Gestão de Riscos no Agronegócio: 4 Passos para Proteger sua Fazenda

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Gestão de Riscos no Agronegócio: 4 Passos para Proteger sua Fazenda

No agronegócio, gerenciar riscos é tão crucial quanto cuidar da lavoura ou do rebanho. Fatores como clima, pragas, flutuações de mercado e problemas operacionais são incertezas que podem, se não forem bem administradas, comprometer todo o seu lucro.

A boa notícia é que você pode se preparar. Com uma gestão de riscos bem-feita, é possível enfrentar esses desafios e minimizar as chances de um resultado negativo na sua empresa rural.

Neste artigo, vamos apresentar 4 passos práticos para você implementar uma gestão de riscos eficiente na sua fazenda e diminuir as incertezas da sua operação.

O que é Gestão de Risco no Agronegócio?

De forma direta, gestão de risco é o processo de identificar, analisar e controlar as ameaças que podem afetar sua atividade. Essa é uma das tarefas mais importantes para qualquer gestor em uma fazenda ou agroindústria.

No campo, os riscos vêm de várias fontes: problemas agronômicos, eventos climáticos, instabilidade de mercado e até mesmo falhas na estratégia do negócio.

A sustentabilidade da sua fazenda está diretamente ligada à previsibilidade da sua rentabilidade. Suas decisões sobre produção, custos, receitas e financiamento são impactadas por essas incertezas. Por isso, é essencial reduzir os riscos.

Qualquer evento incerto que pode impactar o negócio é considerado um fator de risco. Sendo assim, podemos entender que risco é sinônimo de incerteza.

Gerenciar essas incertezas é uma tarefa diferente de definir a estratégia de crescimento. A gestão de riscos se concentra no que pode dar errado — as ameaças e as falhas — em vez de focar apenas nas oportunidades e nos sucessos.

Essa mentalidade de prevenção pode ir contra a cultura do “vai dar tudo certo”. Muitos gestores focam tanto no sucesso de um novo projeto que podem adiar o investimento em prevenção. Afinal, é desafiador gastar tempo e dinheiro hoje para evitar um problema que talvez nem aconteça em um futuro incerto.

Além disso, diminuir riscos geralmente envolve diversificar investimentos e distribuir recursos, o que é o oposto do foco total exigido por uma estratégia que busca o sucesso a qualquer custo.

Vamos ver como fazer isso de forma simples e eficaz com os 4 passos a seguir.

4 Passos para Iniciar uma Gestão de Risco em sua Fazenda

1. Identificação dos Riscos

O primeiro passo é olhar para trás para enxergar o futuro. Nesta etapa, é fundamental fazer uma análise dos dados históricos do seu negócio rural. Isso permite identificar problemas que já causaram impactos negativos na rentabilidade da fazenda no passado.

Você também deve avaliar o cenário atual da safra e listar os riscos específicos relacionados a ela.

Existem algumas ferramentas que ajudam nesse processo:

  • Entrevistas: Conversar com operadores de máquinas, agrônomos e outros funcionários para entender os riscos que eles percebem no dia a dia.
  • Técnica Delphi: Consultar especialistas de forma anônima para chegar a um consenso sobre possíveis riscos futuros.
  • Análise de Causa-Raiz: Investigar a fundo um problema que já ocorreu para descobrir sua verdadeira origem e evitar que se repita.
  • Análise SWOT: Avaliar as Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) do seu negócio.
  • Aplicativo de gestão rural: Utilizar a tecnologia para organizar e acessar dados históricos de forma rápida e precisa.

Um software de gestão rural como o Aegro organiza, de maneira simples, todas as informações que você precisa para esta etapa. Com relatórios agrícolas gerados em poucos cliques, os gestores têm acesso a dados sempre atualizados, diretamente no celular.

2. Classificação e Priorização

Depois de mapear todos os riscos possíveis, o próximo passo é organizá-los por ordem de importância. Nem todo risco identificado precisa de uma ação imediata. A chave é focar nos mais críticos.

Para fazer essa priorização, analisamos duas variáveis principais: a probabilidade de o risco acontecer e o impacto que ele causaria.

Probabilidade

A probabilidade mede o quão provável é que um risco ocorra. Em outras palavras, você precisa avaliar a chance de algo acontecer. Por exemplo, qual a probabilidade de uma geada atingir sua lavoura em determinada época do ano?

A probabilidade pode ser medida em níveis:

  • Muito Baixo: 1% a 10% de chance
  • Baixo: 11% a 30% de chance
  • Moderado: 31% a 50% de chance
  • Alto: 51% a 70% de chance
  • Muito Alto: 71% a 90% de chance

Impacto

O impacto se refere às consequências do risco, caso ele realmente aconteça. Ou seja, quais seriam os prejuízos ou danos causados pela ocorrência?

O impacto pode ser:

  • Negativo: Prejuízos financeiros, quebra de maquinário, perda de produtividade.
  • Positivo: Sim, alguns riscos podem gerar oportunidades, como a adoção de uma nova tecnologia ou a redução de impostos.

