Nos últimos anos, todo produtor rural tem observado um desafio crescente no campo: o surgimento de ervas daninhas que não morrem mais com a aplicação de glifosato e outros herbicidas.
Essa resistência não é um problema pequeno. Estima-se que, apenas na cultura da soja, a dificuldade de controlar plantas daninhas no Brasil já gere um prejuízo de R$ 9 bilhões por ano. Este número impressionante mostra como é fundamental realizar um bom controle de ervas daninhas para garantir a rentabilidade da lavoura.
Com o avanço da resistência, novas alternativas de controle se tornam essenciais para manter a alta produtividade.
Neste guia, vamos detalhar as melhores estratégias para manejar sua lavoura quando aparecem ervas daninhas resistentes ao glifosato.
1. Como uma planta se torna resistente ao glifosato?
Para começar, é importante entender que as ervas daninhas já possuem uma variação genética natural. Dentro de uma mesma espécie de plantas daninhas, existem pequenas diferenças genéticas entre cada planta individual.
Os herbicidas funcionam como um filtro, selecionando aquelas plantas que, por acaso, já possuem genes que as tornam resistentes. Portanto, a aplicação de um herbicida não cria uma planta resistente, ela apenas seleciona as que já existem na população.
Essa seleção não acontece da noite para o dia. Ela ocorre com a aplicação repetida do mesmo herbicida, na mesma área, safra após safra.
Um exemplo claro disso foi o manejo em culturas com a tecnologia RR. Por muitos anos, o controle de plantas daninhas foi feito quase exclusivamente com glifosato. Essa prática selecionou os indivíduos resistentes que antes eram raros.
A planta resistente sobrevive à aplicação, produz sementes e se multiplica, ocupando o espaço que antes era das plantas sensíveis ao produto. É por isso que o uso contínuo de um único tipo de herbicida acelera o desenvolvimento da resistência na sua propriedade.
A imagem abaixo ilustra esse processo de forma simples:
Seleção de resistência em uma nova área.
(Fonte: adaptado de Manejo de Resistência)
Agora, vamos conhecer as principais inimigas resistentes ao glifosato em nosso país para você ficar de olho na sua fazenda.
2. Principais Ervas Daninhas Resistentes a Glifosato no Brasil
No Brasil, já foram identificados biótipos resistentes ao glifosato para as seguintes espécies:
- Buva (Conyza sp.)
- Azevém (Lolium multiflorum)
- Capim-amargoso (Digitaria insularis)
- Capim-branco (Chloris elata)
- Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
- Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri)
- Caruru-roxo (Amaranthus hybridus)
- Leiteiro ou Amendoim bravo (Euphorbia heterophylla)
Vamos entender melhor cada uma delas.
Buva e Capim-Amargoso
Entre todas as plantas da lista, o capim-amargoso e a buva são as mais disseminadas no Brasil. Elas são encontradas em praticamente todas as lavouras de soja e exigem grande esforço e atenção do produtor. O manejo eficaz dessas duas espécies deve integrar vários métodos de controle para evitar a seleção de resistência a novos herbicidas, algo que infelizmente já vem acontecendo.
Azevém
O azevém é um problema concentrado na região Sul do Brasil, pois se adapta melhor a climas frios, afetando principalmente as culturas de arroz e trigo. Esta planta daninha tem um dos maiores históricos de desenvolvimento de resistência no mundo, por isso, o cuidado no manejo deve ser redobrado.
Capim-Pé-de-Galinha
Embora presente em muitas lavouras brasileiras, a resistência do capim-pé-de-galinha ao glifosato ainda está concentrada em poucas regiões, como no Centro-Oeste do Paraná. O segredo aqui é realizar o controle desta planta em seu estágio inicial, quando é mais vulnerável, e monitorar de perto a eficiência do glifosato e de outros graminicidas. Fique atento, pois já existem casos de resistência múltipla (a glifosato e graminicidas como haloxyfop e fenoxaprop), o que torna o controle extremamente difícil.
