Guia Completo de Defensivos Agrícolas: Tipos, Aplicação e Segurança

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitotecnia focada em grandes culturas.
Guia Completo de Defensivos Agrícolas: Tipos, Aplicação e Segurança

Os defensivos agrícolas são produtos essenciais utilizados na produção agrícola para controlar seres vivos que podem prejudicar a lavoura. Essa categoria inclui tanto produtos químicos sintéticos — como fungicidas, herbicidas e inseticidas — quanto os defensivos biológicos, que usam organismos vivos ou seus derivados.

A função principal desses produtos é paralisar o crescimento ou a reprodução de pragas e doenças, protegendo o potencial produtivo das plantas. Para que funcionem corretamente, é fundamental seguir as recomendações técnicas e as boas práticas agronômicas.

Neste artigo completo, vamos detalhar a importância dos defensivos, explicar os principais tipos disponíveis no mercado e oferecer dicas práticas para uma aplicação segura e eficiente. Acompanhe e tire suas dúvidas!

O que são defensivos agrícolas?

Defensivos agrícolas são produtos de origem química, física ou biológica, desenvolvidos para proteger as culturas agrícolas do ataque de organismos considerados nocivos, como insetos, fungos, plantas daninhas e bactérias.

É comum encontrar diferentes nomes para esses produtos, como agrotóxicos, produtos fitossanitários, pesticidas ou praguicidas. É importante entender que, para fins práticos, não existe diferença entre agrotóxico e defensivo agrícola. Ambos os termos se referem ao mesmo tipo de produto, cuja função é “defender” a lavoura.

Para que seu uso seja eficaz e seguro, os defensivos devem ser aplicados de forma sustentável, seguindo as recomendações técnicas e integrando outros métodos de controle. Estratégias como o MID (Manejo Integrado de Doenças) e o MIP (Manejo Integrado de Pragas) são indispensáveis para aumentar a vida útil e a eficiência dessas ferramentas.

O uso incorreto pode levar à resistência dos organismos-alvo, tornando o produto ineficaz. A perda de eficiência de uma molécula gera grandes prejuízos econômicos. As principais práticas que causam resistência são:

  • Falta de rotação de ingredientes ativos: Usar sempre o mesmo produto ou produtos do mesmo grupo químico.
  • Planejamento inadequado: Errar na identificação da praga ou doença.
  • Dose incorreta: Aplicar uma dose menor ou maior que a recomendada na bula.

Para Entender Melhor: Defensivos vs. Fertilizantes É crucial não confundir defensivos com fertilizantes. Os fertilizantes são usados na adubação para nutrir as plantas, fornecendo os elementos necessários para seu crescimento. Já os defensivos são aplicados para combater pragas e doenças, interferindo no desenvolvimento desses organismos nocivos.

A importância do uso de defensivos agrícolas

O Brasil possui uma vasta extensão territorial com climas variados, o que favorece uma produção de grãos e outras culturas em larga escala. No entanto, esse cenário também cria um ambiente ideal para a proliferação de diversas pragas e doenças. As altas temperaturas na maior parte do país aceleram o ciclo de reprodução de muitos insetos, e a ausência de um inverno rigoroso impede a quebra natural desse ciclo, que ajudaria a reduzir a população inicial de pragas no começo da safra.

Nesse contexto, o uso de defensivos agrícolas se torna uma ferramenta indispensável no planejamento agrícola para garantir a produtividade.

É fundamental reforçar que as aplicações devem ocorrer apenas quando estritamente necessário. O uso indiscriminado, que desrespeita a bula, a legislação e as normas de segurança, é crime e traz riscos para o ambiente e para a saúde humana.

Com a alta dos custos de produção, um planejamento rigoroso se torna ainda mais vital. Cada aplicação desnecessária representa uma perda direta no retorno econômico da lavoura.

Quando bem utilizados, os defensivos otimizam o manejo e geram economia em diversas frentes:

  • Mão de obra: Redução de horas trabalhadas por tratoristas e diaristas.
  • Combustível: Menor gasto com o maquinário agrícola.
  • Insumos: Compra mais assertiva e menor volume de produtos.
  • Manutenção: Menor desgaste de equipamentos e implementos.

