Perdas na Colheita de Milho: Como Calcular e Reduzir o Prejuízo na Lavoura

Engenheira agrônoma, mestre e doutora em Fitopatologia.
Perdas na Colheita de Milho: Como Calcular e Reduzir o Prejuízo na Lavoura

Você já parou para pensar em quanto da sua produção de milho pode estar sendo deixada para trás no campo? Estudos apontam que as perdas na colheita podem chegar a 7% ou 8% do total.

Imagine todo o investimento feito: você escolhe uma semente de alta qualidade, prepara o solo, aduba, monitora a lavoura e aplica os defensivos necessários. Depois de todo esse trabalho, perder quase 10% da produção é um prejuízo significativo.

Neste artigo, vamos detalhar os tipos de perdas mais comuns que acontecem antes, durante e depois da operação de colheita. Mais importante, mostraremos como você pode evitá-las e como fazer o cálculo exato para saber o tamanho do problema na sua fazenda.

Tipos de Perdas na Colheita da Lavoura de Milho

Para começar, é importante ter um parâmetro. Pesquisas indicam que um nível tolerável de perdas para a cultura do milho é de até 1,5 saco por hectare. Qualquer valor acima disso já acende um sinal de alerta e exige uma investigação para encontrar a causa.

Vamos entender agora quais são as principais fontes de perdas e como elas estão diretamente ligadas à operação de colheita.

Perdas na Colheita de Milho por Regulagem da Máquina

Acredite: uma colhedora bem regulada pode evitar cerca de 50% das perdas durante a operação. A atenção aos detalhes do equipamento faz toda a diferença no resultado final.

Hoje, no campo, trabalhamos basicamente com dois tipos de colhedoras: as acopladas e as automotrizes.

  • Colhedoras acopladas: São aquelas que possuem os equipamentos de colheita acoplados em tratores.
  • Automotrizes: São as máquinas mais modernas e utilizadas atualmente. Elas são formadas por cinco sistemas principais que trabalham em conjunto:
    1. Rolo espigador e chapas: Responsáveis pelo corte e alimentação da máquina.
    2. Cilindro e côncavo: Fazem a debulha, ou seja, separam os grãos da espiga.
    3. Peneiras e ventilador: Realizam a separação e a limpeza dos grãos.
    4. Elevador de grãos e tanque graneleiro: Conduzem e armazenam temporariamente os grãos colhidos.
    5. Descarga: Transfere os grãos do tanque graneleiro para a carreta ou caminhão.

Para garantir que tudo funcione corretamente, separei algumas dicas essenciais para a regulagem da sua colhedora.

As 5 Principais Dicas na Regulagem da Colhedora

1. Atenção na Velocidade da Máquina

A velocidade ideal de trabalho da colhedora depende diretamente da produtividade da sua lavoura. A máquina tem uma capacidade máxima para processar toda a massa (palha, sabugo e grãos) que entra nela.

Se você anda muito rápido, a máquina fica sobrecarregada. Por isso, a velocidade de trabalho recomendada pela maioria das pesquisas para a colheita de milho varia de 4 a 6 km/hora.

2. Cilindro Debulhador

Os grãos de milho podem ser colhidos assim que atingem a maturidade fisiológica: significa o ponto em que o grão para de acumular peso e está “pronto”.

Quanto mais seco o grão, mais fácil é a debulha, mas ele também se torna mais quebradiço. Por isso, a regulagem do cilindro debulhador deve ser ajustada conforme o teor de umidade dos grãos no momento da colheita para evitar quebras.

3. Rolo Espigador, Peneiras e Ventilador

Esses componentes merecem atenção especial, pois uma regulagem incorreta aqui é a principal causa da perda de grãos soltos, que acabam sendo jogados fora junto com a palha.

4. Tanque Graneleiro, Elevador da Retrilha e Saída da Máquina

Verifique a regulagem desses sistemas para garantir a qualidade final do grão colhido, evitando danos mecânicos e perdas durante o transporte interno na máquina.

5. Operador da Colhedora

De nada adianta uma máquina perfeitamente regulada sem um profissional capacitado. O operador da colhedora é uma peça-chave no sucesso da operação. É fundamental que ele receba treinamentos para conhecer a fundo o equipamento e os processos agrícolas.

