A cigarrinha-do-milho é o inseto responsável por transmitir o enfezamento do milho, uma doença com um potencial de dano gigantesco, que pode levar a perdas de até 100% da sua lavoura.
Nos últimos anos, a presença dessa praga tem aumentado muito nas áreas de produção de milho safra e safrinha. Você sabe por que isso está acontecendo? Consegue identificar o inseto corretamente e sabe o momento certo de controlar?
Neste guia completo, vamos detalhar os aspectos mais importantes da biologia da cigarrinha, mostrar como identificar os sintomas das doenças que ela transmite e, o mais importante, quais boas práticas você deve adotar para proteger sua produção e evitar prejuízos.
Características da Cigarrinha-do-Milho
A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é um inseto sugador da família Cicadellidae. Sua presença é registrada apenas nas Américas do Norte, Central e do Sul.
Para facilitar a identificação, observe suas principais características:
- Tamanho: Quando adulto, o inseto mede entre
3 mm e 4 mm
. - Coloração: Possui um tom branco-palha, levemente esbranquiçado ou acinzentado.
- Ninfas: As formas jovens do inseto têm uma coloração amarelo-pálida.
As fêmeas depositam seus ovos dentro do tecido da planta, geralmente na nervura central das folhas. Tanto os adultos quanto as ninfas se alimentam sugando a seiva das folhas, principalmente na região do cartucho. Essa sucção não apenas enfraquece o desenvolvimento das plantas jovens e do seu sistema de raízes, mas também é o momento em que ocorre a transmissão de doenças graves.
Doenças Transmitidas pela Cigarrinha-do-Milho
Você já notou algum destes sintomas na sua lavoura de milho?
À esquerda, o enfezamento pálido. À direita, o enfezamento vermelho.
(Fonte: Embrapa, 2014)
Esses são os sintomas clássicos dos enfezamentos, doenças causadas por molicutes (microrganismos parecidos com bactérias) que a cigarrinha-do-milho espalha pelas lavouras.
Enfezamento Pálido e Enfezamento Vermelho
Existem dois tipos principais de enfezamento, cada um causado por um agente diferente:
- Enfezamento Pálido: Causado pelo espiroplasma (Spiroplasma kunkelii). O principal sintoma são estrias claras (cloróticas) que aparecem na base das folhas e correm paralelas às nervuras.
- Enfezamento Vermelho: Causado por um fitoplasma (Maize Bushy Stunt Phytoplasma). Os sintomas mais visíveis são as folhas avermelhadas nas pontas e nas bordas, que depois secam em direção ao centro. Também causa o desenvolvimento de brotos nas axilas das folhas, como se novas plantas estivessem crescendo na principal.
Além desses sinais específicos, as plantas afetadas por qualquer um dos enfezamentos podem apresentar:
- Amarelecimento geral das folhas (clorose).
- Super perfilhamento e proliferação de espigas (até seis ou mais por planta, geralmente improdutivas).
- Acamamento, devido ao fraco desenvolvimento das raízes.
Ambas as doenças são sistêmicas e vasculares. Isso significa que os patógenos se espalham por toda a planta através dos seus vasos condutores de seiva (o floema). O resultado é um “entupimento” desses canais, que impede a circulação de nutrientes e prejudica o desenvolvimento geral da planta.
Atenção: No campo, é muito difícil diferenciar os dois tipos de enfezamento apenas pelos sintomas, e é comum que ambas as doenças ocorram ao mesmo tempo na mesma lavoura.
Risca: A Virose Transmitida pela Cigarrinha
Além dos enfezamentos, a cigarrinha também pode transmitir o vírus conhecido como MRFV (Maize Rayado Fino Virus), que causa a doença da risca.
Os sintomas incluem:
- Pequenos pontos claros que formam linhas curtas ao longo das nervuras das folhas.
- Abortamento de gemas florais.
- Redução no crescimento geral da planta.
Folha de milho com sintomas de MRFV: riscas amareladas e pontilhadas, paralelas às nervuras.
