Guia Completo das Doenças do Milho: Identifique e Controle as Principais Ameaças

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia.
Guia Completo das Doenças do Milho: Identifique e Controle as Principais Ameaças

A lavoura de milho pode ser atacada por diversas doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides. Esses problemas representam um dos principais desafios que limitam a produção de milho e podem causar grandes prejuízos.

Por isso, saber identificar cada doença corretamente é o primeiro passo para escolher as estratégias de manejo mais eficientes e proteger seu investimento.

Neste guia completo, vamos detalhar as principais doenças do milho, mostrando como reconhecer os sintomas e quais as melhores práticas de controle para garantir a saúde e a produtividade da sua lavoura. Boa leitura!

Quais as principais doenças do milho?

As doenças mais comuns que afetam a cultura do milho são:

  • Antracnose;
  • Cercosporiose;
  • Enfezamento;
  • Ferrugem (comum, polissora e tropical);
  • Helmintosporiose;
  • Mancha-branca ou pinta-branca;
  • Mosaico comum;
  • Nematoides;
  • Podridão de Fusarium;
  • Mancha de Diplodia.

Entre elas, as doenças foliares no milho são as ferrugens, a antracnose foliar, a helmintosporiose, a cercosporiose e a mancha-branca. Já a mancha de Diplodia e a podridão de Fusarium são consideradas doenças da espiga do milho, pois causam podridões no colmo e nas espigas.

Agora, vamos entender melhor cada uma delas para que você possa identificar as doenças no milho com mais segurança.

1. Antracnose no milho

A antracnose é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum graminicola. Seus sintomas podem aparecer tanto nas folhas quanto no colmo da planta.

  • Nas folhas: Fique atento a lesões de formatos variados, com uma coloração castanho-clara. O ataque geralmente começa nas folhas mais baixas (baixeiro) e sobe em direção ao topo da planta.
  • No colmo: Você pode notar lesões de aparência encharcada e cor marrom-escura, que enfraquecem a estrutura da planta.

É importante notar que a incidência de antracnose tende a ser maior em áreas de plantio direto. Isso acontece porque a quantidade de inóculo (material do fungo capaz de causar a doença) aumenta nos restos de cultura deixados no solo.

close-up de uma folha de milho verde, que apresenta múltiplos sinais de uma doença foliar. Observam-se lesõ(Fonte: Rodrigo Véras da Costa em Embrapa)

2. Cercosporiose do milho

A cercosporiose é uma doença foliar de grande importância econômica. Ela é causada por um complexo de fungos: Cercospora zea-maydis, Cercospora sorghi f. sp. maydis e Cercospora zeina.

O principal sintoma da cercosporiose é o aparecimento de lesões retangulares que crescem paralelamente às nervuras das folhas. Em casos de alta severidade da doença, as plantas podem enfraquecer a ponto de ocorrer o acamamento.

A disseminação da doença ocorre principalmente pelos esporos do fungo, que sobrevivem nos restos culturais da safra anterior, servindo como fonte de inóculo.

composição de duas fotografias que ilustram os sintomas da Mancha-de-cercospora em uma lavoura de milho. À esq(Fonte: Luciano Viana Cota em Embrapa)

3. Enfezamento

O enfezamento do milho é uma doença sistêmica (que afeta a planta inteira) causada por molicutes, microrganismos transmitidos pela cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Existem dois tipos principais que atacam a cultura:

  • Enfezamento pálido (Spiroplasma kunkelli): O sintoma mais claro são estrias esbranquiçadas que aparecem na base das folhas. As plantas infectadas ficam visivelmente menores e raquíticas (com desenvolvimento atrofiado).
  • Enfezamento vermelho (Phytoplasma): Neste caso, as folhas ganham uma coloração avermelhada. Outros sinais incluem o encurtamento dos entrenós e o perfilhamento excessivo (surgimento de muitos brotos) na base e nas axilas das folhas.

Um detalhe que pode enganar: em ambos os enfezamentos, a planta pode até produzir um maior número de espigas. No entanto, essas espigas são improdutivas, com poucos ou nenhum grão, impactando diretamente a sua produtividade.