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Tipos de defensivos agrícolas

Os defensivos são classificados de acordo com o organismo que controlam. Os principais tipos de insumos agrícolas são: fungicidas, inseticidas, herbicidas, bactericidas, acaricidas e nematicidas. Vamos entender cada um deles.

Fungicidas

São produtos utilizados para o controle de fungos que causam doenças nas plantas, como ferrugens, manchas foliares e podridões de raiz. Eles se dividem em três categorias principais, de acordo com sua forma de atuação:

  • Fungicidas de Contato: Atuam apenas na superfície da planta, sem penetrar nos tecidos. São preventivos e não curam infecções já estabelecidas internamente. Muitos são fungicidas multissítios, o que significa que agem em vários pontos da célula do fungo, sendo ótimos para o manejo de resistência quando associados a produtos sistêmicos.
  • Fungicidas Mesostêmicos e Translaminares: Têm mobilidade limitada. Quando aplicados em uma face da folha, conseguem se mover para o outro lado, protegendo ambas as superfícies, mas não se espalham por toda a planta.
  • Fungicidas Sistêmicos: Após a aplicação em uma parte da planta (folhas ou raízes), são absorvidos e transportados pelo sistema vascular (xilema e floema), protegendo áreas que não receberam o produto diretamente.

Os fungicidas são organizados em 14 grupos conforme seu mecanismo de ação. Para informações detalhadas sobre manejo de resistência, consulte o Comitê de Ação a Resistência de Fungicidas (Frac Brasil).

Inseticida agrícola

São produtos destinados ao controle de insetos-praga. É importante notar que muitos inseticidas não são eficientes contra ácaros, que pertencem a outra classe de organismos.

Assim como os fungicidas, o inseticida agrícola pode agir de diferentes formas:

  • Contato: Mata o inseto ao tocá-lo diretamente.
  • Ingestão: O inseto morre após se alimentar da parte da planta que contém o produto.
  • Fumigação: O produto age na forma de gás e precisa ser inalado pelo inseto.
  • Sistêmico: É absorvido pela planta e distribuído por seus tecidos, controlando insetos sugadores.

Os inseticidas são classificados em cinco grandes grupos de acordo com seu sítio de ação:

  1. Ação em nervos e músculos: O grupo mais numeroso, com 12 sítios de ação.
  2. Ação no crescimento e desenvolvimento: Inclui 7 sítios de ação, como os reguladores de crescimento, que apresentam menor risco de desenvolvimento de resistência.
  3. Ação na respiração celular.
  4. Ação no sistema digestivo.
  5. Modo de ação desconhecido ou inespecífico.

O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC-BR) publica recomendações e relatórios sobre casos de resistência de insetos a inseticidas.

Acaricidas

São defensivos específicos para o controle de ácaros, que são aracnídeos e possuem características biológicas distintas dos insetos. Alguns inseticidas e fungicidas podem ter ação acaricida secundária, como produtos à base de enxofre e abamectina.

Existem também excelentes opções de acaricidas biológicos, como os baseados em:

  • Beauveria bassiana
  • Metarhizium anisopliae
  • Hirsutella thompsonii
  • Phytoseiulus macropilis
  • Neoseiulus californicus (recomendado para o controle do ácaro-rajado, Tetranychus urticae)

Herbicidas

São produtos destinados ao controle de plantas daninhas e possuem diferentes classificações:

1. Pela Seletividade:

  • Seletivos: Controlam plantas daninhas específicas sem causar danos à cultura principal.
  • Não-seletivos: Atuam sobre todas as espécies de plantas. Sua aplicação deve ser dirigida (evitando a cultura) ou utilizada em culturas transgênicas resistentes ao herbicida, como a soja RR.

2. Pela Época de Aplicação:

  • Pré-plantio: Aplicados antes do plantio para controlar plantas daninhas já presentes e as que podem emergir do banco de sementes no solo (dessecação).
  • Pré-emergência: Aplicados após o plantio, mas antes da emergência da cultura e das daninhas.
  • Pós-emergência: Aplicados após a emergência da cultura e das plantas daninhas.

