Colheita de Soja no MT: 7 Problemas Comuns e Como Evitar Perdas na Lavoura

Redator parceiro Aegro.
Colheita de Soja no MT: 7 Problemas Comuns e Como Evitar Perdas na Lavoura

Claro, assumindo meu papel de IA especialista em conteúdo agrícola, vou transformar o texto fornecido em um artigo de blog otimizado, claro e bem estruturado para o produtor rural experiente. A meta é preservar toda a informação técnica, mas organizá-la de forma mais acessível e prática.


A soja continua sendo o motor da agricultura em Mato Grosso. Na safra 2019/20, o estado quebrou recordes de área plantada, produção total e produtividade por hectare, mostrando a força do nosso campo.

De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), tanto a produtividade quanto a área de soja cresceram quase 10% nos últimos cinco anos. Nesse mesmo período, a produção total do estado saltou quase 20%.

No entanto, o custo de produção também subiu, ficando cerca de 8% mais caro que na safra anterior. Com margens mais apertadas, cada grão que fica no campo representa um prejuízo direto no seu bolso.

Neste artigo, vamos detalhar 7 problemas comuns na colheita da soja no Mato Grosso e apresentar soluções práticas para cada um deles, ajudando você a maximizar os ganhos da sua propriedade.

O Desafio Central: Reduzir as Perdas para Garantir o Lucro

Com o preço da saca girando acima dos R$ 70 na época e um custo de produção beirando os R$ 4 mil por hectare, a expectativa de uma boa renda era alta. O grande desafio, então, passa a ser o controle das perdas durante a colheita.

No Brasil, essas perdas podem variar de 5% a 10%, chegando a absurdos 15% em casos mais graves. A boa notícia é que, com os cuidados certos, é totalmente possível reduzir esse número para apenas 1%.

Este é um gráfico de linhas que ilustra a ‘Evolução do Percentual de Área Colhida de Soja em Mato Grosso’. A imagem compara o Evolução do percentual de área colhida de soja em Mato Grosso (Fonte: Canal Rural)

Onde acontecem as perdas?

  • Até 80% das perdas na colheita de soja estão ligadas a regulagens incorretas na colhedora.
  • Pelo menos 20% são resultado do manejo da lavoura desde o plantio.

O ideal é que as perdas totais não ultrapassem 60 kg por hectare, o equivalente a uma saca. Em Mato Grosso, a janela de colheita é sempre apertada, seja para dar lugar à segunda safra de milho ou algodão, ou por causa das chuvas. Por isso, a eficiência é fundamental.

Vamos analisar os principais problemas e como resolvê-los.

Problemas que Começam Antes da Colhedora Entrar no Talhão

Muitas perdas na colheita são, na verdade, consequência de decisões tomadas meses antes, no plantio e manejo da lavoura.

1. Plantas com Baixo Porte

  • O Problema: Plantas com menos de 60 cm de altura tendem a formar vagens e hastes muito perto do solo. Isso força a plataforma de corte a trabalhar muito baixa, aumentando o risco de quebra de ramos e perdas de vagens que a máquina não consegue recolher.
  • A Solução: Fique atento à época de semeadura e à população de plantas. Semear tarde demais encurta o período vegetativo, resultando em plantas menores. Da mesma forma, uma população abaixo do recomendado também pode levar a esse problema.

2. Acamamento

  • O Problema: O acamamento, que é quando as plantas deitam, é uma das principais causas de perdas. A máquina simplesmente não consegue recolher a soja que está no chão. Isso geralmente acontece pelo uso de cultivares não adaptadas à colheita mecanizada ou por uma população de plantas excessiva.
  • A Solução: Use a população de plantas recomendada para a sua cultivar e região. Populações muito altas estiolam as plantas (elas crescem demais e finas), o que as torna fracas e propensas ao acamamento. A escolha da cultivar certa é o primeiro passo.

3. Preparo de Solo Inadequado

  • O Problema: Um preparo de solo incorreto ou a abertura de novas áreas pode deixar o terreno com um relevo acidentado, cheio de ondulações e “costelas”. Isso dificulta o trabalho da plataforma de corte, especialmente as de modelo fixo, que não conseguem copiar o terreno de forma eficiente, deixando muitas vagens para trás.
  • A Solução: Invista em um bom preparo físico e químico do solo. Um terreno bem nivelado e corrigido não só permite que a planta se desenvolva melhor, mas também aumenta a performance da colhedora, reduzindo drasticamente as perdas na plataforma.

