Apenas 2% da área cultivada no Brasil é irrigada. Para os outros 98% dos produtores que dependem diretamente das chuvas, entender as condições climáticas futuras não é apenas uma vantagem, mas uma necessidade para o sucesso da safra.
Nesta safra 2019/20, em particular, a irregularidade das chuvas tem sido um desafio, com excesso em algumas áreas e falta em outras. Ferramentas como o zoneamento climático e o acesso a históricos de chuvas da sua região são fundamentais para auxiliar no manejo e na tomada de decisões.
Confira neste artigo uma análise das principais tendências climáticas para o primeiro trimestre de 2020 e como se preparar.
Como será o clima nos primeiros meses de 2020?
Durante grande parte do ano de 2019, o fenômeno El Niño influenciou o clima com intensidade moderada em diversas regiões do Brasil. Essa condição afetou o regime de chuvas em áreas importantes do Nordeste, Centro-Sul, Centro-Oeste e também nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para o início de 2020, os modelos matemáticos apontam para um cenário de neutralidade climática sobre o país. Isso significa que a tendência é de as chuvas se normalizarem, ficando mais próximas das médias históricas de cada região.
Para entender melhor:
Com a ausência da influência do El Niño, a expectativa é que as temperaturas não fiquem tão acima do normal como aconteceu no começo de 2019.
Para o próximo trimestre, a previsão é de neutralidade em relação aos fenômenos El Niño e La Niña, o que favorece a regularização das chuvas.
(Fonte: O Presente Rural)
Condições climáticas para o 1º trimestre de 2020 nas diferentes regiões brasileiras
O cenário de neutralidade é geralmente mais favorável para a agricultura, pois evita problemas extremos como secas severas ou chuvas excessivas causadas por fenômenos como El Niño ou La Niña. Veja o que esperar para cada região:
Regiões Norte e Nordeste: Com o cenário de neutralidade, a expectativa é de chuvas mais bem distribuídas nos primeiros meses de 2020.
Região Central: A previsão aponta para chuvas mais regulares e presentes durante o início do ano. No entanto, produtores em algumas áreas do Brasil Central devem ficar atentos à possibilidade de chuvas durante a colheita da primeira safra, o que exige planejamento logístico.
MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia): O início de 2020 deve ser de instabilidade climática. As poucas frentes frias que alcançam a região estão conseguindo levar umidade, resultando em episódios de chuva.
Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul: No norte de MT e GO, as chuvas devem ficar dentro das médias históricas. Já o estado do Mato Grosso do Sul pode enfrentar um início de ano com menos chuvas do que o esperado.
Região Sudeste: São esperadas chuvas bem distribuídas nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Em São Paulo, contudo, alguns locais podem ter menos chuva e enfrentar períodos de veranico.
- Veranico: significa um período de seca e calor intenso que ocorre durante a estação chuvosa.
- Uma boa construção do perfil do solo, com raízes profundas e a utilização do Sistema de Plantio Direto, pode ajudar as culturas a suportar melhor esses períodos mais secos.
Região Sul: O cenário aqui é diferente do resto do país. A previsão indica chuvas irregulares, o que pode levar a produtividades abaixo da média em algumas lavouras.
Previsão de chuvas para cada região no período de dezembro/2019 a fevereiro/2020.
(Fonte: Inmet)
Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc)
As condições climáticas seguem ciclos que se repetem de acordo com a localidade e a época do ano. Para ajudar o produtor a lidar com essa variabilidade, a Embrapa e seus parceiros desenvolveram o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático).
Essa ferramenta indica o momento ideal para o plantio ou semeadura de cada cultura, por município. O Zarc leva em consideração:
- As características do clima local;
- O tipo de solo da região;
- O ciclo de cada cultivar.
O objetivo é minimizar os riscos causados por adversidades climáticas durante o desenvolvimento da lavoura, ajudando a reduzir as perdas agrícolas. O Zarc é uma tecnologia consolidada, usada como base para o planejamento de atividades, políticas públicas, contratação de seguro agrícola e até na concessão de crédito rural.
Mapa da média histórica de chuvas no período de dezembro a fevereiro para cada região do país.
(Fonte: Inmet)
Aplicativos que Ajudam no Planejamento com Base no Clima
Para facilitar o acesso a essas informações, existem ferramentas digitais que colocam os dados climáticos na palma da sua mão.
Plantio Certo
Este é o aplicativo da Embrapa que torna a consulta ao Zarc mais simples e rápida. Com ele, você pode verificar as melhores datas de semeadura para 43 culturas diferentes em todo o Brasil. O app fornece informações personalizadas com base em:
- Município;
- Tipo de solo;
- Cultura desejada;
- Ciclo da planta.
