O milho é uma das culturas mais importantes do mundo, cultivado em quase todos os continentes. Ele serve como uma commodity fundamental para alimentação humana, ração animal e como matéria-prima para diversas indústrias.
Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), a produção global de milho ultrapassa 1 bilhão de toneladas por ano, com os Estados Unidos na liderança.
No Brasil, o milho tem uma posição estratégica na nossa agricultura. Ele é cultivado em diferentes regiões e climas, com destaque para os estados de Mato Grosso, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Juntos, eles são responsáveis por mais de 70% da produção nacional.
O Brasil se consolida como o terceiro maior produtor de milho do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e também é um dos principais exportadores globais.
O que é o milho safrinha?
O milho safrinha, também conhecido como milho de segunda safra, é o cultivo realizado logo após a colheita da safra principal de verão. Geralmente, ele é plantado em um período com menos chuvas regulares.
Apesar do nome “safrinha” sugerir uma “pequena safra”, a realidade mudou completamente. Hoje, em muitas regiões do país, a produção da segunda safra é extremamente expressiva, superando, em alguns casos, a produtividade da primeira safra.
Normalmente, o ciclo da safrinha acontece entre fevereiro e setembro. A data exata depende da região e, principalmente, do calendário de colheita da cultura anterior, que na maioria das vezes é a soja, usada no sistema de rotação.
Qual a época ideal para plantar o milho safrinha?
A época ideal para o plantio do milho safrinha varia bastante, mas geralmente ocorre logo após a colheita da soja, entre janeiro e março.
O fator mais crítico para o sucesso do plantio é a janela climática. Isso acontece porque o milho safrinha depende da umidade que restou no solo da safra anterior e pode sofrer com a falta de chuvas no final do seu ciclo.
Por essa razão, o grão é majoritariamente plantado em sistema de sequeiro: ou seja, sem irrigação, aproveitando apenas a água já presente no solo.
Calendário de plantio por região:
- Centro-Oeste: Plantio entre janeiro e fevereiro, com colheita de junho a agosto.
- Sudeste: Plantio de fevereiro a março, com colheita de julho a setembro.
- Sul: Plantio em março e abril, com colheita entre agosto e outubro.
Atenção: Sempre consulte o ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático). Ele é uma ferramenta do governo que define os períodos de menor risco para o plantio em cada município. Seu planejamento deve levar em conta o ciclo da cultivar escolhida e a previsão climática para evitar prejuízos com estiagens ou geadas tardias.
O milho safrinha pode ser cultivado em todo o Brasil?
Sem o uso de irrigação, o milho de segunda safra não pode ser cultivado em todas as regiões do Brasil. O sucesso da lavoura depende muito das condições climáticas e da umidade do solo.
Atualmente, com a crescente importância da safrinha para a economia, centros de pesquisa e empresas privadas estão investindo pesado no desenvolvimento de novas variedades.
Como resultado, novos híbridos mais adaptados estão surgindo no mercado. Isso está facilitando o plantio em regiões que antes não eram consideradas viáveis no mapa de zoneamento agrícola.
Qual a diferença entre o milho safrinha e o milho primeira safra?
Para entender as diferenças, é fundamental saber que o milho da safra principal e o milho safrinha são cultivados em épocas e condições distintas. Essa diferença impacta diretamente o manejo, a produtividade e até o destino da produção.
O milho da primeira safra é plantado durante o período mais chuvoso do ano. Já o milho safrinha enfrenta uma época de menor disponibilidade de água, o que exige práticas de manejo mais cuidadosas e específicas.
Veja um resumo das principais diferenças:
Característica | Milho Safra Principal (1ª Safra) | Milho Safrinha (2ª Safra) |
---|---|---|
Época de Plantio | Primavera/verão (outubro-dezembro) | Verão/outono (janeiro-março) |
Disponibilidade Hídrica | Alta (período chuvoso) | Baixa (depende da umidade residual, período mais seco) |
Produtividade | Potencial geralmente mais elevado | Variável, mas com alto potencial com tecnologia |
Finalidade Principal | Alimentação humana e produção de sementes | Ração animal e matéria-prima para a indústria |
Riscos Climáticos | Menor risco de falta de água | Maior risco de seca (estresse hídrico) e geadas |
A tabela deixa claro que, apesar dos desafios, o milho safrinha se tornou uma fonte de grãos indispensável para o mercado. O uso de tecnologia e um bom manejo têm feito a produtividade da safrinha se aproximar, e até superar, a da safra principal em muitas áreas.
O ciclo do milho safrinha é diferente da safra normal?
