O controle de plantas daninhas é um dos maiores desafios na cultura do milho no Brasil, impactando diretamente a produtividade da lavoura.
Nesse cenário, o tembotrione surge como uma ferramenta de alto desempenho, especialmente eficaz contra plantas danigas e no manejo da resistência a outros herbicidas.
Sua alta seletividade ao milho, que significa que ele controla o mato sem prejudicar a cultura, e seu amplo espectro de controle o tornam uma opção estratégica para o produtor.
Neste artigo, vamos detalhar como o herbicida tembotrione age, quais as recomendações de uso e como aplicá-lo da forma correta para obter os melhores resultados. Boa leitura!
O que é o herbicida tembotrione?
O tembotrione, também conhecido como tembotriona, é um herbicida que pertence ao grupo químico das tricetonas.
Ele é um agroquímico seletivo, ou seja, foi desenvolvido para controlar as plantas daninhas sem causar danos significativos à cultura do milho. Uma de suas principais vantagens é o amplo espectro de controle, pois sua ação é eficaz contra diversas espécies de invasoras, tanto de folhas largas quanto de folhas estreitas.
Por essas características, o tembotrione é amplamente utilizado no controle de plantas daninhas do milho e se tornou uma ferramenta essencial no manejo de espécies que já desenvolveram resistência a outros produtos.
Como o tembotrione age nas plantas?
O mecanismo de ação do tembotrione é bastante específico e visível. Ele age interrompendo a produção de carotenoides na planta daninha. Para isso, ele inibe uma enzima chave chamada hidroxifenil-piruvato-dioxigenase (HPPD).
Quando essa enzima é bloqueada, a planta invasora não consegue mais produzir os carotenoides, que funcionam como um “protetor solar” para a clorofila. Sem essa proteção, a clorofila é destruída pela luz solar.
O resultado é um sintoma muito característico: a planta daninha fica com uma coloração esbranquiçada. Esse branqueamento evolui para o secamento das folhas e, finalmente, para a morte da planta.
Aspecto de planta com injúria de tembotrione, mostrando o branqueamento característico.
(Fonte: USP)
Esse processo acontece da seguinte forma:
- Bloqueio da enzima HPPD: O herbicida impede a enzima de funcionar.
- Degradação da clorofila: Sem a proteção dos carotenoides, a clorofila (pigmento que dá a cor verde e realiza a fotossíntese) é destruída.
- Fim da fotossíntese: A fotossíntese é o processo pelo qual a planta produz sua própria energia. Sem clorofila, não há fotossíntese.
- Morte da planta: Sem energia, a planta daninha não consegue sobreviver e morre.
Este mecanismo de ação é o mesmo de outro herbicida conhecido no mercado, o mesotrione.
A importância do tembotrione no manejo de daninhas
A eficácia de um herbicida depende de vários fatores, como as condições do ambiente, a espécie da planta daninha e a época de aplicação. Nos últimos anos, muitos casos de resistência a herbicidas comuns surgiram, tornando o manejo integrado uma necessidade.
O uso repetitivo e incorreto do mesmo herbicida acaba selecionando as plantas daninhas resistentes. Elas sobrevivem, se reproduzem e aumentam a quantidade de sementes resistentes no banco de sementes do solo, que é o estoque de sementes viáveis presentes na terra.
Para evitar esse problema, é fundamental fazer a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Por exemplo, alternar o uso de glifosato, atrazina, 2,4-D e tembotrione é um manejo sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.
Exemplo de mecanismos de ação que podem ser usados em rotação para um manejo eficiente.
(Fonte: Mais Soja)
O tembotrione é recomendado para aplicação em pós-emergência do milho (quando a cultura e as daninhas já nasceram) e tem mostrado excelentes resultados. No entanto, é crucial não utilizar o tembotrione de forma indiscriminada, pois o uso excessivo pode levar ao surgimento de resistência e inviabilizar essa importante ferramenta no futuro.
Eficiência do tembotrione na cultura do milho
A lavoura de milho pode ser afetada por uma grande diversidade de plantas daninhas. O manejo ideal começa antes mesmo do plantio: garanta que a colheita da cultura anterior seja feita com a área o mais limpa possível.
