Controlar a Spodoptera frugiperda, mais conhecida como lagarta-do-cartucho, é um desafio constante e uma prioridade para produtores em todo o Brasil. Esta praga, uma velha conhecida das lavouras, continua a causar dores de cabeça e prejuízos significativos. Em 2017, ela voltou a ser notícia mundial ao devastar plantações na África, um lembrete de seu alto poder destrutivo.
A FAO estima que, anualmente, o Brasil gasta cerca de 600 milhões de dólares apenas para controlar as infestações dessa lagarta. Diante de um custo tão elevado, a pergunta é inevitável: como podemos controlar eficientemente uma praga tão agressiva?
(Fonte: Revista Globo Rural)
A resposta está no conhecimento. Entender as tecnologias disponíveis — das biológicas às digitais — é o que diferencia um manejo reativo de um controle verdadeiramente eficaz.
Neste artigo, vamos detalhar as principais ferramentas para combater a Spodoptera frugiperda, abordando o controle químico, biológico e outras tecnologias inovadoras que podem ser implementadas na sua fazenda.
O Primeiro Passo do Controle Eficiente: Conhecer o Ciclo da Spodoptera frugiperda
Para controlar um inimigo, é preciso conhecê-lo. A Spodoptera frugiperda possui um ciclo de vida rápido, com um tempo de geração de aproximadamente 30 dias, o que favorece sua multiplicação na lavoura.
Entenda as principais características do seu ciclo:
- Postura: Os ovos são depositados em massa sobre as folhas.
- Eclosão: Em um período de 3 a 5 dias, as lagartas eclodem e começam a se alimentar da planta.
- Hábito: A lagarta tem hábitos noturnos, o que pode dificultar sua identificação durante o dia.
- Identificação: Ela se diferencia de outras lagartas por duas marcas principais: um “Y” invertido na cabeça e quatro pontos pretos em relevo no final do corpo, que formam um quadrado.
(Fonte: Adaptado de CABI – PlantWise)
É fundamental ter atenção ao momento ideal de controle. A praga é mais vulnerável e fácil de ser controlada na fase de ovo e, principalmente, nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, do 1º ao 3º ínstar.
Para entender melhor: [Ínstar]: significa cada uma das fases de desenvolvimento da lagarta entre as trocas de pele. Controlá-la nos primeiros ínstares aumenta muito a eficácia dos produtos.
Agora que revisamos as características da lagarta, vamos explorar as tecnologias de controle disponíveis.
Tecnologia de Inseticidas Biológicos para o Controle da Spodoptera frugiperda
O controle biológico está ganhando cada vez mais espaço por ser uma alternativa sustentável e eficiente. Ele utiliza organismos vivos para controlar populações de pragas, garantindo menor agressão ao meio ambiente e mais segurança para o trabalhador.
Quando aplicados corretamente, os produtos biológicos controlam alvos específicos, preservam os inimigos naturais presentes na lavoura e podem reduzir os custos com defensivos químicos. Com o avanço de tecnologias como drones e aplicação em taxa variável, seu uso se torna ainda mais preciso e sustentável.
Vamos conhecer os principais produtos biológicos disponíveis no mercado:
Bacillus thuringiensis (Bt)
O Bacillus thuringiensis é uma bactéria encontrada naturalmente no solo, muito conhecida por seu uso em plantas transgênicas (plantas Bt). Durante seu ciclo de vida, essa bactéria produz proteínas com alto poder inseticida. As mais famosas são as proteínas Cry, que atuam diretamente no sistema digestivo da lagarta.
Estudos mostram que mesmo as lagartas que sobrevivem ao tratamento com Bt sofrem efeitos subletais.
Em outras palavras: [Efeitos subletais]: significam que, mesmo que a lagarta não morra imediatamente, seu desenvolvimento é tão prejudicado que ela perde a capacidade de se alimentar, crescer e se reproduzir, deixando de ser uma ameaça à lavoura. Pesquisas indicam que 90% das lagartas afetadas não chegam à fase de pupa (fase adulta).
Algumas lagartas mortas pela ação de Bacillus thuringiensis podem apresentar este aspecto murcho.
