A cada ano, novos implementos agrícolas são lançados para facilitar o trabalho do produtor no campo. Os tratores estão cada vez maiores, mais potentes e, principalmente, mais econômicos e inteligentes.
A tecnologia avançou tanto que já existem tratores que operam sem a necessidade de um piloto na cabine. Quem diria que chegaríamos ao ponto de usar um trator agrícola que pode ser controlado à distância?
Neste artigo, vamos apresentar algumas máquinas e implementos agrícolas inovadores que talvez você não conheça, mas que certamente podem otimizar as operações na sua fazenda. Confira!
Sensores Inteligentes em Máquinas e Implementos Agrícolas
Muitos sensores inovadores já estão sendo acoplados a máquinas e implementos, tanto no exterior quanto no Brasil. Essas tecnologias estão transformando a maneira como manejamos a lavoura.
Se você tem interesse no assunto, recomendamos a leitura do artigo “8 maneiras de deixar sua lavoura mais inteligente utilizando sensores no campo”.
Acredite, os novos sensores para o setor agrícola são realmente surpreendentes. Veja os principais a seguir.
Sensores para Manejo Inteligente de Plantas Daninhas
Qual produtor nunca enfrentou plantas daninhas resistentes ou se preocupou com o alto custo dos herbicidas? Pensando nisso, uma empresa holandesa desenvolveu o WEEDit, uma solução tecnológica para esse problema.
Para quem não conhece, aqui vai uma explicação clara:
O WEEDit é um sistema de pulverização seletiva. Ele funciona emitindo um feixe de luz que consegue diferenciar uma planta viva do solo ou da palhada. Ao identificar uma planta daninha, o sensor aciona um bico de pulverização que aplica o herbicida diretamente sobre ela.
Essa tecnologia permite uma grande economia de produtos, garante a eficácia da aplicação e reduz significativamente os impactos ambientais na sua lavoura.
Veja também: “Guia absolutamente completo sobre agricultura de precisão na Pré-Safra”
Sensor de Condutividade Elétrica do Solo
Outro sensor que está ganhando espaço no mercado brasileiro é o de condutividade elétrica aparente do solo (CEa).
Condutividade elétrica aparente (CEa): é uma medida que indica como o solo conduz eletricidade. Essa característica está diretamente ligada a atributos físicos do solo, como sua textura (teor de areia, silte e argila) e o nível de matéria orgânica.
Um exemplo conhecido é o sensor Veris, comercializado pela Stara no Brasil.
(Fonte: Stara)
A Falker, uma empresa nacional, também oferece uma tecnologia similar de sensor de CEa.
(Fonte: Falker)
As leituras realizadas por este sensor geram mapas detalhados da propriedade. Esses mapas ajudam a visualizar e delimitar zonas com características de solo semelhantes, otimizando o manejo, a amostragem de solo e a aplicação de insumos.
Análise de Nutrientes do Solo em Tempo Real
Embora ainda não esteja totalmente integrada a máquinas, esta tecnologia promete revolucionar a análise de solo e pode ser adaptada em breve.
A empresa SoilCares desenvolveu um sistema que utiliza espectroscopia para fornecer recomendações de adubação quase instantâneas.
Espectroscopia: é uma técnica que usa a luz para analisar a composição química de um material, neste caso, o solo.
O processo é simples: o sensor realiza a leitura no campo, os dados são enviados para um banco de dados central na Holanda para comparação, e os resultados são impressos na hora. O produtor recebe o laudo imediatamente, permitindo a tomada de decisão rápida sobre a adubação.
Essa inovação ainda não está disponível no Brasil, mas outras empresas do setor já estão desenvolvendo tecnologias parecidas. É uma tendência para ficarmos de olho!
Saiba mais sobre correção de solos em “Tudo o que você precisa saber sobre cálculo de calagem (+calcário líquido)”.
Quais Tecnologias Realmente Chegaram para Ficar?
Diante de tantas novidades, separamos as tecnologias mais promissoras que, na nossa visão, vieram para transformar permanentemente a agricultura.
Máquinas Agrícolas Autônomas
Outra grande inovação são as máquinas autônomas, como o trator conceito da Case. Em um futuro próximo, teremos equipamentos operando na lavoura sem a presença de um condutor a bordo.
Esses tratores utilizam sensores de presença, GPS de alta precisão para posicionamento e diversas funções pré-cadastradas para executar as tarefas.
Mas pode ficar tranquilo: quando o equipamento autônomo encontra uma situação inesperada e não sabe como proceder, ele envia um comando ou uma mensagem para o operador. É o ser humano quem toma a decisão final, garantindo a segurança e a eficiência da operação.
Semeadura em Taxa Variada e GPS no Implemento
A aplicação de insumos em taxa variada é uma linha de pesquisa que ganha cada vez mais força. A ideia é simples e poderosa.
Semeadura em taxa variada: significa ajustar a quantidade de sementes plantadas por área, colocando mais sementes em zonas de alta produtividade e menos nas de baixa.
