O manejo de plantas daninhas na soja está cada vez mais desafiador, com problemas que tiram o sono de muitos produtores e limitam o aumento da produtividade.
Produtores lidam com questões sérias, como a buva resistente a cinco mecanismos de ação diferentes e o avanço do capim-amargoso para novas áreas, para citar apenas alguns exemplos.
Para complicar, a seca que atingiu diversas regiões do país tornou o manejo de daninhas na entressafra uma tarefa difícil.
Neste guia, vamos mostrar como realizar um manejo de herbicidas para soja que funcione, mesmo em cenários difíceis, e garantir que sua lavoura fique no limpo.
O Ponto de Partida: Manejo na Entressafra
O segredo de um bom manejo de plantas daninhas na cultura da soja começa na entressafra. É nesse período que você tem mais opções e ferramentas de controle disponíveis.
Atenção: Plante a soja no limpo. A cultura tolera pouquíssimos dias de competição com plantas daninhas, cerca de 12 dias no máximo.
Devido à seletividade dos herbicidas disponíveis para a soja, a melhor estratégia é priorizar o controle de folhas largas durante a entressafra. É o momento ideal para focar em daninhas como a buva e o picão-preto.
O motivo é simples: existem poucas opções de herbicidas que podem ser aplicados em pós-emergência para controlar folhas largas sem prejudicar a lavoura ou causar [fitotoxicidade]: significa a intoxicação da planta de soja pelo herbicida, causando danos.
Nesta safra, muitos produtores tiveram problemas com a dessecação das daninhas na entressafra por causa do tempo seco. A seca faz com que muitos produtos percam eficiência se não forem aplicados corretamente.
Isso acontece porque as plantas daninhas, para sobreviver à falta de água, desenvolvem defesas naturais. Elas aumentam a camada de cera na superfície das folhas e criam estruturas para evitar a transpiração excessiva.
Além disso, a maioria dos herbicidas age em [rotas bioquímicas]: caminhos internos do metabolismo da planta. Durante a seca, a atividade dessas rotas diminui, o que reduz a absorção e o transporte do herbicida dentro da planta.
Pensando nisso, separamos algumas dicas práticas para melhorar o manejo em períodos de seca.
(Foto: Ururau)
7 Dicas para o Manejo de Plantas Daninhas no Período Seco
Dica 1: Antecipe o controle
Mesmo com o tempo seco, se você tem plantas daninhas de difícil controle em sua área (como buva e amargoso), faça uma aplicação logo no começo da entressafra. Assim, você atinge essas daninhas ainda pequenas e freia seu desenvolvimento inicial.
Dica 2: Use pré-emergentes
Aplique herbicidas pré-emergentes para controlar os primeiros fluxos de germinação assim que as chuvas começarem. Isso cria uma barreira protetora no solo.
Dica 3: Capriche na aplicação
Utilize uma boa tecnologia de aplicação e mantenha seu pulverizador sempre calibrado. Uma aplicação bem-feita faz toda a diferença.
Dica 4: Escolha o melhor horário
Procure aplicar nos períodos mais favoráveis do dia, com temperaturas mais amenas e maior umidade, mesmo que precise ser de madrugada.
Atenção! Produtos que precisam de luz para agir (ex: paraquat e saflufenacil) podem ter um efeito melhor se aplicados de madrugada, mas é fundamental que o dia seguinte não amanheça nublado!
(Foto: Embrapa)
Dica 5: Deixe a planta “respirar”
Após uma chuva, espere de dois a três dias para que as plantas daninhas se restabeleçam antes de uma aplicação. Plantas estressadas não absorvem bem o produto.
Dica 6: Ajuste o volume de calda
Evite volumes de calda muito baixos. Utilize no mínimo 100 L/ha
. Para herbicidas de contato, este volume deve ser ainda maior, sendo indicado no mínimo 200 L/ha
para garantir uma boa cobertura.
Dica 7: Cuidado com a dessecação de forrageiras
Ao dessecar forrageiras como a Brachiaria, tenha certeza de que não haverá rebrota. Além disso, verifique se a matéria morta não vai prejudicar a soja, causando [estiolamento]: crescimento fino e fraco por falta de luz ou [alelopatia]: liberação de substâncias que inibem outras plantas.
Herbicidas Aplicados na Pré-emergência da Soja
Diclosulam
- Quando aplicar: É um [herbicida residual]: que permanece ativo no solo por um tempo, ideal para controlar o banco de sementes. Use nas primeiras aplicações do manejo de outono (entressafra).
