Saber como está a saúde da sua lavoura é fundamental para planejar a safra. Você pode observar o campo, fazer algumas análises de solo por amostragem e usar outras técnicas de medição direta.
Mas e se existisse uma forma mais rápida e eficiente de “ver” a saúde das plantas, até mesmo acompanhando seu desenvolvimento ao longo do tempo? É exatamente isso que os mapas de vegetação, como o NDVI, fazem. Entender essa tecnologia pode mudar a sua gestão da fazenda.
Neste artigo, vamos explicar como esses mapas funcionam, como interpretá-los e como eles podem ajudar você a garantir mais produtividade e a saúde da sua lavoura. Boa leitura!
O que são mapas NDVI?
A sigla NDVI vem do inglês Normalized Difference Vegetation Index, que podemos traduzir como Índice de Vegetação por Diferença Normalizada.
Na prática, o NDVI é uma medida que mostra a saúde das plantas. Ele faz isso analisando como a vegetação reflete a luz do sol em certas frequências.
Quando a luz do sol atinge uma planta saudável, a clorofila (o pigmento verde) absorve muita luz visível para a fotossíntese. Ao mesmo tempo, a estrutura das folhas reflete intensamente a luz do infravermelho próximo (NIR), que não conseguimos ver a olho nu.
Já uma planta que está sofrendo com desidratação, doenças, ataque de pragas agrícolas ou outra dificuldade, absorve mais luz infravermelha e reflete menos. Portanto, observar como o infravermelho varia em comparação com a luz vermelha nos dá um retrato fiel da saúde da planta.
O NDVI, em resumo, é uma tecnologia na agricultura que mede essa refletividade para nos ajudar no manejo do dia a dia.
Essa relação é expressa por uma fórmula que considera a refletividade do infravermelho próximo (NIR) menos a refletividade da luz vermelha (VIS), dividindo o resultado pela soma dos dois.
Fórmula do NDVI
(Fonte: Sentera)
O resultado dessa conta gera valores de NDVI que variam de -1 a +1. Veja o que cada faixa geralmente significa:
- -1 a 0: Geralmente indica objetos sem vida, como água, solo exposto ou estruturas.
- 0 a 0,33: Aponta para plantas com algum problema de saúde ou estresse.
- 0,33 a 0,66: Mostra plantas com saúde moderada, em desenvolvimento.
- 0,66 a 1: Representa plantas muito saudáveis e com bastante vigor.
Atenção: Estes números são uma referência. Os valores exatos podem variar dependendo da cultura, do estágio de desenvolvimento e de outras condições da lavoura.
Nos mapas, cada faixa de valor recebe uma cor para facilitar a visualização. Por exemplo, como na imagem abaixo, áreas com NDVI baixo (próximo de 0) aparecem em vermelho ou laranja, enquanto áreas com NDVI alto (próximo de 1) são mostradas em tons de verde.
(Fonte: Sentera)
Como o NDVI funciona?
O NDVI funciona medindo a diferença entre dois tipos de luz que as plantas refletem: a luz vermelha (que enxergamos) e a luz infravermelha próxima (NIR), que é invisível para nós. Isso ajuda a avaliar a saúde e o vigor da vegetação.
- Plantas saudáveis: Absorvem muita luz vermelha (usada na fotossíntese) e refletem bastante luz infravermelha.
- Plantas estressadas ou áreas sem vegetação: Refletem menos infravermelho e mais luz vermelha.
Para entender melhor como as imagens são geradas, precisamos conhecer alguns conceitos básicos. O sol é a nossa principal fonte de energia. Quando essa energia chega à Terra, parte dela é absorvida pelas plantas para a fotossíntese, e outra parte é refletida de volta.
A forma como essa energia é refletida depende do que ela atinge. Nas plantas, a interação acontece com os pigmentos (como clorofila) e com a estrutura das células.
Quando a energia atinge um objeto, ela pode ser absorvida, transmitida ou refletida. Vamos ver cada um:
1. Absorção pela planta
A absorção de energia depende do estado nutricional da planta e de seu estágio de desenvolvimento. Ocorre quando a radiação solar é completamente absorvida pelo alvo, transformando-se em calor.
