O glifosato é um dos herbicidas mais conhecidos e utilizados na agricultura brasileira e mundial, sendo uma ferramenta fundamental para o controle de plantas daninhas em diversas culturas.
Mas, afinal, o que exatamente é um herbicida e para que serve o glifosato? Trata-se de um herbicida sistêmico de amplo espectro, o que significa que ele circula por toda a planta e elimina uma vasta gama de invasoras, incluindo gramíneas, folhas largas e até espécies perenes. Sua aplicação é crucial em sistemas de plantio direto e em lavouras transgênicas desenvolvidas para resistir a ele.
Neste guia completo, você vai entender em detalhes o que é o glifosato, quais plantas ele controla, o intervalo necessário entre a aplicação e o plantio, e, mais importante, a forma correta de aplicá-lo para obter os melhores resultados. Vamos lá!
O que é glifosato?
O glifosato é uma substância química que funciona como ingrediente ativo em centenas de defensivos agrícolas formulados para o controle de plantas daninhas.
Ele é um composto organofosforado presente em mais de 750 produtos agroquímicos no mercado. Uma de suas principais características é não afetar as sementes que estão no solo, agindo apenas sobre plantas que já germinaram. Por isso, é amplamente utilizado para controlar plantas daninhas anuais, perenes e até mesmo aquáticas.
Aplicado em pós-emergência (ou seja, com a planta daninha já visível), o glifosato é classificado como:
- Sistêmico: movimenta-se por toda a planta após a absorção.
- Não seletivo: age sobre a maioria das espécies de plantas, sem distinção.
- Com alta translocação: distribui-se eficientemente por toda a planta, atingindo diferentes estágios de desenvolvimento das espécies-alvo.
Sua ação começa com a pulverização sobre as folhas. Após ser absorvido, ele é distribuído internamente, onde interfere em sistemas enzimáticos vitais. Como resultado, as plantas daninhas morrem de forma gradual, com os primeiros sintomas visíveis em dias ou semanas.
Figura 1. Molécula do glifosato. Fonte: molekuul.be (2020).
Como funciona um herbicida sistêmico?
Os herbicidas são classificados pela forma como se movem (ou não) dentro da planta, podendo ser de contato ou sistêmicos.
Herbicidas sistêmicos são aqueles que, após a absorção, deslocam-se pelos vasos condutores da planta (xilema, floema ou ambos), alcançando partes distantes do local de aplicação, como raízes e novos brotos. Exemplos conhecidos de herbicidas sistêmicos incluem:
- Picloram;
- 2,4-D;
- Glifosato;
- Imazethapyr;
- Flazasulfuron;
- Nicosulfuron.
Você sabia?
O glifosato foi descoberto na década de 1970 e, desde então, tornou-se o herbicida mais utilizado no mundo. Sua popularidade se deve a duas características marcantes: ele atua apenas nas plantas que já emergiram, sem afetar o banco de sementes no solo, e age por meio de uma rota metabólica que existe em plantas, fungos e algumas bactérias, mas está ausente em animais. Isso explica sua toxicidade seletiva.
Como o glifosato funciona na prática?
O glifosato, como um herbicida sistêmico e não seletivo, age inibindo uma enzima específica chamada 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase (EPSPs). Essa enzima é uma peça-chave na rota do ácido chiquímico, um processo metabólico essencial para a sobrevivência de plantas, fungos e algumas bactérias, mas que não ocorre em animais.
O mecanismo de ação do glifosato pode ser dividido em 4 etapas claras:
- Absorção: O produto é aplicado via pulverização e absorvido principalmente pelas folhas e outras partes verdes das plantas.
- Translocação: Após ser absorvido, o glifosato se move pelos sistemas vasculares da planta, o xilema e o floema, alcançando todas as partes, incluindo as raízes, os rizomas e os pontos de crescimento.
- Interferência Metabólica: Ao chegar ao seu local de ação, ele bloqueia a enzima EPSPs. Esse bloqueio impede a síntese de três aminoácidos aromáticos essenciais: fenilalanina, tirosina e triptofano, que são fundamentais para a produção de proteínas e outros compostos vitais.
- Efeito na Planta: Sem esses aminoácidos, a planta não consegue mais produzir as proteínas necessárias para seu crescimento. Isso leva à interrupção do desenvolvimento, seguida por amarelecimento (clorose), murcha e, finalmente, a morte gradual, que pode levar de alguns dias a algumas semanas.
Essa eficácia contra ervas daninhas anuais, perenes e aquáticas faz do glifosato uma das ferramentas mais importantes no manejo agrícola, especialmente em culturas transgênicas como soja, milho e algodão, que são geneticamente modificadas para resistir à sua ação.
