Doenças do Feijão: Como Identificar e Controlar as 11 Principais

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia.
Doenças do Feijão: Como Identificar e Controlar as 11 Principais

O plantio do feijão no Brasil ocorre em três safras distintas ao longo do ano. No entanto, as condições climáticas de cada período favorecem o surgimento de diferentes doenças, que podem atacar a lavoura de forma mais ou menos intensa.

Para garantir uma boa produção e, consequentemente, uma maior rentabilidade, é fundamental que você conheça as doenças mais comuns do feijoeiro e saiba como manejá-las corretamente.

Neste artigo, vamos detalhar os sintomas mais recorrentes das principais doenças do feijão e apresentar as melhores estratégias de controle para aplicar em sua propriedade.

Doenças do feijão: a incidência em cada safra

A ocorrência e a severidade das doenças do feijoeiro variam bastante conforme a safra, seja ela a primeira, a segunda ou a terceira.

De modo geral, as principais doenças que ameaçam a cultura do feijão são:

  1. Mosaico-dourado
  2. Crestamento bacteriano comum
  3. Antracnose
  4. Mancha-angular
  5. Mofo-branco
  6. Podridão radicular seca
  7. Podridão de raízes
  8. Ferrugem
  9. Murcha ou amarelecimento de Fusarium
  10. Nematoides
  11. Oídio

Na primeira safra, conhecida como “safra das águas” (com semeadura do feijão entre setembro e dezembro), há uma maior ocorrência de doenças como a antracnose, o mofo-branco e o crestamento bacteriano.

Já na segunda safra (janeiro a maio) e na terceira safra (abril a julho), doenças como a mancha-angular e o mosaico-dourado costumam causar maiores danos e prejuízos.

É importante notar que as doenças de solo estão ligadas à presença do patógeno na área, e sua ocorrência não depende necessariamente da época de plantio.

A seguir, vamos analisar em detalhes cada uma dessas doenças.

1. Mosaico dourado do feijoeiro

Causado pelo vírus BGMV (Bean Golden Mosaic Virus), o mosaico-dourado é a principal virose que afeta o feijoeiro e pode gerar grandes perdas de produção. O vírus é transmitido pela mosca-branca, que atua como vetor da doença.

Os principais sintomas do mosaico dourado são:

  • Um mosaico de cor amarelo intenso que cobre toda a superfície da folha.
  • Redução significativa do crescimento das plantas.
  • Superbrotamento, que é o excesso de brotos na planta.
  • Má formação de vagens e grãos.
  • Folhas enrugadas (encarquilhadas) e com aspecto mosqueado.

Com a evolução da doença, toda a superfície da folha se torna amarelada. As vagens e os grãos ficam deformados, o que prejudica diretamente a qualidade e o valor do produto final.

close-up de folhas de uma planta, provavelmente feijão, severamente afetadas por uma doença viral. As folhaSintoma de mosaico em folha de feijão

(Fonte: Howard F. Schwartz)

As medidas de manejo para esta doença incluem:

  • Realizar o vazio sanitário para o feijoeiro, que interrompe o ciclo do vetor.
  • Usar inseticidas para controlar a população da mosca-branca.
  • Optar por variedades tolerantes ou resistentes ao vírus.

2. Crestamento bacteriano comum no feijoeiro

Esta é considerada a principal doença bacteriana em importantes regiões produtoras de feijão no Brasil. O crestamento bacteriano comum é causado por duas bactérias: Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli e X. fuscans sus. Fuscans.

Essas bactérias entram na parte aérea da planta através de aberturas naturais ou ferimentos. A doença é grave e pode provocar uma redução de até 70% na produção do feijoeiro.

O crestamento bacteriano prevalece na safra das águas devido às altas temperaturas e chuvas frequentes, condições que favorecem a proliferação das bactérias.

Os primeiros sintomas a observar são lesões com aspecto encharcado e coloração verde-escura nas folhas. Com o avanço da doença, essas lesões crescem e as folhas ficam necrosadas (tecido morto).

Nas bordas das lesões, surgem halos amarelos. O sintoma mais característico da doença aparece quando as lesões estão mais velhas, apresentando um centro necrótico com um halo amarelo ao redor. Isso pode levar à queda prematura das folhas.

close-up de folhas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris) afetadas por uma doença, provavelmente a antracnose.(Fonte: Agrolink)

Nas vagens, podem surgir lesões de aspecto encharcado que depois se tornam escuras e levemente afundadas.

As principais medidas de manejo são:

  • Utilizar variedades resistentes.
  • Aplicar produtos à base de cobre (cúpricos) na lavoura para retardar o aparecimento dos sintomas.