Em plantas saudáveis, a maior parte da absorção ocorre na faixa de luz visível, o que significa que menos energia é refletida nessa faixa. Os picos de absorção acontecem nos comprimentos de onda da luz azul e vermelha.
E por que vemos as plantas como verdes? Porque elas absorvem menos a luz verde e a refletem de volta para nossos olhos.
2. Transmissão
A transmissão acontece quando a energia atravessa um objeto. É o que torna a água ou um vidro transparentes. Nas plantas, parte da energia do sol atravessa a primeira camada de folhas e chega até as folhas de baixo. Isso garante que todo o dossel (dossel: o conjunto de folhas da planta) receba luz.
3. Reflexão
A reflexão é o que nos permite “ver” os objetos e, no caso do NDVI, a saúde das plantas. Uma folha verde e bem hidratada reflete muita energia na faixa do infravermelho. Isso acontece por causa da sua estrutura celular interna.
Quando a folha está seca, sofre restrição de água ou é atacada por pragas e doenças, essa estrutura muda, e ela passa a refletir menos infravermelho. A rugosidade e o relevo da superfície da folha também influenciam a quantidade de energia refletida.
Em outras palavras: NDVI e a energia do sol
Resumindo, os sensores captam quanta luz vermelha e infravermelha cada ponto da lavoura reflete. O cálculo do NDVI transforma esses dados em um indicador de saúde.
Importante: para uma análise correta, sempre cruze os dados do mapa NDVI com o que você observa no campo. Considere os eventos climáticos e os manejos que foram feitos para entender o que realmente está acontecendo. O mapa é um guia que aponta problemas localizados, muitos dos quais não podem ser vistos a olho nu em fotos comuns.
Como os mapas NDVI ajudam na lavoura?
Os mapas NDVI oferecem informações detalhadas sobre a saúde e o vigor das plantas, permitindo tomar decisões mais seguras no manejo das lavouras. Eles ajudam a otimizar recursos e aumentar a produtividade, dando uma visão completa do desempenho da lavoura ao longo do ciclo.
Veja as principais vantagens:
1. Monitorar a saúde das plantas
- Encontrar áreas com problemas: permite identificar rapidamente pontos com estresse, seja por falta de nutrientes, pragas, doenças ou falta de água.
- Diagnóstico adiantado: possibilita agir de forma rápida e localizada, evitando perdas maiores e reduzindo o uso de insumos.
- Avaliar a eficiência dos tratamentos: você pode verificar se uma aplicação de fertilizante, uma irrigação ou um controle de pragas deu o resultado esperado.
2. Usar insumos de forma mais inteligente
- Aplicação de fertilizantes em taxa variável: em vez de aplicar a mesma dose em todo o talhão, você pode aplicar mais onde precisa e menos onde não precisa, economizando produto.
- Irrigação precisa: ajuda a identificar as áreas que precisam de mais ou menos água, otimizando o uso dos pivôs e evitando desperdício.
3. Estimar a produtividade
- Prever o resultado da safra: os mapas dão uma boa ideia do potencial produtivo da lavoura, ajudando no planejamento da colheita e na venda da produção.
- Identificar áreas com maior potencial: ajuda a entender quais partes da fazenda são mais produtivas e a tomar decisões de manejo para o futuro.
4. Planejar e gerenciar a lavoura
- Criar zonas de manejo: você pode dividir os talhões em zonas com características parecidas, aplicando práticas específicas para cada uma.
- Melhorar a tomada de decisão: com dados visuais e precisos, fica mais fácil decidir o que fazer, otimizando o uso de máquinas, mão de obra e insumos.
Em resumo, os mapas NDVI são uma ferramenta poderosa da agricultura de precisão que auxilia no monitoramento da saúde das plantas, no uso inteligente de insumos, na estimativa de produtividade e na gestão eficiente da lavoura.
Por que usar NDVI no dia a dia?
