A tecnologia avança em um ritmo acelerado. Ferramentas que eram novidade há dois ou três anos rapidamente se tornam comuns, e essa realidade não se limita apenas a celulares e computadores nas cidades. A inteligência artificial chegou ao campo faz tempo, sendo aprimorada e expandida em diversas regiões produtoras do Brasil.
Muitas vezes, o produtor rural já utiliza essa tecnologia sem se dar conta, pois o termo “inteligência artificial” pode parecer complexo ou distante.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara o que é a inteligência artificial, mostrar como ela foi introduzida na agricultura, como já faz parte do seu dia a dia e quais são as vantagens práticas que ela oferece para o seu negócio. Vamos lá!
O que é, de fato, a Inteligência Artificial no Agronegócio?
De forma simples, Inteligência Artificial (IA) é a capacidade que máquinas e sistemas de computador têm de coletar dados, organizá-los, aprender com eles e, a partir daí, oferecer soluções ou até mesmo executar uma tarefa de forma automática.
Nas cidades, a IA está em nossos celulares e dentro de casa. Mas como isso começou na agricultura?
O primeiro grande passo foi o uso do GPS na agricultura para demarcar áreas. Logo depois, essa tecnologia evoluiu para a agricultura de precisão e para o piloto automático em tratores e outras máquinas.
Para entender melhor: Agricultura de precisão significa usar tecnologia para gerenciar cada parte do talhão de forma individualizada, aplicando insumos apenas onde e quando necessário.
Esse foi o início da IA no campo. O GPS permitiu não apenas navegar e medir áreas, mas também armazenar dados e tomar decisões, como guiar uma máquina com o piloto automático.
Com o tempo, novas ferramentas com inteligência artificial ganharam espaço. Hoje, a IA está presente em diversos equipamentos que ajudam a coletar informações, processá-las e auxiliar em tomadas de decisão, tornando o manejo agrícola muito mais eficiente.
Como a Inteligência Artificial já é Usada no Campo
O GPS foi só o começo. Hoje, a tecnologia avançou e a IA se tornou mais independente e poderosa. Veja algumas ferramentas que já são realidade na lavoura.
(Fonte: Embrapa)
Sensores Inteligentes
Muitos produtores já utilizam sensores para monitorar o clima, medindo a velocidade do vento, o volume de chuvas, a umidade do ar e do solo. Eles são ótimos aliados porque fornecem dados em tempo real.
A inteligência artificial eleva o uso de sensores a outro nível, automatizando decisões. Veja um exemplo prático na irrigação:
- Definição de Parâmetros: O produtor define no sistema as condições ideais para a sua lavoura (ex: umidade do solo mínima de 40%, temperatura máxima de 32°C).
- Coleta de Dados: Os sensores no campo captam os dados continuamente.
- Análise e Comando: Quando os sensores detectam que a umidade do solo atingiu o limite definido, a IA envia um comando automático para o pivô central ligar, aplicando a quantidade exata de água necessária.
Softwares de Gestão Agrícola
Os softwares agrícolas funcionam como uma central de comando da fazenda. Eles reúnem todos os dados do campo em um só lugar, analisam essas informações e as apresentam em relatórios fáceis de entender.
Isso ajuda o produtor a tomar decisões mais seguras em todas as áreas do negócio, desde a gestão de funcionários e máquinas até o planejamento da safra, o controle de pragas e a definição do melhor momento para vender a produção.
O Aegro, por exemplo, é um software completo para gestão de fazendas, que oferece dados integrados desde o planejamento do plantio até a comercialização da colheita.
Drones para Mapeamento e Pulverização
O uso de drones é outra aplicação real da IA no agronegócio. Inicialmente, os drones de imagem se popularizaram para demarcar áreas e gerar mapas detalhados da lavoura.
Essas imagens ajudam a:
- Identificar ataques de pragas e doenças.
- Verificar a saúde geral das plantas.
- Localizar reboleiras (manchas de desenvolvimento irregular na lavoura).
- Economizar insumos com a aplicação localizada de defensivos.
Mais recentemente, os drones de pulverização agrícola se tornaram uma realidade. Eles operam de forma automatizada, seguindo um plano de voo pré-definido pelo piloto, que controla a operação remotamente.
Veículos Agrícolas Autônomos (VAA)
Uma tecnologia que está cada vez mais próxima é o veículo agrícola autônomo (VAA). Diferente do piloto automático, que auxilia um operador, os VAAs são projetados para trabalhar sozinhos, sem a necessidade de uma cabine.
Esses veículos estão sendo desenvolvidos para todas as etapas da produção, do plantio à colheita. Algumas empresas já lançaram pulverizadores totalmente autônomos, onde um único profissional pode supervisionar a operação de várias máquinas à distância.