Capim-Branco
O capim-branco é comum em todo o país, principalmente em beiras de estradas e carreadores. Felizmente, não há relatos de que as populações resistentes estejam se espalhando. Hoje, o problema está mais concentrado no centro do estado de São Paulo. Como essa planta não apresenta resistência a graminicidas, o manejo focado no capim-amargoso resistente parece estar contendo sua disseminação. Mesmo assim, é crucial saber identificá-la e controlá-la nos estágios iniciais.
Caruru-Palmeri
Graças a um esforço conjunto do MAPA e outras instituições, o caruru-palmeri está sendo contido em algumas regiões do Mato Grosso. A principal preocupação para você, produtor de outras regiões, é saber identificar esta planta daninha e tomar cuidado com a limpeza de máquinas e colhedoras, pois acredita-se que ela chegou ao Brasil por meio de transporte de maquinário sem a devida higienização.
Caruru-palmeri é uma grande preocupação no Mato Grosso.
(Fonte: Embrapa)
Caruru-Roxo
O caruru-roxo resistente ao glifosato foi registrado na região sul do Rio Grande do Sul. Acredita-se que a população tenha sido introduzida a partir de países vizinhos, como Argentina ou Uruguai. Como as sementes de caruru são muito pequenas, a higienização de máquinas precisa ser rigorosa. O maior receio dos pesquisadores é que o caruru-roxo se dissemine e cruze com o caruru-palmeri, o que poderia gerar plantas híbridas ainda mais agressivas, adaptadas e resistentes a múltiplos herbicidas.
Leiteiro (Amendoim Bravo)
O caso mais recente de resistência ao glifosato registrado no Brasil foi o do leiteiro, no Centro-Norte do Paraná. Essa espécie já era um problema antes das culturas RR por ser resistente a outros herbicidas (inibidores da ALS e da PROTOX). Por isso, é fundamental que essa população não se espalhe para outras regiões. Instituições como a Cocari, Embrapa Soja e a Universidade Estadual de Maringá estão trabalhando em planos de contenção para auxiliar os produtores locais.
Atenção a Possíveis Novos Casos
A preocupação agora se volta para a presença de picão-preto resistente a glifosato no Paraguai. Como há um grande fluxo de máquinas agrícolas entre o Brasil e o Paraguai, o risco de introdução é alto. Assim como o leiteiro, o picão-preto já tem histórico de resistência a outros mecanismos de ação, o que o torna uma ameaça séria. Se você tem propriedades no Paraguai, redobre o cuidado com a limpeza de máquinas e implementos antes de trazê-los para o Brasil.
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3. A Importância de Entender a Biologia da Planta Daninha
Conhecer como cada planta daninha se comporta é fundamental para escolher a ferramenta de manejo mais eficaz.
Confira algumas características importantes:
Como a Semente Germina
A buva é uma planta fotoblástica positiva: significa que suas sementes só germinam na presença de luz. Portanto, manter uma boa camada de palhada no solo é uma estratégia muito eficaz para reduzir sua infestação, funcionando como uma barreira física à luz.
Além disso, o tamanho da semente influencia sua capacidade de emergir. Sementes pequenas, como as de caruru e capim-branco, têm dificuldade de germinar se estiverem enterradas a mais de 2 cm
de profundidade. As poucas que conseguem emergir são mais fracas e fáceis de controlar.
Identificação nos Estágios Iniciais
Muitas plantas daninhas se tornam muito mais tolerantes a herbicidas depois que crescem. Por isso, é crucial saber identificá-las quando ainda são pequenas. Outro ponto chave é saber diferenciar espécies do mesmo gênero. O manejo do caruru-palmeri, por exemplo, é muito mais complexo do que o do caruru-de-mancha.
Crescimento e Desenvolvimento
Entender o ritmo de crescimento é vital. O caruru-palmeri pode crescer de 4 cm
a 6 cm
por dia. Isso significa que a janela de aplicação para um controle eficaz é muito curta.
Outras plantas, como o capim-amargoso, desenvolvem rizomas (estruturas de reserva subterrâneas) a partir de 45 dias após a emergência. Esses rizomas permitem que a planta se recupere mesmo após a aplicação de herbicidas. Já o capim-branco, em estágios avançados, acumula cera nas folhas, o que dificulta a absorção dos produtos.