(Fonte: Embrapa)
Danos Causados pela Cigarrinha-do-Milho
Os estragos causados pela cigarrinha são proporcionais ao número de plantas doentes e, principalmente, à época em que a infestação acontece. Quanto mais cedo a lavoura é atacada (nos estádios iniciais de desenvolvimento), maiores serão os prejuízos.
Os principais danos observados são:
- Plantas pequenas e com internódios curtos.
- Espigas pequenas, deformadas ou completamente improdutivas.
- Falhas graves na granação, resultando em grãos chochos.
- Secamento precoce da planta atacada.
- Proliferação de espigas e brotos nas axilas das folhas.
- Emissão de perfilhos na base da planta.
- Má-formação das palhas das espigas.
- Desenvolvimento anormal de raízes pequenas (radículas).
- Maior suscetibilidade a outros patógenos, que podem causar acamamento.
- Em casos severos, perda total da produção.
Como Identificar a Cigarrinha-do-Milho Corretamente?
Existem mais de 44 espécies de cigarrinhas no Brasil, mas apenas a Dalbulus maidis é capaz de transmitir os enfezamentos do milho.
A principal característica para diferenciá-la das outras espécies é a presença de duas manchas pretas bem visíveis entre os olhos.
Para identificar a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), procure pelas duas pintas pretas entre os olhos, indicadas pelas setas.
(Fonte: Charles Martins de Oliveira, 2020)
Modo de Transmissão
A transmissão dos patógenos pode ocorrer de duas formas:
- Modo Persistente: Após adquirir o patógeno, o inseto permanece infectado e capaz de transmitir a doença por toda a sua vida. É por isso que o controle precisa ser feito assim que a praga for detectada na área.
- Modo Propagativo: Os patógenos não apenas circulam dentro da cigarrinha, mas também se multiplicam em seu organismo, aumentando a capacidade de infecção.
Como o Inseto Adquire e Transmite o Patógeno
O ciclo de infecção acontece em etapas bem definidas:
- Aquisição: O inseto se alimenta da seiva de uma planta de milho já infectada, ingerindo os patógenos (molicutes).
- Circulação e Multiplicação: Os patógenos passam para o trato digestivo do inseto, atravessam a parede do intestino e se espalham pelo seu corpo. Eles se multiplicam principalmente nas glândulas salivares.
- Transmissão: A cigarrinha migra para uma planta sadia e, ao se alimentar, injeta sua saliva contaminada, inoculando os patógenos e transmitindo a doença.
Ciclo de Vida e Dinâmica Populacional
Entender o ciclo da cigarrinha é fundamental para o manejo:
- Ovos: Eclodem em aproximadamente 8 dias após a postura.
- Ninfas: Passam por 5 fases (instares) durante cerca de 17 dias.
- Adultos: Vivem de 50 a 60 dias.
- Ciclo completo (ovo a adulto): Leva de 25 a 30 dias.
Em temperaturas ideais (entre 26 °C
e 32 °C
), o ciclo pode se completar em apenas 24 dias, e uma única fêmea pode depositar até 14 ovos por dia. Ao longo de sua vida, uma fêmea pode colocar entre 400 e 600 ovos.
Os maiores problemas ocorrem em plantios tardios (safrinha) e sob temperaturas mais altas. Nessas condições, a cigarrinha pode gerar de 4 a 6 gerações, com uma explosão populacional que pode atingir entre 42 milhões e 190 bilhões de indivíduos.
Ciclo biológico da cigarrinha-do-milho.
(Fonte: Sementes Agroceres)
Fatores Chave para o Manejo da Cigarrinha
Existem quatro períodos críticos a serem considerados no ciclo de transmissão da doença:
Um ponto crucial é que o inseto sobrevive e se multiplica na entressafra em plantas hospedeiras, especialmente no milho tiguera (voluntário). Isso cria uma “ponte verde” que permite que a praga passe de uma safra para outra, causando problemas graves nos plantios tardios de safrinha.