Em geral, a cultivar de milho usada na safra normal e na safrinha pode ser a mesma. No entanto, a época de cultivo da safrinha altera o comportamento da planta, fazendo com que o ciclo mude um pouco. Isso acontece por causa das temperaturas mais baixas e da menor quantidade de horas de sol por dia.
Como resultado, o ciclo do milho safrinha tende a ser mais longo até a colheita, quando comparado ao milho da primeira safra.
Esse prolongamento pode chegar a um mês, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, devido à menor disponibilidade de calor. Por essa razão, apenas uma parte dos híbridos de milho disponíveis no mercado é recomendada para as condições da safrinha (cultivo no outono-inverno e sem irrigação).
Quanto mais o ciclo se estende, maior a chance da lavoura sofrer com a falta de água. Além disso, a temperatura e a radiação solar diminuem à medida que o inverno se aproxima, o que também afeta o desenvolvimento da planta.
O ciclo do milho safrinha pode variar bastante:
- Híbridos superprecoces: ciclo entre
105
e125
dias. - Híbridos precoces: ciclo entre
115
e130
dias. - Híbridos de ciclo normal: ciclo entre
125
e140
dias.
É importante notar que as cultivares de milho tendem a prolongar seu ciclo quanto mais tarde for o plantio, mesmo as precoces.
Por isso, se a colheita da safra de verão atrasou, a melhor estratégia é usar um híbrido de milho para a 2ª safra que seja mais precoce. Dessa forma, a planta completa seu ciclo mais rápido, sofrendo menos com a falta de água, luz e calor.
Como fazer o plantio de milho safrinha?
O milho safrinha já representa cerca de 75% de toda a produção de milho do Brasil, sendo essencial para abastecer tanto o mercado interno quanto a exportação.
Como essa safra ocorre em um período com maior risco de estiagens, altas temperaturas e ataque de pragas, o plantio exige atenção redobrada em alguns pontos chave:
1. Escolha da Cultivar
Dê preferência a híbridos de ciclo precoce ou superprecoce. Eles devem ser tolerantes ao estresse hídrico (falta de água) e resistentes a pragas e doenças comuns no período mais seco. Segundo a Embrapa, o uso de híbridos bem adaptados pode aumentar a produtividade em até 15%.
2. Correção e Nutrição do Solo
Mantenha o solo bem nutrido, com foco especial nos macronutrientes principais: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). O milho safrinha geralmente é plantado após a soja, cultura que pode consumir parte do nitrogênio disponível. A recomendação é aplicar de 80
a 150 kg/ha
de N, ajustando a dose com base no histórico da área e na sua meta de produtividade.
3. Preparo da Área
O plantio direto é a prática mais recomendada. Ele ajuda a preservar a umidade do solo, melhora sua estrutura e reduz os riscos de erosão. Estudos mostram que essa técnica pode manter até 30% mais umidade no solo em comparação com o plantio convencional, uma vantagem enorme para a safrinha.
4. Densidade de Semeadura
Ajuste o número de plantas por hectare de acordo com o potencial de chuvas da sua região e o espaçamento entre as linhas.
- Áreas com maior risco de seca: a recomendação é uma população entre
50.000
e65.000
plantas/ha. - Regiões com mais umidade: é possível trabalhar com até
80.000
plantas/ha para maximizar a produção.
5. Época de Plantio
Respeite a janela ideal da sua região, que geralmente fica entre janeiro e março, logo após a colheita da soja. Plantar dentro do prazo é crucial para fugir dos maiores riscos climáticos, como a estiagem no final do ciclo e as geadas tardias. Atrasar o plantio pode reduzir drasticamente o potencial produtivo.
6. Manejo Fitossanitário
A pressão de pragas como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tem sido um grande desafio. O monitoramento constante e o controle integrado são essenciais para evitar perdas, que podem chegar a até 70% da produção em casos de infecção severa por enfezamentos transmitidos por ela.
Qual híbrido escolher para minha safrinha?
A escolha do híbrido certo é uma das decisões mais importantes para o sucesso da safrinha. Você precisa considerar as condições climáticas, o tipo de solo da sua fazenda e seus objetivos de produtividade.
A adaptação do híbrido às características da sua região é fundamental para garantir uma boa produtividade e reduzir os riscos. Analise os seguintes pontos:
- Ciclo do híbrido: Superprecoce, precoce ou normal? A escolha depende da sua janela de plantio.
- Tolerância ao estresse hídrico: Essencial para uma safra com menos chuvas.
- Resistência a pragas e doenças: Verifique a resistência às principais ameaças da sua região, como a cigarrinha e os enfezamentos.
