O Brasil é o maior produtor de soja do mundo, responsável por mais de 40% de toda a produção global. Na safra 2024/25, segundo dados da Conab, o país colheu impressionantes 168,3 milhões de toneladas do grão, cultivados em uma área de 47,6 milhões de hectares.
Para alcançar esses números e ter sucesso na sua fazenda, um dos fatores mais importantes é a escolha correta da cultivar de soja. A cada nova safra, empresas de genética e instituições de pesquisa lançam variedades mais produtivas, resistentes a pragas e doenças, e mais bem adaptadas às diferentes regiões do país.
Ficar atento a essas novidades é fundamental para fazer uma escolha inteligente. Neste guia completo, vamos detalhar tudo o que você precisa saber para tomar a melhor decisão, considerando o grupo de maturação, o Zoneamento Agrícola (ZARC), as tecnologias disponíveis e as condições específicas da sua lavoura.
O que são cultivares de soja e como são classificadas?
Uma cultivar de soja é uma variedade de planta que foi melhorada geneticamente. É o resultado de anos de pesquisa para selecionar plantas com o melhor desempenho no campo.
Os principais benefícios desenvolvidos por meio do melhoramento genético incluem:
- Adaptação a diferentes condições de clima e solo;
- Maior potencial de produtividade;
- Resistência a pragas e doenças;
- Melhor qualidade dos grãos para diferentes finalidades.
Para ajudar na escolha, as cultivares são organizadas com base em vários critérios agronômicos, genéticos e fisiológicos. Vamos ver os principais:
Classificação de cultivares da soja
Com tantas opções no mercado, entender a classificação das cultivares é o primeiro passo para acertar na escolha. Essa organização leva em conta pontos como o ciclo de desenvolvimento, a resposta ao ambiente, a resistência a desafios sanitários e a finalidade de uso dos grãos.
1. Grupo de maturação (Ciclo da Planta)
Este critério indica o tempo que a planta leva do plantio até a colheita. O ciclo é dividido em três categorias principais:
- Ciclo precoce: 90 a 110 dias
- Ciclo médio: 111 a 130 dias
- Ciclo tardio: acima de 130 dias
Essa classificação é fundamental para ajustar o plantio ao calendário agrícola da sua região e planejar a safrinha.
2. Exigência em fotoperíodo (Resposta à luz do dia)
Fotoperíodo: significa a resposta da planta à duração da luz do dia.
A cultura da soja é sensível a essa variação. Algumas cultivares são adaptadas para dias mais longos, como os encontrados no Sul do Brasil, enquanto outras se desenvolvem melhor em dias mais curtos, característicos do Norte e Nordeste. Se você possui propriedades agrícolas em diferentes regiões, esta é uma característica crucial a ser considerada.
3. Hábito de crescimento
O hábito de crescimento define como a planta se desenvolve, o que impacta diretamente o manejo da lavoura, como o espaçamento entre linhas, a arquitetura da planta e o potencial produtivo.
- Indeterminado: A planta continua crescendo mesmo depois de florescer. É um hábito comum em cultivares para regiões de clima mais ameno.
- Semideterminado ou Determinado: O crescimento para ou diminui muito após o início do florescimento. É mais comum em regiões tropicais.
4. Finalidade de uso
As cultivares também são classificadas de acordo com o seu destino final no mercado e na indústria. Algumas variedades são desenvolvidas para atender demandas específicas, oferecendo características que favorecem certos segmentos:
- Consumo humano;
- Produção de óleo;
- Ração animal;
- Exportação (grãos com alto teor de proteína ou óleo).
Essa classificação permite que você alinhe a escolha da cultivar com as exigências do comprador ou com oportunidades de negócio mais rentáveis.
5. Resistência a pragas e doenças
A resistência genética a pragas e doenças é um dos critérios mais importantes na classificação. Escolher uma cultivar resistente reduz o risco de perdas e pode diminuir a necessidade de aplicar produtos químicos, tornando a produção mais eficiente e sustentável.