A cigarrinha também pode se abrigar em outras gramíneas, como aveia, trigo, triticale, cana-de-açúcar, braquiária e milheto, além de plantas daninhas. Portanto, o monitoramento dessas áreas também é essencial.
Por Que a Ocorrência da Cigarrinha Aumentou Tanto?
O aumento da população da praga está ligado a alguns fatores principais:
- Oferta Contínua de Alimento: O cultivo intensivo de milho safra e safrinha, muitas vezes sem um vazio sanitário, oferece alimento ininterrupto para a cigarrinha.
- Rotação de Culturas Inadequada: A falta de uma rotação de culturas bem planejada permite que a praga se estabeleça na área.
- Temperaturas Favoráveis: Temperaturas médias entre
26 °C
e30 °C
aceleram o ciclo de vida do inseto e favorecem a disseminação das doenças.
O resultado do não controle da cigarrinha é o aumento constante da população e problemas cada vez mais graves. Segundo o Cepea, a falta de controle desta praga pode reduzir a produção nacional em 6,6%, impactando diretamente o preço do milho no mercado.
Por isso, identificar a praga (mesmo em baixas populações) e os sintomas das doenças logo no início é fundamental, especialmente nos estádios iniciais da cultura.
Cigarrinhas em folhas jovens de milho. O monitoramento precoce é crucial.
(Fonte: Foto de Fabiano Bastos em Embrapa)
Controle da Cigarrinha-do-Milho
Fique alerta: usar apenas uma tática de controle não será suficiente, especialmente com altas infestações. A abordagem mais eficaz é o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina diferentes estratégias.
Os manejos mais comuns são o cultural e o químico, complementados pelo controle biológico.
Importante: Para as doenças (enfezamentos e risca), as medidas devem ser sempre preventivas, pois não existem produtos curativos registrados para elas. O foco é controlar o inseto transmissor.
Estratégias de Manejo Cultural e Preventivo
- Planeje a Época de Plantio: Adequar a semeadura para evitar os picos populacionais da praga.
- Evite a “Ponte Verde”: Não sobreponha ciclos da cultura e evite plantios consecutivos na mesma área ou em áreas vizinhas.
- Elimine o Milho Tiguera: A destruição de plantas de milho voluntárias é a medida mais importante para quebrar o ciclo da praga na entressafra.
- Sincronize o Plantio na Região: Plantar na mesma janela que seus vizinhos ajuda a diluir o ataque da praga.
- Escolha Híbridos Tolerantes: Opte por híbridos com maior grau de tolerância aos enfezamentos e que sejam adaptados à sua região.
- Use Sementes de Qualidade: Evite sementes piratas. Prefira sementes certificadas e com tratamento industrial (TSI).
- Monitore Constantemente: Acompanhe a lavoura desde o início, com atenção especial entre os estádios VE e V8.
- Regule a Colheitadeira: Faça uma colheita do milho bem regulada para minimizar a perda de grãos, que se tornarão milho tiguera.
- Cuidado no Transporte: Utilize caminhões em boas condições para não espalhar grãos nas estradas.
Lembre-se: medidas isoladas não são eficazes. A prevenção, combinando várias dessas práticas, é a melhor estratégia.
A escolha do híbrido certo pode fazer uma grande diferença. Pesquisas mostram que genótipos de milho têm diferentes níveis de suscetibilidade aos enfezamentos.
Gráfico A mostra a produção de grãos, e o Gráfico B mostra as notas de enfezamento. Genótipos com maior severidade da doença (letra D) tiveram a menor produção.
(Fonte: Cota e colaboradores, 2018.)
Controle Químico
O controle químico deve ser parte de uma estratégia integrada.
- Tratamento de Sementes: É o método químico mais eficaz para proteger as plântulas de milho nos estádios iniciais, quando são mais vulneráveis.
- Pulverizações Foliares: A aplicação de inseticidas se torna necessária assim que a presença do inseto vetor é detectada na área.