O impacto também é medido nos mesmos níveis: muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto.

Para classificar o risco, você cruza as informações de probabilidade e impacto. O resultado desse cruzamento gera um indicador de criticidade do risco. Quanto maior esse indicador, mais urgente e importante é lidar com aquele risco. Recomenda-se organizar esses dados em uma tabela para facilitar a visualização.

3. Plano de Ação

Com os riscos mais críticos identificados e priorizados, é hora de criar estratégias de resposta e planos de ação para cada um deles. As soluções devem ser específicas, realistas e fáceis de implementar.

Os planos de resposta variam muito conforme a realidade de cada fazenda. Para documentar esses planos, uma metodologia muito útil é a 5W2H.

A 5W2H é uma ferramenta que funciona como um checklist, ajudando a detalhar uma ação através de sete perguntas-chave:

  • What? (O quê será feito?)
  • Why? (Por que será feito?)
  • Who? (Quem será o responsável?)
  • Where? (Onde será feito?)
  • When? (Quando será feito?)
  • How? (Como será feito?)
  • How much? (Quanto vai custar?)

Essa metodologia serve como um guia claro para a execução, garantindo que todos os envolvidos entendam exatamente o que precisa ser feito. É uma excelente maneira de transformar uma estratégia em um plano de ação prático e organizado.

4. Monitoramento

Depois de definir as ações, é preciso ter controle sobre a execução e monitorar todos os riscos de perto.

Lembre-se do ditado: o que não é medido não pode ser gerenciado!

Nesta etapa, é fundamental definir Indicadores de Desempenho (KPIs).

KPI (Key Performance Indicator): significa um indicador-chave de desempenho. São as métricas que mostram se suas ações para controlar os riscos estão funcionando.

Quando bem definidos, esses indicadores fornecem as informações certas para a tomada de decisão. Com isso, você pode ajustar suas ações e, de fato, diminuir ou eliminar o impacto dos riscos na sua fazenda.

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Conclusão

O risco é um fator ligado à gestão que deve ser analisado pelo produtor com a mesma seriedade que ele analisa pragas, solo e clima.

Você pode ter uma produção excelente, com alta eficiência operacional, mas se o resultado líquido não for satisfatório, pode acabar no prejuízo. Muitas vezes, isso é resultado de uma gestão administrativa ineficiente.

Por isso, o caminho para o sucesso no agronegócio passa, indiscutivelmente, por uma boa gestão de riscos. É preciso entendê-los, conhecê-los, encará-los, evitá-los (quando possível) e controlá-los. Fazendo isso, você pode até mesmo usar algumas situações a seu favor.

Aqui, mostramos 4 passos para fazer uma boa gestão de riscos e como um software agrícola pode ser seu grande aliado nessa missão.

Espero que com estas dicas você consiga diminuir as incertezas e fortalecer a gestão da sua fazenda!


Veja mais:

“Software para agronegócio: veja os 10 melhores para sua fazenda”

“Sustentabilidade no campo: veja como adotar as práticas”


Glossário

  • 5W2H: Metodologia para criar planos de ação detalhados respondendo a sete perguntas em inglês: What (o quê), Why (por quê), Who (quem), Where (onde), When (quando), How (como) e How much (quanto custa). Garante que todas as etapas de uma tarefa sejam claras e bem definidas para a equipe.

  • Análise de Causa-Raiz: Método de investigação usado para identificar a origem fundamental de um problema, em vez de apenas tratar seus sintomas. Por exemplo, em vez de apenas consertar uma máquina quebrada, investiga-se por que ela quebrou (falta de manutenção, peça desgastada) para evitar que o problema se repita.

  • Análise SWOT: Ferramenta de planejamento que avalia as Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) de um negócio. Ajuda a entender o cenário interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) da fazenda.

  • Criticidade do Risco: Indicador que mede o nível de urgência de um risco, combinando sua probabilidade de ocorrer com o impacto que ele causaria. Riscos com alta probabilidade e alto impacto são considerados os mais críticos e devem ser priorizados.

  • KPI (Key Performance Indicator): Sigla para Key Performance Indicator (Indicador-Chave de Desempenho). É uma métrica usada para medir se as ações e estratégias adotadas estão alcançando os resultados esperados, como o custo de produção por saca ou a produtividade por hectare.

  • Técnica Delphi: Método para obter um consenso sobre um assunto complexo ou futuro, consultando um painel de especialistas de forma anônima e estruturada. No agronegócio, pode ser usado para prever tendências de mercado ou o impacto de novas tecnologias.

Como o Aegro transforma a gestão de riscos em decisões seguras

Identificar riscos com base em dados históricos (passo 1) e monitorar KPIs (passo 4) são tarefas complexas quando as informações estão espalhadas em planilhas e cadernos. Isso aumenta a chance de erros e dificulta uma análise precisa. Um software de gestão agrícola como o Aegro resolve esse desafio centralizando todos os dados operacionais e financeiros. Com relatórios gerados em poucos cliques, você acessa o histórico completo da fazenda e acompanha o desempenho de cada talhão, tomando decisões baseadas em informações concretas, não em suposições.