Realize um bom manejo na dessecação pré-plantio do milho. O uso de herbicidas com efeito residual no solo ajuda a cultura a se estabelecer rapidamente, sem a competição inicial das invasoras.
Mesmo com um bom manejo pré-emergente (antes do nascimento das plantas), algumas daninhas podem escapar e persistir na lavoura. Quando isso acontecer, a aplicação de herbicidas em pós-emergência deve ser feita entre os estádios fenológicos V3 e V5 do milho, que é quando a planta tem de 3 a 5 folhas totalmente desenvolvidas. Agir nessa janela evita a competição e perdas de produtividade.
Plantas daninhas de folha estreita competindo com o milho em sua fase inicial de desenvolvimento.
(Fonte: Embrapa)
O tembotrione tem sido uma peça-chave para um sistema de rotação de herbicidas eficaz no milho. Ele também é uma excelente opção para o controle da soja guaxa ou tiguera, que muitas vezes sobrevive à dessecação com glifosato.
Para garantir a máxima eficiência, respeite o estádio de desenvolvimento da planta daninha no momento da aplicação:
- Folhas largas: Aplicar até a planta ter 6 folhas desenvolvidas.
- Gramíneas: Aplicar até a planta ter 2 perfilhos.
Sintomas de fitotoxicidade por tembotrione no milho
Em aplicações com doses maiores que as recomendadas ou com sobreposição de faixas de aplicação, as plantas de milho podem absorver mais herbicida do que conseguem suportar, apresentando sintomas de fitointoxicação.
Os sintomas de intoxicação por tembotrione no milho são o branqueamento das folhas, seguido de necrose (morte dos tecidos vegetais), que pode ocorrer em um período de 1 a 2 semanas.
Quais plantas daninhas o tembotrione controla?
O herbicida tembotrione é eficaz para controlar diversas plantas daninhas que afetam a cultura do milho. As principais são:
- Amendoim-bravo
- Capim-carrapicho
- Apaga-fogo
- Capim-colchão
- Capim-marmelada
- Capim-braquiária
- Corda de viola
- Joá de capote
- Picão-preto
- Nabo
- Poaia-branca
- Trapoeraba
- Rubim
Recomendação de uso do herbicida tembotrione
Utilize o tembotrione como uma opção estratégica no manejo de plantas daninhas resistentes a outros mecanismos de ação. A rotação de princípios ativos, planejada safra a safra, é a melhor forma de evitar o desenvolvimento de resistência e manter a eficácia dos produtos.
Mesmo usando o tembotrione em pós-emergência, não abra mão do tratamento pré-semeadura do milho. Isso garante que a cultura comece a se desenvolver “no limpo”, com menos competição.
Se algumas daninhas surgirem, aplique o tembotrione no início do desenvolvimento do milho, conforme a janela recomendada (V3-V5), para evitar a matocompetição e perdas econômicas.
Evite aplicar o herbicida com a cultura já bem desenvolvida. O fechamento das linhas de milho cria o “efeito guarda-chuva”, que impede o produto de atingir as plantas daninhas menores, reduzindo sua eficácia.
Mistura em tanque
O tembotrione pode ser aplicado em mistura de tanque com glifosato e atrazina.
Estudos mostram que a mistura com glifosato em pós-emergência do milho pode causar um leve efeito de fitotoxicidade. No entanto, esse efeito atinge no máximo 8% de injúria aos 7 dias após a aplicação e, mais importante, não causa redução de produtividade.
A mistura de tanque com glifosato e mesotrione (outro inibidor de HPPD) tende a apresentar maior fitotoxicidade e menor controle de algumas plantas daninhas importantes, devendo ser avaliada com cuidado.
Tabela mostrando a alta eficiência de controle do tembotrione em mistura com atrazina para diferentes plantas daninhas.
(Fonte: Mais Soja)
Dose de aplicação e volume de calda
Para aplicação terrestre em todas as situações, utilize um volume de calda de 150 a 200 litros por hectare. É fundamental que o seu pulverizador esteja limpo e bem regulado para garantir uma aplicação uniforme e eficaz.
Lembre-se de realizar todas as aplicações com segurança, utilizando os EPIs corretos e seguindo as recomendações da bula e do receituário agronômico.