- Escolha do Produto: O grupo químico dos Neonicotinoides apresenta os melhores resultados. Sua principal vantagem é a sistemicidade, ou seja, o produto é absorvido pela planta e se move por todos os tecidos, protegendo-a por inteiro. Ele também possui ação translaminar, o que significa que, mesmo aplicado na parte de cima da folha, ele penetra e atinge a parte de baixo, onde as ninfas costumam se abrigar.
- Rotação de Ingredientes Ativos: É indispensável rotacionar produtos com diferentes modos de ação para evitar o desenvolvimento de resistência. Sempre respeite o número máximo e o intervalo de aplicações recomendados na bula.
- Consulte Produtos Registrados: Para saber quais inseticidas são registrados para o controle da cigarrinha no milho, acesse o sistema Agrofit do MAPA.
Controle Biológico
O controle biológico é uma ferramenta complementar e sustentável que pode ser usada em conjunto com o manejo químico.
A principal opção são os produtos à base do fungo Beauveria bassiana. Esse fungo age por contato: ele penetra na cutícula (casca) do inseto, se multiplica em seu interior e causa sua morte.
Conclusão
Conhecer o histórico da sua área e da sua região é o primeiro passo para um manejo eficaz da cigarrinha-do-milho.
Lembre-se que o controle químico sozinho não resolverá o problema a longo prazo. É fundamental adotar medidas culturais e preventivas, como a eliminação do milho tiguera e a escolha de híbridos tolerantes.
Quanto antes você detectar a presença da cigarrinha e iniciar o controle integrado, com os produtos corretos e nas janelas de aplicação adequadas, menores serão seus prejuízos.
Com as informações deste guia, você está mais preparado para identificar os danos, entender o comportamento da praga e, o mais importante, adotar as melhores medidas de controle para proteger sua lavoura de milho.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que a cigarrinha-do-milho causa?
A cigarrinha-do-milho é o inseto que transmite o enfezamento do milho, uma doença com potencial para causar até 100% de perda na produção. Os danos variam conforme a época da infestação e podem incluir plantas pequenas e improdutivas, espigas malformadas, falhas na granação, grãos chochos e, em casos extremos, a perda total da lavoura.
Como controlar a cigarrinha-do-milho?
O controle deve ser integrado (MIP), combinando três frentes: manejo cultural (eliminar milho tiguera, sincronizar plantio), controle químico (tratamento de sementes e pulverizações com inseticidas, especialmente Neonicotinoides, rotacionando modos de ação) e controle biológico (uso de produtos à base do fungo Beauveria bassiana). Medidas preventivas são as mais importantes.
Glossário
Enfezamento do milho: Doença sistêmica que afeta o desenvolvimento da planta de milho, causada por molicutes e transmitida exclusivamente pela cigarrinha. Causa sintomas como avermelhamento das folhas, nanismo e espigas improdutivas, podendo levar à perda total da lavoura.
Manejo Integrado de Pragas (MIP): Estratégia que combina diferentes táticas de controle (cultural, biológico e químico) de forma harmônica. O objetivo é manter a população de pragas abaixo do nível de dano econômico, de maneira sustentável.
Milho Tiguera: Também conhecido como milho voluntário, são as plantas de milho que nascem de grãos perdidos na colheita anterior. Essas plantas servem de abrigo e alimento para a cigarrinha durante a entressafra, mantendo a praga na área.
Molicutes: Classe de microrganismos, semelhantes a bactérias, que não possuem parede celular. São os agentes causadores dos enfezamentos pálido (espiroplasma) e vermelho (fitoplasma) no milho.
MRFV (Maize Rayado Fino Virus): Sigla para o vírus que causa a doença da “risca” no milho. A transmissão também é feita pela cigarrinha e os sintomas são pequenos pontos claros que formam linhas ao longo das nervuras das folhas.
Neonicotinoides: Grupo de inseticidas com ação sistêmica, muito utilizados no tratamento de sementes e em pulverizações foliares. São absorvidos pela planta e se movem por seus tecidos, oferecendo proteção prolongada contra insetos sugadores como a cigarrinha.