O sistema apresenta a época de semeadura mais indicada, associando-a a níveis de risco de perda de produção de até 20%, 30% e 40%. Além disso, o aplicativo oferece análises sobre o armazenamento de água no solo, dados de chuva e temperaturas máximas e mínimas.
(Fonte: Flávia Bussaglia Fiorini)
Aegro com Integração Climatempo
Agora também é possível acessar informações climáticas detalhadas para o planejamento das atividades da sua fazenda diretamente pelo Aegro. O software de gestão agrícola oferece integração com a Climatempo.
Com essa funcionalidade, o usuário tem acesso a dados meteorológicos precisos para a sua propriedade, como:
- Velocidade e direção do vento;
- Janela de pulverização ideal;
- Umidade relativa do ar;
- Evapotranspiração.
Essas informações permitem gerar relatórios detalhados para tomar decisões mais seguras no dia a dia.
](https://conhecimento.aegro.com.br/contato)
Você pode assinar o Climatempo pelo Aegro e, assim, conseguir um planejamento de atividades agrícolas e manejo da lavoura ainda melhor.
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Conclusão
A principal mensagem para o 1º trimestre de 2020 é um clima de neutralidade na maior parte do país, o que sugere uma normalização das chuvas em comparação com o ano anterior. No entanto, as previsões indicam variações importantes entre as regiões, com mais umidade no Norte/Nordeste e possíveis irregularidades no Sul.
Tecnologias como os aplicativos Plantio Certo e Aegro são aliadas poderosas. Elas ajudam a determinar os melhores momentos para a semeadura e outras operações, transformando dados climáticos em decisões estratégicas e minimizando os riscos de perdas de produção.
Fique atento aos prognósticos para a sua localidade e mantenha um bom planejamento agrícola. Usar as ferramentas certas é o caminho para alcançar maior produtividade, mesmo em um cenário de clima desafiador.
Glossário
El Niño: Fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. No Brasil, tende a causar secas no Norte/Nordeste e chuvas intensas no Sul.
Evapotranspiração: É a perda de água do solo para a atmosfera, combinando a evaporação direta da superfície e a transpiração das plantas. Medir esse índice ajuda a determinar a necessidade de irrigação da lavoura.
La Niña: Oposto do El Niño, é um fenômeno causado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Geralmente, provoca mais chuvas no Norte/Nordeste e períodos de seca na Região Sul do Brasil.
Neutralidade climática: Período em que as temperaturas do Oceano Pacífico se mantêm dentro da média, sem a influência dos fenômeros El Niño ou La Niña. Nessas condições, o clima tende a seguir os padrões históricos de cada região.
Plantio Direto: Técnica de cultivo conservacionista em que a semeadura é feita sobre a palhada da cultura anterior, sem revolver o solo. Ajuda a reter umidade, proteger contra erosão e melhorar a saúde do solo.
Veranico: Um período de estiagem com temperaturas elevadas que ocorre em plena estação chuvosa. Pode durar dias ou semanas, causando estresse hídrico nas plantas em desenvolvimento.
Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático): Ferramenta da Embrapa que indica as melhores épocas para o plantio de cada cultura em cada município. O Zarc analisa o clima, o solo e o ciclo da planta para minimizar os riscos de perdas por eventos climáticos.
Como o Aegro ajuda a transformar previsões em planejamento
Saber a melhor época de plantio com o Zarc e ter a previsão do tempo detalhada são passos fundamentais, mas o verdadeiro desafio é transformar esses dados em um plano de ação eficiente para a fazenda. Lidar com a irregularidade das chuvas, por exemplo, exige um planejamento de atividades preciso para aproveitar as janelas ideais de plantio e pulverização, evitando retrabalho e desperdício de insumos.
É aqui que um software de gestão agrícola como o Aegro se torna um aliado estratégico. Ele centraliza seu planejamento safra a safra, permitindo registrar e acompanhar todas as operações no campo. Ao integrar dados climáticos, fica mais fácil ajustar o cronograma em tempo real e garantir que as atividades sejam executadas nas melhores condições, otimizando o uso de máquinas e defensivos. Assim, você conecta a previsão do tempo diretamente ao seu controle de custos e ao desempenho da lavoura.
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Perguntas Frequentes
O que significa um cenário de ’neutralidade climática’ e por que ele é importante para o planejamento da safra?
A neutralidade climática ocorre quando não há influência dos fenômenos El Niño ou La Niña, fazendo com que o clima se comporte de maneira mais previsível e próxima das médias históricas de cada região. Isso é vantajoso para o agricultor, pois facilita o planejamento das atividades, como a definição da janela de plantio e a previsão de insumos, com base em padrões de chuva e temperatura mais estáveis.