(Fonte: Ted Radovich)
Recomendação importante:
- Se sua cultivar não possui a tecnologia Bt, a aplicação de produtos à base deste microrganismo é uma excelente opção.
- Se sua lavoura já é Bt, não é recomendado usar esse produto. A aplicação de duas tecnologias com o mesmo modo de ação acelera o desenvolvimento de lagartas resistentes, diminuindo a vida útil da tecnologia.
Você pode consultar a bula de um dos produtos registrados para milho aqui.
Vírus (Baculovírus)
Um lançamento recente no mercado é o CartuchoVIT, um produto à base do Baculovírus spodoptera. Fruto de anos de pesquisa da Embrapa Milho e Sorgo em parceria com o Grupo Vitae Rural, ele promete um controle de até 95% das lagartas com até 1 cm de comprimento. Suas vantagens incluem uma formulação de fácil aplicação e a necessidade de poucas entradas na lavoura.
Veja a bula do produto aqui.
Mini Vespas (Trichogramma pretiosum)
O Trichogramma pretiosum é uma microvespa que atua como um poderoso agente de controle, pois parasita os ovos da Spodoptera frugiperda. Ao depositar seus próprios ovos dentro dos ovos da praga, ela impede que as lagartas cheguem a eclodir, evitando completamente os danos na lavoura.
A aplicação é feita distribuindo ovos já parasitados pela lavoura, que eclodem e iniciam a colonização. A recomendação geral é a liberação de cerca de 100 mil parasitoides por hectare, com duas a três aplicações em intervalos de dez dias. Este método pode alcançar um controle superior a 60% da lagarta-do-cartucho.
T. pretiosum parasitando ovos de S. frugiperda (acima) e ovos já parasitados (abaixo).
(Fonte: Ivan Cruz em Embrapa)
Algumas das empresas que comercializam estas vespas são a Koppert, Promip e Abr controles biológicos.
Tecnologias Inovadoras no Auxílio ao Controle da Spodoptera frugiperda
A tecnologia digital está transformando a forma como manejamos as pragas, trazendo mais precisão e eficiência para o campo.
Drones
O uso de drones na agricultura já é uma realidade consolidada. Eles são ferramentas versáteis que otimizam diversas operações. Segundo o Professor Alexandre de Sene Pinto, do Centro Universitário Moura Lacerda, a aplicação da vespinha Trichogramma nos 2,3 milhões de hectares tratados no Brasil já é feita majoritariamente com tecnologia:
- 35% com drones;
- 50% com avião agrícola;
- 12% manualmente;
- 3% com moto.
Além da liberação de agentes biológicos, os drones são excelentes para:
- Aplicações de defensivos: Permitem pulverizações ágeis e localizadas, especialmente em áreas de difícil acesso.
- Monitoramento em tempo real: Equipados com câmeras de alta resolução, permitem identificar focos de infestação rapidamente, antes que se espalhem.
Empresas como a Horus oferecem soluções de monitoramento, enquanto a Arpac e a Xfly já realizam serviços de aplicação em lavouras.
Aplicação a Taxa Variável
A agricultura de precisão permite tratar cada parte da lavoura de acordo com sua necessidade específica. A aplicação a taxa variável é um pilar dessa estratégia, utilizando mapas gerados por sensores e monitoramento para aplicar insumos apenas onde e na quantidade necessária.
Softwares modernos podem criar mapas de infestação que se conectam diretamente a máquinas agrícolas com GPS. O operador recebe a orientação para regular o pulverizador conforme a necessidade de cada área, seguindo a recomendação agronômica. Drones com softwares de imagem também podem identificar reboleiras e aplicar inseticidas de forma localizada.
As vantagens são claras:
- Maior qualidade operacional dos equipamentos.
- Eficiência no uso de insumos, reduzindo custos e desperdício.
- Promoção de uma agricultura mais sustentável, com menor impacto ambiental.
- Rastreabilidade completa das atividades realizadas.
Essas tecnologias mostram que a fazenda inteligente, que conecta dados de sensores, clima e operações, é o caminho para um planejamento mais assertivo e uma gestão mais rentável.