Usar o NDVI na rotina da gestão agrícola permite um monitoramento constante e em tempo real da saúde da lavoura. Com ele, você pode identificar problemas como estresse hídrico, deficiências de nutrientes, pragas e doenças antes que eles causem prejuízos grandes.
Essa ferramenta facilita o planejamento e a execução de práticas agrícolas mais eficientes, como adubação localizada, irrigação direcionada e pulverização estratégica. O resultado é um melhor uso dos recursos, com redução de custos e desperdícios.
Além disso, o NDVI fornece dados confiáveis que ajudam a tomar decisões mais seguras, como o planejamento da colheita e a estimativa de produtividade, promovendo uma agricultura mais sustentável.
Quando integrado a outras tecnologias de agricultura de precisão, como drones e sistemas de gestão, ele potencializa a eficiência das operações, garantindo maior produtividade e rentabilidade.
Imagens de satélite integradas à gestão da fazenda
Para os usuários do aplicativo de gestão rural Aegro, que já estão acostumados a monitorar suas lavouras através de tecnologia, acrescentar análises NDVI à rotina da fazenda é muito simples.
Basta contratar a integração Aegro Imagens para ter acesso ao mapeamento por satélite da sua propriedade rural.
Com essa integração, você recebe imagens atualizadas do satélite Sentinel-2 em uma frequência de 3 a 5 dias. É possível visualizar os índices de vegetação de cada talhão, juntamente com as operações agrícolas que foram realizadas no local.
Afinal, o Aegro funciona como um caderno de campo onde você e sua equipe mantêm o registro detalhado das atividades de manejo.
Princípios técnicos e padrões de cores das imagens NDVI
Para entender de onde vêm as imagens NDVI, é útil conhecer alguns conceitos sobre os sensores que as capturam. A diferença entre os sensores usados na agricultura está nas faixas de luz que eles conseguem enxergar.
O NDVI utiliza a luz vermelha (visível) e o infravermelho próximo. Por isso, os sensores precisam capturar essas duas faixas. Câmeras comuns de celular ou fotográficas, que só captam o espectro visível (RGB), não servem para gerar mapas NDVI.
A qualidade das informações depende de quatro tipos de resolução:
1. Resolução espacial
É o nível de detalhe da imagem, como o “zoom”. Quanto maior a resolução espacial, menor é o tamanho do pixel (o menor quadradinho que forma a imagem) e mais detalhes você vê. Por exemplo, uma imagem com pixels de 10x10
metros consegue mostrar variações dentro de um mesmo talhão, enquanto uma com pixels de 50x50
metros mostra uma visão mais geral.
2. Resolução espectral
É a capacidade do sensor de “enxergar” diferentes cores ou faixas de luz, incluindo as que não vemos. Quanto mais faixas o sensor captura, maior a resolução espectral e mais precisa é a análise da composição da planta.
3. Resolução radiométrica
Refere-se à sensibilidade do sensor para diferenciar tons de cinza. Quanto maior a resolução radiométrica, mais variações sutis de refletância o sensor consegue captar, resultando em imagens mais ricas em detalhes sobre a saúde da planta.
4. Resolução temporal
É a frequência com que o sensor passa sobre a mesma área para tirar uma nova foto. Sensores de VANTs (drones) podem ser usados quando você precisar. Já os satélites têm uma frequência fixa, passando a cada 3, 5 ou 10 dias, por exemplo. A presença de nuvens pode atrapalhar essa captura.
5. Padrões de cores do NDVI
Não existe uma paleta de cores “oficial” para o NDVI, mas há um padrão comum que a maioria dos programas utiliza. Geralmente, o mapa de cores funciona assim:
- Vermelho: Indica solo exposto, água ou áreas com pouquíssima vegetação.
- Laranja e Amarelo: Mostram vegetação sob estresse ou em estágio inicial.
- Verde Claro a Verde Intenso: Representam plantas mais saudáveis e vigorosas. Quanto mais intenso o verde, maior o valor do NDVI e melhor a saúde da vegetação.
Como interpretar imagens NDVI?