- Potencial produtivo: Qual a expectativa de sacas por hectare que o material oferece?
- Adaptação regional: Consulte resultados de ensaios e a recomendação de técnicos para a sua área.
Exemplos de híbridos com boas características para a safrinha:
- Pioneer 30F53: Híbrido de ciclo curto, com boa resistência a doenças e pragas, bem adaptado para a safrinha.
- Dekalb 30A20: Híbrido precoce, conhecido pela resistência ao estresse hídrico e bom potencial produtivo.
- BASF 2B710: Híbrido que se destaca pela boa tolerância a pragas e doenças, ideal para o clima da safrinha.
- Syngenta 2B710: Híbrido precoce, com boa resistência ao estresse hídrico e ao acamamento.
Como funciona a adubação no milho safrinha?
Estudos mostram que, em solos já corrigidos, o milho safrinha não costuma responder de forma significativa à adubação com a maioria dos macro e micronutrientes, com uma grande exceção: o nitrogênio (N).
Por isso, a recomendação geral é focar na reposição dos nutrientes que serão retirados do solo pela cultura. Ou seja, você calcula a adubação com base na exportação de nutrientes pelas plantas de milho para a produtividade que você espera.
Para definir a dose de adubação, calcule a quantidade de nutrientes que a planta vai extrair do solo, usando como base uma tabela de exportação de nutrientes.
Dica Importante: Em lavouras onde a soja foi a cultura anterior, a fixação biológica de nitrogênio (processo onde a soja captura N do ar e fixa no solo) pode deixar um saldo de
35
a45 kg
de N por hectare. Esse valor deve ser descontado da sua dose de adubação nitrogenada.
Se você optar pela aplicação de nitrogênio em cobertura, faça isso no início do ciclo, entre os estágios V2 ou V3. Nesse período, a menor quantidade de chuvas exige que o nutriente esteja disponível o quanto antes.
Para solos bem corrigidos, na safrinha de milho, geralmente não há necessidade de se preocupar com a adubação de Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S), pois eles já costumam estar em níveis adequados.
Quais são as principais pragas da safrinha de milho?
O milho safrinha, embora muito rentável, enfrenta grandes desafios fitossanitários. O plantio em uma época mais seca e quente cria um ambiente favorável para o ataque de pragas que podem causar grandes prejuízos à produtividade.
O manejo eficiente dessas pragas exige uma combinação de estratégias: monitoramento constante, controle químico e biológico, rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes. Dê preferência para híbridos Bt (Bacillus thuringiensis): tecnologia que confere resistência a lagartas.
A melhor estratégia é conhecer as principais ameaças e os métodos mais eficazes para controlá-las.
1. Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis)
- Dano: É o principal vetor dos enfezamentos pálido e vermelho e do vírus da risca. Esses problemas podem reduzir a produtividade em até 70%.
- Sintomas: A planta apresenta folhas amareladas ou avermelhadas, crescimento raquítico e espigas com poucos grãos. O enfezamento pode causar o murchamento e a quebra precoce da planta.
- Controle: Use híbridos tolerantes, faça o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos e realize o manejo com pulverizações foliares.
- Saiba mais: Cigarrinha-do-milho.
2. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
- Dano: Ataca as folhas (principalmente o cartucho), reduzindo a área de fotossíntese e o desenvolvimento da planta. Também pode perfurar a espiga, afetando a qualidade dos grãos.
- Sintomas: Folhas com buracos irregulares e “raspadas”. Em ataques severos, a planta pode perder até 50% de sua área foliar.
- Controle: Uso de cultivares com tecnologia Bt, rotação de inseticidas para evitar resistência e monitoramento constante.
- Saiba mais: Lagarta-do-cartucho.
3. Percevejo-barriga-verde (Dichelops spp.)
- Dano: Ataca as plantas pequenas (plântulas) logo após a emergência, injetando toxinas que causam deformações e podem levar à morte.
- Sintomas: A planta fica com pontos amarelados ou necróticos nas folhas, que crescem tortas ou “enrugadas”. Em ataques intensos, as plantas podem morrer.
- Controle: Tratamento de sementes e aplicação de inseticidas no início do desenvolvimento da lavoura.
- Saiba mais: Percevejo no Milho.
4. Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis)
- Dano: Suga a seiva, enfraquecendo a planta. Também pode transmitir viroses que comprometem o desenvolvimento.
- Sintomas: Amarelecimento e enrolamento das folhas. Se houver infecção por vírus, as plantas podem ficar distorcidas e com baixo vigor.
