As máquinas agrícolas são essenciais para o sucesso no campo. Elas trazem mais flexibilidade para as operações, permitem executar tarefas em menos tempo, padronizam o trabalho e ajudam a diminuir os custos com mão de obra.
Contudo, assim como qualquer ferramenta de precisão, as máquinas precisam estar sempre bem preparadas e reguladas para funcionar corretamente. Sem o cuidado adequado, erros e perdas podem comprometer o resultado da safra.
É aqui que entra a gestão da frota agrícola. Ela é a garantia do bom desempenho das atividades e da sustentabilidade do seu negócio. Mais do que apenas anotar o uso das máquinas, essa gestão envolve um controle completo da operação, da manutenção e dos custos de cada equipamento (MIALHE, 2013).
O que é gestão de máquinas e implementos agrícolas?
A gestão de máquinas e implementos agrícolas é o processo de registrar de forma organizada o uso, o desempenho e as condições de manutenção de todos os equipamentos da fazenda.
Isso vale para a frota completa, incluindo não apenas tratores e colhedoras, mas também pulverizadores, grades, plantadeiras e outros implementos (CEASA; SEBRAE, 2018).
Esse controle é fundamental porque as máquinas representam um dos maiores investimentos do produtor, tanto no momento da compra quanto nos custos de manutenção.
Quando operam sem um acompanhamento próximo, os equipamentos podem sofrer desgastes prematuros, consumir mais combustível do que o necessário ou, no pior cenário, quebrar durante períodos críticos da lavoura, como o plantio ou a colheita (MIALHE, 2013).
Um acompanhamento regular das manutenções e o controle do uso correto prolongam a vida útil do maquinário, reduzem os custos com reparos inesperados e aumentam a eficiência geral no campo. Uma gestão bem-feita garante que suas máquinas agrícolas estejam sempre prontas para operar com total segurança e máxima produtividade.
Qual a importância da gestão de máquinas?
O maquinário representa cerca de 40% dos custos de produção na agricultura. Além disso, a depreciação de máquinas ocorre de forma acelerada, o que exige um cuidado ainda maior com esses ativos.
Com o avanço da tecnologia, esses valores tendem a aumentar, já que as máquinas modernas buscam maior automação agrícola e sustentabilidade para a fazenda.
Além dos custos diretos, a falta de gestão do maquinário pode gerar perdas significativas em outras etapas da produção. Veja alguns exemplos práticos:
- Gasto com combustível e peças: Uma máquina mal regulada consome muito mais combustível e exige trocas de peças com uma frequência bem maior do que uma máquina com a manutenção em dia.
- Perdas diretas de produtividade: Uma colheitadeira desregulada pode causar perdas de grãos durante a colheita ou danificar o produto final, resultando em quebra de grãos e menor qualidade.
- Indisponibilidade e atrasos no manejo: Uma máquina quebrada no meio de uma operação crítica pode atrasar todo o cronograma. Isso causa perdas por atraso no preparo do solo, plantio fora da janela ideal, falhas no controle de pragas e doenças, ou colheita tardia.
Principais Benefícios da Gestão de Máquinas
Uma boa gestão de máquinas agrícolas é importante para garantir a saúde financeira e operacional da fazenda. Os principais benefícios incluem:
- Lavouras bem manejadas com maior capacidade de produção;
- Operações executadas em menor tempo e no momento ideal do ciclo da cultura;
- Menor gasto de combustível e redução do retrabalho;
- Maior flexibilidade para resolver imprevistos durante a safra;
- Capacidade de planejar e executar as atividades com mais precisão;
- Maior área de cobertura por cada máquina dentro da propriedade;
- Diminuição da necessidade de manutenção corretiva, que é sempre mais cara e demorada.
Como fazer a gestão da frota?
Dependendo do tamanho da propriedade e da quantidade de máquinas, o ideal é ter uma equipe específica para a gestão de frota agrícola, mas isso nem sempre é viável.
Muitas fazendas ainda usam métodos tradicionais, como anotações em cadernos. Embora simples, esses métodos têm baixo rendimento, são suscetíveis a erros humanos e dificultam a análise dos dados, o que pode levar à indisponibilidade das máquinas em momentos cruciais.
Planilhas podem ser uma alternativa, mas a gestão eficiente vai além e precisa incluir outros processos importantes. Veja os passos essenciais:
1. Monitoramento da necessidade de manutenção
As manutenções preditivas (baseadas em dados) e preventivas (programadas) aumentam a vida útil da máquina e evitam a necessidade de trocas de peças por quebra ou mau uso. Elas também diminuem a necessidade de manutenções corretivas, que paralisam as operações.
