As plantas daninhas são uma dor de cabeça constante no cafezal. Elas disputam recursos essenciais como água, luz solar e nutrientes diretamente com os seus pés de café, resultando em prejuízos significativos para o crescimento e a produtividade da lavoura.
É praticamente impossível não encontrar espécies invasoras no meio do café, e o controle delas é uma tarefa obrigatória para garantir uma boa safra. Ficar atento à presença de plantas daninhas de difícil controle é o primeiro passo para agir rápido e usar os métodos mais eficientes para contê-las.
Neste artigo, vamos detalhar os diferentes métodos de manejo para as principais plantas daninhas que afetam os cafezais. Confira o guia completo e proteja sua produção!
As principais plantas daninhas do café
1. Picão-preto (Bidens pilosa)
O picão-preto é uma planta daninha de folha larga muito comum nos cafezais de todo o Brasil. Sua presença tem preocupado cada vez mais os cafeicultores, principalmente após a descoberta de biótipos com resistência ao glifosato.
Esta espécie cresce rapidamente e se multiplica por sementes. Para se ter uma ideia, uma única planta pode produzir até 6 mil sementes por ciclo, o que a torna presente na lavoura durante o ano todo. A dispersão dessas sementes ocorre facilmente, seja por animais, máquinas, implementos ou até mesmo pelas roupas dos trabalhadores.
Sementes de picão-preto sendo dispersas pelo ser humano
(Fonte: Oficina de Ervas)
As sementes do picão-preto podem permanecer dormentes no solo por até 5 anos, esperando um período favorável para germinar. Além de competir diretamente com o cafeeiro por recursos, essa planta também serve como hospedeira para pragas e doenças.
O controle do picão-preto é especialmente crítico durante a fase de implantação da lavoura, pois o cafezal novo é muito mais sensível à competição. As maiores perdas de produtividade ocorrem entre outubro e abril, período que coincide com o florescimento do café. Portanto, é fundamental controlar essa daninha antes que essa época chegue.
Planta de Picão-preto florescendo
(Fonte: GoBotany)
Métodos de controle
O manejo biológico, como manter o solo sempre coberto com plantas de cobertura ou palhada, é um método de controle muito eficiente. Essa prática não apenas controla as plantas daninhas, mas também disponibiliza nutrientes, regula a temperatura do solo e reduz a perda de água por evaporação.
Você pode utilizar recursos da própria fazenda, como:
- Restos vegetais da poda e da desbrota do café;
- Palha gerada no processo de beneficiamento dos grãos.
O uso de mucuna-preta ou mucuna-cinza como cobertura viva nas entrelinhas do café também é uma ótima estratégia, pois essas plantas inibem o crescimento do picão-preto.
Outra alternativa é o controle químico, que utiliza herbicidas aplicados em pré ou pós-emergência.
Para entender melhor:
- Pré-emergência: significa que o herbicida é aplicado antes que a semente da planta daninha germine.
- Pós-emergência: quer dizer que a aplicação é feita depois que a planta daninha já nasceu.
No cafezal jovem, recomenda-se a pulverização direcionada de herbicidas de pré-emergência em solo limpo ou com baixa cobertura de daninhas. Algumas recomendações de produtos (produto comercial por hectare):
Goal BR
: 5 a 6 L p.c./haAlaclor
: 5 a 7 L p.c./haAmetrina 800
: 1,5 a 2,5 kg p.c./haAmetrina 250 + Simazina 250
: 5 a 8 L p.c./haFlumyzin 500
: 150-180 ml p.c./ha
Na aplicação de pós-emergência, o cuidado deve ser redobrado para evitar a deriva e a fitotoxicidade nos cafeeiros. Dê preferência a herbicidas seletivos. Recomendações:
Goal BR
: 6 L p.c./haAmetrina 800
: até duas folhas - 1,5 kg p.c./ha; mais de 2 folhas - 2,5 kg p.c./haAmetrina 250 + Simazina 250
: 5 a 8 L p.c./haFlumyizin 500
: 50 ml p.c./ha
2. Capim-amargoso (Digitaria insularis)
O capim-amargoso é uma planta de folha estreita e ciclo perene, ou seja, vive por vários anos. Ela forma touceiras que podem atingir de 50 cm a 100 cm de altura.
