*Helicoverpa armigera*: Identificação e Controle na Lavoura

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia.
*Helicoverpa armigera*: Identificação e Controle na Lavoura

A sua lavoura está constantemente sob a ameaça de pragas e doenças, e uma das mais conhecidas é a lagarta Helicoverpa armigera. A importância de conhecer esse inimigo é enorme, especialmente quando lembramos do impacto que ela já causou no Brasil.

Em 2013, o prejuízo estimado pelo ataque desta lagarta alcançou a marca de R$ 2 bilhões. Esse número mostra o tamanho do estrago que ela pode fazer se não for manejada corretamente.

Você sabe como fazer o manejo eficaz dessa praga na sua propriedade?

Para um controle realmente adequado, o primeiro passo é conhecer a fundo a lagarta, principalmente seu ciclo de vida. Um manejo bem-feito começa com a identificação correta no campo.

Continue lendo para aprender tudo sobre o ciclo, a identificação e as melhores estratégias de manejo da Helicoverpa armigera.

Ciclo de vida da Helicoverpa armigera: ovo, lagarta, pupa e mariposa adulta (Fonte: Adaptado de Embrapa)

Um Pouco da História da Helicoverpa armigera no Brasil

A identificação oficial desta lagarta no Brasil aconteceu em março de 2013, durante a safra 2012/13. Antes disso, a Helicoverpa armigera era classificada como uma praga quarentenária A1.

Mas, o que isso significa na prática?

Pragas quarentenárias são organismos que não existem no país ou, se existem, estão em áreas restritas. A sua presença representa uma grande ameaça à economia agrícola, mesmo que estejam sob controle. Existem dois tipos:

  • A1: Praga que ainda não está presente no país.
  • A2: Praga presente, mas encontrada apenas em algumas regiões, sem ampla distribuição.

Embora a identificação oficial seja de 2013, alguns pesquisadores acreditam que a H. armigera já estava no Brasil antes de outubro de 2008.

No começo, havia muita confusão para diferenciá-la de outras lagartas já conhecidas, como a lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis virescens) e a lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea).

Para controlar essa praga de forma eficiente, é fundamental conhecer suas características em cada fase da vida.

O Ciclo de Vida da Helicoverpa armigera: Características de Cada Fase

A espécie Helicoverpa armigera passa por quatro fases em seu ciclo: ovo, lagarta, pupa e adulto (mariposa). Entender cada uma delas é a chave para um manejo bem-sucedido.

Veja a seguir os detalhes de cada fase, de acordo com a Embrapa:

Fase 1: Ovo

O período de incubação dura cerca de 3 dias. Logo após ser depositado na planta, o ovo tem uma coloração branco-amarelada. Conforme a larva se desenvolve, ele escurece e fica marrom, pouco antes de eclodir.

Fase 2: Larva (Lagarta)

Esta é a fase que causa danos à lavoura. O estágio de lagarta possui seis ínstares, ou seja, seis etapas de crescimento.

  • Primeiro e segundo ínstares: As lagartas são pequenas, pouco móveis e têm coloração entre branco-amarelada e marrom-avermelhada. Nesta fase, elas comem as partes mais novas e tenras das plantas. Às vezes, produzem uma espécie de teia ou formam um pequeno casulo.
  • Ínstares seguintes: Conforme crescem, as lagartas mudam de cor, variando de amarelo-palha a verde. Elas desenvolvem listras marrons nas laterais do corpo.

Veja na imagem as diferentes colorações que as lagartas podem apresentar.

![Composição de quatro fotos mostrando lagartas da espécie Helicoverpa arLagartas Helicoverpa armigera em diferentes estágios de desenvolvimento sobre folhas"Lagarta-falsa-medideira: Identificação e Controle na Soja") Diferentes colorações da Helicoverpa armigera na fase larval (Fonte: André Shimohiro em Embrapa)

Fase 3: Pupa

Esta é uma fase imóvel do ciclo, com duração de 10 a 14 dias. A pupa tem coloração marrom e geralmente fica no solo. É dentro dela que ocorre a transformação da lagarta em mariposa adulta.