Além disso, um dos maiores riscos mencionados é o financeiro, quando o resultado líquido não cobre os custos. O Aegro oferece um controle detalhado dos custos de produção, permitindo que você saiba exatamente quanto está gastando com cada insumo, operação e maquinário. Essa visibilidade é fundamental para identificar desvios no orçamento e garantir que a rentabilidade da safra não seja comprometida por surpresas.

Que tal transformar a incerteza em estratégia na sua fazenda?

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Perguntas Frequentes

Qual a principal diferença entre gestão de riscos e o planejamento estratégico da safra?

O planejamento da safra foca em alcançar metas de produção e sucesso, definindo o que fazer para ter um bom resultado. Já a gestão de riscos se concentra em identificar e se preparar para o que pode dar errado, como pragas, secas ou queda de preços. As duas práticas são complementares e essenciais para a sustentabilidade da fazenda.

Como um produtor iniciante, sem dados históricos da própria fazenda, pode identificar os riscos?

Um produtor iniciante pode começar pesquisando dados históricos da sua região, como padrões climáticos e ocorrência de pragas. Conversar com produtores vizinhos mais experientes e consultar agrônomos também são ótimas fontes de informação para mapear os riscos mais comuns e relevantes para a sua cultura e localidade.

O que devo priorizar: um risco com alta probabilidade e baixo impacto ou um com baixa probabilidade e alto impacto?

Geralmente, riscos com alto impacto devem receber mais atenção, mesmo que sua probabilidade seja baixa, pois suas consequências podem ser devastadoras para o negócio (ex: uma geada severa). A melhor abordagem é usar a matriz de criticidade, que cruza probabilidade e impacto, para focar seus esforços nos problemas que representam a maior ameaça real à sua operação.

É necessário usar todas as ferramentas citadas, como SWOT e 5W2H, para gerenciar os riscos?

Não, não é obrigatório usar todas. Elas são ferramentas de apoio para organizar o processo. Um produtor pode começar de forma mais simples, com uma planilha listando os principais riscos e as ações planejadas. O importante é seguir os 4 passos (identificar, classificar, planejar e monitorar), adaptando as ferramentas à realidade e complexidade da sua fazenda.

A gestão de riscos serve apenas para evitar prejuízos financeiros?

Embora a proteção financeira seja um objetivo central, a gestão de riscos vai além. Ela também ajuda a garantir a segurança dos trabalhadores, a preservar o meio ambiente, a manter a qualidade do produto e a proteger a reputação do negócio. Um bom plano de riscos fortalece a fazenda em todos os aspectos.

Como um software de gestão como o Aegro ajuda a lidar com riscos externos, como o clima e o mercado?

Um software não controla o clima ou o mercado, mas fornece dados precisos para tomar decisões mais seguras. Com o controle detalhado de custos, você sabe seu ponto de equilíbrio para negociar preços (risco de mercado). Com o histórico de produtividade por talhão, você pode escolher variedades mais resistentes para áreas específicas (mitigação de risco climático).

Artigos Relevantes

  • Entenda como interpretar as informações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático): Este artigo complementa perfeitamente o conteúdo principal ao detalhar o Zarc, a principal ferramenta para gerenciar o risco climático, um dos maiores citados. Ele oferece um guia prático para aplicar o passo 3 (Plano de Ação) do artigo principal, transformando a teoria de mitigação de risco em uma ação concreta e orientada por dados.
  • Avalie o sucesso da safra com ajuda dos indicadores de produção no Aegro: Enquanto o artigo principal apresenta o monitoramento como o quarto passo crucial da gestão de riscos, este artigo detalha exatamente o que monitorar. Ele aprofunda o conceito de KPIs, mostrando quais indicadores de produção são essenciais e como um software os materializa, fechando o ciclo de gestão proposto no texto base.
  • Qual o Momento Ideal para Usar o Seguro Agrícola?: O artigo principal foca em identificar e controlar riscos, mas este candidato introduz a estratégia de transferência de risco, uma dimensão fundamental não abordada em profundidade. Ele funciona como uma continuação natural, oferecendo uma solução financeira (o seguro) para os riscos inevitáveis, como eventos climáticos extremos, que foram identificados no passo 1.
  • Sementes piratas: porque elas são um problema para sua lavoura: Este artigo serve como um estudo de caso prático para a etapa de ‘Identificação dos Riscos’. Ele ilustra como uma única decisão operacional – a escolha de insumos – pode gerar uma cascata de riscos agronômicos, sanitários e financeiros, tornando o conceito abstrato de ‘risco’ em um exemplo tangível e com consequências diretas para a produtividade.
  • Entenda por que o consultor deve incentivar a diversificação de culturas na fazenda: O artigo principal menciona brevemente a diversificação como tática para diminuir riscos. Este artigo expande essa ideia, apresentando-a como uma estratégia de negócio completa para aumentar a resiliência contra flutuações de mercado e clima. Ele eleva a discussão do nível tático (evitar um problema) para o estratégico (construir um negócio mais forte).