Figura 2. Detalhes dos mecanismos de ação do glifosato.
Fonte: EMBRAPA (2023).
Como usar o glifosato corretamente?
Para garantir a máxima eficiência do glifosato, é fundamental estar atento às condições ambientais no momento da aplicação. Fatores como velocidade do vento, umidade relativa do ar, formação de orvalho e temperatura influenciam diretamente o sucesso da pulverização.
Uma regra importante: se chover nas primeiras 6 horas após a aplicação, a eficácia será comprometida e o processo provavelmente precisará ser refeito. Além disso, outros fatores técnicos são cruciais para o controle eficaz das plantas daninhas:
- Qualidade da água: Água com pH inadequado ou com alta concentração de minerais (“água dura”) pode reduzir a eficácia do produto.
- Pressão do pulverizador: A pressão correta garante a formação de gotas no tamanho ideal.
- Uso de adjuvantes: Adjuvantes podem melhorar a absorção do produto pela planta.
- Tipo de bico e tamanho da gota: A escolha correta evita deriva e garante a cobertura necessária.
Lembre-se que plantas daninhas jovens e em crescimento ativo são controladas com mais facilidade do que plantas adultas ou estressadas. O uso correto do herbicida exige seguir rigorosamente as instruções do rótulo e da bula, além do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para garantir a segurança do aplicador.
Após a aplicação, realize a limpeza completa do pulverizador e faça o descarte correto das embalagens vazias. Em caso de dúvidas, consulte a norma regulamentadora NR-31 ou um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).
Na maioria das situações, uma única aplicação bem-feita é suficiente. No entanto, espécies mais resistentes, como a tiririca (Cyperus rotundus), podem exigir pulverizações repetidas devido à sua complexa rede de tubérculos subterrâneos.
Após a aplicação, os sintomas visíveis na planta daninha incluem amarelecimento, murcha e necrose, culminando na morte da planta em dias ou semanas, dependendo de fatores como a espécie-alvo, seu estágio de desenvolvimento e a dosagem do herbicida utilizada.
Reavaliação Toxicológica do Glifosato pela Anvisa
O debate sobre o impacto de agrotóxicos na saúde e no meio ambiente é constante. Nesse contexto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizou uma reavaliação toxicológica de diversos defensivos agrícolas, incluindo o glifosato.
A conclusão do estudo manteve a autorização do uso do glifosato no Brasil. Segundo a agência, não existem evidências científicas suficientes para classificar o ingrediente ativo como mutagênico ou com potencial de causar câncer em seres humanos e animais, quando utilizado conforme as recomendações.
Conclusões internacionais e da Anvisa sobre a carcinogenicidade do glifosato
(Fonte: Anvisa)
Em quais situações o glifosato pode ser utilizado?
Os produtos à base de glifosato possuem aprovação para uso em culturas e situações específicas. Aplicado em pós-emergência das plantas daninhas, por exemplo, o glifosato é recomendado para as seguintes culturas:
Além do controle de daninhas, o glifosato também tem outras funções importantes. Ele pode ser utilizado como maturador na cana-de-açúcar, ajudando a uniformizar a maturação, aumentar a concentração de sacarose nos colmos e, consequentemente, melhorar a qualidade da matéria-prima para a indústria.
Outros usos incluem:
- Eliminação de soqueira nos cultivos de arroz e cana-de-açúcar.
- Pós-emergência de plantas invasoras em florestas de eucalipto e pinus.
- Controle da rebrota do eucalipto.
Como maturador, o glifosato atua reduzindo o crescimento vegetativo da planta, o que redireciona a energia e os nutrientes para o acúmulo de açúcar. Esse efeito é especialmente útil em períodos chuvosos ou quando a cana ainda não atingiu o ponto ideal de maturação para a colheita.
No entanto, o controle químico com glifosato deve ser sempre parte de uma estratégia maior, complementado com outras práticas de manejo para garantir eficiência a longo prazo e sustentabilidade.
Técnicas do manejo integrado de daninhas
(Fonte: Febrapdp)
Quais plantas são resistentes ao glifosato?
O uso contínuo e repetitivo do glifosato ao longo de décadas levou ao desenvolvimento de resistência em algumas espécies de plantas daninhas. Essa resistência surge a partir de mutações genéticas naturais que permitem à planta sobreviver à aplicação do herbicida.
As principais plantas daninhas com casos de resistência ao glifosato no Brasil são:
- Buva (Conyza spp.);
- Capim-amargoso (Digitaria insularis);
- Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
- Azevém (Lolium multiflorum);
- Caruru (Amaranthus palmeri);
- Leiteiro (Euphorbia heterophylla).