Conhecer esses detalhes ajuda a tomar decisões de manejo mais inteligentes. Por exemplo, realizar uma roçada antes da aplicação de herbicidas pode facilitar muito o controle de plantas como capim-amargoso e capim-branco já estabelecidas.
4. Como Controlar Eficientemente as Plantas Daninhas Resistentes
Um manejo sustentável e eficiente vai além do controle químico. A prevenção é a prática mais importante para evitar que novas espécies resistentes surjam na sua propriedade.
Para isso, é preciso reduzir a pressão de seleção, adotando práticas do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD):
(Fonte: Fórum sobre manejo de resistência de ervas daninhas a herbicidas)
Você pode combinar técnicas culturais e mecânicas com o manejo químico para obter melhores resultados. As principais práticas são:
- Evitar deixar a terra em pousio por muito tempo, optando por culturas de cobertura.
- Investir na formação de palhada para cobrir o solo.
- Utilizar cultivares adaptadas a menores espaçamentos entre as linhas, o que ajuda a fechar o dossel mais rápido e sombrear as daninhas.
5. Manejo Químico de Plantas Resistentes
Atualmente, a chave para o controle de plantas daninhas resistentes está no manejo realizado na entressafra. Nesse período, você tem mais flexibilidade para usar diferentes ferramentas.
As recomendações são:
- Comece o manejo cedo, com as plantas daninhas ainda em estágios iniciais.
- Associe herbicidas de diferentes mecanismos de ação.
- Utilize aplicações sequenciais para garantir o controle.
Uma técnica que voltou com força e tem sido recomendada pela maioria dos especialistas é o uso de herbicidas pré-emergentes. Eles possuem poucos casos de resistência no mundo, aumentam o intervalo entre as aplicações e contribuem para a rotação de mecanismos de ação.
O mercado também está trazendo novidades. Além de princípios ativos como pyroxasulfone, tiafenacil e trifludimoxazin, temos o lançamento de um herbicida com um mecanismo de ação totalmente novo: o cinmethylin (herbicida Luximo).
Para os próximos anos, a previsão é de liberação de novas tecnologias de resistência a herbicidas para soja e milho, que permitirão o uso de mais ferramentas:
- Soja: Enlist (resistência a 2,4-D colina, glifosato e glufosinato de amônio) e Xtend (resistência a dicamba e glifosato).
- Milho: Enlist (resistência a 2,4-D colina, glifosato, glufosinato de amônio e haloxyfop).
A rotação de mecanismos de ação é fundamental.
(Fonte: Fórum sobre manejo de resistência de ervas daninhas a herbicidas)
6. Falhou o Controle? Nem Sempre a Culpa é da Resistência
Quando uma aplicação de herbicida não funciona, a primeira suspeita é a resistência. No entanto, muitas outras falhas podem causar o escape de plantas.
Esta imagem ilustra bem as possíveis causas:
(Fonte: traduzido de Take Action on Weeds)
Antes de confirmar a resistência, verifique estes pontos:
Fatores da Tecnologia de Aplicação:
- Dose inadequada do produto.
- Baixa cobertura do alvo ou incorporação insuficiente.
- Momento de aplicação errado (planta daninha já grande).
- Falta de um adjuvante adequado.
- Poeira nas folhas ou água de baixa qualidade na calda.
- Efeito “guarda-chuva”, onde as folhas de cima impedem o produto de atingir as de baixo.
- Antagonismo entre produtos misturados no tanque.
Fatores de Solo e Condições Climáticas:
- Umidade excessiva ou, ao contrário, solo muito seco.
- Condições ruins de preparo do solo no momento da aplicação.
- Absorção do herbicida pela argila ou matéria orgânica do solo.
- Plantas sob estresse (hídrico ou de temperatura).
- Falta de chuva para ativar herbicidas pré-emergentes.
7. Qual o Impacto Econômico da Resistência?
A resistência a herbicidas causa um grande impacto no bolso do produtor. Uma análise da Embrapa mostra que o custo do controle pode aumentar de 40% a 200% em uma área com problemas de resistência, dependendo do número de espécies resistentes presentes.