Fase 4: Adulto (Mariposa)

Na fase adulta, a fêmea vive em média 11,7 dias, enquanto o macho vive cerca de 9,2 dias. As mariposas fêmeas podem colocar ovos de forma isolada ou em grupos, geralmente nas folhas.

Uma característica para diferenciar os sexos é a cor: as fêmeas costumam ser mais amareladas, e os machos, mais acinzentados.

![Slide informativo com imagens e texto sobre a bioecologia da Helicoverpa armigera, mostrando o ciclo de vida e características de cada fasCiclo de vida e fases da Helicoverpa armigera: ovo, larva, pupa e adultorapa)*

É nesta fase de mariposa que a praga se espalha rapidamente pelos campos de produção, voando para novas áreas.

Quais Plantas a Helicoverpa armigera Ataca?

As plantas que servem de alimento para a praga são chamadas de hospedeiros. A Helicoverpa armigera é uma lagarta com muitos hospedeiros, o que a torna ainda mais perigosa.

Por se alimentar de uma grande variedade de plantas, ela é considerada polífaga.

Polífaga: significa que a praga consegue se alimentar e sobreviver em diversas culturas diferentes.

No Brasil, alguns dos principais hospedeiros da lagarta são:

  • Algodão
  • Soja
  • Milho
  • Tomate
  • Feijão
  • Sorgo
  • Milheto
  • Trigo
  • Crotalária
  • Girassol

E quais são os estragos que ela causa nessas culturas?

Danos Causados pela Helicoverpa armigera

É na fase de lagarta que a H. armigera causa prejuízos diretos nas lavouras.

Embora possam se alimentar de folhas e hastes, a preferência das lagartas é por estruturas reprodutivas, como botões florais, frutos, maçãs do algodoeiro, espigas de milho e inflorescências. O ataque a essas partes da planta compromete diretamente a produtividade.

O impacto é tão severo que o Sescoop/SP já relatou perdas de quase 80% em lavouras de feijão e 60% na cultura do algodão causadas pela Helicoverpa armigera.

Os danos se manifestam como deformações, apodrecimento e até a queda de flores e frutos.

Abaixo, veja exemplos dos danos causados pelo ataque em diferentes culturas:

![Mosaico com seis fotos mostrando os danos da lagarta Helicoverpa em algodão, milho, soja, feijão, tomate e sorgo, com furos e partes comidas.](/images/blog/danos-da-lagarta-helicoverpa-em-soja-milho-e-algodDanos da lagarta Helicoverpa em algodão, milho, soja, feijão, tomate e sorgo(B), soja (C), feijão (D), tomate (E) e sorgo (F)*** (Fonte: Embrapa)

Depois de ver o tamanho do problema, o próximo passo é saber como identificar corretamente essa praga no campo.

Como Identificar a Helicoverpa armigera na Lavoura

A identificação correta é crucial para um manejo eficiente. A Helicoverpa armigera tem algumas características distintas:

  • Presença de tubérculos (pontos escuros e salientes) no quarto e/ou quinto segmento do corpo da lagarta, formando um semicírculo.
  • Pele com aspecto coriáceo, ou seja, mais endurecido e áspero ao toque.

![Ilustração científica detalhada mostrando as características de uma lagarta, com destaque para os tubérculos e a textura da pele para identificação.](/images/blog/guia-visual-para-identificacao-de-lagartas-na-lavo.webp “Guia Visual para Identificação de Lagartas na LavouLagarta com tubérculos visíveis para identificação de espéciea confirmar a identificação da espécie presente na sua lavoura. A certeza é o primeiro passo para o controle correto.