A resistência é acelerada por práticas de manejo inadequadas, como o uso excessivo do mesmo herbicida sem rotação de mecanismos de ação, a aplicação de doses abaixo da recomendada (subdoses) ou a ausência de um manejo integrado, que inclui outros métodos de controle como rotação de culturas, uso de plantas de cobertura e a combinação com herbicidas de diferentes grupos químicos.
Qual tipo de mato o glifosato mata?
O glifosato é eficaz contra um amplo espectro de plantas, incluindo dicotiledôneas (plantas com duas folhas iniciais, geralmente de folhas largas) e monocotiledôneas (plantas com uma folha inicial, como as gramíneas). Essa versatilidade o torna útil para o controle de muitas espécies invasoras.
Basicamente, o glifosato pode controlar:
- Plantas dicotiledôneas (folhas largas).
- Plantas monocotiledôneas (folhas estreitas/gramíneas).
- Plantas perenes, que possuem estruturas de reserva como raízes profundas ou rizomas.
- Plantas aquáticas em determinados ambientes.
É crucial entender que, por ser não seletivo, o glifosato pode matar qualquer planta com a qual entre em contato, seja uma planta daninha ou a cultura desejada. Por isso, a aplicação deve ser extremamente cuidadosa para evitar a deriva e danos às culturas agrícolas.
Como Aplicar um Herbicida Sistêmico Corretamente
A aplicação de um herbicida sistêmico, como o glifosato, possui particularidades que a diferenciam da aplicação de um herbicida de contato.
Herbicidas de contato precisam de uma excelente cobertura foliar, pois agem apenas onde tocam. Já os sistêmicos são absorvidos pelas folhas e raízes e transportados internamente pela planta até seu local de ação.
Isso significa que, para os herbicidas sistêmicos:
- Não é necessária uma cobertura total das folhas.
- É possível utilizar gotas maiores na pulverização, o que ajuda a reduzir a deriva.
No entanto, é essencial respeitar um período após a aplicação para que o produto seja absorvido e translocado adequadamente dentro da planta antes que ocorra chuva, por exemplo.
Como os herbicidas se movem na planta?
O transporte do herbicida dentro da planta depende do local da aplicação:
- Aplicação no solo: O produto é absorvido pelas raízes e transportado para cima, pelo xilema (vaso que carrega água e nutrientes), até as folhas.
- Aplicação nas folhas (sistêmicos como o glifosato): O produto é absorvido pelas folhas e se movimenta pelo floema (vaso que distribui os açúcares produzidos na fotossíntese), alcançando todas as partes da planta, especialmente as de crescimento ativo (pontas de raiz e brotos).
- Aplicação nas folhas (contato): O produto não é translocado e age apenas na superfície onde foi depositado.
O movimento pode ocorrer pelo apoplasto (espaços entre as células) ou pelo simplasto (dentro das células). No caso do glifosato, ele é transportado via floema para os pontos de crescimento, onde interfere na síntese de aminoácidos e leva a planta à morte.
O que acontece quando a planta está sob estresse?
Imagine uma planta sofrendo com estresse hídrico. Com pouca água disponível, ela fecha seus estômatos para economizar água, reduzindo a transpiração. Essa redução diminui drasticamente o fluxo de água no xilema.
Se um herbicida que depende do xilema para se mover for aplicado nesse momento, sua movimentação será prejudicada, e a eficácia, reduzida. O mesmo vale para o fluxo no floema, que também diminui em plantas estressadas.
É por isso que a maioria das bulas de herbicidas recomenda não aplicar o produto quando a planta estiver estressada, seja por falta de água, temperaturas extremas ou ataque de pragas. A aplicação em plantas sadias e em pleno crescimento garante a melhor absorção e translocação do produto.
Por que o glifosato é tão usado na agricultura?
O glifosato se consolidou como um dos herbicidas mais utilizados no mundo devido a uma combinação de eficiência, versatilidade e custo-benefício. Sua capacidade de atuar como um herbicida sistêmico e não seletivo é seu grande diferencial, pois ele é absorvido e distribuído por toda a planta, atacando suas funções vitais.
Seu mecanismo de ação único, que inibe a enzima EPSPS, impede a produção de aminoácidos essenciais para o crescimento, levando as plantas daninhas à morte. Isso se traduz em maior eficiência e produtividade para as operações agrícolas.
Vamos detalhar os principais motivos de seu uso generalizado:
1. Ação Sistêmica Robusta
Como herbicida sistêmico, o glifosato se espalha por toda a planta, incluindo as raízes, rizomas e tubérculos. Isso o torna especialmente eficaz no controle de plantas daninhas perenes e de difícil controle, que possuem sistemas radiculares profundos e extensos.
