A citricultura é um dos pilares do agronegócio brasileiro, especialmente no cinturão citrícola que abrange São Paulo e o Triângulo/Sudoeste Mineiro. Para se ter uma ideia, a safra de laranja 2019/20 na região fechou com 386,79 milhões de caixas de 40,8 kg, segundo dados do Fundecitrus.
Esse volume foi 35% maior que a safra anterior, atingindo uma produtividade recorde de 1.045 caixas por hectare.
Apesar desse potencial, os pomares podem sofrer grandes perdas de produtividade quando o manejo nutricional e o controle de pragas e doenças não são feitos da forma correta. As doenças dos citros não afetam apenas a quantidade colhida, mas também a qualidade dos frutos, impactando diretamente a rentabilidade.
Para te ajudar a proteger seu pomar, preparamos este guia completo com as principais doenças dos citros, como identificá-las e as melhores estratégias de controle.
O Que São e Como Identificar as Doenças dos Citros?
Antes de tudo, é importante entender o que é uma doença de planta. Basicamente, ela é um desequilíbrio na saúde da planta, uma atividade anormal que causa danos. Isso acontece quando um agente causador (como um fungo, bactéria ou vírus) interage com a planta em um ambiente favorável ao seu desenvolvimento.
Saber identificar corretamente cada doença é o primeiro passo para tomar as medidas de controle certas e evitar prejuízos.
Como existem muitos agentes que atacam os citros, vamos organizar as principais doenças em quatro grupos, de acordo com seus agentes causadores.
1. Doenças Causadas por Fungos
Fungos são uma das causas mais comuns de doenças em plantas e se desenvolvem bem em condições de umidade.
Gomose
A gomose, também conhecida como gomose de Phytophthora, é causada por fungos que vivem no solo, como a Phytophthora parasitica e a P. citrophthora. Esses microrganismos penetram na planta pelas raízes ou pela base do tronco (colo).
- Sintomas Principais:
- Lesões na base do tronco que liberam uma goma escura e pegajosa.
- A copa da árvore apresenta um amarelamento intenso nas folhas, chamado de clorose.
- Em casos avançados, a doença pode levar à seca completa e morte da planta.
Lesão de gomose na base do tronco (A) e seca completa da parte aérea (B)
(Fonte: Citrus Diseases)
- Controle: O manejo da gomose é principalmente preventivo.
- Use porta-enxertos resistentes, como a tangerina Cleópatra, o Poncirus trifoliata e o Citrumelo swingle.
- Evite o plantio em áreas com má drenagem de água.
- Não deixe acumular terra ou esterco junto ao colo da planta, pois isso cria um ambiente úmido ideal para o fungo.
Melanose
A melanose é uma doença que afeta principalmente a aparência dos frutos, sendo um grande problema para pomares que produzem frutas para consumo in natura (frutas de mesa).
É causada pelo fungo Phomopsis citri.
- Sintomas Principais:
- Nos frutos: Pequenas lesões escuras e salientes na casca, que podem se unir e formar áreas ásperas (pústulas).
- Nas folhas: Pequenos pontos marrons, também formando pústulas, geralmente com um anel amarelado ao redor.
)
- Período Crítico e Controle: O período do florescimento é o mais perigoso, especialmente se coincidir com chuvas, que favorecem a infecção.
- O controle químico é feito com fungicidas dos grupos dos triazóis e estrobilurinas.
- Manter a adubação em dia e remover plantas fracas e doentes do pomar também são práticas importantes.
2. Doenças Causadas por Bactérias
Bactérias são microrganismos que podem se espalhar rapidamente no pomar, causando danos severos.
Cancro Cítrico
O cancro cítrico é uma das doenças mais temidas, pois causa grandes prejuízos, levando à queda de folhas, queda prematura de frutos e desvalorização da produção no mercado.
A causa é a bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, e seus sintomas aparecem em folhas, ramos e frutos.
- Sintomas Principais:
- Lesões salientes, de aspecto cortiçoso (áspero) e cor marrom.
- Essas lesões são quase sempre rodeadas por um halo amarelado, que é uma característica marcante da doença.