Estratégias Complementares no Manejo da Spodoptera frugiperda
Além do controle direto, a nutrição e o fortalecimento das plantas desempenham um papel crucial na defesa contra pragas.
Silício
Estudos mostram que plantas com níveis adequados de silício são mais resistentes a insetos e doenças. O elemento forma uma camada protetora na superfície das folhas, criando uma barreira física.
Os principais efeitos contra insetos são:
- Ação direta: Desgaste das mandíbulas das lagartas ao se alimentarem.
- Ação indireta: Atração de inimigos naturais, que atuam no controle da praga, podendo influenciar até o terceiro nível trófico.
Para entender melhor: [Terceiro nível trófico]: refere-se aos predadores que se alimentam de outros predadores ou parasitoides (os inimigos naturais da praga), criando um ecossistema de controle mais robusto.
A tabela abaixo, do IPNI, mostra o efeito do silício na supressão de diversas pragas:
(Fonte: Informação agronômica nº134, IPNI)
Para a Spodoptera frugiperda no milho, observou-se aumento significativo da mortalidade e do canibalismo entre as lagartas em plantas tratadas com silício.
(Fonte:Informação agronômica nº134, IPNI)
O silício é absorvido pela planta como ácido monossilícico (H4SiO4) junto com a água. Por ser pouco móvel na planta, a aplicação foliar é uma ótima opção. Além disso, o silício ajuda a reduzir a fixação de fósforo no solo e diminui o efeito tóxico do alumínio e do manganês. Estudos indicam que ele também pode ser misturado a inseticidas para potencializar o controle.
Fosfitos
Os fosfitos são uma forma de fósforo que é mais facilmente absorvida e movimentada dentro da planta do que o fosfato tradicional. Eles são conhecidos por sua ação múltipla:
- Ação fúngica: Ajudam no controle de doenças.
- Ativação de defesas: Estimulam a produção de fitoalexinas, as defesas naturais da planta.
- Recuperação pós-glifosato: Auxiliam na produção de aminoácidos inibidos pelo herbicida.
Estudos mais recentes, como os realizados na UNB, mostram que o fosfito de potássio também causa mortalidade em lagartas de segundo ínstar e afeta a reprodução da Spodoptera frugiperda.
Óleo de Nim
O óleo de nim é um extrato natural cujo principal ingrediente ativo é a azadiractina. Essa substância tem múltiplos efeitos sobre os insetos: toxicidade, repelência, redução do crescimento, da postura de ovos e da alimentação. Pesquisas da Embrapa (veja aqui e aqui) já comprovaram sua eficiência. A grande vantagem é sua baixa toxicidade para humanos e animais e sua rápida degradação no ambiente.
Fungo Beauveria bassiana
A Beauveria bassiana é um fungo entomopatogênico, ou seja, que causa doenças em insetos. Diferente da bactéria Bt, que precisa ser ingerida, os esporos deste fungo germinam ao entrar em contato com a cutícula (pele) do inseto, penetrando e colonizando seu corpo por dentro. O fungo se multiplica, produz toxinas e consome os nutrientes do hospedeiro, levando-o à morte.
Spodoptera frugiperda atacada por Beauveria bassiana.
(Fonte: Entopcastillo)
Este fungo é eficaz contra um grande número de artrópodes, incluindo a S. frugiperda. Pesquisas no Brasil já avaliaram seu potencial, como você pode ver aqui e aqui.
Tecnologias Convencionais de Manejo
Junto com as inovações, as tecnologias já consolidadas continuam sendo a base de um bom manejo.
Tecnologia de Cultivares
A escolha da cultivar correta, seja ela convencional ou transgênica, é o primeiro passo. Ela deve ser adaptada à sua região e ao seu sistema de produção. A tecnologia Bt é uma opção eficiente, especialmente em cultivares piramidadas, que expressam mais de uma proteína inseticida.
Contudo, para preservar a eficácia dessa tecnologia, a adoção de áreas de refúgio é obrigatória e inegociável. O refúgio evita a seleção de lagartas resistentes, um risco real, já que a Spodoptera frugiperda tem potencial comprovado de desenvolver resistência.