Seu controle é difícil porque, além de se reproduzir por sementes que são espalhadas pelo vento, ela também se multiplica por rizomas.
O que são rizomas? São caules subterrâneos que permitem à planta se espalhar e rebrotar, mesmo que a parte de cima seja cortada ou roçada.
Capim-amargoso na entrelinha do cafezal
(Fonte: Café Point)
Métodos de controle
Antes de recorrer à química, invista no controle não químico (físico). A cobertura do solo com palha e plantas de cobertura retarda a germinação das invasoras. Essa prática também melhora os teores de matéria orgânica, o que ajuda o solo a reter mais água e a enfrentar períodos de seca.
O controle químico do capim-amargoso é feito em pós-emergência da planta daninha. O manejo mais eficaz utiliza herbicidas seletivos do grupo dos inibidores de ACCAse.
O que são inibidores de ACCAse? São herbicidas que atacam uma enzima (
ACCase
) vital para o crescimento de gramíneas, como o capim-amargoso, mas que não está presente no cafeeiro, tornando-os seguros para a cultura.
Produtos recomendados desse grupo:
Cletodim 240
: 0,45 L p.c./haVerdict Max 540
: 0,2 a 0,4 L p.c./haKennox
: 0,5 a 0,7 L p.c./haPoquer 240
: 0,45 L p.c./ha
Para potencializar o efeito, realize a aplicação combinada com glifosato + óleo.
Se houver plantas já florescidas, o ideal é primeiro passar a roçadeira (capina mecânica) e, depois, aguardar a rebrota para que haja área foliar suficiente para a absorção do herbicida.
3. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
O capim-pé-de-galinha é uma planta de ciclo anual que se desenvolve bem em épocas quentes e em solos compactados. Seus colmos podem crescer de forma ereta, atingindo até 50 cm de altura, ou prostrados ao chão, de forma ramificada.
A reprodução é exclusivamente via sementes, mas sua produção é altíssima: mais de 120 mil sementes por planta.
Estruturas reprodutivas do capim-pé-de-galinha
(Fonte: Syngenta)
O vento transporta facilmente essas sementes para próximo da linha do café. Uma alta infestação causa grandes prejuízos, especialmente em áreas de cafezal novo. Além da competição por recursos, essa daninha também hospeda patógenos, tornando a lavoura mais vulnerável a doenças.
Um grande desafio é sua resistência a herbicidas comuns. Já foram identificadas populações resistentes a oito mecanismos de ação diferentes.
Métodos de controle
A melhor abordagem é combinar tecnologia e manejo integrado, utilizando controle biológico, físico e químico. É fundamental fazer a rotação de mecanismos de ação dos herbicidas para evitar o aumento da resistência.
Não permita que as plantas floresçam e produzam sementes. Essa é a regra de ouro para reduzir drasticamente a população da invasora. Faça o controle de plantas jovens na entressafra e o controle químico no preparo para a colheita.
Em pós-emergência, a combinação de inibidores de ACCAse com glifosato proporciona um bom controle. Alguns produtos recomendados:
- Inibidores de ACCAse:
- AUG 126
- Fluazifop
- Haloxyfop
- Inibidores de Protox:
Galigan 240
: 3 L p.c./haGoal BR
: 2 L p.c./ha
Dica importante: realize a pulverização quando as plantas ainda estiverem pequenas, com no máximo 1 perfilho. As chances de sucesso são muito maiores!
4. Buva (Conyza spp.)
A buva é uma planta anual que se reproduz por sementes. Sua capacidade de produzir até 200.000 sementes por planta em um único ciclo a transforma em uma das maiores vilãs da produção agrícola.
O grande problema é que a buva é resistente ao glifosato, o que dificulta muito seu manejo. O controle precisa ser feito quando a planta ainda é nova e pequena.
Planta de Buva no cafezal
(Fonte: CaféPoint)
Métodos de controle
A primeira opção deve ser sempre o controle cultural, como a cobertura do solo nas entrelinhas do cafeeiro com braquiária. Esta técnica é um pilar do manejo integrado, pois reduz a necessidade de aplicar herbicidas em área total, limitando as aplicações apenas a focos específicos na linha de plantio.
Fique atento ao aparecimento da buva na linha do café. Se a infestação for baixa, use o controle físico, arrancando manualmente as plantas que encontrar.