Por outro lado, o manejo integrado pode trazer economias significativas. Esta matéria mostra que produtores no Paraná conseguiram uma economia de até R$ 138 por hectare ao diminuírem o uso de herbicidas graças a práticas integradas.
Por isso, é fundamental conhecer o custo do seu manejo por hectare e na fazenda como um todo. Assim, você saberá qual a melhor medida de controle, tanto em termos produtivos quanto financeiros.
8. Glossário: Entenda os Termos sobre Resistência
Plantas Suscetíveis
São plantas que morrem ou sofrem danos severos após a aplicação de um herbicida na dose recomendada. Essa é a característica natural da maioria das plantas de uma espécie.
Plantas Tolerantes
São plantas que, naturalmente, sobrevivem a um herbicida específico, mesmo na primeira aplicação. Por exemplo, o herbicida 2,4-D controla caruru, mas não controla capim-colchão, pois o capim-colchão é tolerante a este produto. A tolerância é uma característica da espécie.
Plantas Resistentes
São plantas de uma espécie que antes era controlada por um herbicida, mas que agora sobrevivem e se reproduzem após a aplicação na dose recomendada. A resistência é o resultado da seleção de biótipos (grupos de indivíduos com genética diferente) que já existiam na população. Se na sua lavoura apareceram plantas de capim-amargoso que não morrem mais com glifosato, isso significa que houve a seleção de um biótipo resistente.
9. Como se Manter Atualizado sobre a Resistência?
Para estar sempre um passo à frente, é importante buscar informação confiável.
- International Survey of Herbicide Resistant Weeds: É uma organização internacional que monitora casos de resistência em 80 países. Sempre que um novo caso é comprovado, ele é adicionado ao site. Atualmente, o Brasil tem 50 casos de resistência registrados. O site está em inglês, mas é uma excelente fonte para ver quais espécies e mecanismos de ação são um problema no Brasil e no mundo.
A Buva (Conyza sumatrensis) já tem resistência registrada a 5 mecanismos de ação diferentes.
(Fonte: Weed Science)
- HRAC-Brasil (Comitê de Ação à Resistência aos Herbicidas): No Brasil, o HRAC-Brasil é a principal referência. A associação promove o manejo sustentável, acompanha casos de resistência e oferece materiais educativos.
- Leitura Recomendada: O livro “Aspecto de resistência de ervas daninhas a herbicidas” explica de maneira simples e prática como manejar plantas daninhas resistentes.
Conclusão
As ervas daninhas resistentes ao glifosato são um dos maiores desafios da agricultura brasileira, com um impacto financeiro direto na rentabilidade de todos os produtores.
Entender como a resistência surge, conhecer as principais espécies e adotar um manejo integrado são passos fundamentais para proteger sua lavoura.
Lembre-se que, no final das contas, a melhor estratégia de controle é aquela que funciona no campo e se encaixa no seu planejamento de custos, garantindo a produtividade e a sustentabilidade do seu negócio.
*Atualizado em 22 de julho de 2020 por Henrique Fabr
Glossário
Biótipos: Grupo de plantas da mesma espécie que possuem características genéticas ligeiramente diferentes. No contexto da resistência, são os indivíduos que já nascem com a capacidade de sobreviver a um herbicida que controla a maioria da população.
Fotoblástica positiva: Característica de sementes que precisam de exposição à luz para germinar. A buva, por exemplo, é fotoblástica positiva, por isso a cobertura do solo com palhada é uma tática eficaz para dificultar sua emergência.
Glifosato: Herbicida sistêmico e não seletivo, um dos mais utilizados na agricultura mundial. Seu uso contínuo e exclusivo em lavouras RR foi o principal fator que selecionou plantas daninhas resistentes.
Herbicidas pré-emergentes: Produtos aplicados ao solo antes da germinação (emergência) das plantas daninhas. Eles formam uma barreira química que impede o desenvolvimento inicial das sementes, sendo uma ferramenta chave para rotacionar mecanismos de ação.
Mecanismo de ação: Refere-se à maneira específica como um herbicida atua para matar a planta, como inibir uma enzima ou interromper a fotossíntese. Rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação é a principal estratégia para evitar o surgimento de resistência.
MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas): Uma abordagem estratégica que combina diferentes métodos de controle (cultural, mecânico e químico) de forma equilibrada. O objetivo é reduzir a pressão de seleção e a dependência de apenas uma ferramenta, como um único herbicida.
Rizomas: Estruturas de reserva subterrâneas, semelhantes a caules, que permitem que a planta se regenere e se espalhe horizontalmente. O capim-amargoso desenvolve rizomas, o que o torna mais difícil de controlar em estágios avançados.
Tecnologia RR (Roundup Ready): Refere-se a culturas, como a soja, geneticamente modificadas para serem tolerantes ao herbicida glifosato. Permitiu o controle de plantas daninhas na pós-emergência da cultura, mas seu uso massivo acelerou a seleção de biótipos resistentes.
Como a tecnologia simplifica o controle de plantas daninhas e de custos
O manejo de plantas daninhas resistentes, como vimos, eleva os custos e a complexidade das operações na fazenda. Controlar o orçamento e, ao mesmo tempo, garantir que a rotação de herbicidas e as aplicações sequenciais sejam feitas corretamente são desafios diários. É aqui que um software de gestão agrícola como o Aegro se torna um forte aliado.
Ele permite não só registrar cada aplicação e analisar o custo por hectare em tempo real, mas também planejar todo o manejo integrado pelo celular. Com esse controle, você evita erros, garante a execução do que foi planejado e gera um histórico detalhado que facilita as decisões para as próximas safras, protegendo a rentabilidade do seu negócio.
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Perguntas Frequentes
Qual a diferença entre uma planta daninha resistente e uma tolerante a herbicidas?
Uma planta tolerante sobrevive naturalmente a um herbicida, pois essa é uma característica de sua espécie. Já uma planta resistente pertence a uma população que antes era controlada pelo herbicida, mas, devido à seleção genética causada por aplicações repetidas, agora consegue sobreviver e se reproduzir mesmo após o tratamento na dose recomendada.
Se uma aplicação de glifosato falhou na minha lavoura, é certeza que a planta daninha é resistente?
Não necessariamente. A falha no controle pode ocorrer por diversos outros motivos, como aplicação em plantas já em estágio avançado de desenvolvimento, dose inadequada do produto, condições climáticas adversas (estresse hídrico ou térmico), ou problemas na tecnologia de aplicação, como má qualidade da água ou cobertura insuficiente do alvo.
Por que o uso contínuo de um mesmo herbicida, como o glifosato, acelera o surgimento da resistência?
O uso repetido do mesmo mecanismo de ação funciona como um filtro, eliminando as plantas suscetíveis e selecionando os poucos indivíduos que já possuíam uma variação genética natural para a resistência. Essas plantas sobreviventes se multiplicam sem competição, e, safra após safra, sua descendência se torna dominante na área, resultando em uma população resistente.
Quais as estratégias mais eficazes para manejar ervas daninhas já resistentes ao glifosato?
O manejo mais eficaz combina várias táticas. As principais são a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação, o uso de herbicidas pré-emergentes para controlar o banco de sementes, a aplicação em estágios iniciais das plantas daninhas e a integração com práticas culturais, como a formação de palhada e a rotação de culturas.
Como posso evitar que novas plantas daninhas resistentes, como o Caruru-palmeri, cheguem à minha propriedade?
A prevenção é fundamental e a principal medida é a limpeza rigorosa de máquinas e implementos agrícolas, especialmente colhedoras. Muitas sementes de plantas resistentes são pequenas e aderem facilmente ao maquinário, sendo transportadas entre áreas, regiões e até países. Inspecionar e limpar equipamentos é o passo mais importante para barrar a introdução.
O Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) é financeiramente viável para o produtor?
Sim, e a longo prazo tende a ser mais econômico. Embora possa exigir um planejamento mais detalhado, o MIPD reduz a dependência de herbicidas, que podem ter alto custo, e previne perdas de produtividade. Estudos mostram que práticas como a rotação de culturas e o uso de cobertura de solo podem diminuir significativamente os custos com o controle químico por hectare.
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