Mosca-Branca: Controle Eficaz em Soja, Feijão e Algodão

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Ciências/Entomologia. Atualmente na gestão acadêmica do SolloAgro.
Mosca-Branca: Controle Eficaz em Soja, Feijão e Algodão

A mosca-branca (Bemisia tabaci) é uma das pragas agrícolas mais desafiadoras, presente na maioria das regiões produtoras do Brasil e do mundo.

Este pequeno inseto causa danos diretos e perdas de produtividade em mais de 600 tipos de plantas, incluindo culturas essenciais como soja, feijão e algodão. Um dos seus maiores problemas é a capacidade de sobreviver na entressafra, pois também se alimenta de plantas daninhas.

Neste artigo, vamos detalhar como identificar a mosca-branca em cada fase, entender os estragos que ela provoca e, o mais importante, apresentar as estratégias mais eficazes para o seu controle. Boa leitura!

O que é a Mosca-Branca e por que ela é tão Perigosa?

A mosca-branca é um inseto sugador de seiva, e a espécie Bemisia tabaci se tornou uma grande preocupação no campo. Por ser uma praga polífaga (que se alimenta de muitas plantas diferentes), ela consegue se adaptar e prosperar em diversos ambientes.

Os danos que ela causa são de dois tipos:

  1. Danos Diretos: Ao sugar a seiva, o inseto retira nutrientes essenciais, enfraquecendo a planta e afetando seu crescimento.
  2. Danos Indiretos: Durante a alimentação, a mosca-branca pode transmitir mais de uma centena de vírus, causando doenças severas que comprometem a lavoura.

Dependendo do nível de infestação, a mosca-branca pode reduzir a produtividade de uma cultura em 20% a 100%.

Ela já foi observada se alimentando e se reproduzindo em mais de 84 famílias de plantas, sendo as de maior importância agrícola:

  • Fabáceas (leguminosas): Soja, feijão, feijão-vagem, ervilha.
  • Cucurbitáceas: Abóbora, abobrinha, melão, pepino, melancia.
  • Solanáceas: Tomate, berinjela, pimenta, tabaco, batata.
  • Brássicas: Repolho, couve, couve-flor, canola.
  • Euforbiáceas: Mandioca e diversas plantas daninhas.
  • Malváceas: Algodão.
  • Asteráceas: Alface e crisântemo.
  • Plantas ornamentais: Hibisco, entre outras.

O nome mosca-branca vem da aparência do inseto adulto, que possui asas brancas. Apesar do nome, ela não é uma mosca comum (ordem Diptera), mas sim um hemíptero, da mesma ordem dos percevejos, com dois pares de asas.

Pertencente à família Aleyrodidae, já foram registradas cerca de 1.550 espécies em 160 gêneros. A Bemisia tabaci se destaca pela enorme quantidade de plantas que hospeda, sua alta capacidade de reprodução em diferentes climas e a crescente resistência a vários inseticidas.

Biótipos de Mosca-Branca Encontrados no Brasil

Um dos maiores desafios no controle da Bemisia tabaci é a sua grande diversidade genética, que resulta em diferentes “biótipos”. Cada biótipo pode ter comportamentos e níveis de resistência distintos.

Acredita-se que, no Brasil, a maior incidência seja do Biótipo B (também conhecido como Middle East Asia Minor 1 ou MEAM1). Este biótipo já possui relatos de resistência a inseticidas, principalmente dos grupos organofosforados, carbamatos e piretroides.

Recentemente, também foram encontrados espécimes do Biótipo Q (Mediterranean ou MED) em lavouras no Sul, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, o que exige ainda mais atenção no manejo.

close-up detalhado de uma folha de soja verde e saudável, que está visivelmente infestada por uma grande quAdultos de mosca-branca em soja; o nível de dano varia de acordo com a cultura. (Fonte: Mais Soja)

Como Identificar a Mosca-Branca na Lavoura?

A identificação correta exige atenção aos detalhes, pois os insetos são pequenos. Geralmente, adultos e ovos se concentram na parte de baixo (verso) das folhas mais novas.