2. Amplo Espectro de Controle
Ele é eficaz contra uma vasta gama de plantas daninhas, tanto anuais (de ciclo curto) quanto perenes (de ciclo longo), incluindo folhas largas e gramíneas. Essa versatilidade permite que ele seja usado em diversas situações, de lavouras a pastagens e florestas comerciais.
3. Compatibilidade com Culturas Transgênicas (RR)
O glifosato é a base do sistema de culturas geneticamente modificadas (GMOs) resistentes a ele, conhecidas como culturas RR (Roundup Ready®). Soja, milho e algodão RR permitem que o produtor aplique o herbicida sobre toda a área, controlando as plantas daninhas sem prejudicar a cultura principal.
4. Flexibilidade e Facilidade de Aplicação
O glifosato é relativamente simples de aplicar, seja por pulverização terrestre ou aérea. Além disso, pode ser usado em pré-plantio (dessecação) ou em pós-emergência das plantas daninhas (e da cultura, no caso das RR), oferecendo grande flexibilidade no planejamento do manejo.
5. Baixa Toxicidade (quando usado corretamente)
Quando aplicado seguindo as recomendações de segurança, o glifosato apresenta um risco de toxicidade relativamente baixo para seres humanos, animais e o meio ambiente, em comparação com outros herbicidas mais antigos. Mesmo assim, como todo produto químico, exige manuseio cuidadoso e uso de EPIs.
Esses fatores, combinados, fazem do glifosato uma ferramenta essencial para o manejo de plantas daninhas na agricultura moderna, contribuindo para uma produção agrícola mais eficiente e econômica.
Uso do Glifosato no Brasil
No Brasil, o glifosato é o herbicida mais comercializado, representando cerca de um terço de todas as vendas de defensivos agrícolas. Sua popularidade está ancorada em três pilares do agronegócio nacional:
- Plantio Direto: É uma ferramenta essencial na dessecação para o manejo da palhada, permitindo a semeadura de novas culturas sem a necessidade de revolver o solo. Estima-se que mais de 70% das áreas de grãos no país utilizam glifosato nesse sistema.
- Culturas Transgênicas Resistentes (RR): A ampla adoção de soja, milho e algodão RR em milhões de hectares consolidou o glifosato como a principal ferramenta para o controle de daninhas nessas culturas.
- Flexibilidade de Uso: Além das grandes commodities, ele é aplicado como maturador em cana-de-açúcar e no manejo de daninhas em culturas como arroz, feijão, café e trigo.
Do ponto de vista regulatório, a Anvisa concluiu sua reavaliação em 2019, mantendo a autorização de uso no país ao não encontrar evidências conclusivas de que o produto seja cancerígeno ou mutagênico. Apesar disso, o glifosato continua no centro de debates sobre o risco de resistência de plantas daninhas e a importância do manejo integrado de herbicidas (MIH).
Vantagens e Desvantagens do Uso do Glifosato
Antes de adotar qualquer defensivo agrícola, é crucial analisar seus pontos fortes e fracos. O glifosato, quando comparado a outros herbicidas, oferece vantagens claras:
Vantagens:
- Baixo custo: Geralmente, possui um custo por hectare mais acessível que outras moléculas.
- Fácil aplicação: A tecnologia de aplicação é bem difundida e conhecida.
- Flexibilidade de uso: Pode ser usado em diferentes estágios e culturas.
- Amplo espectro de ação: Controla uma grande variedade de espécies invasoras com uma única aplicação.
- Rápida degradação no solo: É inativado ao entrar em contato com as partículas do solo, apresentando baixo risco de contaminação de safras futuras (efeito residual).
Desvantagens:
- Não atua sobre o banco de sementes: O glifosato só controla plantas que já germinaram, não tendo efeito sobre sementes dormentes no solo.
- Seleção de plantas resistentes: Seu uso contínuo e sem rotação com outros mecanismos de ação é a principal causa do aumento de biótipos de plantas daninhas resistentes, o maior desafio atual em seu manejo.
É fundamental lembrar que qualquer herbicida, se utilizado de forma incorreta ou excessiva, pode levar à seleção de plantas resistentes, tornando o controle cada vez mais difícil e caro.
Glossário
Dessecação: Prática de aplicar um herbicida para secar a vegetação existente (plantas daninhas ou de cobertura) antes do plantio de uma nova cultura. É uma etapa fundamental no sistema de plantio direto para criar a palhada.