Como o Ciclo de Vida Ajuda a Combater a Helicoverpa armigera

Conhecer o ciclo de vida da lagarta ajuda você a entender em qual fase ela ataca a cultura e como identificá-la em cada etapa. Esse conhecimento é a base para a amostragem e a tomada de decisão no Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Saber quando os ovos são depositados, quando as lagartas pequenas aparecem e quando as mariposas estão voando permite que você aplique as estratégias de controle no momento certo, aumentando a eficiência e reduzindo custos.

Estratégias de Manejo para a Helicoverpa armigera

Um manejo eficaz combina diferentes táticas. Veja as principais estratégias disponíveis:

1. Inseticidas Químicos e Biológicos

O controle da Helicoverpa armigera pode ser feito com inseticidas químicos ou biológicos. Já existem diversos produtos biológicos registrados e eficazes para o controle dessa praga em várias culturas, além dos inseticidas químicos com diferentes princípios ativos.

Ao escolher um inseticida, considere três fatores principais:

  1. Seletividade: A capacidade do produto de atingir a praga sem prejudicar inimigos naturais.
  2. Custo: O valor do produto em relação ao benefício esperado.
  3. Eficiência de campo: O desempenho real do produto nas condições da sua lavoura.

Para maximizar a eficiência e evitar problemas de resistência, é fundamental fazer a rotação de produtos com diferentes modos de ação dentro do seu plano de Manejo Integrado de Pragas (MIP). A aplicação deve começar quando a praga atingir o nível de controle identificado na amostragem.

O tratamento de sementes com inseticidas também é uma boa estratégia para proteger as plantas no início do ciclo e retardar a necessidade de pulverizações.

Você pode consultar os inseticidas registrados para a sua cultura no sistema Agrofit. E lembre-se sempre de consultar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para a recomendação correta.

Atenção: O Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC) já confirmou casos de resistência da H. armigera a inseticidas do grupo dos piretroides no Brasil. Isso reforça a importância da rotação de produtos.

2. Controle Biológico

Este tipo de manejo utiliza inimigos naturais para controlar a praga. Um dos agentes de controle biológico mais eficientes contra a Helicoverpa é o parasitoide Trichogramma sp., uma pequena vespa.

Veja como ele funciona:

  1. A mariposa da Helicoverpa deposita seus ovos nas folhas e frutos.
  2. Esses ovos liberam um odor que atrai a vespa Trichogramma.
  3. A vespa encontra o ovo e deposita seus próprios ovos dentro dele.
  4. Em vez de nascer uma lagarta, do ovo da Helicoverpa nascem novas vespas, que continuarão o ciclo de controle.

Foto macro mostrando uma pequena vespa Trichogramma parasitando um ovo de praga em uma folha. Vespa de Trichogramma spp. parasitando um ovo, uma tática de controle biológico. (Fonte: 3rlab)

3. Controle Genético (Plantas Bt)

Outra estratégia poderosa é o uso de cultivares geneticamente modificadas, conhecidas como plantas Bt.

Essas plantas recebem um gene da bactéria de solo Bacillus thuringiensis, que produz uma proteína tóxica para certas lagartas, incluindo a Helicoverpa. Quando a lagarta se alimenta da planta, ela ingere a proteína e morre.

Para garantir que essa tecnologia continue funcionando por muito tempo, é obrigatório e essencial plantar áreas de refúgio. O refúgio é uma porção da lavoura (geralmente 20%) plantada com a mesma cultura, mas sem a tecnologia Bt. Isso ajuda a retardar o surgimento de lagartas resistentes.

Infográfico explicando as regras e a importância das áreas de refúgio para culturas Bt, mostrando a proporção correta e o posicionamento. *(Fonte: [Infográfico: Tudo o que você precisa saber sobre refúgio para plantas Bt](httpsInfográfico sobre áreas de refúgio para culturas Bt: proporções e posicionamento corretoseliminar seus hospedeiros durante a entressafra.