- Espectro de controle: Ótimo controle de folhas largas (ex: buva) e algumas gramíneas (ex: capim-amargoso).
- Dosagem recomendada:
29,8 a 41,7 g/ha
. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como glifosato e 2,4-D.
- Cuidados: O solo deve estar úmido para garantir a ativação do produto.
Flumioxazin
- Quando aplicar: Herbicida com ação residual para controle do banco de sementes. Pode ser usado nas primeiras aplicações da entressafra ou no sistema de aplique e plante da soja.
- Espectro de controle: Ótimo controle de folhas largas e algumas gramíneas.
- Dosagem recomendada:
40 a 120 g/ha
. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como glifosato, 2,4-D e imazetapir.
Sulfentrazone
- Quando aplicar: Herbicida com ação residual para o banco de sementes, utilizado na primeira aplicação do manejo de outono.
- Espectro de controle: Ótimo controle de folhas largas e bom controle de algumas gramíneas. É especialmente recomendado para áreas com infestação de tiririca.
- Dosagem recomendada:
0,5 L/ha
, pois apresenta grande variação na seletividade entre os diferentes cultivares de soja. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como glifosato, 2,4-D, chlorimuron e clomazone.
Metsulfuron
- Quando aplicar: Herbicida residual para controle do banco de sementes, usado na primeira aplicação do manejo de outono.
- Espectro de controle: Ótimo controle de folhas largas (picão-preto, leiteiro, buva e guanxuma).
- Dosagem recomendada:
3,0 a 4,0 g/ha
. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como glifosato e 2,4-D.
- Cuidados: Deixe um intervalo de no mínimo 60 dias entre a aplicação do herbicida e a semeadura da soja.
S-metolachlor
- Quando aplicar: Herbicida com ação residual, ideal para o sistema de aplique e plante da soja.
- Espectro de controle: Focado em gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).
- Dosagem recomendada:
1,5 a 2,0 L/ha
. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como o glifosato.
- Cuidados: Não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar úmido e com perspectiva de chuva para boa incorporação.
Trifluralina
- Quando aplicar: Herbicida com ação residual, utilizado na primeira aplicação do manejo de outono.
- Espectro de controle: Gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso e capim-pé-de-galinha).
- Dosagem recomendada:
1,2 a 4,0 L/ha
, dependendo da planta daninha a ser controlada e do nível de cobertura do solo. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como glifosato e graminicidas.
- Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Formulações antigas têm problemas com [fotodegradação]: perda de efeito pela luz solar, necessitando de incorporação. Sua eficiência é muito reduzida em solo com grande quantidade de palha ou durante longos períodos de seca.
Clomazone
- Quando aplicar: Herbicida com ação residual, muito usado no sistema de plante e aplique.
- Espectro de controle: Gramíneas de semente pequena (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha) e algumas folhas largas de sementes pequenas.
- Dosagem recomendada:
1,6 a 2,0 L/ha
, dependendo da daninha e da cobertura do solo. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e sulfentrazone.
- Cuidados: Muita atenção com a [deriva]: quando o vento leva o produto para áreas vizinhas, pois pode prejudicar culturas suscetíveis próximas!
Sintoma de fitotoxicidade em soja
(Fonte: Gazziero e Neumaier)
Herbicidas Aplicados na Pós-emergência da Soja
Cloransulam
- Quando aplicar: Herbicida para controle de folhas largas na soja já estabelecida. Geralmente utilizado para segurar o desenvolvimento de buva que não foi bem dessecada na entressafra.
- Espectro de controle: Folhas largas (ex: picão-preto, corda-de-viola, trapoeraba e buva).
- Dosagem recomendada:
23,8 a 47,6 g/ha
, dependendo da planta daninha e do seu estágio de desenvolvimento. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como o glifosato.
- Cuidados: Fique atento ao efeito “guarda-chuva” da soja. O produto precisa atravessar as folhas da cultura para atingir a planta daninha no alvo.
Clethodim
- Quando aplicar: Herbicida com ótimo controle de gramíneas em estádio inicial (2 a 4 perfilhos). Pode ser usado no manejo sequencial de touceiras.
- Espectro de controle: Gramíneas (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha e capim-amargoso) e milho tiguera até V4.
- Dosagem recomendada:
0,6 a 1,0 L/ha
, dependendo da daninha e do seu estágio. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos como o glifosato.
- Cuidados: Possui [antagonismo]: quando a mistura de dois produtos reduz o efeito de um deles, com o 2,4-D. Se precisar misturar, aumente em 20% a dose de clethodim.