4. Plantas Daninhas

  • O Problema: As plantas daninhas causam dois tipos de dor de cabeça na colheita:
    1. Competição no Início do Ciclo: Quando as daninhas competem com a soja no começo do ciclo, elas roubam nutrientes e luz, resultando em plantas de porte baixo e todos os problemas que já mencionamos.
    2. Infestação Tardia: A presença de mato verde no final do ciclo mantém a umidade na lavoura alta por mais tempo. Isso força o operador a reduzir a velocidade da colheita, aumentar a rotação do cilindro trilhador e levantar a plataforma de corte, o que resulta em mais dano mecânico aos grãos e mais perdas de vagens.
  • A Solução: A melhor estratégia é a prevenção. Um bom controle de daninhas no início, combinado com um estande de plantas bem formado e cobertura de palha no solo, reduz as chances de infestação no final do ciclo. Se o problema já estiver instalado, a dessecação pré-colheita pode ser a única saída para garantir uma colheita limpa e eficiente.

Problemas na Operação: Ajustes Finos na Colhedora que Fazem a Diferença

Com a lavoura pronta, a responsabilidade passa para a máquina e o operador. Aqui, os detalhes na regulagem são cruciais.

5. Corte e Alimentação da Colhedora

  • O Problema: Um molinete mal posicionado ou girando muito rápido pode debulhar as vagens antes mesmo de entrarem na máquina. Além disso, uma altura de corte inadequada é fatal: cortes realizados acima de 12 cm do solo podem aumentar as perdas totais entre 9% e 12%.
  • A Solução:
    • Molinete: Prefira molinetes com garras, que são mais suaves. Ajuste a rotação para ser compatível com a velocidade de avanço da máquina.
    • Plataforma de Corte: Regule a altura para trabalhar entre 9 cm e 12 cm do solo. Esse ajuste fino é um dos que mais traz retorno na redução de perdas.

6. Trilha e Debulha

  • O Problema: A velocidade da operação impacta diretamente a trilha.
    • Velocidade Alta: Muita massa (palha e grãos) entra no cilindro trilhador de uma vez, sobrecarregando o sistema. O resultado é um grande número de vagens que passam sem serem debulhadas.
    • Velocidade Baixa: Pouco material no cilindro faz com que os grãos sofram mais atrito e impacto, aumentando a chance de quebra e danos mecânicos.
  • A Solução: Encontre a velocidade de colheita ideal para as condições da sua lavoura. Além disso, colher com a umidade correta dos grãos (entre 13% e 15%) é fundamental para reduzir as chances de quebra.

momento dinâmico e crucial da colheita agrícola em grande escala. Em primeiro plano, uma colheitadeira mo (Fonte: Mato Grosso Econômico)

7. Separação e Limpeza

  • O Problema: Após a trilha, os grãos precisam ser separados da palha. Uma velocidade excessiva do saca-palhas ou uma regulagem inadequada das peneiras e do ventilador pode fazer com que grãos bons sejam jogados fora junto com os resíduos.
  • A Solução: A regulagem correta desses componentes é essencial. Ajuste a velocidade do cilindro debulhador, a abertura das peneiras e a força do ventilador de acordo com a umidade e o volume de massa que está sendo processada para garantir que apenas a palha seja descartada.

Otimize a Colheita de Soja para Evitar Problemas

A performance da colheita da soja depende diretamente do planejamento de todo o ciclo. Como vimos, decisões tomadas na semeadura, como a escolha da cultivar e a definição da população de plantas, impactam diretamente o porte da lavoura e a altura das vagens, fatores que determinam boa parte das perdas.

O manejo do solo e a adubação correta também são fundamentais para um desenvolvimento uniforme da lavoura, o que facilita enormemente a operação da colhedora.

O planejamento cuidadoso é a principal ferramenta para diminuir as perdas. Ferramentas de gestão agrícola podem ajudar a organizar todo o processo.

Com um software como o Aegro, por exemplo, é possível registrar históricos de cada talhão, planejar aplicações, criar alertas para manutenção de máquinas e acompanhar todos os custos da safra, desde o plantio até a colheita.

a tela de ‘Atividades’ do aplicativo móvel da Aegro, um software de gestão rural. A interface apresenta um pai Planejamento e registro da atividade da colheita pelo aplicativo do software Aegro

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Conclusão

Neste artigo, vimos os principais pontos onde acontecem as perdas na colheita de soja, tanto em Mato Grosso quanto em outras regiões produtoras.

Ficou claro que o planejamento é a base para reduzir essas perdas, que podem chegar a 15% do seu faturamento. A grande vantagem é que diminuir as perdas não significa aumentar os gastos; pelo contrário, impacta diretamente a lucratividade da fazenda.

Ao colocar esses grãos a mais no silo, você não só aumenta o lucro da sua propriedade, mas também contribui para a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.


Glossário

  • Acamamento: Termo técnico para o tombamento ou “deitamento” das plantas no campo, geralmente causado por excesso de plantas ou cultivares com caules fracos. Dificulta a colheita mecânica e é uma das principais causas de perdas de grãos.

  • Cilindro trilhador: Componente interno da colheitadeira responsável por separar os grãos das vagens e da palha. A sua velocidade e regulagem devem ser ajustadas para evitar quebra de grãos ou que vagens passem sem serem debulhadas.