**Três estágios do cancro cítrico em folhas e frutos de citros.br/doencas/cancro))
- Disseminação e Controle: A bactéria se espalha facilmente por meio de maquinários, roupas e materiais de colheita. Há também uma relação importante com a lagarta minadora dos citros:
- A lagarta minadora não é um vetor (não transmite a bactéria), mas ao se alimentar e abrir galerias nas folhas, ela cria ferimentos que servem de porta de entrada para a bactéria.
- A principal estratégia de controle para o cancro cítrico é a erradicação das plantas doentes, conforme a legislação.
- Em áreas onde a convivência é permitida, as recomendações incluem o uso de quebra-ventos, pulverizações com cobre, plantio de variedades mais resistentes e, fundamentalmente, o controle rigoroso da lagarta minadora.
Galerias abertas pela lagarta minadora dos citros (Phyllocnistis citrella)
(Fonte: acervo pessoal do autor)
Clorose Variegada dos Citros (CVC)
Mão inspecionando folha de citros com danos de lagarta minadoraA bactéria é transmitida por cigarrinhas e se aloja nos vasos do xilema da planta (xilema: o tecido responsável por transportar água e nutrientes das raízes para as folhas). Isso causa um entupimento, interrompendo o fluxo de seiva.
- Sintomas Principais:
- Nas folhas, causa um amarelamento (clorose) parecido com deficiência de zinco, mas com uma diferença importante: na parte de trás da folha, aparecem pequenas pontuações marrons.
- Com o avanço da doença, os frutos não se desenvolvem bem, ficam pequenos e, em alguns casos, podem até rachar.
Sintomas de clorose variegada dos citros (CVC) causada pela bactéria Xylella fastidiosa
(Fonte: Citrus Diseases)
- Controle: Não existe cura para a CVC. O manejo foca em reduzir os danos e evitar que a doença se espalhe:Laranjeira com sintomas de Clorose Variegada dos Citros nas folhas e frutos ramos afetados assim que os sintomas aparecerem. 3. Controle as cigarrinhas, que são os insetos vetores da bactéria.
Greening ou Huanglongbing (HLB)
Atualmente, o greening (HLB) é considerada a doença mais destrutiva da citricultura mundial. Sua incidência e severidade são monitoradas de perto por todos os produtores e órgãos de defesa.
É causada pela bactéria Candidatus liberibacter, que é transmitida pelo inseto psilídeo (Diaphorina citri).
- Como Age: Uma vez que a planta é infectada, não há cura. A bactéria se instala no floema (floema: o tecido que distribui os açúcares produzidos na fotossíntese para o resto da planta) e se espalha rapidamente, comprometendo toda a nutrição.
- Sintomas Principais:
- Nas folhas: Aparece um amarelamento mosqueado e irregular, sem simetria entre os lados da folha.
- Nos frutos: O amadurecimento ocorre de forma irregular (partes verdes e partes maduras no mesmo fruto), e eles ficam deformados e assimétricos.
Clorose assimétrica em folhas de citros (A) e formação de frutos assimétricos (B) decorrentes do greening
(Fonte: Citrus Diseases)
- Controle: O manejo do greening é baseado em um tripé fundamental:
- Controle rigoroso do psilídeo, o inseto transmiComparação de folhas cítricas saudáveis e com sintomas de HLB/greeninga evitar que se tornem fonte de infecção.
3. Doenças Causadas por Vírus
Vírus são agentes infecciosos que precisam de um vetor (geralmente um inseto) para serem transmitidos de uma planta para outra.
Morte Súbita dos Citros (MSC)
Ainda que a causa não seja 100% confirmada, a suspeita é que a MSC seja causada por variantes do vírus da tristeza dos citros (CTV).
- Transmissão: O vírus é transmitido entre as plantas por insetos vetores, principalmente o pulgão-preto (Toxoptera citricidus).
- Vulnerabilidade: A MSC é um problema grave em pomares onde se utilizam porta-enxertos intolerantes, como os limoeiros Cravo e Volkameriano, e o limão Rugoso.
- Sintomas: Como o nome sugere, a morte da planta geralmente ocorre de forma rápida e súbita. Em alguns casos, a planta pode definhar aos poucos, apresentando redução no porte e no tamanho dos frutos antes de morrer.