Big Data: A “Memória Inteligente” da Fazenda
O termo Big Data pode parecer complicado, mas a ideia é simples. Traduzindo, significa “grandes volumes de dados”. Essa tecnologia coleta, armazena e cruza uma quantidade imensa de informações da fazenda em alta velocidade.
Pense no Big Data como a “memória” e a “inteligência” da sua propriedade. Ele consegue analisar, por exemplo:
- O histórico de produtividade de cada talhão.
- A cultivar que foi semeada.
- O histórico de chuvas da região.
- A quantidade de fertilizantes já presente no solo e o que foi aplicado.
Ao cruzar todas essas informações, a tecnologia fornece análises muito precisas e ajuda a prever problemas antes que eles aconteçam, permitindo um manejo muito mais proativo.
Principais Vantagens da IA para o Produtor Rural
O maior benefício do uso da inteligência artificial no agronegócio é a precisão na tomada de decisão. Para gerir uma empresa rural com sucesso, é fundamental coletar e analisar dados corretamente.
Diariamente, uma fazenda gera um volume enorme de informações. Anotar tudo no papel, passar para planilhas e analisar cada detalhe exige tempo e conhecimento. A IA automatiza esse processo.
As ferramentas inteligentes coletam e analisam os dados, gerando relatórios úteis ou até mesmo executando tarefas. Isso resulta em:
- Planejamento mais correto: As decisões são baseadas em dados concretos, não em suposições.
- Ação mais rápida: Problemas são identificados e corrigidos com mais agilidade.
- Maior controle: O produtor tem uma visão completa da gestão de pessoas, máquinas, insumos, produção e finanças.
- Acesso remoto: Como os dados são armazenados na nuvem, é possível tomar decisões importantes mesmo sem estar fisicamente na fazenda.
No fim das contas, todas essas ferramentas buscam um objetivo comum: a sustentabilidade no agronegócio. Elas ajudam a reduzir o desperdício de insumos, aumentar a produtividade e, como consequência, melhorar a rentabilidade do produtor.
Dificuldades para Adotar a Inteligência Artificial no Campo
Apesar dos benefícios, existem barreiras para a adoção dessas tecnologias no Brasil. Uma pesquisa realizada pela Embrapa sobre a agricultura digital brasileira apontou os principais desafios enfrentados pelos produtores.
(Fonte: Embrapa)
As principais dificuldades são:
1. Alto Custo de Investimento
Para a maioria dos produtores, o alto investimento financeiro é o principal obstáculo. As pesquisas e inovações por trás da IA acabam elevando o preço de máquinas, equipamentos e softwares que possuem essas tecnologias.
2. Falta de Conectividade no Campo
Mesmo que o fator financeiro não fosse um problema, a falta de internet de qualidade nas áreas rurais é um grande entrave. Um estudo sobre conectividade rural mostrou que 13 milhões de brasileiros vivem em áreas sem cobertura de internet. A IA depende da internet para coletar dados em tempo real, enviá-los para a nuvem e realizar as análises.
3. Necessidade de Capacitação
Para aproveitar todo o potencial de uma ferramenta de IA, é preciso conhecê-la a fundo. Isso exige treinamento e capacitação digital tanto para os gestores quanto para os trabalhadores do campo, o que representa outro desafio a ser superado.
Conclusão
A inteligência artificial deixou de ser uma promessa futura para se tornar uma ferramenta presente e poderosa no agronegócio. Como vimos, ela já está em operação através de sensores, softwares, drones e outras tecnologias que agregam informações valiosas e contribuem para decisões mais inteligentes.
As vantagens são claras: maior controle, eficiência e rentabilidade. Embora existam desafios importantes como o custo, a conectividade e a necessidade de treinamento, superar essas barreiras é o caminho para uma agricultura cada vez mais produtiva e sustentável.
Glossário
Agricultura de Precisão: Estratégia de gerenciamento agrícola que utiliza tecnologia (GPS, sensores, drones) para monitorar e aplicar insumos de forma localizada. Em vez de tratar a lavoura inteira da mesma forma, aplica-se fertilizante ou água apenas onde e na quantidade necessária.
Big Data: Coleta e análise de um volume gigantesco de dados em alta velocidade. No agronegócio, cruza informações como histórico de chuvas, produtividade de cada talhão e dados de solo para prever resultados e otimizar o planejamento da safra.
IA (Inteligência Artificial): Sigla para Inteligência Artificial. Refere-se à capacidade de máquinas e sistemas de coletar dados, aprender com eles e tomar decisões ou executar tarefas de forma autônoma, como acionar um sistema de irrigação quando sensores indicam solo seco.