3. Antracnose no feijão

A antracnose no feijão é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum. É uma das doenças mais importantes da cultura, especialmente em regiões com temperaturas moderadas e alta umidade.

Em variedades suscetíveis, a antracnose pode causar perdas de até 100%, além de manchar os grãos e reduzir seu valor comercial. Um sintoma bem característico é a necrose (morte do tecido) nas nervuras das folhas.

Outros sinais incluem lesões que aparecem principalmente na parte de baixo das folhas. Essas lesões são alongadas e têm uma coloração que varia do avermelhado ao marrom.

Nas vagens, os sintomas típicos são lesões circulares, afundadas (deprimidas) e com as bordas mais escuras. Quando a doença atinge os grãos, prejudica diretamente a comercialização agrícola.

Esta imagem é uma composição de três fotografias que ilustram os sintomas da antracnose, uma doença fúngica causada pelo patóLesões de antracnose no feijão nas folhas, grãos e vagens

(Fonte: Adama)

O fungo da antracnose pode sobreviver em sementes, restos de cultura e plantas hospedeiras alternativas.

Para manejar a antracnose, siga estas práticas:

  • Utilize sementes sadias e certificadas.
  • Faça a rotação de culturas com gramíneas, que não são hospedeiras do fungo.
  • Elimine os restos culturais após a colheita.
  • Plante variedades resistentes.
  • Realize o controle químico com fungicidas específicos para feijão.

4. Mancha angular do feijoeiro

A mancha angular é causada pelo fungo Pseudocercospora griseola. Ele sobrevive em sementes, restos culturais e outras plantas hospedeiras, podendo causar perdas de até 80% na produtividade.

Os sintomas típicos são lesões de formato angular (delimitadas pelas nervuras da folha), com coloração que vai do cinza ao marrom e, frequentemente, com um halo amarelo ao redor. No campo, os sintomas se tornam mais visíveis na fase final da cultura.

Com o avanço da doença, pode ocorrer a desfolha prematura, comprometendo o enchimento dos grãos.

close-up de folhas de uma planta, provavelmente soja, que apresentam sintomas claros de uma doença foliar.(Fonte: Taurino Alexandrino Loiola em Embrapa)

As medidas de manejo para a mancha angular são:

  • Escolha de variedades resistentes.
  • Uso de sementes sadias e certificadas.
  • Eliminação de restos culturais para reduzir a fonte de inóculo.
  • Aplicação de fungicidas de forma preventiva ou no início da infecção.

5. Mofo-branco

O mofo-branco é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, um patógeno que afeta diversas culturas. No feijoeiro, é uma das doenças mais agressivas, sendo especialmente problemática durante o florescimento.

A doença é favorecida por alta umidade e temperaturas amenas. Os sintomas começam com lesões encharcadas na parte aérea da planta. Com o progresso da doença, cresce sobre essas lesões um micélio branco com aspecto de algodão.

Um sinal característico é a formação de escleródios, que são estruturas de resistência do fungo, parecidas com pequenas bolinhas pretas e rígidas. Graças a essas estruturas, o fungo pode sobreviver no solo por vários anos.

close-up detalhado do caule de uma planta, provavelmente soja ou feijão, afetada por uma doença fúngica. O(Fonte: Nédio Rodrigo Tormen em Cultivar)

Os escleródios podem ser espalhados pela área através de sementes contaminadas ou máquinas agrícolas.

As principais medidas de manejo do mofo-branco são:

  • Utilizar sementes sadias e realizar o tratamento de sementes.
  • Fazer a limpeza rigorosa de máquinas e equipamentos agrícolas.
  • Evitar alta densidade de plantio, que cria um microclima favorável à doença.
  • Aplicar fungicidas para proteger a cultura, especialmente no período de florescimento.

6. Podridão radicular seca no feijoeiro

Essa doença é causada pelo fungo Fusarium solani e está presente em todas as regiões produtoras de feijão do Brasil. Embora raramente mate a planta, o patógeno sobrevive no solo por anos e pode causar perdas de até 50% na produtividade.

O principal sintoma é uma coloração avermelhada nas raízes jovens. Essa coloração evolui para lesões marrons que cobrem toda a superfície da raiz. Como resultado, as plantas ficam pouco desenvolvidas, gerando um estande desuniforme na lavoura.

quatro plântulas de uma cultura de grãos, provavelmente trigo ou cevada, alinhadas verticalmente sobre uma sup(Fonte: Murillo Lôbo Júnior em Embrapa)

A doença é mais severa em condições de solos compactados, encharcados, com baixas temperaturas e em áreas com cultivo intenso de feijão.