  • Adultos: Medem de 1 mm a 2 mm, possuem coloração amarelo-palha e asas brancas. As fêmeas costumam ser um pouco maiores que os machos. Quando estão pousados, as asas ficam levemente separadas, permitindo ver o corpo amarelado.
  • Ovos: Têm formato de pêra e são depositados em grupos nas folhas.

Para uma identificação precisa no campo, observe a coloração de cada fase do inseto (ninfas):

  • Primeiro ínstar: A ninfa é móvel, com corpo plano e coloração branco-esverdeada.
  • Segundo ínstar: Torna-se fixa e mantém a coloração branco-esverdeada.
  • Terceiro ínstar: As ninfas são quase transparentes, com cor de verde-pálido a escuro e olhos vermelhos.
  • Quarto ínstar (pupa): A ninfa tem formato oval, é plana, transparente e os olhos vermelhos são bem visíveis.

Esta imagem é uma composição de quatro fotografias que ilustram em detalhe a praga agrícola conhecida como mosca-branca (BemiNa primeira imagem, é possível identificar uma fêmea (maior) e dois machos (menores). Na segunda, adultos e ovos. Na terceira, a ninfa. Na quarta, detalhe dos ovos. (Fonte: Perring et al., 2018 e Araújo e colaboradores, 2000)

Ciclo de Vida: Rápido e Contínuo

O ciclo de vida da mosca-branca é rápido, durando entre 25 e 50 dias. Em condições ideais de temperatura e umidade, ela pode gerar de 11 a 15 gerações por ano, o que explica seu alto poder de infestação.

O ciclo tem quatro fases: ovo, ninfa, pupa e adulto.

Uma característica crucial para o sucesso da praga é que, na primeira fase ninfal (primeiro ínstar), as ninfas conseguem se mover. Se a folha onde o ovo eclodiu não for ideal, a pequena ninfa se desloca para uma folha melhor. Após encontrar o local adequado, ela se fixa para sugar a seiva até se tornar adulta.

Cada fêmea pode colocar entre 100 e 300 ovos durante sua vida. Por isso, o monitoramento constante da população é fundamental para evitar que a infestação saia de controle.

Quais são os Danos Causados pela Mosca-Branca?

Tanto os adultos quanto as ninfas causam danos. Ao inserir seu aparelho bucal nos tecidos da planta, eles injetam uma toxina que altera o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, resultando em menor produtividade.

Além disso, eles excretam um líquido açucarado (conhecido como “honeydew”), que serve de alimento para o crescimento de um fungo escuro chamado fumagina. A fumagina cobre as folhas, reduzindo a capacidade da planta de fazer fotossíntese.

Contudo, o maior perigo da mosca-branca é sua capacidade de transmitir vírus. Mais de 120 espécies de vírus já foram associadas à transmissão por B. tabaci, causando doenças severas como:

  • Vírus do mosaico comum em algodoeiro;
  • Vírus do mosaico anão em soja;
  • Vírus do mosaico crespo em soja;
  • Vírus do mosaico dourado em feijoeiro.

Mais recentemente, foi confirmada a transmissão de geminivírus por B. tabaci em lavouras de soja no Brasil, um alerta importante para os produtores.

Danos da Mosca-Branca na Soja

Na cultura da soja, os danos podem ser diretos (sucção de seiva) e indiretos. A praga é transmissora do vírus da necrose-da-haste, uma doença que pode levar as plantas à morte.

Os sintomas da necrose da haste começam com o escurecimento das brotações novas, que se curvam e adquirem um aspecto de queimado. Também pode ocorrer necrose no pecíolo (o “cabinho” da folha) e na haste principal.

composição de duas fotografias em close-up que exibem o interior de caules de soja cortados longitudinalmente À esquerda, necrose parcial da medula da haste de soja. À direita, necrose total, causada pelo vírus da necrose da haste (Cowpea mild mosaic virus - CpMMV). (Fonte: Almeida e colaboradores, 2003)

Danos da Mosca-Branca no Algodão

No algodão, o principal dano direto é a secreção de “honeydew”, que favorece o desenvolvimento da fumagina. Esse fungo escuro cobre folhas, ramos e, principalmente, os capulhos.

Quando a fumagina contamina as fibras, causa a “mela” no algodão. Esse problema reduz drasticamente o valor comercial das fibras, pois dificulta o processamento na indústria têxtil.

