Você já se pegou com dúvidas sobre a real rentabilidade da sua fazenda, os custos exatos da lavoura, a produtividade de cada talhão ou o controle do seu estoque? Se essas perguntas são familiares, saiba que uma boa gestão agrícola pode fornecer todas as respostas.
O primeiro passo é entender os gargalos, ou seja, os pontos fracos do planejamento agrícola na sua fazenda.
Planejar uma safra não é uma tarefa simples e vários obstáculos podem impedir que você alcance o sucesso esperado. Neste artigo, vamos abordar os principais gargalos que podem estar limitando seus resultados e mostrar como um bom planejamento estratégico da produção pode aumentar sua produtividade e seu lucro.
1º Gargalo: Desconhecer as Medidas Reais da Propriedade
Muitos produtores rurais, mesmo os mais experientes, ainda não sabem com precisão o tamanho total de suas propriedades. Menos ainda conhecem a área exata de cada talhão cultivado na última safra ou o tamanho das áreas de proteção permanente (APP).
Saber essas medidas não é um mero detalhe; é um dos princípios fundamentais para uma boa administração rural.
Mapeamento de área e talhões com Aegro.
(Fonte: Aegro)
Sem conhecer a área exata, fica quase impossível calcular corretamente seus custos e sua produção real. Isso afeta diretamente o planejamento de insumos, levando a compras excessivas ou insuficientes. Este conhecimento é a base para planejar sua atividade de forma que ela gere rentabilidade.
Não basta saber o tamanho da área, é preciso saber o que há nela e o que já foi feito ali.
2º Gargalo: Não Manter um Histórico Detalhado dos Talhões
Saber o que foi feito em cada talhão nos últimos anos é uma informação poderosa. O histórico é essencial para práticas como a rotação de culturas, um dos pilares do sistema de plantio direto e do Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Tão importante quanto fazer a rotação é registrar quais culturas foram plantadas, em quais safras e qual foi a produtividade de cada uma. Com esses dados, você começa a entender melhor seu solo, a dinâmica de pragas e o potencial de cada área.
(Fonte: Embrapa)
Organize um histórico que inclua não apenas as culturas, mas também:
- A ocorrência de pragas;
- Infestações de plantas daninhas e nematoides;
- O registro de todas as aplicações de defensivos agrícolas.
Manter esse registro permite saber exatamente quais produtos foram aplicados, facilitando a rotação de ingredientes ativos e dificultando o surgimento de resistência. É assim que você identifica qual produto falhou no controle ou se já existem casos de resistência na sua propriedade. A aplicação repetida do mesmo herbicida, inseticida ou fungicida ao longo dos anos seleciona pragas resistentes, um problema grave e custoso.
Problemas como a resistência da buva e do capim-amargoso a herbicidas já são uma realidade preocupante.
(Fonte: Fernando Adegas em Embrapa Soja)
Um estudo da Embrapa alerta que os custos de produção da soja podem aumentar em até 222% por causa de ervas daninhas resistentes ao glifosato. Se você ainda não tem o histórico da sua área, comece agora com o monitoramento da lavoura.
3º Gargalo: Negligenciar o Monitoramento da Lavoura
Dentro do seu planejamento operacional, o monitoramento constante da lavoura é uma atividade indispensável, do pré-plantio até a colheita. Além de permitir que você acompanhe o andamento das atividades, os registros desse monitoramento se tornarão o histórico da safra para os próximos anos.
Vamos detalhar os pontos mais importantes que você deve monitorar.
4º Gargalo: Ignorar a Análise de Solo
A análise de solo é fundamental para diagnosticar a fertilidade da sua terra. Com base nos resultados, você pode planejar a aplicação de fertilizantes de forma precisa e escolher cultivos mais ou menos exigentes, de acordo com as condições de cada talhão. Isso evita gastos desnecessários com adubos e otimiza o potencial produtivo.