As medidas de manejo recomendadas são:

  • Tratamento de sementes com fungicidas específicos.
  • Evitar o plantio em solos compactados e com má drenagem (encharcados).

7. Podridão de raízes do feijoeiro

A podridão de raízes, também conhecida como podridão radicular, é causada pelo fungo Rhizoctonia solani. Este patógeno é comum na maioria dos solos cultivados.

O fungo pode atacar as sementes, fazendo com que apodreçam antes ou durante a germinação. Se a infecção ocorre após a emergência, surgem lesões de coloração avermelhada na base do caule da plântula.

Saber identificar o que é a podridão radicular é fundamental, pois a doença pode levar à morte do sistema radicular e ao tombamento (damping-off) das plântulas.

As principais medidas de manejo são:

  • Utilizar sementes sadias e de boa qualidade.
  • Realizar o tratamento de sementes com fungicidas.
  • Evitar o plantio em solos compactados e mal drenados.

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8. Ferrugem

A ferrugem do feijoeiro, causada pelo fungo Uromyces appendiculatus, está presente em todas as áreas produtoras e pode causar perdas expressivas na produção.

Sua ocorrência é maior em áreas tropicais e subtropicais úmidas. Os estádios de pré-floração e floração da cultura são as fases mais críticas para o desenvolvimento da ferrugem.

O sintoma inicial é o aparecimento de pequenas lesões esbranquiçadas, geralmente na parte inferior das folhas.

Com o tempo, essas lesões evoluem para pústulas de cor ferrugem. As pústulas (pequenas elevações que liberam esporos) podem se desenvolver nos dois lados da folha e frequentemente são rodeadas por um anel amarelado.

close-up detalhado de uma folha de planta, provavelmente de feijão ou soja, severamente afetada por uma doeSintomas de ferrugem em folha de feijoeiro

(Fonte: Dr Parthasarathy Seethapathy e colaboradores)

Dependendo do nível de infestação, os sintomas também podem ser vistos nas vagens e nas hastes das plantas.

9. Murcha ou amarelecimento de Fusarium

A murcha de Fusarium é uma doença causada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli. Ela se desenvolve melhor em temperaturas amenas e em solo úmido e compactado.

A doença se manifesta nas fases vegetativa e reprodutiva do feijoeiro. Os sintomas incluem a murcha das plantas nas horas mais quentes do dia, o amarelecimento das folhas e a desfolha precoce.

Folhas amarelas e murchas são um sinal de que o fungo está obstruindo os vasos da planta, impedindo que a água e os nutrientes cheguem à parte aérea.

Contudo, o amarelecimento das folhas também pode ser causado por outras pragas e doenças, problemas nutricionais, compactação do solo ou deriva de herbicidas. Por isso, o monitoramento constante da área é crucial para um diagnóstico correto.

No caso da murcha de Fusarium, os sintomas geralmente aparecem em reboleiras (manchas na lavoura). Plantas jovens infectadas apresentam crescimento reduzido tanto da parte aérea quanto das raízes. Em casos severos, as plantas podem morrer.

uma lavoura, possivelmente de feijão ou soja, em um close-up que destaca um problema fitossanitário. A cena éSintomas de murcha de Fusarium em plantas de feijão

(Fonte: Howard F. Schwartz)

Por ser um fungo de solo, a murcha de Fusarium é favorecida pela presença de nematoides. O ataque dos nematoides às raízes cria ferimentos que facilitam a entrada do fungo na planta.

10. Nematoides

O nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.) e o nematoide-das-lesões (Pratylenchus brachyurus spp.) são os principais tipos de nematoides que causam prejuízos ao feijoeiro.

O ataque desses vermes microscópicos causa a destruição do sistema radicular. Isso leva ao amarelecimento das folhas, diminui a absorção de água e nutrientes e reduz o estande de plantas.

Além disso, a presença desses parasitas na área facilita a entrada de outros microrganismos do solo, como fungos e bactérias.

A principal estratégia de manejo contra nematoides é o plantio de variedades resistentes ou tolerantes.

11. Oídio

O oídio é considerado uma doença de importância secundária para a cultura do feijão, mas ainda assim merece atenção.

É causado pelo fungo Eryshipe polygoni. As condições ideais para seu desenvolvimento são baixas temperaturas e pouca umidade no solo.

O primeiro sintoma é o aparecimento de uma massa branca com aspecto de pó (pulverulento) nas folhas do feijoeiro. Dependendo da severidade, esse sintoma também pode ser visto nas hastes e vagens. Com o avanço da doença, o oídio provoca a desfolha precoce.