Monitoramento: A Chave para o Controle Efetivo

O monitoramento deve ser feito por meio de amostragens semanais de plantas no campo. Uma ferramenta útil é a armadilha adesiva amarela, que captura os insetos adultos e ajuda a identificar a chegada da praga na área.

armadilha adesiva amarela posicionada estrategicamente em uma lavoura de tomates. A armadilha, um cartãoArmadilhas amarelas são excelentes para monitorar a chegada e a população de adultos de mosca-branca. (Fonte: De Moura, 2014)

Durante a inspeção das plantas, é importante saber onde procurar cada fase da mosca-branca:

  • Terço superior (folhas mais novas): Predominância de ovos, ninfas de 1º e 2º instares e adultos.
  • Terço mediano: Predominância de ninfas de 1º, 2º e 3º instares.
  • Terço inferior (folhas mais velhas): Predominância de ninfas de 2º, 3º e 4º instares (pupas).

Quando iniciar o controle? O controle deve ser iniciado assim que os níveis de infestação atingirem o limite de ação:

  • Soja: Ao encontrar uma média de cinco ninfas por folíolo ou observar uma alta presença de adultos.
  • Algodão: O nível de ação é mais baixo. O controle deve começar ao identificar pelo menos três adultos por folha.

Como Controlar a Mosca-Branca?

O controle químico é muitas vezes a primeira opção, mas para um manejo sustentável e eficaz, é fundamental adotar o MIP (Manejo Integrado de Pragas). Integrar diferentes táticas evita problemas futuros, como a resistência das pragas aos inseticidas.

1. Controle Cultural

São práticas preventivas realizadas antes, durante e após o cultivo:

  • Mudas e Sementes: Comece o plantio com mudas sadias e use sementes certificadas.
  • Eliminar Pontes Verdes: Mantenha a lavoura livre de plantas daninhas que possam hospedar a mosca-branca.
  • Destruir Restos Culturais: Elimine os restos da cultura anterior para quebrar o ciclo da praga.
  • Vazio Sanitário: Respeite o período sem o cultivo de plantas hospedeiras.
  • Barreiras Vivas: Plante culturas não hospedeiras ao redor da área para dificultar a chegada de adultos pelo vento.
  • Cultivares Resistentes: Utilize variedades que apresentem algum nível de resistência à praga ou aos vírus que ela transmite.

2. Controle Químico

O controle químico deve ser feito de forma estratégica, com rotação de inseticidas de diferentes modos de ação para evitar a resistência.

Segundo o Agrofit (MAPA), os seguintes grupos químicos podem ser utilizados em rotação:

  • Piretroides: Como lambda-cialotrina e alfa-cipermetrina. Atenção: este grupo tem amplo espectro de ação e pode afetar inimigos naturais.
  • Tiadiazinona: Como buprofezina.
  • Neonicotinoides: Como acetamiprido, dinotefuram e tiametoxam.
  • Sulfoxaminas: Como sulfoxaflor.

Sempre verifique se o produto é registrado para a sua cultura. Para a soja, os inseticidas que têm demonstrado maior eficiência nas últimas safras são formulações que combinam:

  • Imidacloprido + piriproxifem
  • Diafentiurom + bifentrina
  • Acetamiprido + piriproxifem
  • Ciantraniliprole
  • Sulfoxaflor
  • Abamectina + ciantraniliprole

Boas práticas na aplicação química:

  • Não faça controle preventivo: Só aplique inseticida após atingir o nível de ação. Aplicações sem necessidade eliminam inimigos naturais e desperdiçam produto.
  • Rotacione ingredientes ativos: Nunca use o mesmo produto ou modo de ação repetidamente.
  • Use a dose recomendada: Siga sempre a bula para garantir a eficácia e evitar a seleção de insetos resistentes.
  • Observe a fase da praga: Alguns inseticidas são mais eficazes contra ninfas, outros contra adultos. Pode ser necessário associar produtos.
  • Condições climáticas: Aplique em horários com temperatura amena, alta umidade relativa e sem vento.

3. Controle Biológico

O controle biológico utiliza inimigos naturais para reduzir a população da praga. Ele pode ocorrer de forma natural (preservando os insetos benéficos já presentes) ou aplicada (liberando inimigos naturais criados em laboratório).