Pontos de atenção na aplicação
Para garantir o melhor resultado do tembotrione, fique atento a estas condições:
- Não aplique o produto em plantas daninhas ou na cultura do milho que estejam sob estresse por falta de água.
- Evite aplicações quando as plantas daninhas estiverem molhadas ou com orvalho, pois isso pode fazer a calda escorrer das folhas.
- Respeite um período mínimo de 6 horas sem chuvas após a aplicação para que o herbicida seja totalmente absorvido.
- Aguarde 30 dias após a aplicação de tembotrione para semear culturas sensíveis como girassol, algodão e feijão na mesma área.
Doses específicas por tipo de daninha
- Controle da soja guaxa (tiguera): A dose recomendada para um controle eficiente é de 180 mL de produto comercial por hectare.
- Controle de plantas de folha larga: Para plantas com 2 a 6 folhas desenvolvidas, utilize a dose de 240 ml/ha.
- Controle de gramíneas: Para plantas com até dois perfilhos, use a dose de 240 ml/ha. Para plantas menores, com duas a seis folhas, uma dose de 180 ml/ha pode ser suficiente.
Tembotrione no consórcio milho-braquiária
No sistema de milho consorciado com braquiária, o uso de gramicidas é comum para manejar a competição inicial. O tembotrione, por ser seletivo ao milho e eficaz contra gramíneas, é uma das opções disponíveis.
No entanto, sua aplicação nesse sistema requer muito cuidado. O objetivo é controlar as plantas daninhas sem eliminar a braquiária do consórcio. Mesmo a aplicação de subdoses de tembotrione pode atrasar o estabelecimento da forrageira e prejudicar a produção de palha, que é um dos principais benefícios do consórcio.
Produto comercial disponível
Atualmente, o principal herbicida comercial com o princípio ativo tembotrione registrado no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) é o Soberan, da empresa Bayer.
Embalagem do Soberan, produto à base de Tembotrione registrado no Mapa.
(Fonte: Vila Verde Agro)
Características do produto:
- Composição: Tembotriona – 420 g/L; Outros Ingredientes – 783 g/L.
- Classe Toxicológica: Categoria 4 – Produto Pouco Tóxico.
- Classificação Ambiental: Classe III – Produto Perigoso ao Meio Ambiente.
Conclusão
O controle de plantas daninhas no milho é fundamental para garantir uma boa colheita, e o uso inteligente de diferentes herbicidas é a chave para o sucesso. A utilização de produtos com diferentes mecanismos de ação, como o tembotrione, é essencial para um manejo integrado e sustentável.
Este herbicida age causando o branqueamento das folhas das plantas daninhas, um sintoma claro de sua eficácia.
Neste guia, você viu a melhor maneira de aplicar o produto, incluindo a época ideal, doses, misturas em tanque e volume de calda. Com essas informações, você pode planejar a aplicação do herbicida de forma estratégica, agindo assim que notar a presença das plantas daninhas em sua lavoura para proteger o potencial produtivo do seu milho.
Glossário
Amplo espectro de controle: Refere-se à capacidade de um herbicida de ser eficaz contra uma grande variedade de espécies de plantas daninhas, incluindo tanto as de folhas largas quanto as de folhas estreitas.
Banco de sementes: O conjunto de sementes de plantas daninhas viáveis que estão presentes no solo. Um manejo eficaz visa esgotar esse “estoque” ao longo do tempo para reduzir a infestação nas safras futuras.
Efeito guarda-chuva: Fenômeno que ocorre quando a cultura principal (milho) já está desenvolvida e suas folhas cobrem as plantas daninhas menores. Essa cobertura impede que o herbicida pulverizado atinja seu alvo, diminuindo a eficácia da aplicação.
Estádios fenológicos (V3-V5): Fases específicas do desenvolvimento de uma planta, usadas para determinar o momento ideal de manejo. No milho, V3 e V5 indicam que a planta possui 3 e 5 folhas verdadeiras, respectivamente, sendo uma janela crucial para a aplicação de herbicidas em pós-emergência.