Manejo integrado das doenças da cultura do feijão

O manejo integrado de doenças (MID) combina diferentes técnicas de controle para manejar os patógenos de forma mais eficiente e sustentável. Na cultura do feijão, o MID deve adotar estratégias culturais, genéticas, biológicas e químicas.

Manejo cultural

Adotar boas práticas culturais é o primeiro passo para o controle de doenças. As principais são:

  • Realizar um bom preparo de solo para o plantio do feijão.
  • Fazer uma adubação equilibrada, sem excessos ou deficiências.
  • Praticar a rotação com culturas não suscetíveis (ex: gramíneas).
  • Controlar os insetos vetores de doenças, como a mosca-branca.
  • Eliminar plantas daninhas que podem hospedar patógenos.
  • Utilizar sementes certificadas e de alta qualidade.
  • Fazer o tratamento de sementes com defensivos.
  • Evitar o plantio em áreas com histórico de doenças e condições favoráveis a elas.
  • Realizar a limpeza de máquinas e implementos agrícolas para não espalhar patógenos.
  • Respeitar o período de vazio sanitário determinado para a cultura em sua região.

Manejo genético

O plantio de variedades resistentes ou tolerantes é uma das estratégias mais eficazes no manejo de doenças do feijão. A resistência genética é segura para o meio ambiente, tem baixo custo e oferece proteção durante todo o ciclo da cultura.

Manejo biológico

Esta técnica utiliza microrganismos benéficos para combater os patógenos. É uma abordagem de baixo impacto ambiental, econômica e alinhada a uma produção mais sustentável.

Na cultura do feijão, o controle biológico com Trichoderma tem mostrado bons resultados no manejo de doenças como podridão de raízes, podridão radicular seca, mofo-branco e antracnose.

Apesar do potencial, o número de produtos biológicos registrados no MAPA ainda é reduzido em comparação aos produtos químicos.

Manejo químico

O controle de doenças com defensivos agrícolas químicos ainda é uma prática indispensável para alcançar altas produtividades no feijoeiro.

Para garantir a eficiência, siga estas recomendações:

  • Utilize apenas produtos registrados no MAPA para a cultura e o alvo.
  • Siga rigorosamente as orientações de dosagem, época e modo de aplicação da bula.
  • Faça a rotação de produtos com diferentes mecanismos de ação para evitar o surgimento de resistência.

Lembre-se que a melhor estratégia é sempre a prevenção. Adote boas práticas agronômicas para evitar a entrada de doenças na sua lavoura. Em áreas com histórico de problemas, combine diferentes estratégias de manejo para controlar o desenvolvimento da doença.

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Conclusão

O feijoeiro pode ser cultivado durante quase o ano todo no Brasil, mas diversas doenças podem comprometer a produtividade de cada safra.

Neste guia, você aprendeu a identificar os sintomas das principais doenças do feijão e as estratégias mais eficazes para controlá-las.

Com essas informações em mãos, você está mais preparado para proteger sua lavoura e garantir que as doenças não reduzam o lucro do seu trabalho.


Glossário

  • Escleródios: Estruturas rígidas e escuras formadas por alguns fungos, como o do mofo-branco, para sobreviver no solo por longos períodos. Funcionam como “sementes” do fungo, esperando condições ideais para germinar e infectar a lavoura.

  • Manejo Integrado de Doenças (MID): Estratégia que combina diferentes métodos de controle (cultural, genético, biológico e químico) para manejar doenças de forma eficiente e sustentável. O objetivo é reduzir a dependência de uma única técnica, como o uso exclusivo de defensivos.

  • Micélio: Conjunto de filamentos que formam o corpo do fungo, visível a olho nu como uma massa de aspecto algodonoso ou mofo. No caso do mofo-branco, é a parte branca que cresce sobre as lesões da planta.

  • Necrose: Morte de tecidos ou células da planta, resultando em manchas escuras, secas e mortas nas folhas, caules ou vagens. É um sintoma comum de doenças como a antracnose e o crestamento bacteriano.

  • Patógeno: Qualquer microrganismo, como fungo, bactéria ou vírus, capaz de causar uma doença em uma planta. Por exemplo, o fungo Colletotrichum lindemuthianum é o patógeno causador da antracnose.

  • Pústulas: Pequenas elevações ou bolhas que se formam na superfície das folhas, características de doenças como a ferrugem. Elas se rompem para liberar os esporos do fungo, que espalham a doença pela lavoura.