Planta atingida pela morte súbita dos citros
(Fonte: Fundecitrus)
- Controle:
- O ponto principal é o controle do pulgão vetor.
- Em plantas já estabelecidas, a técnica da subenxertia pode ser usada para substituir o porta-enxerto vulnerável por um resistente.
Leprose dos Citros
A leprose é causada pelo vírLaranjeiro com frutos maduros apresentando sintomas de morte súbita dos citrosue o vírus não se espalha por toda a planta (não é sistêmico). Ele fica restrito apenas aos locais onde o ácaro se alimentou.
- Sintomas:
- As lesões são parecidas com as do cancro cítrico. Conforme se desenvolvem, podem causar a queda de frutos e folhas e até a morte de ramos.
- Diferença Crucial: As lesões da leprose são deprimidas (afundadas), enquanto as do cancro cítrico são salientes (elevadas).
Lesões deprimidas em frutos (A) e nos ramos (B) decorrentes da leprose
(Fonte: Citrus Diseases)
4. Doenças de Causas Desconhecidas
Declínio dos Citros
O declínio é uma anormalidade observada em plantas cítricas, mas sua causa exata ainda não foi identificada. Acredita-se que ocorra uma interrupção no fluxo de seiva, mas o motivo é desconhecido.
Sintomas:
- As plantas afetadas simplesmente pComparação de sintomas de cancro cítrico em folhas (A) e frutos (B) de citrose porte médio, plantada em um terreno com solo avermelhado, sofrendo com o declínio dos citros.](/images/blog/doencas-na-erva-mate-como-identificar-e-fazer-o-ma.webp “Doenças na Erva-Mate: Como Identificar e Fazer o Manejo”) Planta atingida pelo declínio dos citros (Fonte: Bossanezi e Jesus Júnior)
Controle:
- A principal recomendação é o arranquio e a destruição das plantas afetadas para evitar qualquer possível disseminação.
- Outra alternativa é dar preferência ao uso de variedades consideradas mais resistentes, como a laranja Caipira e as tangerinas Sunki e Cleópatra.
Conclusão
Conhecer, monitorar constantemente e identificar corretamente são os pontos-chave para um contCitros com sintomas de declínio em solo avermelhadonde de uma ação regional. Converse com seus vizinhos para alinhar as estratégias de monitoramento e as épocas de pulverização.
As doenças dos citros são numerosas e podem causar prejuízos significativos. Por isso, a prevenção é sempre a melhor e mais econômica solução
Glossário
Clorose: Amarelamento das folhas devido à falta de clorofila, que pode ser causado por doenças ou deficiências nutricionais. É um sintoma visual chave, como se a planta estivesse “desbotando”, indicando um problema de saúde.
CVC (Clorose Variegada dos Citros): Doença bacteriana também conhecida como “amarelinho”. É causada pela bactéria Xylella fastidiosa, que obstrui o xilema da planta, resultando em folhas amareladas e frutos pequenos e duros.
Erradicação: Eliminação completa e obrigatória de plantas doentes de um pomar. É a principal medida de controle para doenças incuráveis e de alta disseminação, como o greening (HLB) e o cancro cítrico, para evitar que elas se espalhem.
Floema: Tecido vascular da planta que distribui os açúcares (energia) produzidos nas folhas para as demais partes, como frutos e raízes. A bactéria do greening (HLB) se aloja no floema, interrompendo esse fluxo de energia.
Greening (HLB): Sigla para Huanglongbing, é considerada a doença mais destrutiva da citricultura mundial. Causada por uma bactéria transmitida pelo psilídeo, impede a nutrição da planta, resultando em folhas com mosqueado assimétrico e frutos deformados.
Inóculo: Refere-se à fonte do patógeno (como esporos de fungos) capaz de iniciar uma infecção. Ramos secos ou folhas caídas no chão do pomar são fontes de inóculo, pois abrigam o agente da doença até contaminar novas plantas.
Porta-enxerto: A parte inferior de uma planta enxertada, que compreende o sistema radicular e a base do tronco. A escolha de um porta-enxerto resistente a determinadas doenças, como a gomose, é uma estratégia de manejo fundamental.