Discutimos a importância das análises de solo com mais detalhes neste artigo sobre produção de milho.
Conhecer o histórico da área e o solo da propriedade resulta em uma recomendação adequada de fertilizantes.
(Fonte: SLC Agrícola)
5º Gargalo: Não Acompanhar a Previsão do Clima de Perto
Será que vai chover na hora certa? Se você ainda depende apenas do telejornal para saber a previsão do tempo, está perdendo uma grande oportunidade. Hoje, existe uma série de aplicativos que oferecem previsões detalhadas e com um nível de acerto cada vez maior.
Conhecer as condições climáticas com antecedência é crucial para tomar decisões em toda a condução da lavoura, como definir o momento ideal para o plantio ou para a aplicação de defensivos agrícolas.
Eu recomendo o aplicativo Yr, que é gratuito e está disponível para computadores e celulares. Mesmo sendo em inglês, sua interface é visual e fácil de entender. Basta digitar o nome da sua cidade para ter acesso a previsões confiáveis.
(Fonte: Yr)
6º Gargalo: Falhar na Identificação Correta de Pragas
É muito importante conhecer bem os seus problemas para poder controlá-los de forma eficaz, sejam eles insetos, doenças ou plantas daninhas. A identificação errada pode levar à aplicação do produto incorreto, desperdiçando tempo, dinheiro e prejudicando a lavoura.
Existem ótimos aplicativos de smartphone que ajudam na identificação de pragas. Dois bons exemplos são o FMC Agrícola e o ADAMA Alvo. Além dos aplicativos, há livros e manuais técnicos disponíveis gratuitamente em PDF na internet que auxiliam na identificação e no manejo de plantas daninhas, insetos e doenças.
Para conhecer outras ferramentas úteis, confira nossa lista com os 5 aplicativos para planejamento agrícola que você deveria conhecer.
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7º Gargalo: Acreditar que a Tecnologia é Complicada Demais
Em todos os pontos que abordamos sobre planejamento agrícola, a tecnologia apareceu como uma aliada para uma melhor gestão. Isso não é coincidência.
Embora a tecnologia possa ser aplicada em praticamente todos os momentos decisivos da gestão da fazenda, muitos produtores ainda resistem a utilizá-la, seja por desconfiança ou por falta de conhecimento. Mas por que não experimentar?
(Fonte: Agrosmart)
Comece aos poucos. Use um aplicativo para identificar pragas. Além de anotar tudo no caderno, por que não passar os dados para uma planilha no Excel? Tudo o que é novo pode parecer assustador no começo. Peça ajuda aos seus filhos, ao marido, à esposa ou a um funcionário de confiança. Aos poucos, você notará as melhorias que a tecnologia pode trazer.
Não adianta fazer um ótimo planejamento, analisar o solo e mapear a propriedade se todas as informações continuam anotadas em papéis espalhados ou, pior, guardadas apenas na cabeça. A não utilização da tecnologia é talvez o maior gargalo no planejamento agrícola, muitas vezes por desconhecimento de como ela pode facilitar o dia a dia.
Computadores, celulares com internet, drones, aplicativos e planilhas inteligentes são ferramentas de apoio disponíveis para seu planejamento e gestão. Um software de gestão agrícola pode centralizar todas essas informações, ajudando você a se planejar melhor e aumentar sua produtividade.
Conclusão
A tecnologia é uma ferramenta poderosa para evoluir seu negócio e tornar o planejamento agrícola muito mais simples e prático.
Contudo, não se esqueça do conhecimento técnico. Uma assistência de qualidade é fundamental. Não adianta ter um belo mapa de fertilidade e não saber interpretá-lo para fazer a adubação correta.
Portanto, a receita para um planejamento de sucesso é:
- Tenha o mapa detalhado da sua área.
- Construa o histórico da propriedade safra após safra.
- Monitore a lavoura de perto e com frequência.
- Tenha acompanhamento técnico de confiança.