A aplicação de produtos químicos pode ser feita por pulverização direcionada com herbicidas inibidores de protox. Dependendo do nível de infestação, a aplicação sequencial (duas aplicações com intervalo) pode ser uma boa opção.
Ingredientes ativos recomendados:
- Oxyfluorfen (
Galigan 240EC
,Goal BR 240EC
) - Carfentrazona etílica (
Aurora 400EC
) - Saflufenacil (
Heat 700WG
)
Para que o controle químico seja eficiente, as plantas de buva devem estar com menos de 25 cm de altura.
5. Caruru (Amaranthus spp.)
Existem diversas espécies de caruru que podem infestar o cafezal, sendo uma planta daninha comum em várias culturas agrícolas. Além de competir por recursos, o caruru é hospedeiro do nematoide Meloidogyne e do vírus do mosaico do tabaco.
É uma planta de ciclo anual, com altura que varia de 20 cm a 2 metros, e produz inflorescências verdes ou arroxeadas. Sua capacidade de produção de sementes é impressionante, podendo passar de 100.000 por ciclo.
Espécie de Caruru
(Fonte: Mais Soja)
Métodos de controle
O caruru é de difícil controle devido à sua resistência a múltiplos herbicidas. Existe uma longa lista de biótipos com resistência simples e múltipla a diferentes produtos. Para plantas tão resistentes, o manejo integrado se torna ainda mais crucial.
Monitore o cafezal constantemente. Ao perceber o desenvolvimento de caruru, utilize o controle físico (arranquio). O mais importante é não deixar o caruru produzir sementes.
Mantenha o solo das entrelinhas coberto com palha, restos de beneficiamento ou cobertura verde (como a braquiária).
Quando o controle químico for necessário, faça a aplicação em pós-emergência em plantas pequenas, com jato dirigido na linha. O ingrediente ativo Saflufenacil (Heat 700WG
) é eficaz em plantas com até 5 cm ou em manejo sequencial para controlar a rebrota de plantas maiores.
6. Tiririca (Cyperus rotundus)
A tiririca é uma daninha perene e muito agressiva, com altura entre 10 a 60 cm. Ela se reproduz principalmente por tubérculos (pequenas batatinhas subterrâneas), e um único tubérculo pode originar várias plantas.
É justamente por esse tipo de reprodução que ela é considerada uma das daninhas de mais difícil controle na agricultura.
Tiririca na linha de plantio de cafezal novo
(Fonte: Rehagro)
Métodos de controle
A prevenção é a melhor forma de combate. Não permita que a tiririca se estabeleça em sua lavoura. Dê atenção especial ao cafezal jovem, pois a tiririca consome muita água e nutrientes, competindo fortemente com as mudas. Além disso, ela tolera bem altas temperaturas, o que pode prejudicar o estabelecimento do café novo em épocas mais quentes.
O manejo integrado, com monitoramento e uso de controles físico e mecânico, é a melhor estratégia. Se você notar uma infestação antes de implantar o cafezal, considere um bom preparo do solo. A aração e gradagem expõem os tubérculos ao sol e induzem a brotação, tornando-os mais vulneráveis.
Quando combinado ao controle químico, o preparo do solo é muito eficiente para reduzir a população da tiririca. No controle químico, a pulverização sequencial é recomendada para evitar a seleção de plantas resistentes. Lembre-se sempre de rotacionar os herbicidas!
Aplique com jato dirigido os herbicidas glifosato e Diurom (Diuron Nortox 800WP
). Ingredientes ativos dos grupos químicos halosulfuron, imazapic, imazapir e triclopir também são utilizados com sucesso.
7. Corda-de-viola (Ipomoea spp.)
A corda-de-viola é uma planta trepadeira com flores vistosas, que se reproduz por sementes. Ela pode atingir até 3 metros de comprimento e se enrola completamente sobre os pés de café.
Essa situação é grave, pois a corda-de-viola causa sombreamento, impede a fotossíntese do cafeeiro e atrapalha operações essenciais como a colheita e as pulverizações.