- Controle: Monitoramento, incentivo ao controle biológico (joaninhas são inimigos naturais) e, se necessário, aplicação de inseticidas seletivos.
5. Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
- Dano: Corta as plântulas na base do caule, próximo ao solo, causando falhas graves no estande da lavoura.
- Sintomas: Plantas jovens cortadas e tombadas no solo. O ataque geralmente ocorre à noite e pode destruir uma grande área em pouco tempo.
- Controle: Tratamento de sementes, eliminação de plantas daninhas hospedeiras e aplicação de iscas tóxicas.
- Saiba mais: Lagarta-rosca.
6. Helicoverpa (Helicoverpa zea)
- Dano: Conhecida como lagarta-da-espiga, ataca principalmente os grãos em formação, reduzindo a qualidade e abrindo portas para a entrada de fungos.
- Sintomas: Buracos na ponta das espigas, grãos danificados e presença de fezes da lagarta, o que favorece a contaminação por fungos como o Fusarium.
- Controle: Manejo integrado com cultivares Bt, controle biológico e monitoramento com armadilhas de feromônio.
- Saiba mais: Helicoverpa.
Colheita do milho safrinha
A colheita do milho safrinha deve ser feita quando o grão atinge a umidade ideal, que fica entre 13% e 15%.
- Colheita precoce (grão muito úmido): gera custos extras com secagem e aumenta o risco de perda de qualidade, pois os grãos podem não ter atingido seu peso máximo.
- Colheita tardia (grão muito seco): aumenta o risco de perdas por acamamento (plantas quebrando), deterioração dos grãos no campo e maior exposição a pragas e fungos.
O ponto ideal para iniciar a colheita é quando o milho atinge a maturação fisiológica. Isso é identificado pela formação de uma “camada preta” na base do grão, indicando que ele não acumula mais peso. Nesse momento, o grão está firme e a casca, dura.
Uma boa prática é monitorar a umidade em diferentes talhões da lavoura com medidores portáteis e observar a coloração das espigas. Se o clima estiver muito úmido, considere antecipar a colheita para evitar grãos brotados ou a proliferação de fungos no armazenamento.
Dicas para uma colheita eficiente e segura
- Realize calibrações periódicas nas colhedoras para evitar perdas na plataforma e nos sistemas de trilha e separação.
- Monitore a umidade dos grãos constantemente durante a operação.
- Evite colher em dias de alta umidade relativa do ar.
- Ajuste a velocidade da colhedora de acordo com as condições da lavoura (massa de palha, acamamento, etc.).
- Mantenha as lâminas e facas da plataforma sempre afiadas.
- Faça inspeções regulares na máquina para identificar vazamentos de grãos.
- Utilize as peneiras adequadas para o tamanho e a umidade dos grãos.
- Evite o acúmulo excessivo de material na plataforma da colhedora.
- Planeje a logística de transporte para que os caminhões não fiquem parados esperando no campo.
- Realize treinamentos periódicos com os operadores das máquinas.
Como fica o custo de produção do milho safrinha?
O custo de produção do milho safrinha pode ser mais baixo em comparação com o da safra principal. Isso se deve a algumas características importantes deste cultivo:
1. Preços de insumos potencialmente menores
Como o plantio da safrinha ocorre fora da janela principal de compra de insumos, a demanda por fertilizantes e defensivos é menor. Essa dinâmica de oferta e demanda pode resultar em preços mais competitivos na hora da compra.
2. Aproveitamento de insumos da safra anterior
É possível aproveitar o efeito residual de fertilizantes e corretivos aplicados na soja ou em outra cultura anterior. Isso pode diminuir a necessidade de novos aportes, reduzindo o custo total com a adubação.
3. Venda em período de entressafra
A colheita do milho safrinha geralmente ocorre na entressafra, um período em que a oferta de grãos no mercado é menor. Isso pode criar uma janela de oportunidade para conseguir preços de venda mais vantajosos.
4. Alta produtividade para compensar preços baixos
Mesmo que os preços de venda não estejam nos melhores níveis, a alta produtividade que pode ser alcançada na safrinha, graças à tecnologia e ao manejo correto, pode compensar uma cotação mais baixa. A chave é focar em produzir mais sacas por hectare com um custo controlado.
Glossário
Cultivar / Híbrido: Variedade de planta desenvolvida geneticamente para apresentar características desejáveis, como ciclo precoce, alta produtividade ou tolerância a doenças. A escolha do híbrido correto é uma das decisões mais importantes para o sucesso da safrinha.
Enfezamentos: Doenças sistêmicas (pálido e vermelho) causadas por microrganismos e transmitidas principalmente pela cigarrinha-do-milho. Causam amarelamento, crescimento raquítico e perdas severas na produtividade da lavoura.