3. Pela Translocação:

  • De Contato: Atuam apenas na área onde foram aplicados.
  • Sistêmicos: São absorvidos e transportados pelo sistema vascular da planta, controlando-a por completo.

Nematicidas

São defensivos, geralmente de origem natural ou biológica, usados para controlar nematoides – vermes microscópicos que vivem no solo e causam doenças nas raízes das plantas, como as galhas.

De acordo com o sistema Agrofit, alguns produtos registrados como inseticidas e fungicidas também podem ter ação nematicida.

Muitos nematicidas importantes são compostos por microrganismos benéficos, como:

  • Bacillus firmus
  • Bacillus subtilis
  • Bacillus amyloliquefaciens
  • Fungo Purpureocillium lilacinum (eficaz contra os nematoides-das-galhas)

Bactericidas

São produtos para o controle específico de bactérias. Alguns fungicidas orgânicos, especialmente os compostos por cobre (oxicloreto de cobre, óxido cuproso) e enxofre, também apresentam ação bactericida. O uso de bactericidas não é tão comum em grandes culturas como soja e milho.

infográfico informativo em formato de tabela, projetado para educar sobre o controle de pragas na agricultura. (Fonte: Adaptado de Andef)

Classificação toxicológica de defensivo agrícola

Todo defensivo agrícola comercializado no Brasil deve exibir em seu rótulo duas classificações obrigatórias:

  1. Classificação Toxicológica: Indica o potencial de risco à saúde humana.
  2. Classificação Ambiental: Indica o potencial de risco ao meio ambiente.

Essas classificações são representadas por um código de cores e faixas, facilitando a identificação do perigo.

infográfico informativo que detalha a classificação de produtos químicos, como agrotóxicos, em duas categorias (Fonte: Anvisa)

É fundamental manusear todos os defensivos com o máximo cuidado. Sempre leia o rótulo, siga as recomendações de segurança e utilize os produtos apenas quando necessário.

Qual o agrotóxico mais perigoso? A resposta não é simples. Mesmo um produto classificado como “pouco tóxico” pode se tornar perigoso se for utilizado de forma inadequada. A recomendação é sempre optar pelo defensivo de menor classificação toxicológica que seja eficiente para o controle desejado, aliando conhecimento técnico e boas práticas.

Quantos tipos de agrotóxicos existem no Brasil?

A cada ano, novos produtos são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente, existem mais de 5 mil agrotóxicos registrados no país.

Muitos desses registros são formulações que combinam moléculas já existentes. O desenvolvimento de uma molécula completamente nova é um processo longo e caro, podendo levar mais de 10 anos.

O gráfico abaixo mostra a evolução da comercialização e os ingredientes ativos mais vendidos no Brasil entre 2009 e 2020.

Este é um gráfico de linhas que ilustra o ranking dos princípios ativos de agrotóxicos mais comercializados no Brasil ao long Principais ingredientes ativos (i.a) comercializados no Brasil de 2009 a 2020 (Fonte: Matias, 2021)

Este infográfico detalhado apresenta uma análise comparativa do mercado de defensivos agrícolas no Brasil entre os anos de 20 Dados de 2021 mostram que soja, milho e algodão são as culturas que mais utilizam defensivos, e o Mato Grosso é o estado com maior consumo no país. (Fonte: Sindiveg, 2021)

Planejamento e aplicação de agrotóxicos

Para garantir a eficiência da aplicação e a segurança de todos, uma série de cuidados devem ser tomados. O principal deles é utilizar apenas produtos registrados no Mapa para a cultura em questão.

1. Use o Equipamento de Proteção Individual (EPI)

O uso do EPI é obrigatório. Ele é composto por viseira, respirador, jaleco, avental, luva e calça. A ordem de retirada do equipamento também é importante: comece pelas roupas, lave as mãos ainda com as luvas e, por último, retire o respirador.

2. Escolha o produto correto

A identificação correta da praga, doença ou planta daninha é o primeiro passo. Usar um produto que não é eficiente para o alvo específico resulta em desperdício de dinheiro e falha no controle.