Os principais alvos para resistência genética incluem:
- Ferrugem-asiática;
- Nematoides;
- Cancro da haste;
- Mancha-alvo.
Além disso, muitas cultivares já vêm com tecnologias embarcadas que oferecem tolerância a herbicidas e proteção contra pragas, como as tecnologias RR, IPRO e Enlist, que dão mais flexibilidade no manejo.
Qual a diferença entre cultivar e variedade?
Embora os termos sejam usados como sinônimos no dia a dia, existe uma diferença técnica importante:
- Cultivar: É o termo técnico correto. Refere-se a uma planta obtida por meio de melhoramento genético, com características específicas e comprovadas (como produtividade, resistência ou precocidade). Elas são registradas oficialmente no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
- Variedade: É um termo mais geral e informal, muito usado no campo, mas que não tem a mesma precisão técnica de “cultivar”.
Para cada cultivar registrada, o MAPA define parâmetros claros, como ciclo, porte, exigência em fertilidade, tolerância a doenças e resistência a herbicidas.
Classificação por Grupo de Maturação Relativa (GRM)
Grupo de Maturação Relativa (GRM): é uma escala numérica que classifica o ciclo da planta com mais precisão.
As cultivares de soja são agrupadas com base no GRM, que vai de 000 (superprecoce) até 10 (muito tardio). No Brasil, os grupos mais utilizados ficam entre 5.0 e 9.0.
A escolha correta do GRM afeta diretamente o planejamento da janela de plantio, a viabilidade de culturas sucessoras (safrinha) e a sincronia da lavoura com a disponibilidade de chuva. Na prática, regiões mais quentes e com dias mais longos geralmente se beneficiam de cultivares com GRM mais alto (ciclo mais longo).
Cultivares transgênicas e convencionais: O que muda?
As cultivares de soja podem ser convencionais (sem modificação genética) ou transgênicas, que possuem tecnologias incorporadas para tolerância a herbicidas e proteção contra pragas. As principais tecnologias no mercado são:
- RR (Roundup Ready): Oferece resistência ao herbicida glifosato.
- IPRO (Intacta RR2 PRO): Combina a tecnologia RR com a proteção contra as principais lagartas (tecnologia Bt).
- CE (Conkesta E3): Resistência a três herbicidas: glifosato, 2,4-D e glufosinato de amônio, oferecendo mais opções para o controle de plantas daninhas.
- I2X (Intacta 2 Xtend): Tolerância a glifosato e dicamba, além de proteção contra um número maior de espécies de lagartas.
A escolha entre elas depende do histórico de pragas e plantas daninhas da sua fazenda, além da sua estrutura para o manejo fitossanitário.
Lista das cultivares de soja mais plantadas no Brasil
Segundo dados recentes da Embrapa Soja (2024) e relatórios de desempenho da safra 2023/2024, as cinco cultivares mais plantadas no país foram:
- Brasmax Zeus IPRO;
- Brasmax Olimpo IPRO;
- BRS 1010IPRO;
- Brasmax Ímpeto I2X;
- Brevant B5595CE.
Juntas, essas cultivares ocuparam mais de 4,2 milhões de hectares no Brasil. A escolha baseada em dados regionais pode fazer toda a diferença no resultado da sua safra.
1. Região Sul
Com clima subtropical e solos bem estruturados, o Sul tem condições ideais para cultivares de alto desempenho, principalmente em áreas com altitude acima de 500 metros. Variedades como Brasmax Titanium I2X e Brevant B5540E têm se destacado, com médias de 65 a 75 sacas por hectare.
As cultivares mais usadas na região combinam alto teto produtivo, resistência à ferrugem-asiática e bom desempenho em altitude. As mais plantadas são:
- Brasmax Zeus IPRO: Conhecida pela precocidade, alto potencial produtivo e tolerância à podridão radicular.
- Brasmax Titanium I2X: Versátil e bem adaptada para PR, SC e RS, com resistência à ferrugem.
- Brevant B5540E: Com tecnologia Enlist, tem boa estabilidade e pode ser usada na segunda safra.