Observação: Existem vários outros graminicidas no mercado. O haloxyfop, por exemplo, costuma ser mais eficiente no controle de milho tiguera mais desenvolvido.
Glifosato
- Quando aplicar: Herbicida não seletivo (amplo espectro) utilizado apenas em soja RR.
- Espectro de controle: Folhas largas e folhas estreitas.
- Dosagem recomendada:
2,0 a 6,0 L/ha
, dependendo da planta daninha e do seu estágio. - Pode ser misturado com: Herbicidas sistêmicos e pré-emergentes (ex: Clethodim e Cloransulam).
- Cuidados: Embora muitas plantas daninhas já tenham desenvolvido resistência, o glifosato continua sendo uma excelente ferramenta de manejo para as demais daninhas sensíveis.
Importante: A recomendação de produtos fitossanitários deve ser sempre feita por um(a) engenheiro(a) agrônomo(a). Contudo, o produtor deve estar sempre bem informado para discutir as melhores estratégias para sua lavoura.
Conclusão
Neste guia, revisamos as dicas mais importantes para um manejo de herbicidas eficiente, mesmo em períodos de seca.
Você viu as principais ferramentas de controle químico para a soja, com o posicionamento correto para cada uma, evitando danos à sua lavoura.
Com estas informações em mãos, você está mais preparado para realizar um manejo de herbicidas inteligente e proteger o potencial produtivo da sua soja.
Glossário
Alelopatia: Fenômeno em que uma planta libera substâncias químicas que inibem o crescimento de outras ao seu redor. No texto, refere-se ao risco da palha de forrageiras prejudicar o desenvolvimento inicial da soja.
Antagonismo: Efeito que ocorre quando a mistura de dois herbicidas reduz a eficácia de um deles. Por exemplo, a mistura de 2,4-D com Clethodim pode diminuir a ação do Clethodim no controle de gramíneas.
Deriva: Transporte das gotas do herbicida pulverizado pelo vento para fora da área de aplicação. É um grande risco com produtos como o Clomazone, podendo causar danos em lavouras vizinhas sensíveis.
Dessecação: Processo de aplicar herbicidas para secar e matar a vegetação existente (plantas daninhas ou culturas de cobertura) antes do plantio. O objetivo é realizar a semeadura da soja “no limpo”, sem competição inicial.
Fitotoxicidade: Intoxicação da planta cultivada (neste caso, a soja) causada por um herbicida, resultando em danos como manchas, amarelamento ou deformação das folhas.
Herbicida pré-emergente: Produto aplicado ao solo antes da germinação (emergência) das plantas daninhas. Ele cria uma barreira química que impede o desenvolvimento de novas invasoras a partir do banco de sementes.
Herbicida pós-emergente: Produto aplicado diretamente sobre as plantas daninhas que já emergiram e estão visíveis na lavoura. Serve para controlar infestações já estabelecidas.
Herbicida residual: Herbicida que permanece ativo no solo por um período após a aplicação, controlando novos fluxos de germinação de plantas daninhas. O Diclosulam é um exemplo citado no artigo.
Rotas bioquímicas: Conjunto de reações químicas que ocorrem dentro do metabolismo de uma planta para sustentar sua vida. Os herbicidas agem interrompendo uma ou mais dessas rotas, levando a planta daninha à morte.
Soja RR: Sigla para “Roundup Ready”, que identifica variedades de soja geneticamente modificadas para serem resistentes ao herbicida glifosato. Essa tecnologia permite o uso do glifosato em pós-emergência sem causar danos à cultura da soja.
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
O manejo de herbicidas é uma das operações mais complexas e custosas da safra de soja. Planejar o momento certo de cada aplicação, registrar os produtos utilizados e, ao mesmo tempo, controlar os gastos com defensivos são desafios que impactam diretamente a rentabilidade. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza essas informações, permitindo que você planeje todo o cronograma de pulverizações e acompanhe os custos operacionais em tempo real. Isso facilita a tomada de decisão e garante que seu investimento em defensivos traga o melhor retorno possível.
Que tal simplificar o planejamento e o controle de custos da sua lavoura?
Experimente o Aegro gratuitamente e descubra como tomar decisões mais seguras e rentáveis no manejo de plantas daninhas.
Perguntas Frequentes
Por que o manejo de plantas daninhas na entressafra é tão crucial para a cultura da soja?
O manejo na entressafra é fundamental porque a soja é extremamente sensível à competição nos primeiros dias de desenvolvimento. Realizar o controle nesse período, conhecido como “plantar no limpo”, garante que a lavoura comece sem a presença de invasoras. Além disso, a entressafra oferece uma janela com mais opções de herbicidas, especialmente para o controle de folhas largas como a buva, que são difíceis de manejar em pós-emergência sem causar danos à soja.