4. Ferrugem (comum, polissora e tropical)

As doenças conhecidas como ferrugem são causadas por fungos e estão presentes na maioria das regiões produtoras de milho. A cultura pode ser atacada por três tipos diferentes:

  • Ferrugem comum do milho (Puccinia sorghi);
  • Ferrugem polissora do milho (Puccinia polysora);
  • Ferrugem tropical ou branca do milho (Physopella zeae).

Entre as três, a ferrugem polissora é considerada a mais agressiva. Se o manejo não for realizado de forma correta e no tempo certo, as perdas de produtividade podem ultrapassar os 50%.

O quadro abaixo detalha os sintomas e as condições ideais para o desenvolvimento de cada tipo de ferrugem.

tabela comparativa, clara e organizada, que detalha três tipos de doenças fúngicas conhecidas como fer(Fonte: adaptação da autora)

5. Helmintosporiose no milho

A helmintosporiose é uma doença que costuma ter maior incidência em lavouras de milho cultivadas na safrinha. Ela é causada pelo fungo Exserohilum turcicum.

O principal sintoma da helmintosporiose na cultura do milho é o aparecimento de lesões necróticas (morte do tecido vegetal) nas folhas. Essas manchas têm um formato alongado, semelhante a um “charuto”, e surgem primeiro nas folhas mais velhas.

close-up de uma folha de milho afetada por uma doença fúngica, muito provavelmente a Helmintosporiose, caus(Fonte: Luciano Viana Cota em Embrapa)

6. Mancha-branca ou pinta-branca

A mancha-branca é uma doença complexa, causada por mais de um patógeno, sendo a bactéria Pantoea ananatis a principal responsável. Alguns fungos também podem estar associados a essa doença.

O sintoma característico é o aparecimento de lesões circulares, com aspecto encharcado e coloração verde-clara no início, que depois se tornam esbranquiçadas.

Esses sintomas geralmente começam na ponta das folhas inferiores e, com o avanço da doença, espalham-se para as folhas superiores da planta.

7. Mosaico-comum do milho

O mosaico comum é uma doença causada pelo vírus Sugarcane mosaic virus. Além do milho, essa virose ataca o sorgo e outras gramíneas. Seu principal transmissor (vetor) é o pulgão (Rhopalosiphum maidis).

O sintoma mais típico é o surgimento de manchas com diferentes tons de verde nas folhas, o que confere à planta uma aparência de mosaico.

Além disso, as plantas de milho infectadas pelo vírus apresentam altura reduzida. Consequentemente, as espigas e os grãos também têm seu tamanho diminuído, afetando o rendimento final.

8. Nematoides

Os nematoides são vermes microscópicos que atacam o sistema radicular das plantas. As principais espécies que afetam a cultura do milho são:

  • Pratylenchus brachyurus;
  • Pratylenchus zeae;
  • Helicotylenchus dihystera;
  • Criconemella spp.;
  • Meloidogne spp;
  • Xiphinema spp.

Os sintomas causados por nematoides variam conforme a suscetibilidade do híbrido de milho, a espécie do nematoide presente e a densidade populacional do patógeno no solo.

Como atacam as raízes, os nematoides interferem diretamente na absorção de água e nutrientes, prejudicando todo o desenvolvimento do milho. Na lavoura, os sintomas aparecem em reboleiras e incluem plantas com menor porte, amarelamento (clorose) e murcha das folhas nas horas mais quentes do dia.

9. Podridão de Fusarium

A podridão de Fusarium é uma doença causada por fungos do gênero Fusarium, principalmente Fusarium moniliforme e Fusarium subglutinans. Ela pode causar murcha, tombamento de plantas e podridão da espiga.

No colmo das plantas de milho, é possível observar lesões de coloração marrom. Ao cortar o colmo, a parte interna do tecido apresenta uma coloração rosada característica.

A infecção por esses fungos é facilitada por injúrias causadas por insetos e nematoides, que servem como porta de entrada. Os agentes causadores da podridão de Fusarium são fungos de solo e podem sobreviver nos restos culturais por longos períodos.

10. Mancha de diplodia

A mancha de diplodia é causada pelo fungo necrotrófico Stenocarpella macrospora, que se alimenta de tecido morto.

Os sintomas podem ser vistos em várias partes da planta: folhas, colmo, hastes, espigas e sementes do milho. A doença causa lesões foliares, podridão do colmo, podridão da espiga e grãos ardidos.