2. Região Sudeste
Com áreas produtoras importantes em São Paulo e Minas Gerais, a região exige cultivares com bom enraizamento, adaptação a solos mais argilosos e bom desempenho em áreas de várzea.
- Brasmax Coliseu I2X: Grupo 6.3, com ótimo engalhamento e um pacote fitossanitário forte.
- Brevant B5595CE: Indicada para várzeas drenadas, com resistência à fitóftora.
- Brasmax Torque I2X: Precoce e com ótimo rendimento em altitudes elevadas.
3. Região Centro-Oeste e Cerrado
Principal região produtora de soja do país, o Centro-Oeste tem um clima mais quente e seco. Por isso, as cultivares precisam tolerar altas temperaturas, falta de água temporária (veranicos) e ser precoces para viabilizar a segunda safra.
- Brevant B5830CE: Cultivar precoce com excelente arquitetura de planta.
- Brasmax Olimpo IPRO: Recordista de produtividade no Desafio CESB.
- Brasmax Ímpeto I2X: Ampla adaptação e resistência ao nematoide de cisto.
Como escolher a cultivar de soja certa para sua propriedade?
A escolha da cultivar ideal deve levar em conta o ambiente de cultivo, o histórico da área e os objetivos da sua produção. Cada talhão tem suas próprias características, que influenciam tudo, desde a saúde da lavoura até o lucro final.
Fatores como janela de plantio, rotação de culturas e as tecnologias embarcadas também são decisivos. Para ajudar, separamos os principais critérios técnicos:
1. Avalie o clima e o solo
O primeiro passo é conhecer a fundo a realidade da sua região (condições edafoclimáticas). A temperatura média, a altitude, o regime de chuvas e o tipo de solo afetam diretamente o desempenho de cada cultivar. Escolha cultivares com GRM compatível com o ciclo da sua safra para garantir o melhor aproveitamento de água e luz solar.
2. Considere o histórico da área e a sanidade
Se sua área tem histórico de doenças como ferrugem asiática, podridão radicular, mancha olho de rã ou nematoides, priorize cultivares resistentes. O uso de cultivares protegidas evita perdas e reduz a necessidade de aplicar fungicidas e inseticidas.
3. Pense na integração com as culturas seguintes
É muito importante considerar o ciclo da cultivar de soja para não atrasar o calendário de plantio de culturas como milho safrinha, braquiária ou feijão. O planejamento da rotação de culturas deve ser feito com base no GRM da soja e na janela ideal da próxima cultura.
4. Verifique a disponibilidade de sementes e a tecnologia
Sempre compre sementes certificadas, que garantem vigor e pureza genética. Além disso, avalie se sua fazenda tem estrutura para manejar tecnologias como Enlist, IPRO ou I2X, o que envolve custo, maquinário adequado e atenção às regras de aplicação para não afetar vizinhos.
Figura 1. Lavoura de soja. Créditos: Agdaily (2019).
Tecnologias genéticas incorporadas às cultivares de soja
Escolher cultivares com tecnologias transgênicas é uma decisão estratégica. Elas facilitam o controle de pragas e plantas daninhas, simplificando o manejo e melhorando a rentabilidade. No entanto, cada tecnologia tem suas particularidades.
Comparativo técnico entre as principais tecnologias genéticas
Tecnologia | Herbicidas Tolerados | Proteção Contra Lagartas | Custo Médio (R$/ha) | Vantagens Principais | Pontos de Atenção |
---|---|---|---|---|---|
RR (Roundup Ready) | Glifosato | Não possui | 30–50 | Baixo custo, indicada para áreas com menor pressão de pragas. | Maior uso de inseticidas e risco de resistência em plantas daninhas. |
IPRO (Intacta RR2 PRO) | Glifosato | Sim (Bt) | 90–120 | Reduz o uso de inseticidas, proteção contra as principais lagartas. | Uso contínuo pode favorecer resistência e requer rotação de tecnologias. |
CE (Conkesta E3) | Glifosato, 2,4-D, glufosinato de amônio | Sim (Bt) | 130–160 | Flexibilidade de manejo, eficaz contra lagartas e ideal para áreas com histórico de pragas. | Requer cuidado com a deriva do 2,4-D perto de culturas sensíveis. |
I2X (Intacta 2 Xtend) | Glifosato, Dicamba | Sim (Bt ampliada) | 150–180 | Tolerância ampliada a herbicidas e proteção contra um espectro maior de lagartas. Ideal para áreas com resistência múltipla. | Exige preparo técnico para aplicar dicamba e seguir as normas legais. |
A escolha da tecnologia deve ser baseada na pressão de pragas e daninhas, no histórico de manejo da fazenda e na sua logística de aplicação.