Qual a melhor estratégia para aplicar herbicidas em períodos de seca para garantir a eficácia?
Durante a seca, as plantas daninhas se tornam mais resistentes. Para garantir a eficácia, aplique os herbicidas nos horários mais frescos e úmidos do dia, como de madrugada, utilize um volume de calda maior (mínimo de 100 L/ha) para assegurar boa cobertura, e, após uma chuva, aguarde de dois a três dias para que a planta daninha se recupere do estresse hídrico antes da pulverização.
O que é fitotoxicidade na soja e como posso evitá-la?
Fitotoxicidade é a intoxicação da planta de soja pelo herbicida, causando danos como amarelamento, manchas ou deformações que prejudicam a produtividade. Para evitá-la, é essencial seguir rigorosamente as dosagens recomendadas na bula, respeitar os intervalos de segurança entre aplicação e plantio (como os 60 dias para o Metsulfuron) e estar atento à seletividade dos produtos para os diferentes cultivares de soja.
Qual a principal diferença entre herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes?
A principal diferença está no momento da aplicação e no alvo. Herbicidas pré-emergentes (ex: S-metolachlor) são aplicados no solo antes da germinação das sementes das daninhas, criando uma barreira química residual. Já os herbicidas pós-emergentes (ex: Clethodim) são aplicados diretamente sobre as plantas daninhas que já nasceram, controlando infestações já visíveis na lavoura.
Como posso realizar um controle eficaz do capim-amargoso na soja?
O controle eficaz do capim-amargoso exige um manejo integrado. Na entressafra, utilize herbicidas pré-emergentes com foco em gramíneas, como S-metolachlor ou Trifluralina, para controlar o banco de sementes. Em pós-emergência, aplique graminicidas específicos, como o Clethodim, quando as plantas ainda estiverem pequenas (2 a 4 perfilhos) para garantir a máxima eficiência do produto.
O que é o risco de deriva na aplicação de herbicidas como o Clomazone?
A deriva é o transporte das gotas do herbicida pelo vento para fora da área de aplicação. O Clomazone é um produto com alto risco de deriva e pode causar sérios danos em culturas vizinhas que são sensíveis a ele, como hortaliças ou algodão. Por isso, a aplicação deve ser feita com tecnologia adequada, bicos anti-deriva e em condições climáticas ideais (sem vento forte).
Artigos Relevantes
- Herbicidas pré-emergentes para soja: Os melhores produtos e suas orientações: Este artigo aprofunda de forma excepcional a seção sobre pré-emergentes do guia principal. Enquanto o artigo principal lista os produtos, este candidato detalha a estratégia por trás do uso, abordando fatores críticos como tipo de solo, pH e efeito residual (carryover), preenchendo uma lacuna de conhecimento fundamental para a aplicação correta e segura.
- Como identificar e combater as 6 principais plantas daninhas da soja: Este artigo funciona como um guia de campo que complementa perfeitamente o artigo principal, que é um guia de produtos. Ele foca na identificação e no manejo específico das principais daninhas citadas (buva, capim-amargoso), oferecendo ao leitor a capacidade de diagnosticar o problema na lavoura e entender qual solução do artigo principal se aplica melhor a cada caso.
- Como reduzir os custos da gestão de herbicidas e tornar o manejo mais eficiente: Este artigo adiciona a dimensão econômica crucial que falta no guia principal. Ele quantifica o custo da resistência de plantas daninhas por hectare, justificando financeiramente a necessidade do manejo cuidadoso e diversificado proposto no artigo principal. É o conteúdo que transforma a recomendação técnica em uma decisão de negócio inteligente.
- Cuidados para ser mais assertivo no uso do herbicida 2,4-D: O artigo principal menciona o 2,4-D como opção de mistura, mas não explora seus riscos e particularidades. Este candidato oferece um mergulho profundo e essencial sobre o uso seguro e eficaz deste herbicida hormonal, abordando o risco de deriva e as condições ideais de aplicação, o que agrega uma camada de responsabilidade e segurança técnica indispensável.
- Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva: Este artigo eleva a discussão do manejo de produtos para o nível de sistemas biotecnológicos, apresentando uma solução moderna para os problemas de resistência levantados no artigo principal. Ele mostra o próximo passo na evolução do manejo, conectando a genética das sementes aos herbicidas (incluindo o 2,4-D, já detalhado em outra seleção), criando uma jornada de aprendizado lógica e voltada para o futuro.