As lesões nas folhas têm formato alongado e uma característica marcante: a presença de um pequeno círculo (picnídio) visível quando a folha é colocada contra a luz.

As sementes infectadas são o principal meio de disseminação da doença para novas áreas. O fungo também sobrevive nos restos culturais.

Quando as doenças no milho ocorrem?

A ocorrência de cada doença está bastante ligada à fase fenológica do milho. Por exemplo, a ferrugem comum costuma aparecer entre os estádios V3 e R4, enquanto a ferrugem polissora é mais comum entre V6 e R5.

A cercosporiose tem maior incidência entre a metade do estádio V6 e o final de R5. Já a mancha-branca pode surgir a partir de V9 e persistir até o fim do ciclo da cultura. Por outro lado, a podridão de Fusarium é mais típica do final do ciclo, entre R3 e R6.

Conhecer as épocas de maior risco para cada doença é fundamental para um monitoramento mais eficaz e para proteger a produtividade da lavoura.

Confira no calendário abaixo as épocas de maior incidência de outras doenças importantes do milho.

infográfico informativo intitulado ‘Calendário de Doenças do Milho’. Ele ilustra visualmente a correlação entre(Fonte: Robson Fernando de Paula e José Carlos Madalóz em Pioneer Sementes)

Agora que você já sabe como identificar as principais doenças e quando elas costumam atacar, vamos ver como realizar o manejo.

Como controlar as doenças no milho

O manejo eficiente das doenças do milho combina diferentes estratégias: genéticas, culturais e químicas. A chave é não depender de uma única solução, mas integrar várias medidas para proteger a lavoura.

Confira as principais recomendações para um manejo integrado de doenças eficaz:

  • Escolha Genética: Opte pelo plantio de cultivares e híbridos de milho resistentes ou tolerantes às principais doenças da sua região.
  • Manejo Cultural:
    • Evite a alta densidade de semeadura para garantir boa aeração entre as plantas.
    • Faça a rotação de culturas com espécies que não são hospedeiras dos mesmos patógenos. Evite o plantio sucessivo de milho na mesma área.
    • Planeje o plantio e a colheita para as épocas mais adequadas, evitando períodos de alta pressão de doenças.
    • Utilize sementes de qualidade, com boa sanidade e procedência garantida.
  • Proteção e Nutrição:
    • Realize o tratamento de sementes com fungicidas para milho para proteger as plântulas nas fases iniciais.
    • Mantenha a adubação do milho equilibrada, pois plantas bem nutridas são mais resistentes.
    • Controle as plantas daninhas, que podem competir por nutrientes e hospedar doenças.
    • Monitore e controle as pragas do milho, pois os danos que causam podem servir de porta de entrada para patógenos.
  • Manejo do Ambiente:
    • **Em lavouras

Glossário

  • Acamamento: Tombamento das plantas de milho no campo, que se dobram ou quebram perto do solo. Geralmente é causado pelo enfraquecimento do colmo ou das raízes devido a doenças, pragas ou ventos fortes.

  • Colmo: O principal caule ou haste da planta de milho. É a estrutura que sustenta as folhas, espigas e o pendão, sendo essencial para o transporte de água e nutrientes.

  • Fase fenológica: Etapa específica do ciclo de desenvolvimento de uma planta, como a germinação, o florescimento ou a maturação dos grãos. As fases do milho são identificadas por códigos (ex: V3, R5) para orientar as práticas de manejo no momento ideal.

  • Inóculo: Qualquer parte de um patógeno (como esporos de fungos ou bactérias) capaz de iniciar uma doença em uma planta hospedeira. Restos de culturas infectadas no solo são uma importante fonte de inóculo para a safra seguinte.

  • Lesões necróticas: Áreas de tecido vegetal morto, que geralmente aparecem como manchas escuras, secas ou com aparência de queimado nas folhas ou no colmo. São um sintoma comum de doenças fúngicas e bacterianas.

  • Nematoides: Vermes microscópicos que vivem no solo e atacam o sistema radicular das plantas. Ao danificar as raízes, eles dificultam a absorção de água e nutrientes, causando amarelamento, murcha e redução do porte das plantas.

  • Patógeno: Um microrganismo, como um fungo, bactéria ou vírus, que causa doenças em plantas. O manejo integrado busca controlar a ação desses agentes na lavoura.