Para te ajudar a identificar problemas comuns, a tabela abaixo resume as causas e soluções mais frequentes na colheita de milho relacionadas à máquina:

uma tabela técnica dividida em três colunas: ‘Problemas’, ‘Causas’ e ‘Soluções’, funcionando como um guia de d(Fonte: Adaptado de Embrapa)

Agora que entendemos a importância da regulagem, vamos aprender a medir exatamente quanto estamos perdendo.

Como Fazer o Cálculo de Perdas na Colheita de Milho

Este método é prático e pode ser feito diretamente no campo, logo após a passagem da colhedora. Siga este passo a passo simples:

1° Passo: Faça uma Armação

Construa uma armação simples (pode ser de madeira, cano de PVC ou arame) com a mesma largura da plataforma da sua colhedora. O comprimento pode ser o que você preferir, mas 0,5 metros é um bom tamanho para facilitar o cálculo.

Com essas medidas, você calcula a área da sua armação.

  • Exemplo:
    • Largura da plataforma (e da armação) = 4 metros
    • Comprimento da armação = 0,5 metros
    • Área da armação = 4 m x 0,5 m = 2 m²

diagrama técnico, em preto e branco, que detalha a estrutura de uma armação de amostragem para uso agrícola(Fonte: Embrapa)

2° Passo: Vá a Campo

Logo após a passagem da colhedora, jogue a armação ao acaso em uma área que seja representativa do talhão.

3° Passo: Colete os Grãos

Recolha todos os grãos de milho que estiverem no chão, dentro da área delimitada pela armação. Depois, pese esses grãos em uma balança de precisão.

4° Passo: Faça as Contas

Agora, use uma regra de três simples para estimar a perda por hectare (1 hectare = 10.000 m²).

  • Exemplo:

    • Peso dos grãos coletados na armação = 13 gramas
    • Área da armação = 2 m²

    Se em 2 m² você perdeu 13 g, em 10.000 m² (1 ha) a perda será “x”:

    13 g ———— 2 m² x g ————– 10.000 m²

    x = 65.000 g, o que equivale a 65 kg por hectare de perda estimada.

5° Passo: Avalie se a Perda é Aceitável

Como vimos, o limite aceitável de perda é de 1,5 saco/ha. Um saco de milho tem 60 kg.

No nosso exemplo, a perda de 65 kg/ha é igual a 1,08 sacas por hectare. Este valor está dentro do limite aceitável, representando uma perda natural do processo. Se o resultado fosse muito maior, seria hora de parar e reavaliar a regulagem da máquina.

Método Alternativo: Copo Medidor da Embrapa

A Embrapa também desenvolveu um copo medidor de plástico que simplifica esse processo. Ele correlaciona o volume de grãos com a massa, eliminando a necessidade de uma balança no campo.

Os primeiros passos são os mesmos:

  1. Use uma armação de área conhecida (a Embrapa recomenda 2,0 m² para milho e soja).
  2. Após a passagem da colhedora, posicione a armação e colete os grãos.
  3. Em vez de pesar, coloque os grãos no copo medidor.

A escala do copo indica diretamente a perda em sacas por hectare, tornando a avaliação muito mais rápida e prática.

cena de campo em uma lavoura após a colheita, com foco em uma avaliação técnica de perdas de grãos. Em pO copo medidor da Embrapa agiliza o cálculo de perdas na colheita de milho. (Fonte: Foto de Carina Venzo Cavalheiro – Emater-RS)

Para facilitar ainda mais, você pode baixar nossa planilha gratuita que automatiza o cálculo. Clique na imagem abaixo para fazer o download!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Perdas na Colheita Devido ao Cultivar

A escolha do cultivar de milho, feita lá no planejamento da safra, também impacta a colheita. É fundamental conhecer as características do material que você plantou.

  • Ele tem tendência a acamamento (plantas tombadas)?
  • O colmo é forte ou quebra com facilidade?
  • A altura de inserção da espiga é uniforme em toda a lavoura?

O cultivar precisa ser compatível com a colhedora. Muitas vezes, a regulagem da máquina precisa ser ajustada especificamente para as características da variedade plantada, como a altura das espigas e a resistência das plantas.

Perdas por Atraso na Colheita

Todo produtor já ouviu ou vivenciou esta situação: “Atrasei a colheita e perdi parte da produção”. Mas qual é o momento certo para colher o milho?