EPSPs (5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase): Uma enzima essencial presente em plantas e microrganismos, responsável pela produção de aminoácidos vitais. O glifosato age bloqueando especificamente essa enzima, o que impede o crescimento da planta e a leva à morte.
Floema e Xilema: São os vasos condutores que formam o sistema circulatório das plantas. O xilema transporta água e nutrientes das raízes para as folhas, enquanto o floema distribui os açúcares produzidos na fotossíntese para toda a planta. Herbicidas sistêmicos utilizam essas vias para se espalharem.
Herbicida Sistêmico: Tipo de herbicida que, após ser absorvido pelas folhas ou raízes, se movimenta por todo o sistema vascular da planta (xilema e floema). Essa característica garante que o produto atinja todas as partes da planta, incluindo raízes e brotos, resultando em um controle mais eficaz de espécies perenes e de difícil manejo.
Plantio Direto: Sistema de cultivo em que a semeadura é feita diretamente sobre a palha da cultura anterior, sem o revolvimento do solo (aração e gradagem). O glifosato é amplamente utilizado na dessecação para preparar a área para o plantio.
Pós-emergência: Refere-se ao momento da aplicação de um herbicida, que ocorre quando as plantas daninhas (e/ou a cultura principal) já germinaram e estão visíveis acima do solo.
Translocação: O movimento de substâncias, como nutrientes ou herbicidas, das áreas de absorção para outras partes da planta através do seu sistema vascular. Em herbicidas sistêmicos como o glifosato, uma boa translocação é crucial para que o produto chegue ao seu local de ação e seja eficiente.
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O manejo correto do glifosato, como vimos, envolve atenção a diversos detalhes, desde as condições climáticas até a rotação de ativos para evitar a resistência. Controlar todas essas variáveis e, ao mesmo tempo, manter os custos de produção sob controle é um desafio constante. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza o planejamento e o registro das pulverizações, permitindo que o produtor acompanhe o uso de defensivos e os custos associados a cada talhão. Ter um histórico detalhado das aplicações facilita a tomada de decisões agronômicas mais assertivas e a gestão financeira da safra.
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Perguntas Frequentes
Qual a principal diferença entre um herbicida sistêmico como o glifosato e um de contato?
A principal diferença está no modo de ação. Um herbicida de contato age apenas na área da planta onde é aplicado, exigindo uma cobertura foliar completa. Já o glifosato, por ser sistêmico, é absorvido pelas folhas e se move por todo o sistema vascular da planta, alcançando raízes e brotos, o que o torna mais eficaz contra plantas daninhas perenes e de difícil controle.
Por que o glifosato não funciona bem em plantas daninhas que estão sob estresse hídrico?
Plantas sob estresse hídrico fecham seus estômatos para economizar água, o que reduz a absorção do herbicida. Além disso, o fluxo interno de seiva (no xilema e floema) diminui, impedindo que o glifosato seja transportado eficientemente até seus pontos de ação. Para máxima eficácia, a aplicação deve ser feita em plantas saudáveis e em pleno crescimento.
O glifosato deixa resíduos no solo que podem prejudicar a próxima safra?
Não, uma das vantagens do glifosato é sua rápida inativação ao entrar em contato com as partículas do solo. Ele se liga fortemente aos minerais e à matéria orgânica, perdendo sua atividade herbicida. Isso resulta em um baixo efeito residual, o que significa que ele não costuma prejudicar a cultura semeada logo após a sua aplicação.
Posso aplicar glifosato em qualquer cultura para controlar o mato?
Não. O glifosato é um herbicida não seletivo, o que significa que ele pode matar a maioria das plantas, incluindo a sua cultura. Ele só pode ser aplicado sobre a lavoura se ela for geneticamente modificada para ser resistente ao glifosato, como as culturas de soja, milho e algodão RR (Roundup Ready). Caso contrário, a aplicação deve ser feita antes do plantio (dessecação) ou com muito cuidado para não atingir a cultura.
Notei que o glifosato não está mais controlando o capim-amargoso como antes. O que pode ser?
Este é um sinal clássico de resistência de plantas daninhas. O uso repetido e exclusivo do glifosato seleciona biótipos de plantas que sobrevivem à aplicação. Para manejar a resistência, é crucial adotar o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD), que inclui a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação e o uso de outras práticas de controle.
Preciso esperar a chuva lavar o produto se chover logo após a aplicação de glifosato?
Sim, a eficácia do glifosato é significativamente comprometida se chover nas primeiras horas após a pulverização. O produto precisa de um período, geralmente recomendado de 4 a 6 horas, para ser totalmente absorvido pelas folhas da planta daninha. Uma chuva nesse intervalo pode lavar o herbicida, exigindo uma nova aplicação.
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