3. Planeje as pulverizações

O planejamento começa com o conhecimento do histórico da área. Saber quais pragas e doenças são recorrentes e como elas sobrevivem (em restos culturais ou plantas daninhas) é fundamental. Práticas como rotação de culturas e controle de plantas hospedeiras podem reduzir a população inicial de patógenos, diminuindo a necessidade de defensivos.

4. Cuidado com as condições climáticas

Aplicar defensivos sob condições climáticas ideais é crucial para a eficiência e segurança. Fatores como velocidade do vento, temperatura e umidade do ar influenciam diretamente o resultado.

Um exemplo conhecido é a restrição do uso do herbicida 2,4-D em algumas regiões, devido a problemas de deriva (quando o produto atinge áreas não desejadas) causados pela aplicação em condições inadequadas.

Para minimizar a deriva, além de observar o clima, invista em tecnologia de aplicação: use a velocidade de aplicação correta e escolha a ponteira ideal, preferencialmente com injeção de ar, e utilize adjuvantes de qualidade.

Como reduzir o uso de defensivos agrícolas com tecnologia

A tecnologia está transformando o agronegócio. Segundo a Embrapa, a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) pode reduzir as aplicações de defensivos em quase 50%.

Isso não só aumenta o seu lucro, como também protege o meio ambiente e a saúde de quem trabalha no campo.

Uma etapa central do MIP é o monitoramento constante da lavoura. É por meio dele que você verifica se a praga ou doença atingiu o nível de ação, que é o momento certo para realizar o controle. A aplicação só deve ocorrer quando esse nível é alcançado.

O monitoramento pode ser feito de várias formas, mas a mais segura e eficiente é através de aplicativos de gestão agrícola. Com eles, você acessa os dados de qualquer lugar, georreferencia os pontos de amostragem e gera mapas de calor para entender exatamente onde estão os problemas.

Com um software como o Aegro, você transforma dados em decisões, realizando aplicações mais assertivas e seguras.

uma captura de tela da interface do software de gestão agrícola Aegro. Em destaque, um mapa de satélite de uma (Fonte: Aegro)

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Conclusão

Os defensivos agrícolas são ferramentas essenciais para a agricultura moderna, garantindo a produtividade e a viabilidade econômica do setor. Eles trazem praticidade e otimizam o tempo do produtor rural.

No entanto, seu uso exige responsabilidade, conhecimento técnico e cuidado. É fundamental utilizá-los apenas quando necessário e da maneira correta, seguindo todas as recomendações de segurança.

Em caso de dúvida, sempre consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a). Este profissional poderá indicar as melhores soluções para a sua cultura e para o desafio específico que você está enfrentando.


Glossário

  • Deriva: Fenômeno que ocorre quando a pulverização de um defensivo é desviada pelo vento, atingindo áreas fora do alvo desejado. Por exemplo, um herbicida que atinge a lavoura vizinha, causando danos a uma cultura sensível.

  • EPI (Equipamento de Proteção Individual): Conjunto de vestimentas e acessórios (como luvas, máscara e viseira) de uso obrigatório durante o manuseio e aplicação de defensivos. Sua função é proteger a saúde do aplicador, prevenindo a intoxicação e o contato direto com o produto.

  • Fungicida Multissítio: Tipo de fungicida que atua em diversos pontos do metabolismo do fungo simultaneamente. Essa característica dificulta o desenvolvimento de resistência pelo patógeno, sendo uma ferramenta estratégica no manejo de doenças.

  • Ingrediente Ativo (i.a.): Substância química ou biológica presente na formulação de um defensivo que é responsável pelo controle da praga, doença ou planta daninha. A rotação de diferentes ingredientes ativos é fundamental para evitar a resistência dos organismos-alvo.

  • MIP (Manejo Integrado de Pragas): Estratégia de controle que combina diferentes táticas (biológicas, culturais, químicas) de forma harmônica. O objetivo é manter as pragas abaixo do nível de dano econômico, utilizando defensivos químicos apenas quando o monitoramento indica ser estritamente necessário.

  • Produto Fitossanitário: Termo técnico, sinônimo de defensivo agrícola ou agrotóxico. Refere-se a qualquer produto, de origem química ou biológica, destinado à proteção de plantas contra a ação de organismos nocivos.