Em resumo: uma boa manutenção, baseada em ações estratégicas, diminui os custos. Para isso, é fundamental verificar os principais pontos de manutenção regularmente:
- Checar o nível de água no radiador e o nível de combustível;
- Conferir o óleo da correia, do motor e outros pontos de lubrificação da máquina;
- Verificar com frequência os sistemas elétricos;
- Inspecionar a pressão, o estado de conservação e a manutenção dos pneus.
2. Limpeza das máquinas antes e depois da operação
A limpeza é parte do checklist de manutenção, mas muitas vezes é deixada de lado por ser vista como uma tarefa secundária. Isso é um erro.
Uma boa limpeza garante que as máquinas continuem funcionando corretamente, evitando o acúmulo de sujeira, poeira, palha e restos de produtos químicos que podem danificar componentes.
Além disso, a limpeza facilita a identificação de problemas como vazamentos de óleo, trincas em peças e o afrouxamento de parafusos, que podem passar despercebidos em máquinas sujas. Manter os equipamentos limpos também aumenta a segurança operacional, reduzindo o risco de incêndios causados por acúmulo de resíduos inflamáveis.
3. Condições ideais de armazenamento
Os galpões precisam oferecer condições adequadas para o armazenamento das máquinas quando elas não estão em operação.
Este cuidado simples reduz significativamente o risco de corrosão, falhas mecânicas e a depreciação acelerada dos equipamentos. Armazenar as máquinas corretamente também contribui para uma partida mais segura e eficiente na próxima vez que forem utilizadas.
4. Previsão de uso
Uma boa gestão de máquinas deve incluir a previsão da época de uso e das horas de trabalho de cada equipamento ao longo do calendário agrícola.
Esse planejamento permite organizar melhor as operações no campo, evitar conflitos de agenda e garantir que as máquinas estejam disponíveis, revisadas e prontas no momento certo. Com isso, você reduz o risco de atrasos nas atividades e otimiza o uso de toda a sua frota.
5. Controle de estoque de peças e de consumo de combustível
Ao prever o número de horas que cada máquina será usada durante o ano agrícola, você consegue estimar a necessidade de estoque de peças. Isso é especialmente importante para peças que exigem trocas programadas ou para reparos emergenciais.
Da mesma forma, controlar o armazenamento e o consumo de combustível é parte essencial da gestão. O combustível é um item indispensável para o funcionamento da frota, e é preciso monitorar as quantidades e a necessidade de reposição para não parar as operações.
Como aplicar a gestão de máquinas na rotina da fazenda?
Para iniciar o processo de gestão de máquinas agrícolas, o primeiro passo é fazer um inventário completo da sua frota.
Cada equipamento deve ser cadastrado com informações como modelo, ano de fabricação, número de série, horas de uso e a data da última manutenção realizada (SILVA et al., 2020).
Em seguida, é fundamental manter registros regulares de abastecimentos, trocas de óleo, substituição de peças e qualquer manutenção corretiva que tenha sido feita.
Com esses dados em mãos, você consegue calcular o custo por operação e comparar o desempenho entre diferentes máquinas. Além disso, torna-se mais fácil identificar quais implementos apresentam falhas recorrentes ou consumo elevado, permitindo planejar a substituição de forma mais estratégica e econômica (CEASA; SEBRAE, 2018).
Software com gestão de maquinário agrícola: Como pode ajudar?
Uma das formas mais práticas e eficientes de fazer a gestão de máquinas agrícolas é com o auxílio de sistemas digitais.
O Aegro Máquinas é uma funcionalidade do software Aegro que permite acompanhar todas as atividades relacionadas ao uso da frota, centralizando os dados em uma plataforma de fácil acesso.
Com ele, você consegue cadastrar cada equipamento, registrar abastecimentos, acompanhar custos por hectare e visualizar relatórios de manutenção.
O sistema também gera alertas automáticos de revisões, organiza os serviços por máquina e calcula o custo das operações agrícolas, integrando tudo ao planejamento geral da propriedade.
Isso significa que cada operação realizada no campo pode ser vinculada ao uso de uma máquina específica. Essa funcionalidade permite análises mais precisas sobre o desempenho e o custo de cada implemento por talhão, cultura ou safra. Veja mais informações!
Glossário
Automação agrícola: Refere-se ao uso de tecnologia para automatizar tarefas no campo, aumentando a precisão e a eficiência. Um exemplo comum é o uso de tratores com piloto automático guiado por GPS.
Calendário agrícola: Cronograma que organiza as atividades da fazenda (como preparo do solo, plantio e colheita) de acordo com as épocas mais adequadas para cada cultura e região.
Custo por hectare: Métrica financeira que calcula o custo total de uma operação agrícola (ex: pulverização) dividido pelo número de hectares trabalhados. É fundamental para avaliar a eficiência de uma máquina ou implemento.