Corda-de-viola cobrindo cafezal
(Fonte: Café Point)
Métodos de controle
A melhor estratégia é iniciar o controle no início do período das chuvas, quando as plantas ainda são pequenas. Pulverize herbicidas adequados, como glifosato ou produtos à base de 2,4-D. Uma aplicação sequencial (com intervalo de 3 semanas) pode ser necessária.
Os herbicidas carfentrazina (Aurora 400EC
), metsulfurom (Ally 600WG
) e dicarboxamida (Flumizyn 500SC
) também apresentam bons resultados.
Para as plantas que escapam do controle químico, use o controle físico, arrancando-as manualmente antes que produzam sementes.
Atenção: Se as plantas já estiverem cobrindo os cafeeiros, faça apenas o arranquio cuidadoso. Não puxe as plantas de uma vez, pois isso pode causar a queda de frutos de café.
Corda-de-viola seca após arranquio manual sobre o café
(Fonte: Café Point)
8. Capim braquiária (Brachiaria spp.)
O capim braquiária é uma gramínea muito comum nos cafezais. Inclusive, a cobertura do solo com braquiária nas entrelinhas é uma prática recomendada para suprimir o aparecimento de outras daninhas.
O problema surge quando ela é mal manejada e cresce muito próxima das plantas de café, causando competição e interferindo no desenvolvimento da lavoura. A recomendação é respeitar sempre uma distância mínima de 1 metro de cada lado da linha do cafeeiro.
Braquiária nas entrelinhas do cafeeiro
(Fonte: Café Point)
Métodos de controle
Leguminosas como Mucuna, Crotalária e Lablab reduzem o crescimento da braquiária e são boas opções para controlar a gramínea quando ela se torna um problema.
Faça roçadas regulares antes do florescimento para evitar que as sementes germinem sob a “saia” do cafeeiro.
Para o controle químico, os mesmos produtos recomendados para o capim-amargoso e o capim-pé-de-galinha também são eficazes contra a braquiária.
9. Poaia-branca (Richardia brasiliensis)
A poaia-branca é uma daninha anual de folha larga que se desenvolve a partir de sementes. Ela possui um grande vigor vegetativo, podendo cobrir todo o solo com uma densa massa de folhas e caules.
Isso gera uma forte competição por nutrientes e água, principalmente quando a poaia se desenvolve na linha de plantio do café. Em regiões quentes, ela pode ser encontrada durante todo o ano e também serve como hospedeira para pragas e doenças que afetam o cafeeiro.
Planta daninha Poaia-branca florescendo
(Fonte: WeedImages)
Métodos de controle
Os controles com cobertura viva (plantas de cobertura) ou morta (palhada) são
Glossário
Aplicação sequencial: Realização de duas ou mais pulverizações de herbicidas com um intervalo de tempo entre elas. Esta técnica é usada para controlar plantas daninhas em diferentes estágios de desenvolvimento ou para combater rebrotes, aumentando a eficácia do manejo.
Fitotoxicidade: Efeito tóxico que um produto químico, como um herbicida, pode causar à cultura principal. No cafezal, manifesta-se como amarelecimento das folhas, queima ou redução do crescimento do cafeeiro devido ao contato com o defensivo.
Inibidores de ACCAse: Grupo de herbicidas seletivos que agem bloqueando a enzima ACCase, essencial para o desenvolvimento de gramíneas (plantas de folha estreita). São eficazes contra invasoras como o capim-amargoso sem prejudicar o cafeeiro.
Mecanismo de ação: A forma específica como um herbicida age para matar ou inibir o crescimento de uma planta daninha (ex: bloqueando a fotossíntese). Rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação é fundamental para evitar o surgimento de plantas resistentes.
Pós-emergência: Refere-se à aplicação de herbicida após a germinação e o surgimento (emergência) das plantas daninhas no campo. O objetivo é controlar as invasoras que já estão visíveis e em crescimento ativo.
Pré-emergência: Refere-se à aplicação de herbicida diretamente no solo, antes que as sementes das plantas daninhas germinem. Este método cria uma barreira química que impede o estabelecimento inicial das invasoras.
Resistência a herbicidas: Capacidade natural e hereditária de uma planta daninha de sobreviver a uma aplicação de herbicida que, em condições normais, a mataria. O uso contínuo do mesmo produto, como o glifosato, pode selecionar populações resistentes na lavoura.