  • Perfilhamento excessivo: Emissão anormal de um grande número de brotos laterais (perfilhos) a partir da base da planta de milho. É um sintoma característico de doenças como o enfezamento.

  • Safrinha: Refere-se à segunda safra cultivada no mesmo ano agrícola, geralmente semeada no final do verão ou início do outono, após a colheita da safra principal de verão. O milho safrinha é comumente plantado após a soja.

Como a tecnologia otimiza o manejo de doenças no milho

O manejo integrado, que combina diferentes estratégias, é sem dúvida o caminho mais eficiente. No entanto, acompanhar o calendário de doenças, registrar os monitoramentos no campo e controlar os custos de cada aplicação de fungicida pode se tornar uma tarefa complexa, especialmente em cadernos de papel ou planilhas soltas.

É aqui que um software de gestão agrícola como o Aegro faz a diferença. Com ele, você pode registrar as ocorrências de pragas e doenças diretamente pelo celular, no meio da lavoura. Isso facilita o planejamento das pulverizações e o controle do estoque de defensivos, garantindo que as aplicações sejam feitas no momento certo e com os produtos corretos. Além disso, o sistema centraliza os custos operacionais, ajudando a entender exatamente quanto foi investido no manejo fitossanitário e qual o impacto disso na sua rentabilidade.

Simplifique o manejo da sua lavoura

Controlar as doenças do milho e, ao mesmo tempo, manter os custos sob controle não precisa ser uma dor de cabeça. A organização é a chave para proteger sua produtividade e garantir a lucratividade da safra.

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Perguntas Frequentes

Qual a principal diferença entre as doenças foliares e as doenças da espiga do milho?

As doenças foliares, como as ferrugens e a cercosporiose, atacam principalmente as folhas, reduzindo a capacidade de fotossíntese e enfraquecendo a planta. Já as doenças da espiga, como a podridão de Fusarium e a mancha de Diplodia, afetam diretamente os grãos e a estrutura da espiga, comprometendo a qualidade, o peso e o valor comercial do produto colhido.

O enfezamento do milho pode enganar o produtor ao gerar mais espigas?

Sim. Um sintoma característico do enfezamento é o perfilhamento excessivo, que pode levar à formação de múltiplas espigas na mesma planta. No entanto, essas espigas são improdutivas, pequenas e com poucos ou nenhum grão viável, o que causa uma quebra de produtividade severa apesar da aparência de maior produção.

Qual dos tipos de ferrugem do milho é considerado o mais perigoso e por quê?

Dentre os três tipos, a ferrugem polissora (Puccinia polysora) é considerada a mais agressiva e com maior potencial de dano econômico. Em condições favoráveis e sem o manejo adequado, suas perdas de produtividade podem ultrapassar 50%, tornando seu controle e monitoramento uma prioridade para o produtor.

Como a prática do plantio direto pode influenciar o surgimento de doenças na lavoura de milho?

O plantio direto, embora benéfico para o solo, pode aumentar a incidência de doenças fúngicas como antracnose, cercosporiose e podridão de Fusarium. Isso ocorre porque os patógenos sobrevivem nos restos culturais (palhada) da safra anterior, que servem como fonte de inóculo. Por isso, a rotação de culturas se torna ainda mais crucial em sistemas de plantio direto.

É possível identificar o ataque de nematoides no milho apenas olhando a parte aérea da lavoura?

Sim, é possível suspeitar do ataque de nematoides observando sintomas na parte aérea, que geralmente aparecem em reboleiras (manchas na lavoura). As plantas afetadas ficam menores (raquíticas), amareladas (cloróticas) e podem murchar nas horas mais quentes do dia. No entanto, a confirmação definitiva da espécie e da população exige uma análise laboratorial do solo e das raízes.

Além de escolher híbridos resistentes, qual a medida de manejo mais importante para prevenir doenças no milho?

Além da genética, a rotação de culturas é uma das práticas mais eficientes e fundamentais para a prevenção. Ao alternar o milho com espécies não hospedeiras dos mesmos patógenos, como a soja ou o girassol, você quebra o ciclo de vida de muitos fungos e nematoides, reduzindo drasticamente a pressão da doença na safra seguinte.

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