- Use a tecnologia como sua grande aliada para juntar tudo isso.
Para facilitar seu processo, criamos um checklist de como fazer um bom planejamento agrícola. É só baixar aqui. É gratuito.
Glossário
Análise de Solo: Exame laboratorial que avalia as características químicas e físicas do solo, como níveis de nutrientes e pH. Funciona como um “exame de sangue” da terra, orientando a adubação correta para cada talhão.
Defensivos Agrícolas: Termo geral para produtos, também conhecidos como agrotóxicos ou pesticidas, utilizados para proteger as lavouras contra pragas, doenças e plantas daninhas. Incluem inseticidas, fungicidas e herbicidas.
Glifosato: Princípio ativo de um dos herbicidas mais utilizados no mundo para o controle de plantas daninhas. O artigo alerta para o crescente problema de ervas daninhas, como a buva, que se tornaram resistentes a ele.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Estratégia que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, químico) para manter as pragas em níveis que não causem danos econômicos. Seu objetivo é reduzir o uso de defensivos e evitar o surgimento de resistência.
Plantas Daninhas: Plantas que crescem espontaneamente na lavoura e competem com a cultura principal por recursos como água, luz e nutrientes. O capim-amargoso e a buva, citados no texto, são exemplos de plantas daninhas de difícil controle.
Rotação de Culturas: Prática de alternar diferentes espécies de plantas em uma mesma área agrícola a cada safra. Ajuda a melhorar a saúde do solo, controlar pragas e doenças, e reduzir a população de plantas daninhas.
Talhão: Subdivisão de uma área agrícola, tratada como uma unidade de manejo individual. Mapear e gerenciar os talhões separadamente permite um planejamento mais preciso e a aplicação otimizada de insumos.
Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios
Os gargalos discutidos, como desconhecer o tamanho exato dos talhões, não ter um histórico organizado e a resistência em adotar novas ferramentas, são barreiras reais para a lucratividade. A boa notícia é que a tecnologia certa pode resolver esses pontos de uma vez por todas.
Um software de gestão agrícola como o Aegro, por exemplo, centraliza todas as informações essenciais da fazenda. Ele permite mapear a propriedade com precisão e manter um histórico detalhado de cada talhão, desde as culturas plantadas até as aplicações de defensivos e a produtividade safra a safra. Isso transforma anotações espalhadas em dados organizados, fundamentais para um planejamento estratégico e para decisões mais seguras no campo.
E para quem acredita que a tecnologia é complicada, plataformas como o Aegro são desenvolvidas com uma interface intuitiva e suporte próximo, facilitando a transição do caderno para o digital sem estresse. Assim, qualquer produtor, do mais tradicional ao mais conectado, pode ter o controle total do seu negócio.
Que tal eliminar os gargalos do seu planejamento e ter o controle total da fazenda na palma da mão?
Experimente o Aegro gratuitamente e descubra como a gestão agrícola pode ser simples e eficiente.
Perguntas Frequentes
Qual a importância de saber a medida exata de cada talhão para a rentabilidade da safra?
Saber a área exata de cada talhão é fundamental para o cálculo preciso dos custos e da produtividade. Com essa informação, você consegue comprar a quantidade correta de insumos (sementes, fertilizantes, defensivos), evitando desperdícios ou falta de produtos. Além disso, permite calcular a produtividade real (ex: sacas por hectare), o principal indicador da eficiência e do lucro da sua operação.
Como posso começar a criar um histórico dos meus talhões se nunca fiz isso antes?
Comece de forma simples. Utilize um caderno ou uma planilha para cada talhão e anote as informações básicas da safra atual: cultura plantada, data do plantio, produtividade colhida e, principalmente, todas as aplicações de defensivos (produto, dose e data). Ao final da safra, você já terá um histórico valioso para planejar a próxima, que pode ser facilmente migrado para um software de gestão agrícola.
Por que o registro de defensivos aplicados é tão crucial para o planejamento agrícola?