Psilídeo: Pequeno inseto sugador (Diaphorina citri) que atua como vetor, ou seja, transmite a bactéria causadora do greening (HLB) de uma planta doente para uma sadia. Seu controle é a principal forma de prevenção da doença.
Vetor: Organismo, geralmente um inseto, que transporta e transmite um agente causador de doença (vírus ou bactéria) entre as plantas. O vetor não causa a doença, mas é o responsável por sua disseminação no pomar.
Xilema: Tecido vascular que funciona como um sistema de encanamento da planta, transportando água e nutrientes absorvidos pelas raízes para as folhas. A doença CVC (amarelinho) ataca e entope os vasos do xilema.
Supere os desafios no manejo de doenças dos citros
O controle eficaz das doenças dos citros, como vimos, exige um monitoramento constante e a execução precisa de diversas atividades, desde pulverizações até podas de limpeza. Acompanhar tudo isso e, ao mesmo tempo, manter os custos de produção sob controle é um dos maiores desafios para o citricultor. Cada aplicação de defensivo ou fertilizante representa um investimento que precisa ser bem gerenciado para garantir a lucratividade.
Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza essas informações, facilitando o planejamento e o registro de todas as operações fitossanitárias. Pelo aplicativo, você pode agendar manejos, registrar as aplicações em tempo real e, o mais importante, vincular automaticamente os custos de insumos e mão de obra a cada talhão. Isso não só organiza a rotina, mas também fornece relatórios precisos sobre o custo por hectare, ajudando a tomar decisões mais estratégicas e econômicas para proteger seu pomar.
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Perguntas Frequentes
Qual a principal diferença visual entre os sintomas do cancro cítrico e da leprose nos frutos?
A diferença mais marcante está na textura das lesões. No cancro cítrico, as lesões são salientes e ásperas, com aspecto de cortiça. Já na leprose, as lesões são deprimidas ou afundadas, geralmente com um ponto central mais escuro. Essa distinção é crucial para o diagnóstico correto no campo.
Por que o controle do psilídeo é tão crucial para a saúde do pomar de citros?
O psilídeo é o único inseto vetor conhecido da bactéria que causa o Greening (HLB), a doença mais destrutiva da citricultura. Como não há cura para o Greening, controlar rigorosamente a população do psilídeo é a principal e mais eficaz forma de prevenir a disseminação da doença e proteger as plantas sadias.
O que é um porta-enxerto e como ele ajuda a prevenir doenças como a gomose?
O porta-enxerto é a parte da planta que forma o sistema radicular e a base do tronco. Sua escolha é uma decisão estratégica, pois variedades resistentes a doenças de solo, como a gomose, funcionam como uma barreira natural. Ao utilizar um porta-enxerto resistente, você impede que fungos presentes no solo, como a Phytophthora, infectem a planta através das raízes ou do colo.
Além da aplicação de defensivos, quais práticas preventivas são essenciais no manejo de doenças dos citros?
A prevenção é a melhor estratégia. As práticas mais importantes incluem o uso de mudas sadias e certificadas, a realização de podas de limpeza para remover ramos secos que abrigam patógenos (inóculo), garantir uma boa drenagem do solo para evitar o acúmulo de umidade, e o controle integrado de insetos vetores, como pulgões e cigarrinhas.
Uma planta de citros pode ser curada após ser infectada por Greening (HLB) ou CVC (Amarelinho)?
Não, infelizmente não existe cura para plantas infectadas com as bactérias do Greening ou da CVC. Uma vez infectada, a planta se torna uma fonte de contaminação para as demais. Por isso, a recomendação oficial é a erradicação (eliminação) imediata das plantas doentes para conter a disseminação no pomar.
A lagarta minadora transmite a bactéria do cancro cítrico?
Não, a lagarta minadora não é um vetor, ou seja, ela não transmite a bactéria. No entanto, ao se alimentar, ela abre galerias (ferimentos) nas folhas. Esses ferimentos servem como portas de entrada perfeitas para a bactéria do cancro cítrico, que se espalha facilmente pela água da chuva ou irrigação, facilitando a infecção.
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