Pivô Central: Sistema de irrigação automatizado onde uma longa estrutura metálica com aspersores gira em torno de um ponto central (o pivô), irrigando uma grande área circular. A IA pode controlar seu acionamento com base em dados de sensores de umidade.
Reboleiras: Termo usado para descrever manchas ou áreas isoladas na lavoura onde as plantas apresentam desenvolvimento anormal, seja por ataque de pragas, doenças ou problemas nutricionais no solo. Drones são eficazes para identificá-las.
Talhão: Uma subdivisão ou lote de uma área agrícola, delimitado para facilitar o planejamento e o manejo. É a unidade básica de gerenciamento da fazenda, onde se controla o plantio, a aplicação de insumos e a colheita.
VAA (Veículo Agrícola Autônomo): Sigla para Veículo Agrícola Autônomo. Máquinas como tratores e pulverizadores projetadas para operar sozinhas no campo, sem um operador na cabine. Elas seguem rotas pré-programadas e executam tarefas de forma totalmente independente.
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
Os desafios como o alto custo de investimento e a necessidade de capacitação são reais, mas o primeiro passo para aproveitar a inteligência artificial não precisa ser complexo. Um software de gestão agrícola como o Aegro funciona como uma ponte, centralizando os dados gerados por drones, sensores e operações diárias. Em vez de lidar com planilhas e anotações espalhadas, você tem acesso a relatórios visuais que transformam o ‘Big Data’ em decisões claras sobre onde reduzir custos e otimizar o uso de insumos.
Além disso, a transição para o digital pode ser mais simples do que parece. Uma plataforma intuitiva e com suporte dedicado ajuda a superar a barreira da capacitação, permitindo que gestores e equipes de campo registrem informações facilmente, seja pelo computador ou pelo aplicativo no celular. Isso garante que a tecnologia trabalhe a seu favor, economizando tempo e fornecendo uma visão completa da fazenda na palma da sua mão.
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Perguntas Frequentes
Como posso começar a usar inteligência artificial na minha fazenda sem fazer um grande investimento?
O primeiro passo não precisa ser a compra de maquinário caro. Você pode começar com um software de gestão agrícola para centralizar dados, ou contratar serviços de mapeamento com drones para identificar problemas pontuais. Essas ferramentas já utilizam IA para gerar insights valiosos, otimizando o uso de insumos e oferecendo um retorno claro sobre um investimento inicial mais baixo.
Qual a diferença real entre agricultura de precisão e inteligência artificial?
A agricultura de precisão é a estratégia de gerenciar a lavoura de forma localizada, aplicando recursos apenas onde são necessários. A inteligência artificial é a tecnologia que potencializa essa estratégia, analisando os dados coletados (por sensores, drones, etc.) para automatizar decisões e gerar recomendações muito mais precisas e rápidas do que um ser humano conseguiria.
Preciso de internet de alta velocidade em toda a propriedade para usar tecnologias de IA?
Não necessariamente em toda a área. Muitas ferramentas, como aplicativos de gestão e drones, podem coletar dados offline e sincronizá-los mais tarde quando houver conexão. No entanto, para funcionalidades em tempo real, como o acionamento automático de um sistema de irrigação por sensores, uma conexão estável no local da operação é fundamental.
De que forma concreta a IA ajuda a aumentar a lucratividade da minha lavoura?
A IA aumenta a lucratividade principalmente de duas formas: reduzindo custos e aumentando a produtividade. Ela permite a aplicação localizada e otimizada de defensivos e fertilizantes, evitando desperdícios. Além disso, a análise preditiva ajuda a identificar pragas e doenças precocemente, minimizando perdas e garantindo uma colheita mais saudável e rentável.
Um software de gestão agrícola como o Aegro já é considerado uma forma de inteligência artificial?
Sim, softwares de gestão avançados utilizam elementos de IA. Eles processam um grande volume de dados da fazenda (Big Data) – como custos, produtividade por talhão e histórico de operações – para gerar relatórios e insights automáticos. Essa capacidade de transformar dados brutos em recomendações estratégicas é uma aplicação prática da inteligência artificial para a tomada de decisão.
O que são os Veículos Agrícolas Autônomos (VAA) e como eles se diferem do piloto automático?
O piloto automático é um sistema de assistência que guia uma máquina agrícola em uma rota precisa, mas ainda exige um operador na cabine para supervisionar. Já os Veículos Agrícolas Autônomos (VAA) são um passo além: são máquinas projetadas para operar de forma 100% independente, sem a necessidade de um operador a bordo, executando tarefas como pulverização ou plantio de forma totalmente automatizada.
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