Novas cultivares para 2025/26: O que vem por aí?
Para a próxima safra, os lançamentos apostam em avanços em biotecnologia. As tecnologias Intacta2/Xtend® (I2X) e IPRO continuam em destaque. A Embrapa e empresas como Brasmax, Brevant e Don Mario lançaram novidades importantes:
- BRS 1056IPRO: Alta resistência à podridão parda da haste e podridão radicular. Mostrou produtividade até 6,8% superior às cultivares líderes.
- BRS 1064IPRO: Adaptada ao plantio antecipado, com resistência múltipla e excelente desenvolvimento de raízes.
- BRS 2361 I2X: Tolerante a glifosato e dicamba, com proteção contra seis espécies de lagartas. Atingiu produtividades acima de 5.000 kg/ha no Paraná.
- BRS 2058 I2X: Desenvolvida para a Região Sul, em áreas com altitude acima de 650 metros.
- BRS 539: Indicada para plantio antecipado no Sul e Sudeste, com tolerância à ferrugem asiática e percevejos.
- BRS 1075IPRO: Produtividade até 7% acima da média regional, com um pacote fitossanitário forte.
- BRS 774RR: Ótima opção de baixo custo por hectare para quem busca a tecnologia RR.
- Brasmax Ímpeto I2X: Alta estabilidade e excelente adaptação no Centro-Oeste.
- Brevant B5595CE e B5830CE: Ideais para ambientes de várzea ou solos argilosos, com tolerância à fitóftora.
- Don Mario DM 66I69 IPRO: Alto potencial produtivo no Cerrado com ótima sanidade foliar.
Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) aplicado à soja
O ZARC é uma ferramenta essencial para planejar o plantio com mais segurança. Com base em dados de clima, solo e desempenho das cultivares, o ZARC ajuda a reduzir perdas causadas pelo clima, como veranicos, geadas ou falta de água.
Ele permite alinhar a melhor janela de plantio com a cultivar correta, aumentando o potencial produtivo e a segurança da safra. A versão mais recente do ZARC também classifica o solo pela capacidade
Glossário
Cultivar: Termo técnico para uma variedade de planta desenvolvida por meio de melhoramento genético, com características específicas (como produtividade e resistência a doenças) e registrada oficialmente. Diferente do termo informal “variedade”, uma cultivar possui desempenho comprovado e documentado.
Fotoperíodo: Refere-se à resposta fisiológica da planta à duração da luz do dia. A soja é sensível a esse fator, e a escolha de uma cultivar adaptada ao fotoperíodo da região é crucial para garantir o florescimento e a maturação no tempo certo.
Grupo de Maturação Relativa (GRM): Uma escala numérica que classifica o ciclo de desenvolvimento da soja, do plantio à colheita. No Brasil, os grupos mais comuns vão de 5.0 a 9.0, sendo essenciais para planejar a janela de plantio e a viabilidade da safrinha.
Hábito de Crescimento: Define a forma como a planta de soja se desenvolve. Pode ser determinado, quando a planta para de crescer após o início do florescimento, ou indeterminado, quando continua o crescimento vegetativo mesmo após florescer, o que impacta o manejo da lavoura.
IPRO (Intacta RR2 PRO): Tecnologia transgênica que confere à soja tolerância ao herbicida glifosato e, ao mesmo tempo, proteção contra as principais lagartas que atacam a cultura (tecnologia Bt). Reduz a necessidade de aplicação de inseticidas.