O IRAC-BR (Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas) faz as seguintes recomendações:
(Fonte: IRAC)
Saiba mais sobre a importância do refúgio no artigo “Tudo o que você precisa saber sobre área de refúgio para plantas Bt [Infográfico].”
Tecnologia de Tratamento de Sementes
O tratamento de sementes com inseticidas é uma ferramenta estratégica. Ele deve ser integrado a um plano de rotação de princípios ativos, respeitando a janela de aplicação de inseticidas (geralmente a cada 30 dias). Produtos com bom efeito residual são ideais para proteger a planta nos estágios iniciais. Muitas cultivares já vêm tratadas de fábrica, o que reduz operações e pode ser economicamente vantajoso.
Tecnologia de Controle Químico: Inseticidas
O controle químico continua sendo essencial, mas seu uso deve ser técnico e criterioso. Para maximizar a eficiência e evitar a resistência, siga as boas práticas recomendadas pelo IRAC-BR:
- Aplicar somente quando atingir o nível de dano econômico, e não de forma calendarizada.
- Planejar as janelas de aplicação para rotacionar os modos de ação. Manter um histórico das safras anteriores ajuda nesse planejamento.
- Alternar inseticidas com diferentes modos de ação para quebrar o ciclo de resistência.
- Utilizar tratamento de sementes como parte da estratégia integrada.
- Preservar inimigos naturais e organismos não-alvo, usando produtos mais seletivos sempre que possível.
- Utilizar misturas de inseticidas de forma estratégica e recomendada.
- Evitar produtos que já apresentam casos de resistência na sua região.
- Manejar restos culturais e plantas voluntárias (tiguera), que servem de abrigo para a praga.
- Praticar a rotação de culturas.
A lista completa de inseticidas registrados para o controle da Spodoptera frugiperda no milho pode ser consultada no Agrofit.
Lembre-se: o monitoramento constante da lavoura é o que determina o sucesso de qualquer tecnologia. Identificar o nível de dano para decidir o momento certo da aplicação é um dos maiores desafios. Um bom sistema de monitoramento e planejamento são fundamentais.
Mapas de calor, como este gerado no Aegro, mostram a incidência de pragas verificada em campo, facilitando a tomada de decisão.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o momento certo de agir, leia nosso artigo: “8 fundamentos sobre Manejo Integrado de Pragas que você ainda não aprendeu”.
Conclusão
O sucesso no controle da Spodoptera frugiperda não
Glossário
Área de refúgio: Porção da lavoura plantada com uma cultivar não-Bt (sem a tecnologia inseticida). Essa prática é obrigatória para evitar que as pragas desenvolvam resistência, garantindo a longevidade da tecnologia Bt.
Bacillus thuringiensis (Bt): Bactéria natural do solo que produz proteínas tóxicas para certas lagartas. É amplamente utilizada tanto em formulações de inseticidas biológicos quanto na criação de plantas transgênicas (milho Bt, soja Bt).
Cultivares piramidadas: Plantas transgênicas que contêm mais de um gene Bt, expressando diferentes proteínas inseticidas ao mesmo tempo. Essa “pirâmide” de genes amplia o espectro de controle e dificulta o desenvolvimento de resistência pela praga.
Efeitos subletais: Danos causados por um inseticida que não matam a praga imediatamente, mas afetam seu desenvolvimento. A lagarta pode parar de se alimentar, ter seu crescimento interrompido ou perder a capacidade de se reproduzir, deixando de ser uma ameaça.
Fungo entomopatogênico: Um tipo de fungo que causa doenças em insetos, levando-os à morte. Diferente de produtos que precisam ser ingeridos, estes fungos, como a Beauveria bassiana, agem por contato, infectando a praga através de sua “pele” (cutícula).
Ínstar: Cada uma das fases de desenvolvimento da lagarta entre as trocas de pele (ecdises). O controle é muito mais eficaz nos primeiros ínstares (1º ao 3º), quando a lagarta é menor e mais vulnerável aos inseticidas.