Fitointoxicação (ou Fitotoxicidade): Danos ou injúrias causados à cultura de interesse pela aplicação de um agrotóxico. No caso do tembotrione no milho, o sintoma mais comum é um branqueamento temporário das folhas, geralmente por superdosagem.
HPPD (hidroxifenil-piruvato-dioxigenase): Sigla para a enzima que os herbicidas do grupo das tricetonas, como o tembotrione, inibem. Ao bloquear a HPPD, o herbicida impede a produção de carotenoides, levando à destruição da clorofila e à morte da planta daninha.
Perfilho: Broto lateral que cresce na base do colmo de plantas gramíneas (capins). O número de perfilhos é um indicador importante do estágio de desenvolvimento da gramínea para definir o momento correto da aplicação do herbicida.
Pós-emergência: Refere-se ao momento de aplicação do herbicida, que ocorre após a emergência (nascimento) tanto da cultura quanto das plantas daninhas.
Seletividade: Característica de um herbicida que permite controlar as plantas daninhas sem causar danos significativos à cultura principal. O tembotrione é seletivo ao milho, ou seja, mata o mato sem prejudicar a lavoura.
Veja como o Aegro pode otimizar o manejo de plantas daninhas
Planejar a rotação de herbicidas e acertar o momento exato da aplicação, como a janela V3-V5 do milho, são desafios complexos que exigem um controle rigoroso. Perder o timing ou repetir o mesmo princípio ativo safra após safra pode não apenas comprometer a produtividade, mas também aumentar os custos com o desenvolvimento de resistência.
Um software de gestão agrícola como o Aegro simplifica esse processo. Nele, você pode registrar cada aplicação de defensivo por talhão, criando um histórico detalhado que facilita o planejamento da rotação de ativos para evitar a resistência. Além disso, ao associar cada operação aos custos de insumos e maquinário, fica fácil entender o impacto financeiro do manejo e tomar decisões mais estratégicas e lucrativas.
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Perguntas Frequentes
Por que as plantas daninhas ficam brancas após a aplicação de tembotrione?
O branqueamento é o sintoma característico da ação do tembotrione. Ele inibe a enzima HPPD, impedindo a produção de carotenoides, que protegem a clorofila. Sem essa proteção, a luz solar destrói a clorofila, resultando na cor branca e, consequentemente, na morte da planta daninha por incapacidade de realizar fotossíntese.
Qual é o momento ideal para aplicar o herbicida tembotrione na lavoura de milho?
A aplicação deve ser feita em pós-emergência, quando o milho está entre os estágios fenológicos V3 e V5 (de 3 a 5 folhas totalmente desenvolvidas). Aplicar nesta janela é crucial para controlar as plantas daninhas no início e evitar a competição que pode reduzir a produtividade da cultura.
O tembotrione pode causar algum dano à cultura do milho?
Sim, em caso de superdosagem ou sobreposição de faixas de aplicação, pode ocorrer fitointoxicação, manifestada por um branqueamento temporário nas folhas do milho. Geralmente, a cultura se recupera em 1 a 2 semanas e, segundo estudos, esse efeito não costuma causar perdas de produtividade.
É recomendado misturar tembotrione com glifosato para aplicação no milho?
Sim, a mistura em tanque de tembotrione com glifosato e/ou atrazina é uma prática comum e eficaz para ampliar o espectro de controle. Embora a mistura com glifosato possa causar uma leve fitotoxicidade inicial no milho, o efeito é passageiro e não impacta negativamente a produtividade final.
Por que é importante fazer a rotação de herbicidas e não usar apenas tembotrione?
O uso contínuo do mesmo herbicida seleciona plantas daninhas resistentes, tornando o controle cada vez mais difícil e caro. Rotacionar o tembotrione (inibidor de HPPD) com outros mecanismos de ação, como glifosato ou atrazina, é uma prática de manejo essencial para prevenir o surgimento de resistência e garantir a eficácia dos produtos a longo prazo.
O tembotrione é eficaz para controlar a soja tiguera (guaxa) na lavoura de milho?
Sim, o tembotrione é uma excelente ferramenta para o controle de soja guaxa, que muitas vezes é resistente ao glifosato. A aplicação em pós-emergência do milho, na dose correta, controla eficientemente essa planta daninha, eliminando a competição por recursos.
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