Parasitoides

São pequenas vespas que depositam seus ovos dentro da mosca-branca, matando-a. O uso de inseticidas seletivos é crucial para preservar esses aliados.

  • Parasitoides de ninfas: Encarsia formosa.
  • Parasitoides de adultos: Gêneros Encarsia e Eretmocerus.

Predadores

Vários insetos e ácaros se alimentam da mosca-branca:

  • Joaninhas (Coleoptera): Coleomegilla maculata e Eriopis connexa.
  • Percevejos Predadores (Hemiptera): Famílias Anthocoridae, Miridae, Nabidae.
  • Crisopídeos (Neuroptera): Chrysoperla spp. e Ceraeochrysa spp. (conhecidos como bicho-lixeiro na fase larval).
  • Ácaros Predadores: Amblyseius spp. e Neoseiulus spp.

Fungos Entomopatogênicos

São fungos que causam doenças e matam os insetos. Os principais produtos comerciais são à base de:

  • Isaria fumosorosea
  • Paecilomyces fumosoroseus
  • Beauveria bassiana (eficaz também contra cigarrinha-do-milho e ácaro-rajado).

Produtos Biológicos Registrados: O Caso do Crisopídeo

Atualmente, existem 55 produtos biológicos registrados no MAPA para o controle da mosca-branca.

Um dos mais conhecidos é o predador Chrysoperla externa, o bicho-lixeiro. Suas larvas são predadoras vorazes de ovos e ninfas de mosca-branca. Ele é indicado para soja, algodão, tomate e outras culturas.

composição de três fotografias que ilustram diferentes estágios de vida do crisopídeo, um inseto benéfico crucAdulto e larva (bicho-lixeiro) de Chrysoperla externa, um importante inimigo natural. (Fonte: Soares, 2007; Monteiro, 2021).

A liberação deve ser feita com base no nível de infestação:

  • Nível baixo (preventivo): 1 predador para cada 40 moscas.
  • Nível médio: 1 predador para cada 20 moscas.
  • Nível alto: 1 predador para cada 10 moscas.

A dose exata e a forma de liberação (ovos ou larvas) devem seguir a recomendação da empresa fornecedora.

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Conclusão

A mosca-branca é uma praga complexa que exige uma abordagem integrada e vigilância constante. Além de causar danos diretos ao sugar a seiva, seu maior risco é a transmissão de vírus devastadores.

O sucesso no controle depende da combinação de várias táticas: monitoramento rigoroso, práticas culturais preventivas, uso estratégico e rotacionado de inseticidas químicos, e a preservação e uso de inimigos naturais.

Com as informações deste guia, você estará mais preparado para proteger sua lavoura, minimizar perdas e garantir uma produção mais rentável e sustentável.


Glossário

  • Biótipos: Variações genéticas dentro de uma mesma espécie de praga que podem apresentar diferentes comportamentos, como maior agressividade ou resistência a inseticidas. No caso da mosca-branca, os biótipos B e Q são os de maior preocupação no Brasil.

  • Fumagina: Fungo de coloração escura que se desenvolve sobre o “honeydew” (líquido açucarado) excretado pela mosca-branca. Essa camada preta cobre as folhas, reduzindo a fotossíntese e o valor comercial de produtos como a fibra do algodão.

  • Fungos Entomopatogênicos: Microrganismos que causam doenças e matam insetos, sendo uma ferramenta de controle biológico. Produtos à base de fungos como Beauveria bassiana são aplicados na lavoura para infectar e controlar a população da mosca-branca.

  • “Honeydew”: Excremento açucarado liberado por insetos sugadores, como a mosca-branca, enquanto se alimentam da seiva da planta. Essa substância pegajosa é a base para o desenvolvimento da fumagina.

  • Ínstar: Cada uma das fases do desenvolvimento de uma ninfa entre duas trocas de pele (mudas). A mosca-branca passa por quatro ínstares antes de se tornar adulta, e a identificação do ínstar predominante ajuda a escolher o melhor método de controle.

  • MIP (Manejo Integrado de Pragas): Estratégia que combina diversas táticas de controle (cultural, biológico e químico) para manter as pragas abaixo do nível de dano econômico. O MIP visa reduzir a dependência de inseticidas e evitar a seleção de pragas resistentes.