Parasitoide: Organismo que vive e se desenvolve dentro ou sobre outro organismo (o hospedeiro), eventualmente matando-o. A microvespa Trichogramma pretiosum é um exemplo, pois deposita seus ovos dentro dos ovos da lagarta-do-cartucho, impedindo sua eclosão.
Terceiro nível trófico: Refere-se à camada de predadores que se alimentam de outros predadores ou parasitoides. Fortalecer esse nível significa criar um ecossistema onde os inimigos naturais dos inimigos naturais da praga também são controlados, tornando o controle biológico mais estável e robusto.
Como a gestão integrada pode otimizar o controle da Spodoptera frugiperda
O controle eficaz da lagarta-do-cartucho, como vimos, depende de um monitoramento constante e da aplicação de diferentes tecnologias no momento certo. O grande desafio é organizar todas essas informações e transformá-las em um plano de ação coordenado, que seja ao mesmo tempo eficiente e economicamente viável.
Para centralizar o registro de monitoramentos, o planejamento de aplicações e o controle de custos, um software de gestão agrícola como o Aegro se torna um aliado estratégico. A plataforma permite registrar as infestações diretamente do campo pelo celular, gerando mapas de calor que indicam as áreas mais críticas. Com esses dados em mãos, fica mais simples planejar as pulverizações, controlar o estoque de defensivos e, principalmente, acompanhar o custo detalhado de cada operação, garantindo que o manejo da praga não comprometa a margem de lucro da safra.
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Perguntas Frequentes
Qual é o melhor momento para realizar o controle da lagarta-do-cartucho?
O controle é mais eficaz e econômico quando a praga está em seus estágios iniciais, do 1º ao 3º ínstar. Nessas fases, a lagarta é menor e mais vulnerável aos inseticidas, sejam biológicos ou químicos. Por isso, o monitoramento constante da lavoura é crucial para identificar a infestação no momento certo e agir antes que os danos se tornem severos.
Plantar uma variedade de milho Bt é suficiente para controlar a Spodoptera frugiperda?
Não. Embora a tecnologia Bt seja uma ferramenta poderosa, ela não elimina a necessidade de outras práticas de manejo. É obrigatório implementar áreas de refúgio (com milho não-Bt) para retardar o desenvolvimento de lagartas resistentes. Além disso, o monitoramento contínuo é essencial para avaliar a eficácia da tecnologia e decidir sobre a necessidade de aplicações complementares.
Qual a principal diferença entre o controle com Bacillus thuringiensis (Bt) e o fungo Beauveria bassiana?
A principal diferença está na forma de ação. O Bacillus thuringiensis (Bt) precisa ser ingerido pela lagarta para que suas toxinas atuem no sistema digestivo. Já a Beauveria bassiana é um fungo que age por contato; seus esporos germinam na cutícula (pele) do inseto, penetrando e colonizando seu corpo até causar a morte.
Posso combinar o controle biológico com o controle químico no manejo da lagarta-do-cartucho?
Sim, essa combinação é um dos pilares do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Métodos biológicos podem ser usados para manter a população da praga sob controle, enquanto o controle químico é acionado estrategicamente apenas quando a infestação atinge o nível de dano econômico. O ideal é usar produtos químicos seletivos para preservar os inimigos naturais presentes na lavoura.
Como o silício ajuda a proteger a lavoura contra o ataque da lagarta-do-cartucho?
O silício atua de duas maneiras principais. Primeiro, ele cria uma barreira física nas folhas, tornando-as mais duras e difíceis de serem mastigadas, o que desgasta as mandíbulas da lagarta. Segundo, plantas bem nutridas com silício podem se tornar mais atrativas para os inimigos naturais da praga, reforçando o controle biológico natural na área.
O uso de drones para monitoramento e aplicação é viável apenas para grandes propriedades?
Não necessariamente. Hoje, o acesso à tecnologia de drones está mais flexível, com muitas empresas oferecendo serviços de pulverização e monitoramento. Isso permite que pequenos e médios produtores contratem o serviço sob demanda, aproveitando os benefícios da agricultura de precisão sem a necessidade de investir na compra do equipamento.
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