  • Cultivar: Refere-se a uma variedade específica de uma planta, como a soja, que foi desenvolvida por meio de melhoramento genético para apresentar características desejáveis. A escolha da cultivar correta é crucial para a adaptação à região e à colheita mecanizada.

  • Dessecação pré-colheita: Aplicação de herbicidas de ação rápida para acelerar a secagem uniforme da lavoura e das plantas daninhas. Essa prática facilita e agiliza a operação da colheitadeira, especialmente em condições de alta umidade.

  • Estiolamento: Crescimento excessivo e enfraquecido do caule da planta, que se torna fino e comprido na busca por luz. É comum em lavouras com alta população de plantas e torna a soja mais suscetível ao acamamento.

  • IMEA: Sigla para Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. É uma organização que gera e divulga dados, análises e informações estratégicas sobre o agronegócio no estado de Mato Grosso.

  • Molinete: Peça giratória com dentes ou garras localizada na frente da plataforma de corte da colheitadeira. Sua função é guiar as plantas de soja de maneira suave e contínua para dentro do sistema de corte.

  • População de plantas: Corresponde ao número de plantas de soja por uma determinada área, como por hectare ou por metro linear. A densidade correta é fundamental para o bom desenvolvimento da lavoura e para evitar problemas como o estiolamento.

Veja como o Aegro pode ajudar a superar esses desafios

Reduzir as perdas na colheita começa muito antes da colhedora entrar no campo. Com o custo de produção cada vez mais alto, controlar cada detalhe do ciclo produtivo é fundamental para garantir a rentabilidade. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza o planejamento e o controle financeiro, permitindo um acompanhamento preciso dos gastos com insumos e operações.

Ao registrar todas as atividades da safra, desde a escolha da população de plantas até a dessecação, você cria um histórico valioso que ajuda a evitar problemas como o acamamento e a otimizar a regulagem das máquinas. Essa visão completa transforma dados em decisões mais seguras, garantindo que seu esforço no campo se converta no máximo de lucro no silo.

Vamos lá?

Que tal simplificar o planejamento da sua fazenda e ter certeza de que está fazendo o máximo para evitar perdas? Experimente o Aegro gratuitamente e veja na prática como tomar decisões mais seguras para uma colheita mais lucrativa.

Perguntas Frequentes

Qual é o nível de perda na colheita de soja considerado aceitável e como posso medi-lo no campo?

O ideal é que as perdas totais não ultrapassem 60 kg por hectare, o que equivale a uma saca. Para medir, você pode usar um copo medidor padronizado ou um arco de medição em uma área amostral logo após a passagem da colhedora, contando os grãos caídos no solo para estimar a perda por hectare e fazer os ajustes necessários na máquina.

Além da regulagem da colhedora, quais fatores do manejo pré-colheita mais impactam as perdas de soja?

O planejamento do plantio é crucial. A escolha de uma cultivar adaptada, a definição da população de plantas correta para evitar acamamento, um bom preparo de solo para nivelar o terreno e um controle eficiente de plantas daninhas desde o início do ciclo são os fatores que mais influenciam o sucesso da operação de colheita.

Qual a umidade ideal dos grãos de soja para iniciar a colheita e minimizar danos mecânicos?

A faixa de umidade ideal para a colheita da soja é entre 13% e 15%. Colher com umidade abaixo de 13% aumenta drasticamente a quebra de grãos e a debulha natural. Já colher acima de 15% dificulta a separação dos grãos da palha, sobrecarrega o sistema de trilha e eleva os custos com secagem no armazém.

O acamamento das plantas de soja pode ser revertido ou apenas prevenido?

O acamamento é um problema praticamente irreversível após ocorrer, sendo a prevenção a única estratégia eficaz. A prevenção envolve o uso de cultivares com boa resistência ao acamamento, o respeito à população de plantas recomendada para evitar o estiolamento e um manejo nutricional equilibrado, especialmente com nitrogênio.

É mais importante focar na regulagem da plataforma de corte ou no sistema de trilha da colhedora para reduzir perdas?

Ambos são vitais, mas as maiores perdas, frequentemente chegando a 80% do total, ocorrem na plataforma de corte. Ajustes finos na altura da barra de corte (entre 9 e 12 cm do solo) e na velocidade do molinete trazem o retorno mais imediato. Após otimizar a plataforma, deve-se focar na regulagem da trilha e separação.

A dessecação pré-colheita é sempre necessária para uma boa colheita de soja?

Não, a dessecação não é uma prática obrigatória, mas sim uma ferramenta estratégica. Ela é altamente recomendada quando há alta infestação de plantas daninhas de folhas largas no final do ciclo ou quando a lavoura apresenta maturação desuniforme. Seu objetivo é garantir uma colheita mais limpa, rápida e com menos umidade na massa colhida.

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