Ponte Verde: Termo que descreve a presença contínua de plantas hospedeiras (como o milho tiguera) no campo durante a entressafra. Essa “ponte” permite que pragas como a cigarrinha sobrevivam e se multipliquem, infestando a safra seguinte.
Safrinha: Segunda safra cultivada no mesmo ano agrícola, geralmente semeada após a colheita da safra principal de verão (safra). No Brasil, é comum o plantio de milho safrinha após a colheita da soja.
Sistêmico (Inseticida): Produto químico que, ao ser aplicado, é absorvido pela planta e distribuído por todo o seu sistema vascular (seiva). Isso faz com que a planta inteira se torne tóxica para a praga que dela se alimenta, protegendo até mesmo as partes que não receberam a aplicação direta.
Simplificando o manejo com tecnologia
Implementar um Manejo Integrado de Pragas (MIP) eficaz, como detalhado neste artigo, exige organização e um registro preciso das atividades. Controlar o momento certo para monitorar, quando aplicar defensivos e quais produtos usar pode se tornar um grande desafio, especialmente quando as informações ficam espalhadas em cadernos ou planilhas.
Para superar essa dificuldade, ferramentas de gestão agrícola como o Aegro centralizam todo o planejamento e execução do controle de pragas. Com um software, você pode registrar os focos da cigarrinha diretamente do campo pelo celular, agendar as pulverizações e acompanhar os custos de cada operação. Isso garante que seu plano de manejo seja seguido à risca, otimiza o uso de insumos e cria um histórico valioso para decisões futuras.
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Perguntas Frequentes
Como posso ter certeza de que o inseto na minha lavoura é a cigarrinha-do-milho e não outra espécie?
A principal característica para identificar a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é a presença de duas manchas pretas bem visíveis na cabeça, entre os olhos. Embora existam dezenas de espécies de cigarrinhas no Brasil, apenas esta é capaz de transmitir os enfezamentos, tornando essa identificação visual crucial para o manejo correto.
Em qual fase da cultura do milho a cigarrinha causa mais danos?
Os maiores prejuízos ocorrem quando a infestação acontece nos estágios iniciais de desenvolvimento da planta, especialmente entre a emergência (VE) e a fase de oito folhas (V8). A infecção precoce compromete todo o desenvolvimento da planta, resultando em nanismo severo, espigas improdutivas e perdas drásticas de produtividade.
Por que a eliminação do milho tiguera é uma medida de controle tão importante?
O milho tiguera (voluntário) funciona como uma ‘ponte verde’, servindo de abrigo e fonte de alimento para a cigarrinha durante a entressafra. Ao eliminar essas plantas, quebra-se o ciclo de vida da praga, reduzindo drasticamente a população inicial que irá migrar para a nova lavoura e diminuindo a pressão de infecção.
O tratamento de sementes com inseticida é suficiente para controlar a cigarrinha durante todo o ciclo do milho?
Não, o tratamento de sementes é fundamental para proteger as plântulas no período mais crítico, logo após a emergência. Contudo, seu efeito residual diminui com o tempo. Por isso, é indispensável o monitoramento constante da lavoura para realizar pulverizações foliares complementares caso a população da praga atinja o nível de controle.
Plantar um híbrido de milho tolerante aos enfezamentos me isenta de controlar a cigarrinha?
Não. Híbridos tolerantes são uma ferramenta essencial, pois reduzem a severidade dos sintomas da doença, mas não impedem a infecção nem a multiplicação do inseto. Em cenários de alta pressão da praga, mesmo os híbridos tolerantes podem sofrer danos, tornando o controle do inseto vetor indispensável para proteger o potencial produtivo da lavoura.
Qual a diferença prática entre o controle químico e o biológico para a cigarrinha-do-milho?
O controle químico, especialmente com inseticidas sistêmicos como os neonicotinoides, oferece uma ação de choque e proteção interna à planta. Já o controle biológico, como o uso do fungo Beauveria bassiana, age por contato e é uma ferramenta complementar e mais sustentável. A melhor estratégia é integrar ambos os métodos dentro de um programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP).
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