Rizomas: Caules subterrâneos que crescem horizontalmente e armazenam nutrientes, permitindo que a planta se espalhe e rebrote com vigor. Plantas como o capim-amargoso são difíceis de controlar por possuírem rizomas, que sobrevivem mesmo após a roçada da parte aérea.
Tubérculos: Estruturas de reserva subterrâneas, semelhantes a pequenas batatas, que dão origem a novas plantas. A tiririca se multiplica eficientemente por meio de tubérculos, o que torna seu controle extremamente difícil.
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
O controle eficaz de tantas plantas daninhas, cada uma com sua particularidade, exige um planejamento rigoroso e um controle de custos apurado. Registrar cada aplicação de herbicida, cada roçada e monitorar os resultados para garantir a rotação de ingredientes ativos pode se tornar um desafio complexo, especialmente em cadernos ou planilhas separadas.
Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza essas informações em um só lugar. Com ele, é possível planejar e registrar todas as atividades de manejo no campo, desde a aplicação de defensivos até a capina mecânica. Isso não só organiza a rotina, mas também permite um acompanhamento preciso dos custos de produção por talhão, ajudando a identificar quais estratégias de controle são mais eficientes e econômicas para o seu cafezal.
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Perguntas Frequentes
Qual é a principal razão para controlar as plantas daninhas no cafezal?
O controle é crucial porque as plantas daninhas competem diretamente com os pés de café por recursos vitais como água, luz e nutrientes, o que reduz a produtividade da lavoura. Além disso, muitas espécies de plantas daninhas servem como hospedeiras para pragas e doenças que podem atacar o cafezal, aumentando os riscos e os custos de manejo.
O que significa “resistência a herbicidas” e como posso evitar esse problema na minha lavoura de café?
Resistência a herbicidas é a capacidade de uma planta daninha, como a buva ou o picão-preto, de sobreviver a uma aplicação de herbicida que normalmente a mataria. Para evitar esse problema, a principal estratégia é a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, ou seja, evitar o uso repetido do mesmo produto. A combinação com métodos de controle físico e biológico também é fundamental.
Por que a tiririca e o capim-amargoso são considerados tão difíceis de controlar?
A dificuldade de controle dessas duas espécies está em suas estruturas de reprodução subterrâneas. O capim-amargoso se multiplica por rizomas (caules subterrâneos) e a tiririca por tubérculos (pequenas batatas), que permitem que elas rebrotem vigorosamente mesmo após a roçada ou a aplicação de herbicidas de contato na parte aérea.
Qual é o melhor momento para aplicar herbicidas nas plantas daninhas do café?
A maior eficácia do controle químico é alcançada quando as plantas daninhas ainda são jovens e pequenas, com poucos perfilhos. Controlar as invasoras antes que elas floresçam e produzam sementes é uma regra de ouro para reduzir a infestação nas safras seguintes. Adiar a aplicação para quando as plantas já estão grandes e estabelecidas diminui a eficiência do produto e aumenta os custos.
Além do controle químico, que outras práticas de manejo integrado são eficazes para as plantas daninhas do café?
O manejo integrado combina várias estratégias. Práticas como manter o solo coberto com palhada ou plantas de cobertura (braquiária, mucuna) são muito eficazes para suprimir a germinação de invasoras. Outros métodos importantes incluem o controle mecânico (roçadas regulares) e o controle físico (arranquio manual), especialmente para focos de infestação ou plantas resistentes.
A braquiária é boa ou ruim para o cafezal? Como devo manejá-la corretamente?
A braquiária pode ser as duas coisas, dependendo do manejo. Quando plantada nas entrelinhas, ela é excelente para cobrir o solo e suprimir outras daninhas. No entanto, ela se torna um problema se crescer muito perto da linha do café, competindo por recursos. O manejo correto é mantê-la a uma distância segura (cerca de 1 metro) da “saia” do cafeeiro, utilizando roçadas regulares.
O que é uma aplicação sequencial de herbicidas e quando ela é recomendada?
Aplicação sequencial é a prática de realizar duas pulverizações do mesmo herbicida ou de produtos diferentes com um intervalo de tempo entre elas. É recomendada para controlar plantas daninhas de difícil manejo, como a buva e a corda-de-viola, ou para controlar rebrotes e novos fluxos de germinação, garantindo uma maior eficácia do tratamento.
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