  • Parasitoides: Inimigos naturais, geralmente pequenas vespas, que depositam seus ovos dentro ou sobre o corpo da praga (o hospedeiro). As larvas do parasitoide se alimentam do hospedeiro, matando-o e ajudando a controlar a infestação.

  • Polífaga (Praga Polífaga): Define uma praga que consegue se alimentar e se reproduzir em uma grande variedade de espécies de plantas. Essa capacidade torna a mosca-branca especialmente difícil de controlar, pois ela sobrevive em plantas daninhas e diversas culturas.

  • Vazio Sanitário: Período obrigatório, definido por lei, em que o cultivo de plantas hospedeiras de uma determinada praga ou doença é proibido em uma região. Essa prática visa quebrar o ciclo de vida da mosca-branca na entressafra, reduzindo sua população inicial na safra seguinte.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a melhor estratégia contra a mosca-branca, mas sua execução no dia a dia é complexa. Registrar monitoramentos, garantir a rotação correta de inseticidas e controlar os custos de cada aplicação são tarefas que, feitas manualmente, podem levar a erros e prejuízos. Um software de gestão agrícola como o Aegro simplifica esse processo, permitindo registrar infestações direto do campo pelo celular, planejar pulverizações e acompanhar o histórico de defensivos por talhão. Isso não só garante um controle mais eficaz da praga, mas também oferece uma visão clara dos custos operacionais.

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Perguntas Frequentes

Quais condições climáticas mais favorecem a infestação da mosca-branca?

A mosca-branca prospera em climas quentes e secos. Temperaturas elevadas aceleram seu ciclo de vida, permitindo que complete várias gerações em um curto período, enquanto a baixa umidade relativa do ar favorece sua dispersão e atividade. Períodos de estiagem, portanto, representam um risco maior de surtos populacionais.

Por que a rotação de inseticidas é tão importante no controle da mosca-branca?

A rotação de inseticidas com diferentes modos de ação é crucial para prevenir ou retardar o desenvolvimento de resistência. A mosca-branca, especialmente os biótipos B e Q, tem alta capacidade de se adaptar a produtos químicos. Usar repetidamente o mesmo grupo químico seleciona os indivíduos resistentes, que se multiplicam e tornam o controle ineficaz a longo prazo.

É possível combinar o controle químico e o biológico para a mosca-branca?

Sim, essa combinação é a base do Manejo Integrado de Pragas (MIP). A estratégia consiste em utilizar inseticidas seletivos, que afetam minimamente os inimigos naturais (predadores e parasitoides). Dessa forma, o controle químico atua de forma pontual quando a infestação atinge o nível de ação, enquanto o controle biológico mantém a população da praga sob controle de forma contínua.

Qual a diferença prática entre os biótipos B e Q da mosca-branca para o produtor?

A principal diferença prática está no perfil de resistência a inseticidas. O biótipo Q é conhecido por ser mais resistente a uma gama maior de grupos químicos, incluindo neonicotinoides e piretroides, que são amplamente utilizados. A presença do biótipo Q na lavoura exige um planejamento de rotação de defensivos ainda mais rigoroso e uma maior integração com métodos de controle biológico e cultural.

As armadilhas adesivas amarelas servem para controlar a mosca-branca?

Não, a função principal das armadilhas adesivas amarelas é o monitoramento, não o controle em larga escala. Elas são essenciais para detectar a chegada dos primeiros adultos na área e para acompanhar a flutuação da população. Essa informação é vital para decidir o momento certo de intensificar as inspeções nas plantas e iniciar as medidas de controle, evitando aplicações desnecessárias.

O que são ‘pontes verdes’ e qual sua relação com a mosca-branca?

As ‘pontes verdes’ são plantas hospedeiras (cultivadas, voluntárias ou daninhas) que permanecem vivas no campo durante a entressafra. Elas servem de abrigo e alimento para a mosca-branca, permitindo que a praga sobreviva e se multiplique entre um ciclo de cultivo e outro. A eliminação dessas pontes verdes e o respeito ao vazio sanitário são práticas culturais fundamentais para quebrar o ciclo da praga e reduzir a pressão inicial na safra seguinte.

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