  • Vazio sanitário: Manter a área livre de plantas hospedeiras por um determinado período quebra o ciclo da praga, reduzindo sua população inicial.
  • Calendário de plantio curto: Concentrar o plantio em uma janela mais curta evita ter plantas em diferentes estágios de desenvolvimento ao mesmo tempo, o que limita a fonte contínua de alimento para a lagarta.

A Importância do MIP no Controle da Helicoverpa armigera

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a abordagem mais eficaz e sustentável. Em vez de depender de uma única tática, o MIP combina todas as estratégias que mencionamos (química, biológica, genética e cultural) para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico.

Gráfico ilustrando os níveis de controle e dano econômico no manejo de pragas, mostrando a flutuação da população da praga ao longo do tempo. *(Fonte: [Ebook Guia Definitivo do Planejamento Agrícola para Soja e Milho](http://conhecimento.aegro.com.br/ebook-planejamento-milho-sGráfico de níveis de controle e dano econômico no manejo integrado de pragaservir.

Como Fazer a Amostragem de Helicoverpa armigera

A amostragem pode ser feita de duas formas principais:

  1. Monitoramento de adultos (mariposas): Pode ser realizado com armadilhas luminosas ou armadilhas com feromônios. Monitorar os adultos ajuda a prever o potencial de ovos e lagartas na sua lavoura, dando tempo para planejar as medidas de manejo.
  2. Monitoramento de plantas: É a inspeção direta das plantas para verificar a presença de ovos e lagartas. O pano de batida é um método muito utilizado, especialmente em soja. Saiba mais sobre ele neste artigo.

Um bom monitoramento permite que as aplicações e todo o manejo sejam feitos no momento exato, com máxima eficiência.

Para facilitar seu trabalho, disponibilizamos gratuitamente uma planilha de MIP. Baixe aqui!

Imagem de uma planilha de monitoramento de pragas para MIP, com colunas para data, praga, nível de infestação e ações a serem tomadas.

Conclusão

Neste guia, você aprendeu sobre o ciclo de vida da Helicoverpa armigera, como identificá-la corretamente e quais são as principais ePlanilha de monitoramento MIP com dados de pragas, infestação e ações recomendadas(MIP) é a abordagem mais inteligente para proteger sua lavoura.

Agora que você sabe o tamanho do prejuízo que essa praga pode causar, não deixe de monitorar sua área de perto e aplicar as táticas de manejo de forma integrada. Esse conhecimento é uma ferramenta poderosa para reduzir perdas e aumentar a lucratividade da sua produção.


Glossário

  • Áreas de refúgio: Porção da lavoura plantada com uma cultura que não possui a tecnologia Bt. O objetivo é manter uma população de lagartas suscetíveis aos inseticidas da planta Bt, retardando o desenvolvimento de resistência da praga.

  • Hospedeiros: Organismos, geralmente plantas, que servem de alimento e abrigo para uma praga se desenvolver e reproduzir. No caso da Helicoverpa armigera, soja, milho e algodão são alguns de seus principais hospedeiros.

  • Ínstares: As diferentes fases de desenvolvimento de uma larva entre suas trocas de pele (mudas). A lagarta Helicoverpa armigera passa por seis ínstares, crescendo em tamanho e voracidade a cada nova etapa.

  • MIP (Manejo Integrado de Pragas): Estratégia que combina diferentes métodos de controle (biológico, cultural, químico, genético) de forma harmônica. O objetivo é manter as pragas em um nível que não cause prejuízo econômico, de maneira sustentável.

  • Plantas Bt: Culturas geneticamente modificadas que recebem um gene da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). Esse gene faz com que a planta produza uma proteína que é tóxica para certas lagartas, agindo como um inseticida embutido.

  • Polífaga: Característica de uma praga que consegue se alimentar e sobreviver em diversas espécies de plantas diferentes. Isso torna a Helicoverpa armigera especialmente perigosa, pois ela pode atacar culturas como soja, milho, algodão e feijão.