Estresse hídrico: Condição em que a planta sofre com a falta de água, o que limita seu desenvolvimento e potencial produtivo. É o principal risco climático enfrentado pelo milho safrinha, que é plantado em um período mais seco.
Maturação fisiológica: Ponto em que o grão atinge seu máximo acúmulo de peso e matéria seca, marcando o momento ideal para a colheita. No milho, é facilmente identificado pela formação de uma “camada preta” na base do grão.
Milho safrinha: Também conhecido como milho de segunda safra, é cultivado logo após a colheita da safra de verão (geralmente a soja), aproveitando a umidade residual do solo. Apesar do nome, hoje representa a maior parte da produção de milho do Brasil.
Plantio direto: Técnica de semeadura realizada sobre a palha da cultura anterior, sem aração ou gradagem do solo. Essa prática é fundamental para a safrinha, pois ajuda a conservar a umidade do solo e a reduzir a erosão.
Sistema de sequeiro: Método de cultivo que depende exclusivamente da água da chuva e da umidade já presente no solo, sem o uso de sistemas de irrigação artificial. A grande maioria das lavouras de milho safrinha é conduzida neste sistema.
Tecnologia Bt: Refere-se a plantas de milho geneticamente modificadas com genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). Essa tecnologia faz com que a própria planta produza proteínas tóxicas para certas lagartas, como a lagarta-do-cartucho.
ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático): Ferramenta oficial do governo que define as épocas de plantio com menor risco climático (seca, geada, etc.) para cada cultura em cada município. É essencial para planejar o plantio da safrinha com mais segurança.
Como a tecnologia pode garantir o sucesso da sua safrinha?
Gerenciar a safrinha de milho envolve equilibrar múltiplos desafios, desde o monitoramento rigoroso de pragas como a cigarrinha-do-milho até o controle apurado dos custos de produção para garantir a lucratividade. Fazer esses registros em planilhas ou cadernos pode levar a erros e dificultar a tomada de decisão rápida, que é crucial em um ciclo com tantos riscos climáticos.
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Perguntas Frequentes
O nome ‘safrinha’ significa que a produtividade é sempre menor que a da primeira safra?
Não mais. Embora o termo sugira uma safra menor, o avanço tecnológico, com híbridos mais adaptados e manejo aprimorado, mudou essa realidade. Atualmente, a produtividade do milho safrinha em muitas regiões do Brasil é tão alta, ou até superior, à da primeira safra, representando a maior parte da produção nacional de milho.
Qual o maior risco ao plantar milho safrinha e como posso reduzi-lo?
O maior risco é o climático, especialmente o estresse hídrico (falta de água) no final do ciclo e a possibilidade de geadas tardias. Para mitigar esse risco, é fundamental plantar dentro da janela recomendada pelo ZARC, utilizar híbridos de ciclo precoce tolerantes à seca, e adotar o sistema de plantio direto para conservar a umidade do solo.
Por que a escolha de um híbrido de milho precoce é tão crucial para a safrinha?
Híbridos de ciclo mais curto são essenciais porque completam seu desenvolvimento mais rápido, ‘fugindo’ do período de maior risco de seca e baixas temperaturas que ocorre no final do outono e início do inverno. Isso aumenta a segurança da lavoura e a chance de atingir um bom potencial produtivo, mesmo com as condições climáticas mais desafiadoras da segunda safra.
A adubação do milho safrinha é diferente da primeira safra?
Sim, a estratégia de adubação costuma ser diferente. O foco principal é na reposição de nitrogênio (N), pois o milho safrinha pode aproveitar o efeito residual de fósforo e potássio aplicados na cultura anterior, como a soja. É importante considerar o nitrogênio fixado pela leguminosa para ajustar a dose e otimizar os custos com fertilizantes.
Qual praga exige mais atenção no manejo do milho safrinha?
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é atualmente a praga de maior preocupação, pois transmite os enfezamentos que podem reduzir drasticamente a produtividade. O controle exige um manejo integrado, que inclui o uso de híbridos tolerantes, tratamento de sementes e monitoramento constante para aplicações de inseticidas no momento certo.
O plantio direto é realmente necessário para o sucesso do milho safrinha?
Embora não seja o único sistema, o plantio direto é altamente recomendado e considerado fundamental para o sucesso da safrinha. A palhada sobre o solo ajuda a conservar a umidade, um fator crítico em um período com menos chuvas, além de proteger contra a erosão e melhorar a estrutura do solo a longo prazo.
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