Para interpretar corretamente uma imagem NDVI, você precisa entender a escala de cores, os valores que ela representa e usar uma boa ferramenta de visualização.
Escala de Cores
- Verde escuro: Mostra as áreas mais saudáveis e com mais folhas (alta biomassa). É o “ponto forte” da lavoura.
- Verde claro: Indica áreas com vegetação moderada ou em estágios iniciais de crescimento.
- Amarelo/Laranja: Sugere áreas com pouca vegetação, solo exposto ou plantas sofrendo algum tipo de estresse.
- Vermelho: Representa áreas sem vegetação, como solo nu, água ou estradas.
Valores NDVI
- Valores negativos (-1 a 0): Indicam água, neve ou nuvens.
- Valores próximos a zero (0 a 0,2): Apontam para solo exposto, rochas ou vegetação muito rala.
- Valores positivos (0,2 a 1): Confirmam a presença de vegetação. Quanto maior o valor, maior a densidade e o vigor das plantas.
Dicas para Interpretação
- Considere o contexto: Leve em conta o tipo de cultura, a época do ano e as condições do tempo ao analisar as imagens. O NDVI de uma lavoura de milho no início do ciclo é diferente do NDVI na fase de pendoamento.
- Compare ao longo do tempo: Analise a sequência de imagens NDVI para monitorar a evolução da lavoura, identificar o ritmo de crescimento e detectar problemas que surgem.
- Combine com outras informações: Use os mapas NDVI junto com outros dados, como mapas de solo, dados de chuva e imagens de satélite de alta resolução, para uma análise mais completa.
- Validação em campo: Use o mapa como um guia. Vá até as áreas vermelhas ou amarelas para investigar o problema com seus próprios olhos. Pode ser uma praga, uma mancha de solo compactado ou uma falha na irrigação.
A interpretação de imagens NDVI melhora com a prática. Comece com o básico e explore as ferramentas disponíveis para aprimorar suas análises.
Exemplo prático: Comportamento do NDVI no ciclo da soja
O NDVI muda bastante ao longo do ciclo da cultura. Veja um exemplo para a soja:
- Pré-plantio (início de novembro): Os valores de NDVI são baixos, próximos a
0,4
, pois o solo está sendo preparado e as áreas dessecadas. - Desenvolvimento Vegetativo (novembro a fevereiro): O NDVI aumenta progressivamente, saindo de
0,4
e chegando perto de0,8
, acompanhando o crescimento das plantas. - Floração (pico em final de janeiro/fevereiro): A cultura atinge seu máximo de biomassa. Os valores de NDVI chegam ao pico, geralmente em torno de
0,823
. Nessa fase, o índice pode “saturar”, ou seja, não consegue mais diferenciar pequenas variações em plantas muito densas. - Enchimento de Grãos (após a floração): O NDVI começa a cair de forma acentuada, pois a planta direciona sua energia para os grãos e as folhas começam a amarelar.
- Maturidade e Senescência (final de março/início de abril): Com a perda das folhas, o NDVI continua caindo, indicando que a planta completou seu ciclo.
- Pós-colheita: Após a colheita, o NDVI pode voltar a subir um pouco devido ao crescimento de plantas daninhas ou da soja “tiguera” (grãos que caíram e germinaram).
Quais problemas na lavoura as imagens NDVI conseguem identificar?
Os mapas NDVI são como um “raio-x” da lavoura. Eles ajudam a identificar problemas que nem sempre são visíveis a olho nu, permitindo que você planeje tratos culturais mais eficientes, como a aplicação de fertilizantes, irrigação e controle fitossanitário.
Com o NDVI, é possível identificar:
- Falhas de plantio ou replantio.
- Deficiências nutricionais em áreas específicas.
- Estresse por falta de água (estresse hídrico).
- Ataques de pragas e doenças em reboleiras.
- Problemas de compactação do solo.
- Danos causados por geada ou granizo.
- Falhas em pivôs de irrigação.