  • Praga Quarentenária: Organismo com potencial para causar grandes danos econômicos a uma região onde ele ainda não existe ou possui distribuição restrita. A classificação A1, citada no texto, refere-se a uma praga que ainda não está presente no país.

  • Vazio Sanitário: Período determinado por lei em que é proibido manter plantas vivas de uma determinada cultura no campo. Essa prática visa quebrar o ciclo de pragas e doenças, reduzindo sua população para a safra seguinte.

Do Monitoramento à Gestão: Como a Tecnologia Simplifica o Controle

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), como vimos, é a estratégia mais inteligente para combater a Helicoverpa armigera. No entanto, colocar tudo em prática — monitorar constantemente, registrar dados, rotacionar inseticidas e controlar os custos de cada aplicação — pode ser um grande desafio operacional.

É aqui que a tecnologia se torna uma grande aliada. Um software de gestão agrícola como o Aegro centraliza o registro do monitoramento de pragas e o planejamento das atividades no campo. Ao registrar uma aplicação de defensivo, por exemplo, o sistema automaticamente atualiza o estoque de insumos e aloca os custos para a lavoura, fornecendo uma visão clara do custo de produção em tempo real. Isso transforma dados do campo em informações financeiras precisas, facilitando a tomada de decisão.

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Perguntas Frequentes

Qual é a fase da Helicoverpa armigera que realmente causa danos à lavoura e por quê?

A fase que causa danos diretos é a de larva (lagarta). É neste estágio que ela se alimenta vorazmente das plantas, com preferência por estruturas reprodutivas como botões florais, frutos e espigas, o que compromete diretamente a produtividade e a qualidade da colheita.

Por que a Helicoverpa armigera é considerada uma praga tão perigosa e de difícil controle?

Sua periculosidade vem de três fatores principais: é polífaga, ou seja, ataca diversas culturas importantes como soja, milho e algodão; possui alta capacidade reprodutiva; e já apresenta casos de resistência a inseticidas, como os piretroides. Essa combinação a torna uma ameaça versátil e desafiadora para o manejo.

Qual o melhor momento para controlar a Helicoverpa armigera com pulverizações de inseticidas?

O controle é mais eficaz quando as lagartas estão em seus primeiros ínstares (fases iniciais de vida), pois são menores e mais suscetíveis aos produtos. Por isso, o monitoramento constante com pano de batida ou armadilhas é fundamental para identificar o início da infestação e aplicar o manejo no momento certo, antes que a praga atinja o nível de dano econômico.

Como posso diferenciar a lagarta Helicoverpa armigera de outras lagartas comuns no campo?

A principal característica para identificação visual é a presença de pontos escuros e salientes (tubérculos) no quarto ou quinto segmento do corpo da lagarta. Além disso, sua pele tem um aspecto mais áspero e endurecido, descrito como coriáceo. Em caso de dúvida, a análise em laboratório é a forma mais segura de confirmar a espécie.

Qual a real importância de implementar a área de refúgio para as culturas Bt?

A área de refúgio é obrigatória e essencial para preservar a eficácia da tecnologia Bt a longo prazo. Ela permite que lagartas suscetíveis à toxina Bt sobrevivam e se acasalem com as raras lagartas resistentes que possam surgir na área Bt, diluindo o gene de resistência na população. Sem o refúgio, a seleção de indivíduos resistentes acelera e a tecnologia perde sua eficiência rapidamente.

O controle biológico com a vespa Trichogramma funciona sozinho contra a Helicoverpa?

O controle biológico com a vespa Trichogramma é uma ferramenta muito eficiente, mas funciona melhor como parte de um Manejo Integrado de Pragas (MIP). Ele atua na fase de ovo, prevenindo o nascimento das lagartas. Para um controle completo, essa tática deve ser combinada com outras estratégias, como o monitoramento constante e o uso de inseticidas seletivos quando necessário.

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