Uma vez que as zonas de manejo da lavoura são delimitadas, é possível criar estratégias para aplicar populações de sementes diferentes e até híbridos distintos em cada área, explorando o máximo potencial produtivo de cada talhão.
(Fonte: Revista A Granja)
Embora muitas dessas máquinas ainda sejam importadas, essa tecnologia se tornará cada vez mais comum nas lavouras brasileiras.
Para que tudo isso funcione com precisão, é essencial o uso de GPS não só nos tratores, mas também nos implementos. Semeadoras de grãos e plantadoras de cana podem sair do trajeto ideal devido a inclinações no terreno ou umidade do solo. Para corrigir esse escorregamento e evitar erros de percurso, a solução é instalar antenas de GPS também nos implementos.
Tudo isso faz parte da Agricultura de Precisão.
Para saber mais, veja: “Software para Agricultura de Precisão: O guia definitivo para escolher um”.
O “Trator Escravo”: Dobrando a Eficiência com um Operador
As máquinas modernas estão cada vez mais tecnológicas, permitindo operações 24 horas por dia. Isso amplia as janelas curtas de plantio e colheita, resultando em um grande aumento de produtividade.
Nesse sentido, uma tecnologia interessante na Europa é o conceito do “trator escravo”. O nome é estranho, mas a funcionalidade é genial.
Funciona assim: um operador pilota um trator mestre. Ao lado dele, trabalha o trator escravo, que copia e repete exatamente os mesmos movimentos do trator mestre, sem ninguém na cabine. Com isso, é possível dobrar a área trabalhada com apenas um funcionário, reduzindo custos operacionais e agilizando as operações agrícolas.
O Conforto e a Tecnologia nos Tratores Modernos
Quem pensa que o trabalho no campo hoje exige o mesmo esforço do passado está muito enganado. As máquinas e implementos agrícolas passaram por uma grande modernização.
Entrar pela primeira vez na cabine de um trator John Deere da série 8R ou de um Case Magnum é uma experiência surpreendente. Esses equipamentos possuem mais tecnologia embarcada que muitos carros de luxo que vemos nas cidades.
Eles são equipados com motores potentes e econômicos e caixas de câmbio automáticas com mais de 23 combinações de marchas. Atualmente, os tratores mais modernos oferecem comodidades que muitos de nós não temos em nossos próprios carros.
Confira alguns itens opcionais encontrados no mercado brasileiro de máquinas agrícolas:
- Assentos com suspensão a ar para reduzir os impactos do terreno;
- Conjunto de faróis de LED e xênon com visão 360º para facilitar o trabalho noturno;
- Piloto automático e assistente de manobras de cabeceira;
- Sistemas de áudio completos com múltiplos falantes, entrada USB e auxiliar;
- Ar condicionado digital com controle automático de temperatura;
- Monitores digitais para acompanhar nível de combustível, temperatura do motor, RPM, etc.
(Fonte: Machinefinder)
Em qual Novidade Devo Investir na Minha Fazenda?
Depois de ver todas essas tecnologias, a pergunta que fica é: qual delas vale a pena para a minha propriedade?
A resposta depende inteiramente da situação da sua fazenda. Para tomar a decisão certa, você precisa de um bom planejamento agrícola e de um conhecimento profundo do seu custo de produção real.
Será que compensa alugar máquinas ou comprar uma nova? Aquele trator antigo que vive na oficina está realmente valendo a pena?
Você só conseguirá responder a essas perguntas se conhecer seu negócio a fundo. É possível tentar fazer isso com pilhas de papéis ou inúmeras planilhas confusas, mas o processo é lento e sujeito a erros.
Um software de gestão agrícola oferece uma visão muito mais completa, fácil e rápida do que está acontecendo na sua fazenda, centralizando todas as informações em um só lugar.
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Conclusão
Frente a tantas inovações no setor de máquinas agrícolas e implementos, o produtor tem hoje um leque de opções para escolher as que melhor se encaixam na sua realidade e sistema de manejo.
Além das tecnologias que mostramos, inúmeras startups estão surgindo com novos sensores, máquinas e sistemas de gestão, todos focados em melhorar o seu dia a dia na lavoura.
Portanto, já existem diversas pesquisas e novidades prontas para serem aplicadas nas fazendas brasileiras. Cabe a cada produtor decidir o rumo que sua propriedade tomará no futuro, investindo em tecnologia para aumentar a eficiência e a lucratividade.
Glossário
Condutividade Elétrica Aparente (CEa): Medida que indica a capacidade do solo de conduzir eletricidade. Está diretamente relacionada a características como textura (teor de argila, silte e areia) e matéria orgânica, sendo usada para criar mapas de zonas de manejo.
Espectroscopia: Técnica de análise que utiliza a interação da luz com o solo para determinar sua composição química. No artigo, é mencionada como uma forma de obter recomendações de adubação quase em tempo real, sem a necessidade de enviar amostras para um laboratório tradicional.