Com essas informações
Glossário
Agricultura de Precisão: Estratégia de manejo agrícola que utiliza tecnologia (como drones e satélites) para coletar e analisar dados. O objetivo é otimizar o uso de insumos, aplicando-os em taxas variáveis conforme a necessidade de cada área da lavoura.
Dossel: O conjunto de folhas, galhos e copas das plantas que cobrem o solo. Um dossel denso e uniforme geralmente indica uma lavoura saudável e com bom desenvolvimento vegetativo.
Estresse Hídrico: Condição em que uma planta perde mais água do que consegue absorver do solo, afetando seu crescimento e produtividade. Nos mapas NDVI, áreas com estresse hídrico aparecem com valores mais baixos (tons de amarelo ou laranja).
Fotossíntese: Processo pelo qual as plantas utilizam a luz solar para converter dióxido de carbono e água em energia para seu crescimento. A clorofila, essencial para a fotossíntese, absorve a luz vermelha, um dos componentes medidos pelo NDVI.
Infravermelho Próximo (NIR): Uma faixa de luz invisível ao olho humano que é fortemente refletida pela estrutura celular de folhas saudáveis. A alta refletividade de NIR é um dos principais indicadores de vigor da planta no cálculo do NDVI.
NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada): Um indicador numérico que mede a saúde e o vigor da vegetação. É calculado a partir de imagens de satélite ou drone, comparando a luz infravermelha próxima (refletida por plantas sadias) com a luz vermelha (absorvida por elas).
Resolução Espacial: Define o nível de detalhe de uma imagem, correspondendo ao tamanho da menor área representada por um único pixel. Uma resolução de 10 metros significa que cada pixel na imagem corresponde a uma área de 10x10 metros no solo.
VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado): Mais conhecido como drone. Na agricultura, é utilizado para capturar imagens aéreas de alta resolução, permitindo a criação de mapas NDVI detalhados para monitoramento preciso da lavoura.
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
Os mapas NDVI são uma ferramenta poderosa para identificar problemas na lavoura, como focos de pragas ou deficiências nutricionais. No entanto, o verdadeiro desafio é transformar esses diagnósticos visuais em ações eficientes e bem documentadas. Sem um sistema para registrar e acompanhar as intervenções, a tomada de decisão pode se perder em anotações manuais e planilhas desconectadas.
É aqui que um software de gestão agrícola como o Aegro se conecta perfeitamente à agricultura de precisão. Ao identificar uma área problemática no mapa NDVI, você pode planejar e registrar as atividades de manejo diretamente na plataforma, garantindo que a equipe execute a aplicação correta no local exato. Isso centraliza o histórico de operações e permite analisar o custo-benefício de cada decisão, transformando dados em maior produtividade e controle financeiro.
Quer transformar os dados da sua lavoura em ações mais lucrativas?
Experimente o Aegro gratuitamente e veja como é simples planejar, executar e analisar suas operações agrícolas.
Perguntas Frequentes
Qual a diferença entre uma foto de satélite comum e um mapa NDVI?
Uma foto de satélite comum mostra a lavoura como nossos olhos a veem, nas cores verde, vermelho e azul (RGB). Já o mapa NDVI é uma imagem processada que utiliza a luz infravermelha próxima (NIR) para gerar um indicador de saúde da vegetação. Ele traduz a atividade fotossintética em uma escala de cores (geralmente do vermelho ao verde), revelando o vigor das plantas que não é visível a olho nu.
Posso gerar um mapa NDVI com um drone comum ou uma câmera de celular?
Não. Câmeras comuns de drones e celulares não são capazes de capturar a luz na faixa do infravermelho próximo (NIR), que é essencial para o cálculo do NDVI. Para gerar esses mapas, são necessários sensores ou câmeras multiespectrais, projetados especificamente para captar tanto a luz visível (vermelha) quanto a infravermelha.
Para a minha fazenda, é melhor usar imagens de drone ou de satélite para NDVI?