  • Vazio Sanitário: Período determinado por lei em que é proibido manter plantas vivas de uma determinada cultura na área. Essa prática visa quebrar o ciclo de vida de pragas e doenças, como a mosca-branca, reduzindo sua população para a próxima safra.

  • Vetor: Organismo, geralmente um inseto, que transporta e transmite um patógeno de uma planta doente para uma planta sadia. A mosca-branca, por exemplo, é o vetor do vírus que causa o mosaico-dourado no feijoeiro.

Veja como a tecnologia pode simplificar o manejo de doenças

Lidar com tantas doenças, cada uma exigindo uma estratégia de manejo específica, é um dos grandes desafios da cultura do feijão. O monitoramento constante e o registro detalhado de cada aplicação são essenciais para não perder o controle e, consequentemente, a produtividade.

Nesse cenário, um software de gestão agrícola como o Aegro se torna um grande aliado. Ele permite registrar todas as operações de campo, desde o monitoramento inicial até a aplicação de defensivos, criando um histórico preciso de cada talhão. Além de organizar as atividades, o sistema ajuda a controlar os custos de produção, mostrando exatamente quanto foi gasto com insumos para proteger a lavoura. Essa visão integrada facilita um planejamento mais eficiente e decisões baseadas em dados para garantir a rentabilidade.

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Perguntas Frequentes

Com tantas doenças listadas, quais são as mais críticas que um produtor de feijão deve monitorar em cada safra?

Na primeira safra (das águas), a antracnose, o mofo-branco e o crestamento bacteriano exigem maior atenção devido à alta umidade. Nas safras seguintes, a mancha-angular e o mosaico-dourado (transmitido pela mosca-branca) tendem a ser mais severos. Doenças de solo, como as podridões radiculares, são uma ameaça constante e dependem mais do histórico da área do que da época do ano.

Muitas doenças causam manchas nas folhas. Como posso diferenciar a mancha-angular da antracnose no campo?

A principal diferença está no formato das lesões. A mancha-angular, como o nome sugere, apresenta lesões de formato poligonal, delimitadas pelas nervuras da folha. Já a antracnose se manifesta inicialmente com uma necrose escura nas nervuras na parte de baixo da folha, evoluindo para lesões mais arredondadas e afundadas, principalmente nas vagens.

Por que o mofo-branco é considerado uma das doenças mais difíceis de controlar no feijoeiro?

O controle é difícil porque o fungo causador (Sclerotinia sclerotiorum) produz estruturas de resistência chamadas escleródios, que podem sobreviver no solo por vários anos. Essas estruturas dificultam a erradicação e podem iniciar uma nova infecção quando as condições de umidade e temperatura se tornam favoráveis, especialmente durante o florescimento da cultura.

Além de usar variedades resistentes, qual é a medida preventiva mais importante para evitar a entrada de doenças na lavoura?

O uso de sementes sadias e certificadas é a medida preventiva mais crucial. Muitos patógenos, como os causadores da antracnose e da mancha-angular, podem ser introduzidos na área através de sementes contaminadas. Combinar sementes de qualidade com um bom tratamento de sementes e a rotação de culturas cria uma barreira de defesa robusta contra a entrada de novas doenças.

Qual a relação entre a compactação do solo e a maior ocorrência de podridões radiculares no feijão?

Solos compactados dificultam a drenagem da água e a aeração, criando um ambiente ideal para fungos de solo como Fusarium solani e Rhizoctonia solani. Além disso, a compactação estressa o sistema radicular da planta, tornando-a mais fraca e suscetível à infecção. Portanto, um bom preparo do solo é uma medida cultural fundamental para prevenir as podridões radiculares.

Quando devo iniciar a aplicação de fungicidas no feijão: de forma preventiva ou apenas ao ver os primeiros sintomas?

A melhor estratégia é a aplicação preventiva, especialmente em áreas com histórico da doença e sob condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento (alta umidade e temperaturas amenas). O manejo preventivo, iniciado antes do fechamento das linhas da cultura, protege a planta e é mais eficaz. Esperar os primeiros sintomas para agir (manejo curativo) geralmente resulta em perdas de produtividade, pois o objetivo passa a ser apenas conter a doença, e não evitá-la.

O controle da mosca-branca é realmente tão importante para o manejo de doenças no feijão?

Sim, é fundamental. A mosca-branca é o inseto vetor do vírus que causa o mosaico-dourado, uma das piores doenças da cultura. Não existe um tratamento para curar uma planta já infectada pelo vírus, portanto, a única forma eficaz de controle é impedir a transmissão, o que se faz controlando a população do vetor, a mosca-branca.

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