Máquinas Agrícolas Autônomas: Equipamentos, como tratores, capazes de realizar operações na lavoura sem a presença de um operador na cabine. Utilizam tecnologias como GPS de alta precisão, sensores e rotas pré-programadas para executar tarefas.
Pulverização Seletiva: Aplicação de herbicidas de forma direcionada, somente sobre as plantas daninhas identificadas por sensores. Essa tecnologia evita a aplicação em área total, gerando grande economia de defensivos e reduzindo o impacto ambiental.
Semeadura em Taxa Variada: Prática da agricultura de precisão que consiste em ajustar a quantidade de sementes aplicadas por área. O objetivo é depositar mais sementes em zonas de maior potencial produtivo e menos sementes em áreas com menor potencial, otimizando o uso de insumos.
Trator Escravo: Conceito onde um segundo trator, sem operador, copia e executa os mesmos movimentos de um trator principal (“mestre”) pilotado por uma pessoa. Essa tecnologia permite que um único operador realize o trabalho de dois, dobrando a eficiência da operação.
Zonas de Manejo: Subdivisões de um talhão agrícola que apresentam características de solo e potencial produtivo semelhantes. A delimitação dessas zonas permite a aplicação personalizada de insumos, como sementes e fertilizantes, de acordo com a necessidade específica de cada área.
Como a gestão agrícola potencializa o uso de novas tecnologias
Investir em máquinas e implementos modernos é um passo importante, mas a grande questão é: como garantir que essa tecnologia traga o máximo retorno?
A resposta está em aliar a inovação do campo a uma gestão precisa da fazenda. Antes de decidir pela compra de um novo trator autônomo ou um sensor de solo, é essencial ter um controle detalhado dos seus custos de produção.
Saber exatamente qual o custo por hectare ou por saca produzida permite avaliar se o investimento se justifica e em quanto tempo ele se pagará. Além disso, uma vez que o novo equipamento está na fazenda, a gestão continua sendo fundamental.
Controlar o histórico de manutenções, os abastecimentos e o desempenho operacional de cada máquina evita paradas inesperadas e garante que o ativo seja usado da forma mais eficiente possível. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza essas informações, oferecendo relatórios claros sobre seus custos e um controle completo do maquinário, desde os lembretes de manutenção até a análise de rendimento.
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Perguntas Frequentes
Como a pulverização seletiva realmente funciona para economizar herbicida?
A pulverização seletiva, como a do sistema WEEDit, utiliza sensores ópticos que emitem um feixe de luz para diferenciar plantas vivas do solo ou da palhada. Ao detectar uma planta daninha, o sistema aciona instantaneamente um bico de pulverização que aplica o herbicida apenas sobre ela. Essa aplicação direcionada evita o desperdício de produto em áreas limpas, podendo reduzir o consumo de defensivos em até 90%.
Qual a principal vantagem de mapear o solo com um sensor de condutividade elétrica (CEa)?
A principal vantagem é criar mapas de “zonas de manejo” com alta precisão, que mostram a variabilidade da textura do solo (teor de argila, areia, etc.) no talhão. Isso permite otimizar a amostragem de solo, coletando pontos de forma mais inteligente, e possibilita a aplicação de insumos como sementes e fertilizantes em taxa variada, tratando cada zona de acordo com seu potencial produtivo específico.
Além de economizar sementes, quais outros benefícios a semeadura em taxa variada oferece?
Além da otimização do uso de sementes, a semeadura em taxa variada melhora o aproveitamento do potencial produtivo de cada área. Ao ajustar a população de plantas, ela evita a competição excessiva em solos de baixa fertilidade e maximiza o rendimento em áreas de alta fertilidade. Isso resulta em um estande de plantas mais uniforme e, consequentemente, em um aumento geral da produtividade da lavoura.
Os tratores autônomos já são uma realidade acessível para o produtor brasileiro?
Tratores 100% autônomos, que operam sem ninguém na cabine, ainda são mais conceituais e não estão amplamente disponíveis no mercado brasileiro. No entanto, tecnologias de automação avançada, como piloto automático com precisão centimétrica (RTK) e sistemas de manobra de cabeceira, já são uma realidade em máquinas de grande porte, representando os primeiros passos para a autonomia total.
O que é o conceito de “trator escravo” e como ele aumenta a eficiência?
O “trator escravo” é um sistema onde um segundo trator, sem operador, segue e imita perfeitamente os movimentos de um trator principal pilotado por uma pessoa. Na prática, isso permite que um único operador realize o trabalho de dois, dobrando a área coberta no mesmo período de tempo. Essa tecnologia otimiza a mão de obra, acelera operações como plantio e preparo de solo, e reduz os custos operacionais.
Com tantas inovações, como saber qual tecnologia é a certa para investir na minha fazenda?
A decisão deve ser baseada em dados e no planejamento agrícola. O primeiro passo é identificar seus maiores custos de produção e gargalos operacionais, como gastos elevados com defensivos ou perdas na colheita. A tecnologia ideal é aquela que resolve um problema real da sua fazenda e oferece um retorno sobre o investimento claro, seja através da redução de custos ou do aumento da produtividade.
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