Depende do seu objetivo. As imagens de satélite, como as do Sentinel-2, são ótimas para um monitoramento constante (a cada 3-5 dias) de grandes áreas, com um custo menor, permitindo acompanhar a evolução da safra. Já os drones oferecem uma resolução espacial muito maior (mais detalhes), sendo ideais para investigar problemas específicos em áreas menores ou quando a passagem do satélite é impedida por nuvens.
O que pode causar imprecisões em um mapa NDVI?
Diversos fatores podem afetar a precisão. A presença de nuvens é o principal, pois bloqueia a visão do satélite. Outros fatores incluem a saturação do índice em lavouras com dossel muito denso (onde todas as áreas aparecem como ‘muito saudáveis’), e a variação de umidade no solo. Por isso, é fundamental sempre validar os dados do mapa com uma vistoria em campo para um diagnóstico correto.
Como o uso de mapas NDVI ajuda concretamente a economizar em fertilizantes?
Os mapas NDVI permitem a criação de “zonas de manejo”, identificando áreas do talhão com diferentes níveis de vigor. Com essa informação, é possível realizar a aplicação de fertilizantes em taxa variável, ou seja, aplicar mais nutrientes apenas onde as plantas realmente precisam e reduzir a dose nas áreas já saudáveis. Isso otimiza o uso do insumo, evita desperdício e reduz custos significativamente.
Com que frequência devo analisar os mapas NDVI da minha lavoura?
A frequência ideal depende do estágio da cultura. Durante as fases de rápido desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, é recomendado analisar os mapas a cada nova imagem disponível (geralmente a cada 3 a 5 dias). Isso permite detectar problemas como estresse hídrico ou ataque de pragas de forma precoce. No início e no final do ciclo, uma análise semanal ou quinzenal pode ser suficiente.
Artigos Relevantes
- NDRE versus NDVI: Entenda as diferenças e escolha o melhor para sua fazenda: Este artigo é a continuação lógica para quem entendeu o NDVI. Ele aprofunda o conhecimento ao comparar o NDVI com o NDRE, explicando o conceito de saturação em culturas de dossel denso – uma limitação crucial do NDVI que o artigo principal apenas insinua. Oferece um valor prático imenso ao orientar o produtor sobre qual índice escolher para culturas específicas como milho e cana-de-açúcar.
- Veja o desenvolvimento da sua lavoura com imagens de satélite na agricultura: Enquanto o artigo principal explica o que é NDVI, este detalha a principal fonte de dados: os satélites. Ele expande o conceito de resolução temporal e espacial com exemplos práticos do satélite Sentinel-2 (citado no texto principal), explicando como as bandas são usadas para o cálculo do NDVI. Essencial para o leitor que deseja entender a origem e a qualidade das imagens que utiliza.
- Drones e Agricultura de Precisão: Conheça os melhores tipos: Este artigo complementa o anterior ao explorar a segunda grande plataforma de coleta de dados: os drones. Seu valor único está na comparação direta e detalhada entre drones e satélites, abordando a questão de resolução versus cobertura. Ele responde de forma aprofundada a uma das perguntas do FAQ do artigo principal, ajudando o produtor a decidir qual tecnologia é mais adequada para sua realidade.
- Como ocorre e quais os efeitos do estresse hídrico nas plantas: O artigo principal afirma repetidamente que o NDVI detecta o ’estresse hídrico’. Este artigo fornece o contexto biológico fundamental, explicando o que é o estresse hídrico do ponto de vista fisiológico da planta. Ele conecta o dado do sensor (um pixel amarelo no mapa) à realidade do campo (fechamento de estômatos, ponto de murcha), transformando a interpretação do mapa em um diagnóstico mais profundo.
- Mapas de produtividade na agricultura de precisão: Como otimizar seus insumos: Este artigo fecha o ciclo da agricultura de precisão que o NDVI inicia. Se o NDVI ajuda a ’estimar a produtividade’ durante a safra, o mapa de produtividade (ou colheita) mostra como ‘medir o resultado’ final. Ele oferece uma visão estratégica ao ensinar como cruzar os dados do mapa de colheita com os de fertilidade para criar zonas de manejo, conectando o monitoramento da safra atual ao planejamento da próxima.