  • Sistêmico: Característica de um defensivo que, ao ser aplicado, é absorvido pela planta e transportado por seu sistema vascular (seiva). Isso permite que o produto proteja a planta inteira, incluindo partes que não receberam a aplicação diretamente, como brotos novos.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

O artigo destaca que a alta dos custos de produção e o planejamento inadequado das pulverizações são grandes desafios. Gerenciar cada aplicação é crucial para não ter prejuízo. Um software de gestão agrícola como o Aegro ajuda a resolver isso, centralizando o controle financeiro e a gestão de estoque. Com ele, você acompanha exatamente o quanto está sendo gasto com cada defensivo, planeja compras de forma mais assertiva e garante que nenhum produto seja desperdiçado, conectando cada aplicação ao seu custo real.

Outro ponto-chave é a importância do monitoramento correto de pragas e doenças para aplicar defensivos apenas quando necessário. Em vez de depender de planilhas ou cadernos, ferramentas como o Aegro permitem registrar o monitoramento da lavoura em tempo real, direto do celular. Isso cria um histórico detalhado e ajuda a planejar as pulverizações futuras com muito mais precisão, seguindo os princípios do MIP e evitando aplicações desnecessárias que pesam no bolso.

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Perguntas Frequentes

Qual a diferença real entre defensivo agrícola e agrotóxico?

Na prática, não existe diferença; os termos são sinônimos e se referem aos mesmos produtos para proteção de cultivos. O termo ‘defensivo agrícola’ destaca a função de proteção da lavoura, enquanto ‘agrotóxico’ enfatiza o potencial de toxicidade do produto. Legalmente e tecnicamente, ambos descrevem produtos fitossanitários.

Por que é tão importante fazer a rotação de ingredientes ativos dos defensivos?

A rotação de ingredientes ativos é crucial para prevenir o desenvolvimento de resistência em pragas, doenças e plantas daninhas. O uso contínuo do mesmo mecanismo de ação seleciona os indivíduos resistentes da população, que sobrevivem e se multiplicam, tornando o produto ineficaz ao longo do tempo e aumentando os custos de controle.

O que são defensivos sistêmicos e qual a sua vantagem sobre os de contato?

Defensivos sistêmicos são absorvidos pela planta e distribuídos internamente através de seu sistema vascular (seiva). Sua grande vantagem é proteger a planta por inteiro, incluindo novos brotos que surgem após a aplicação. Já os produtos de contato agem apenas na superfície onde foram aplicados, oferecendo uma proteção mais localizada.

Como o Manejo Integrado de Pragas (MIP) ajuda a reduzir o uso de defensivos na prática?

O MIP é uma estratégia baseada no monitoramento constante da lavoura. Em vez de aplicar defensivos de forma calendarizada, o produtor só realiza a pulverização quando a população da praga atinge o ’nível de ação’, ou seja, o ponto em que pode causar dano econômico. Isso evita aplicações desnecessárias, reduzindo custos e o impacto ambiental.

O que é a deriva de defensivos e como posso evitá-la durante a pulverização?

A deriva ocorre quando as gotas do defensivo são desviadas do alvo pelo vento, atingindo áreas indesejadas. Para evitá-la, é fundamental aplicar sob condições climáticas ideais (vento fraco, temperatura e umidade adequadas), usar tecnologia de aplicação correta, como pontas que produzem gotas maiores, e ajustar a velocidade do pulverizador.

Aplicar uma dose menor que a recomendada na bula é uma forma de economizar?

Não, pelo contrário, é uma prática prejudicial. Aplicar subdoses de defensivos não elimina completamente o alvo e acelera o desenvolvimento de resistência, pois permite que os indivíduos mais fortes sobrevivam. Com o tempo, isso torna o controle mais difícil e caro, exigindo produtos mais potentes ou aplicações mais frequentes.

Posso usar um inseticida para controlar ácaros na minha lavoura?

Geralmente não. Inseticidas são específicos para insetos, enquanto ácaros pertencem a outra classe (aracnídeos). Embora alguns produtos tenham ação secundária acaricida, o ideal é usar um acaricida específico para garantir um controle eficaz e evitar o desperdício de insumos. A identificação correta do alvo é o primeiro passo para o sucesso do manejo.

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