I2X (Intacta 2 Xtend): Uma evolução da tecnologia IPRO, que oferece tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba, além de proteção contra um número maior de espécies de lagartas. Amplia as opções de manejo de plantas daninhas e pragas.
ZARC (Zoneamento Agrícola de Risco Climático): Ferramenta do Ministério da Agricultura que indica, para cada município, as épocas de plantio com menor risco climático para diferentes culturas e tipos de solo. Ajuda o produtor a evitar perdas por seca, geada ou excesso de chuva.
Como a tecnologia pode simplificar a gestão da sua safra
Escolher a cultivar certa é apenas o primeiro passo. O verdadeiro desafio está em gerenciar todo o ciclo produtivo, desde o controle de pragas e doenças até o cumprimento do calendário agrícola para viabilizar a safrinha. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza o histórico de cada talhão, ajudando a tomar decisões mais seguras sobre qual variedade plantar com base no que realmente funcionou na sua fazenda.
Além disso, a ferramenta permite planejar e acompanhar todas as operações no campo em tempo real. Isso garante que o manejo fitossanitário seja executado no momento ideal e que a colheita ocorra dentro da janela planejada, otimizando o uso de máquinas e insumos.
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Perguntas Frequentes
Qual a diferença prática entre escolher uma cultivar de soja de ciclo precoce e uma de ciclo tardio?
A principal diferença está no planejamento da safra. Cultivares de ciclo precoce (90-110 dias) liberam a área mais cedo, sendo ideais para quem precisa plantar uma safrinha de milho ou algodão dentro da janela ideal. Já as de ciclo tardio (acima de 130 dias), embora possam ter maior teto produtivo em certas condições, restringem a viabilidade da segunda safra.
Como o Grupo de Maturação Relativa (GRM) influencia minha decisão de plantio?
O GRM é uma ferramenta precisa para ajustar a cultivar ao clima da sua região. Um GRM correto garante que as fases críticas da planta, como o florescimento e o enchimento de grãos, coincidam com o período de maior disponibilidade de água e luz solar. Ele é fundamental para definir a janela de plantio e sincronizar a colheita com a semeadura da cultura sucessora.
Vale a pena investir em tecnologias mais caras como I2X em vez da tradicional RR?
O investimento depende do histórico da sua área. Se sua lavoura enfrenta forte pressão de lagartas e plantas daninhas de difícil controle, tecnologias como I2X (Intacta 2 Xtend) ou CE (Conkesta) oferecem um manejo mais flexível e seguro, justificando o custo maior. Para áreas com menor desafio fitossanitário, a tecnologia RR pode apresentar um melhor custo-benefício.
É arriscado plantar apenas uma cultivar de soja em toda a minha propriedade?
Sim, é uma prática de alto risco. Plantar uma única cultivar torna toda a lavoura vulnerável a um surto de doença específica ou a uma condição climática adversa em um período crítico do ciclo. Diversificar com duas ou três cultivares de diferentes ciclos e pacotes de resistência dilui os riscos e aumenta a estabilidade da produção.
O que devo priorizar na escolha: o potencial produtivo ou a resistência a doenças da cultivar?
O ideal é buscar o equilíbrio entre os dois fatores. Uma cultivar com alto teto produtivo não alcançará seu potencial se for suscetível a doenças e pragas presentes na sua área, o que pode gerar custos elevados com defensivos e grandes perdas. Priorize cultivares que combinem boa resistência aos principais problemas da sua região com um potencial produtivo comprovado para suas condições de solo e clima.
Como posso usar o ZARC (Zoneamento Agrícola) na prática para escolher a cultivar certa?
O ZARC é seu guia para minimizar riscos climáticos. Primeiro, consulte o ZARC para seu município para identificar as épocas de plantio com menor risco de seca, geada ou excesso de chuva. Em seguida, escolha uma cultivar cujo ciclo (GRM) se encaixe perfeitamente dentro dessa janela de semeadura mais segura, aumentando as chances de sucesso da safra.
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