A resposta está no ciclo da cultura. O milho está pronto para a colheita quando atinge a maturidade fisiológica (estágio R6).

infográfico detalhado que ilustra os estágios fenológicos da cultura do milho, desde a emergência da semente (V(Fonte: adaptado de Fancelli (1986) em Fast Agro)

O sinal visual que indica esse ponto é a formação da “camada preta” no ponto de inserção do grão com o sabugo. Quando cerca de 50% dos grãos na espiga apresentam essa camada, significa que eles não acumulam mais massa e estão fisiologicamente maduros.

close-up da mão de uma pessoa, provavelmente um agricultor ou agrônomo, segurando dois grãos de milho recémA camada preta indica o ponto de maturidade fisiológica do grão. (Fonte: José Madalóz em Pioneer Sementes)

Para reduzir perdas e danos mecânicos, o ideal é iniciar a colheita quando os grãos atingem cerca de 25% de umidade. Atrasos, seja por falta de máquinas, condições climáticas ou outros imprevistos, aumentam os riscos de:

  • Ataque de pragas e doenças na espiga.
  • Tombamento de plantas.
  • Danos causados por chuvas.

Para evitar isso, é essencial planejar a colheita, dimensionando corretamente o número de máquinas necessárias para colher sua área no tempo ideal.

Perdas na Colheita por Doenças

Alguns fungos atacam as espigas de milho já no final do ciclo, próximo à colheita, causando perdas diretas de produtividade e qualidade. Períodos chuvosos e alta umidade favorecem o desenvolvimento dessas doenças.

Vamos conhecer as principais podridões de espiga:

1. Podridão Branca (ou Podridão de Diplodia)

Causada pelos fungos Diplodia maydis e D. macrospora, esta é uma das doenças de espiga mais comuns, especialmente em regiões de alta umidade. A infecção geralmente começa na base da espiga e avança entre os grãos, causando seu apodrecimento.

duas espigas de milho sobre um solo de terra avermelhada, típico de áreas agrícolas. Há um contraste nítido en(Fonte: Raphael Gregolin em Pioneer sementes)

2. Podridão Rosada da Espiga (ou Podridão de Gibberella)

Causada pelo fungo Gibberella moniliformis, esta doença se manifesta com grãos infectados na ponta da espiga, que mudam de cor para róseo ou marrom. Com o avanço, um mofo cotonoso avermelhado (o micélio do fungo) cresce sobre os grãos.

primeiro plano uma espiga de milho sendo segurada por uma mão, com a palha seca e parcialmente aberta, reve(Fonte: Matheus Dalsente Krau em Pioneer sementes)

3. Podridão Vermelha da Ponta da Espiga

Causada por Gibberella zeae, é mais comum em regiões frias e úmidas. A doença começa na ponta da espiga e avança para a base, com uma coloração avermelhada a marrom entre os grãos.

4. Podridão de Penicillium

O fungo Penicillium oxalicum causa uma podridão com coloração verde-azulada característica. Além de atacar no campo, este fungo também é um grande problema em grãos armazenados.

O que são Grãos Ardidos e Micotoxinas?

As doenças que acabamos de ver são responsáveis por dois grandes problemas de qualidade:

  • Grãos ardidos: São grãos que apodreceram na espiga devido à ação de fungos. Eles perdem valor comercial e não podem ser usados para alimentação humana ou animal.
  • Micotoxinas: São substâncias tóxicas produzidas por esses fungos, tanto no campo quanto no armazenamento. Elas são perigosas para a saúde de quem consome os grãos contaminados.

Como Controlar as Podridões de Espiga?

O controle é feito de forma preventiva ao longo da safra, com um conjunto de boas práticas:

  • Escolha de cultivares resistentes.
  • Manejo eficiente de plantas daninhas.
  • Uso da densidade de plantio correta.
  • Colheita na época certa, sem atrasos.
  • Rotação de culturas para quebrar o ciclo dos patógenos.

A Importância de Conhecer Suas Perdas na Colheita

Medir e entender as perdas na sua lavoura é fundamental para a gestão do negócio. Com esses dados em mãos, você pode:

  • Saber exatamente qual foi a sua produção real.
  • Identificar os pontos fracos do seu processo para reduzir perdas futuras.
  • Calcular com precisão o seu custo de produção.
  • Planejar melhor a próxima safra, do preparo do solo ao armazenamento.
  • Determinar o lucro ou prejuízo real da sua atividade.

A produtividade líquida é o que realmente importa: é o que você colheu e vendeu, já descontando as perdas. A colheita é o momento de retorno do capital investido, por isso, merece máxima atenção.