Como o Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) ajuda o produtor a reduzir perdas na lavoura?
O Zarc é uma ferramenta que cruza dados históricos de clima, tipo de solo e ciclo de cada cultura para um determinado município. Com base nessa análise, ele indica as épocas de plantio com menor risco de perdas por adversidades climáticas, como secas ou excesso de chuva. Ao seguir as recomendações do Zarc, o produtor aumenta significativamente as chances de a lavoura se desenvolver em condições favoráveis, minimizando prejuízos.
O que é um ‘veranico’ e quais práticas de manejo ajudam a lavoura a resistir a ele?
Veranico é um período de seca e calor intenso que acontece em plena estação chuvosa, causando estresse hídrico nas plantas. Para mitigar seus efeitos, práticas conservacionistas como o Sistema de Plantio Direto são essenciais, pois a palhada sobre o solo ajuda a reter umidade. Além disso, investir na construção de um bom perfil de solo, que estimule o desenvolvimento de raízes profundas, permite que a planta acesse água em camadas mais baixas.
Além do plantio, como a previsão do tempo detalhada ajuda em outras operações agrícolas?
Dados detalhados sobre umidade, temperatura e, principalmente, velocidade e direção do vento são cruciais para definir a ‘janela de pulverização’ ideal. Realizar a aplicação de defensivos nas condições corretas evita a deriva e garante a eficácia do produto. A previsão também é vital para planejar a colheita, evitando que as chuvas danifiquem os grãos ou atrapalhem a logística de escoamento.
O artigo menciona previsões para 2020. As ferramentas como o Zarc ainda são atualizadas e relevantes hoje?
Sim, absolutamente. O Zarc é atualizado anualmente pela Embrapa para diversas culturas e todos os municípios do Brasil, permanecendo uma ferramenta fundamental para o planejamento agrícola, seguro rural e crédito agrícola. Da mesma forma, os aplicativos de gestão e clima são constantemente aprimorados, oferecendo dados cada vez mais precisos e funcionalidades novas para apoiar as safras atuais.
Qual a principal diferença entre o aplicativo ‘Plantio Certo’ e a integração climática do Aegro?
O ‘Plantio Certo’ é uma ferramenta especializada da Embrapa, focada em facilitar a consulta ao Zarc para definir a melhor época de semeadura. Já a integração climática do Aegro é mais ampla, pois insere a previsão do tempo detalhada diretamente no sistema de gestão da fazenda, ajudando não só no plantio, mas no planejamento e registro de todas as operações diárias, como pulverização e colheita.
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- Entenda como interpretar as informações do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático): Este artigo é o complemento mais direto e prático. Enquanto o artigo principal apresenta o Zarc como uma ferramenta essencial, este candidato funciona como um manual de instruções detalhado, explicando como interpretar e consultar o Zarc em diferentes plataformas, transformando uma recomendação teórica em uma ação concreta para o produtor.
- Entenda os principais fenômenos meteorológicos na agricultura e planeje melhor sua produção: Este artigo fornece a base científica necessária para compreender a previsão do texto principal. Ele aprofunda os conceitos de El Niño e La Niña, que são apenas brevemente definidos no artigo principal, e introduz outros sistemas como ‘rios voadores’ e ZCAS, enriquecendo o entendimento do leitor sobre o porquê de as chuvas se comportarem de determinada maneira no Brasil.
- Qual a relação entre clima e agricultura?: Este artigo estabelece o contexto fundamental que justifica a importância de uma previsão climática. Ele conecta os elementos da previsão (temperatura e umidade) às necessidades fisiológicas específicas de culturas como soja e milho, explicando o impacto direto do clima na germinação e no enchimento de grãos. Ele responde à pergunta ‘por que exatamente essa previsão é tão crucial para a minha lavoura?’.
- Como produzir sua segunda safra de milho mesmo com a La Niña: Este artigo oferece uma aplicação prática e específica para as informações climáticas gerais. Ele foca no desafio da segunda safra de milho, um ciclo altamente dependente das condições climáticas do final da estação chuvosa. Isso demonstra como traduzir uma previsão macro em decisões estratégicas para um dos plantios mais importantes e arriscados do ano agrícola.
- La Niña: 6 cuidados para não perder sua produção: Este artigo fornece um conjunto de táticas de manejo altamente acionáveis para lidar com os extremos climáticos (excesso ou falta de chuva) mencionados como riscos regionais no texto principal. Mesmo com uma previsão de ’neutralidade’, o artigo principal alerta para irregularidades; este candidato entrega as estratégias práticas de semeadura, adubação e escolha de cultivares para mitigar esses riscos.