Registrar os defensivos é vital para evitar o surgimento de pragas e plantas daninhas resistentes, como a buva e o capim-amargoso. Ao saber quais ingredientes ativos foram usados, você pode planejar a rotação desses produtos, uma prática essencial no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Esse controle também ajuda a diagnosticar falhas de manejo e a garantir a conformidade com as legislações.
Com que frequência devo realizar a análise de solo na minha propriedade?
A recomendação geral é realizar a análise de solo a cada 2 ou 3 anos para culturas anuais, ou sempre antes de iniciar um novo ciclo de cultivo em uma área. Para culturas perenes, o intervalo pode ser um pouco maior. O ideal é que a análise seja feita após a colheita, permitindo tempo hábil para interpretar os resultados e planejar a correção e adubação para a safra seguinte.
A tecnologia de gestão agrícola é indicada apenas para grandes fazendas?
Não, de forma alguma. A tecnologia de gestão agrícola é escalável e oferece benefícios para propriedades de todos os tamanhos. Para pequenos e médios produtores, ferramentas como aplicativos e softwares ajudam a otimizar o uso de insumos, controlar o fluxo de caixa e tomar decisões mais assertivas, o que pode representar um aumento significativo na margem de lucro, independentemente da escala da operação.
Um software de gestão agrícola substitui o trabalho de um consultor técnico?
Não, eles se complementam perfeitamente. O software organiza os dados da fazenda (histórico, custos, operações) de forma clara e acessível. O consultor técnico utiliza essas informações precisas para fazer uma análise agronômica mais profunda, gerando recomendações personalizadas e estratégias mais eficazes para o seu negócio. A tecnologia potencializa o conhecimento técnico.
Artigos Relevantes
- 9 fatos primordiais para o manejo de ervas daninhas resistentes a glifosato: Este artigo aprofunda o problema da resistência a herbicidas, que é um ponto crítico mencionado no ‘2º Gargalo’ do artigo principal. Ele explica o ‘porquê’ e o ‘como’ do surgimento da resistência, oferecendo o contexto estratégico necessário para que o leitor entenda a importância vital de manter um histórico detalhado de aplicações.
- Aplicativos e guias de identificação de plantas daninhas que vão lhe ajudar no campo: Enquanto o artigo principal aponta a ‘falha na identificação correta de pragas’ como o 6º gargalo, este candidato oferece a solução direta e prática. Ele apresenta ferramentas concretas, como aplicativos e guias, capacitando o leitor a superar essa deficiência específica com tecnologia acessível, alinhando-se também com a superação do ‘7º Gargalo’ (medo da tecnologia).
- Tudo o que você precisa saber sobre mapeamento de plantas daninhas: Este artigo eleva a discussão do ‘1º Gargalo’ (desconhecer medidas da propriedade) e do ‘7º Gargalo’ (tecnologia) a um nível prático e avançado. Ele demonstra como a tecnologia de mapeamento com drones e sensores não só define áreas, mas resolve problemas específicos de manejo, como a aplicação localizada de herbicidas, gerando economia e eficiência.
- Tudo o que você precisa saber para fazer sua lista de defensivos agrícolas na pré-safra: Este artigo serve como um guia de aplicação prática para os conceitos de planejamento do texto principal. Ele mostra como transformar o histórico da área e o monitoramento constante (Gargalos #2 e #3) em uma ação estratégica e financeira crucial: a montagem da lista de compras de defensivos para a pré-safra, conectando o planejamento do campo ao planejamento financeiro.
- Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva: Após o artigo principal e os artigos complementares estabelecerem o problema da resistência de plantas daninhas, este artigo apresenta uma solução tecnológica de ponta. Ele exemplifica perfeitamente como a adoção de novas tecnologias (abordado no 7º gargalo) pode resolver um dos desafios agronômicos mais citados no texto principal, oferecendo uma visão tática e inovadora.