Controlar todos esses números pode parecer complexo, mas a tecnologia é uma grande aliada. O Aegro é um software de gestão agrícola que te ajuda a ter uma visão completa da fazenda, planejando cada talhão e calculando os custos de produção de forma simples e visual.

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Com ele, você planeja sua propriedade por talhão, acompanha os custos e sabe exatamente qual o resultado de cada área.

O Que Fazer para Reduzir as Perdas na Colheita

Para garantir uma colheita eficiente, várias ações precisam ser tomadas. Aqui está um resumo prático do que você pode fazer:

  • Capacite sua mão de obra: O operador deve conhecer a cultura, a máquina e suas regulagens. Invista em treinamentos.
  • Regule as máquinas corretamente: Siga as dicas que demos e ajuste o equipamento para as condições da sua lavoura.
  • Monitore o clima: Planeje a operação para evitar períodos de chuva.
  • Controle as plantas daninhas: Uma lavoura limpa facilita a colheita e reduz perdas.
  • Escolha variedades resistentes: Opte por cultivares menos suscetíveis ao tombamento.
  • Faça um bom planejamento: Ter um plano claro é o passo mais importante.

Para te ajudar, responda a estas perguntas antes de iniciar a colheita:

  • Qual a minha área total a ser colhida?
  • Quando a lavoura atingirá o ponto ideal de colheita (maturidade fisiológica)?
  • Em quantos dias eu preciso finalizar a colheita?
  • Quantas horas por dia a colhedora vai operar?
  • Quantas máquinas (próprias ou de terceiros) serão necessárias?
  • Há previsão de chuva para o período planejado?
  • Minha equipe está preparada para a operação?
  • Onde vou armazenar o milho colhido?
  • Qual transporte vou utilizar para levar a produção?

Responder a essas perguntas vai te dar clareza para organizar uma colheita eficiente e com o mínimo de perdas.

Conclusão

Neste artigo, vimos que as perdas na colheita de milho são um problema real, mas que pode ser controlado. Você aprendeu a identificar as principais fontes de prejuízo, desde a regulagem da máquina até o ataque de doenças na espiga.

Mais importante, você agora sabe como fazer o cálculo de perdas na colheita de milho diretamente no campo, uma ferramenta poderosa para avaliar a eficiência da sua operação.

Lembre-se: a colheita é o resultado de meses de trabalho e investimento. Planejar, monitorar e executar essa etapa com cuidado é o que garante que todo esse esforço se transforme em lucro no seu bolso.

Com essas informações em mãos, desejamos a você um excelente planejamento e uma ótima colheita


Glossário

  • Acamamento: Tombamento das plantas de milho no campo, geralmente causado por ventos, chuvas fortes ou fragilidade do colmo. O acamamento dificulta a operação da colhedora e é uma causa significativa de perdas na colheita.

  • Camada Preta: Pequena camada escura que se forma na base do grão de milho, no ponto de inserção com o sabugo. É o principal indicador visual de que o grão atingiu a maturidade fisiológica, sinalizando o momento ideal para iniciar a colheita.

  • Cultivar: Termo técnico para uma variedade específica de planta obtida por meio de melhoramento genético. A escolha do cultivar impacta características como resistência a doenças, força do colmo e altura da espiga, influenciando diretamente a operação de colheita.

  • Debulha: Processo mecânico realizado pela colhedora que separa os grãos de milho da espiga (sabugo). A regulagem correta do sistema de debulha é crucial para evitar a quebra de grãos ou perdas durante a colheita.

  • Grãos Ardidos: Grãos que apodreceram na espiga devido à ação de fungos, apresentando coloração e odor alterados. Eles perdem completamente seu valor comercial e são um importante indicador de perdas qualitativas na lavoura.

  • Hectare (ha): Unidade de medida de área agrária que equivale a 10.000 metros quadrados (m²). Para referência, um campo de futebol oficial tem aproximadamente 0,7 hectare.

  • Maturidade Fisiológica: Ponto máximo de acúmulo de matéria seca e nutrientes no grão, marcando o momento em que ele está fisiologicamente “pronto”. É o estágio ideal para a colheita, pois a partir dele o grão não ganha mais peso.

  • Micotoxinas: Substâncias tóxicas produzidas por fungos que contaminam os grãos, tanto no campo quanto no armazenamento. São prejudiciais à saúde humana e animal, podendo desqualificar todo um lote de grãos para comercialização.