Depreciação de máquinas: Perda de valor que um equipamento agrícola sofre ao longo do tempo devido ao uso, desgaste e obsolescência tecnológica. É um dos principais custos “invisíveis” da propriedade.
Gestão da frota agrícola: Processo de administrar todo o ciclo de vida do maquinário da fazenda, incluindo o controle de uso, manutenções, consumo de combustível e custos operacionais para maximizar a eficiência.
Implementos agrícolas: Equipamentos que não possuem motor próprio e precisam ser acoplados a uma fonte de potência, como um trator, para realizar uma função específica. Exemplos incluem grades, plantadeiras e pulverizadores de arrasto.
Manutenção corretiva: Reparo realizado em uma máquina somente após a ocorrência de uma falha ou quebra. Geralmente é mais caro e causa paradas não planejadas nas operações.
Manutenção preventiva: Conjunto de ações planejadas e programadas, como trocas de óleo e filtros, realizadas em intervalos regulares para evitar que falhas e quebras aconteçam.
Supere os desafios da gestão de máquinas com a tecnologia
Como vimos, controlar a manutenção e os custos de cada máquina com anotações em cadernos ou planilhas complexas é um grande desafio. Erros e esquecimentos podem levar a quebras inesperadas em momentos críticos e a gastos elevados com reparos emergenciais. Ferramentas digitais como o Aegro resolvem esse problema ao automatizar o controle da frota.
Com um software de gestão, é possível agendar manutenções preventivas e receber alertas automáticos, garantindo que nenhum serviço importante seja esquecido. Além disso, você centraliza o registro de abastecimentos e o uso de peças, obtendo relatórios precisos sobre o custo operacional de cada equipamento. Isso não só prolonga a vida útil do maquinário, mas também oferece dados claros para tomar decisões mais inteligentes e econômicas.
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Perguntas Frequentes
Por onde devo começar a fazer a gestão de máquinas na minha fazenda?
O primeiro passo é criar um inventário detalhado de toda a sua frota, incluindo tratores, colhedoras e implementos, com informações como modelo, ano e horas de uso. Em seguida, comece a registrar sistematicamente as manutenções, abastecimentos e custos operacionais de cada um. Mesmo que comece com uma planilha, esse registro inicial é fundamental para entender a saúde da sua frota.
Qual a principal diferença entre manutenção preventiva e corretiva?
A manutenção preventiva é planejada e realizada em intervalos regulares para evitar que falhas ocorram, como a troca programada de óleo e filtros. Já a manutenção corretiva é o reparo feito após a máquina quebrar. A preventiva é sempre mais vantajosa, pois evita paradas inesperadas em momentos críticos da safra e tem um custo significativamente menor a longo prazo.
A gestão da frota se aplica apenas a tratores e colhedoras?
Não. Uma gestão de frota eficiente deve abranger todos os equipamentos, incluindo implementos como plantadeiras, pulverizadores e grades. O correto funcionamento e a manutenção desses implementos são cruciais para a qualidade das operações agrícolas e impactam diretamente a produtividade da lavoura.
Qual o impacto de um armazenamento inadequado das máquinas agrícolas?
Armazenar máquinas ao ar livre ou em galpões inadequados acelera o desgaste e a depreciação. A exposição ao sol, chuva e umidade causa corrosão, ressecamento de mangueiras e danos aos componentes eletrônicos. Um armazenamento correto em local coberto e seco protege o investimento, reduz a necessidade de reparos e garante que o equipamento esteja pronto para uso.
Um software de gestão de máquinas é vantajoso para pequenas propriedades?
Sim, é muito vantajoso. Softwares como o Aegro automatizam o controle, enviam alertas de manutenção e centralizam os dados de custos, o que é difícil de fazer manualmente. Para o pequeno produtor, isso se traduz em economia de combustível, redução de quebras inesperadas e melhor planejamento, gerando um retorno sobre o investimento que justifica sua adoção.
Com que frequência a limpeza das máquinas deve ser realizada?
O ideal é realizar uma limpeza básica diariamente após o uso para remover detritos e poeira. Uma limpeza mais completa, incluindo a verificação de componentes, deve ser feita semanalmente ou sempre antes de guardar o equipamento por um longo período. Manter as máquinas limpas facilita a identificação de vazamentos, peças soltas e previne o risco de incêndios.
Como a gestão de máquinas ajuda a reduzir o consumo de combustível?
Uma boa gestão garante que as manutenções, como a limpeza de filtros de ar e a calibragem correta dos pneus, estejam em dia, o que otimiza a eficiência do motor. Além disso, o monitoramento do uso permite identificar operadores ou operações com consumo excessivo, possibilitando treinamentos e ajustes para tornar o trabalho no campo mais econômico e sustentável.
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