campo, que é o ataque do ‘complexo de percevejos’. Seu grande valor é ensinar a identificar e diferenciar as principais espécies (marrom, verde, barriga-verde), que frequentemente coexistem na lavoura. Essa visão abrangente é muito mais prática e eficaz para o manejo do que focar em apenas uma das espécies.