  • Talhão: Divisão de uma área agrícola para fins de manejo. Tratar a fazenda em talhões permite um controle mais preciso dos custos, da produtividade e das operações, como o cálculo de perdas na colheita.

Como o Aegro ajuda a transformar dados da colheita em lucro

Calcular as perdas na lavoura, como vimos no artigo, é o primeiro passo. O grande desafio, no entanto, é conectar esse dado ao custo de produção e à rentabilidade final da safra.

Fazer isso em planilhas é trabalhoso e sujeito a erros. Um software de gestão agrícola como o Aegro simplifica essa tarefa.

Ele centraliza todas as despesas e a produção por talhão, permitindo que você veja o impacto real das perdas no seu lucro e tome decisões baseadas em números precisos, não em estimativas. Além da parte financeira, um bom planejamento operacional é chave para evitar que as perdas aconteçam.

Coordenar a manutenção das máquinas, o momento ideal da colheita e o monitoramento de doenças exige organização. Com o Aegro, você pode agendar e acompanhar todas as atividades no campo, registrar o histórico de manutenções das colhedoras para evitar quebras e monitorar os custos de cada operação.

Assim, você garante que tudo aconteça no tempo certo, com máxima eficiência. Controlar as perdas é controlar a rentabilidade do seu negócio.

Comece hoje a transformar a gestão da sua fazenda. Experimente o Aegro gratuitamente e veja na prática como é fácil ter todos os seus dados organizados.

Perguntas Frequentes

Qual é o nível de perda considerado aceitável na colheita de milho e por quê?

Um nível de perda de até 1,5 saco por hectare é considerado tolerável na colheita de milho. Esse valor funciona como um parâmetro técnico, pois é praticamente impossível ter uma colheita com zero perdas. Valores acima disso indicam problemas significativos na operação, como regulagem inadequada da máquina ou colheita fora do ponto ideal, que precisam ser corrigidos para evitar prejuízos maiores.

Qual a umidade ideal do grão para iniciar a colheita de milho e evitar quebras?

O ideal é iniciar a colheita quando os grãos de milho atingem cerca de 25% de umidade. Colher com umidade muito acima disso pode aumentar os custos com secagem e causar danos mecânicos. Por outro lado, esperar o grão ficar seco demais no campo (abaixo de 18-20%) o torna quebradiço, aumentando as perdas durante a debulha e o transporte.

Se minhas perdas na colheita estão altas, qual o primeiro ajuste que devo fazer na colhedora?

O primeiro e mais impactante ajuste é a velocidade de deslocamento da máquina. Uma velocidade excessiva, geralmente acima de 6 km/h, sobrecarrega os sistemas de separação e limpeza, fazendo com que grãos bons sejam jogados fora junto com a palha. Reduzir a velocidade para a faixa de 4 a 6 km/h, adequando-a à produtividade da lavoura, é a ação mais eficaz para diminuir perdas imediatamente.

Como a escolha do cultivar de milho pode influenciar as perdas na colheita?

A escolha do cultivar é fundamental. Variedades com baixa resistência de colmo são mais propensas ao acamamento (tombamento), dificultando a coleta pela plataforma da máquina. Além disso, a uniformidade da altura de inserção da espiga e a resistência a doenças que causam podridão são características do cultivar que impactam diretamente a eficiência da colheita e a qualidade final dos grãos.

O que é a ‘camada preta’ no grão de milho e por que ela é tão importante?

A ‘camada preta’ é um pequeno ponto escuro que se forma na base do grão, onde ele se conecta ao sabugo. Ela é o principal indicador visual de que o milho atingiu a maturidade fisiológica, ou seja, o ponto em que o grão para de acumular peso e nutrientes. Identificar essa camada é crucial para planejar a colheita no momento certo, garantindo que o máximo potencial de produtividade da lavoura seja alcançado.

Qual a diferença entre perdas quantitativas e qualitativas na colheita de milho?

As perdas quantitativas referem-se à quantidade física de grãos que são deixados no campo, seja por quedas antes da colheita ou pela ação da máquina. Já as perdas qualitativas ocorrem quando os grãos colhidos perdem valor devido a problemas como grãos ardidos (causados por fungos), quebrados ou contaminados por micotoxinas, afetando o preço de venda e a segurança para consumo.

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