A calagem é uma prática fundamental para corrigir a acidez do solo, ou seja, aumentar o seu pH. Além disso, ela fornece cálcio e magnésio, nutrientes essenciais para as plantas.
Esta é uma etapa crucial na preparação para o cultivo agrícola, onde materiais de caráter básico, como o calcário, são adicionados ao solo para neutralizar sua acidez.
Realizar uma calagem bem-feita pode ser o diferencial para a produtividade final da sua lavoura, melhorando significativamente o retorno financeiro.
O que é Calagem e por que é tão Importante?
A calagem é uma etapa do preparo do solo para o cultivo agrícola com dois objetivos principais: diminuir a acidez (ou seja, aumentar o pH do solo) e fornecer cálcio e magnésio para as plantas.
É fundamental corrigir a acidez do solo para a faixa de pH entre 5,5 e 6,5. É nesse intervalo que a maioria dos nutrientes se torna mais disponível para as plantas absorverem.
Dessa forma, a calagem:
- Elimina a acidez prejudicial do solo.
- Aumenta a CTC. CTC (Capacidade de Troca Catiônica): significa a capacidade do solo de reter e disponibilizar nutrientes para as plantas.
- Melhora o aproveitamento de nutrientes pelas culturas.
- Neutraliza o alumínio, que é tóxico para as raízes das plantas.
A importância dessa técnica no Brasil é ainda maior, pois grande parte dos nossos solos são naturalmente ácidos e possuem uma quantidade significativa de alumínio tóxico.
A qualidade do calcário utilizado é definida por suas características químicas, como o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), e físicas, como o tamanho das partículas.
(Fonte: Malavolta, 1979 em Agronomia com Gismonti)
Como a calagem funciona na prática?
O processo de calagem funciona com a aplicação de calcário no solo, que reage com os ácidos presentes nele. O calcário contém carbonato de cálcio (CaCO₃) e, ao ser aplicado, libera íons cálcio (Ca²⁺), que ajudam a neutralizar a acidez.
Essa reação química aumenta o pH, tornando o solo mais alcalino e mais favorável para a maioria das culturas comerciais.
Além disso, a correção da acidez traz outros benefícios diretos:
- Melhora a disponibilidade de nutrientes: Em solos ácidos, nutrientes importantes como o fósforo, o cálcio e o magnésio ficam “presos” e menos acessíveis para as plantas. A calagem torna esses nutrientes mais solúveis e disponíveis para as raízes.
- Melhora a estrutura do solo: O cálcio presente no calcário ajuda a agregar as partículas do solo, melhorando a aeração e a drenagem. Isso facilita o crescimento das raízes e a absorção de água.
- Reduz a toxicidade de metais: A calagem diminui a solubilidade de metais pesados, como alumínio e manganês, que em excesso são tóxicos para as plantas, tornando o ambiente mais seguro para o cultivo.
- Estimula a vida no solo: A correção da acidez favorece a atividade de microrganismos benéficos, como bactérias e fungos. Eles são essenciais para decompor a matéria orgânica e para a ciclagem de nutrientes, o que melhora a fertilidade geral do solo.
Qual a importância da correção do solo?
A correção do solo é um passo essencial para garantir as condições ideais para o crescimento das plantas. Isso envolve não apenas a calagem, mas também a adição de nutrientes por meio de fertilizantes para equilibrar o pH e suprir deficiências minerais.
Uma boa correção do solo melhora a fertilidade, aumenta a eficiência dos fertilizantes aplicados, previne problemas como acidez excessiva ou compactação, e contribui diretamente para o aumento da produtividade.
Quanto melhor o ajuste do solo, mais saudável será o ambiente para as raízes das plantas, o que melhora a qualidade do solo e sua estrutura, facilitando a infiltração de água e o desenvolvimento radicular.
Como a calagem é feita? Passo a passo
A calagem deve seguir algumas etapas principais para garantir sua eficácia, desde a análise do solo até a incorporação do calcário. Entenda os detalhes de cada passo:
1. Análise do solo
Antes de qualquer aplicação, é indispensável fazer uma análise de solo. Ela vai determinar o pH atual, a necessidade de correção e a quantidade exata de calcário. A coleta de amostras deve ser feita em duas etapas:
- 1ª etapa: Logo após a colheita de verão.
- 2ª etapa: Pouco antes do preparo de solo para culturas anuais ou após o fim das chuvas para culturas perenes.
É a análise que indicará a quantidade de calcário necessária para corrigir a acidez de acordo com as características do seu solo e a cultura que você vai plantar.
2. Escolha do tipo de calcário
A própria análise de solo vai indicar qual tipo de calcário escolher, ou seja, se você precisa de um produto com maior ou menor teor de magnésio.
Os calcários disponíveis no mercado variam em sua composição, apresentando diferentes concentrações de cálcio e magnésio.
O calcário dolomítico, que contém tanto cálcio quanto magnésio, é um dos mais comuns, mas também existem os calcários calcíticos, que possuem uma concentração maior de cálcio.
3. Cálculo da dosagem de calcário
Com a análise de solo em mãos, é preciso calcular a quantidade necessária de calcário para atingir o pH ideal para sua cultura.
Esse valor é geralmente expresso em toneladas por hectare (t/ha). A quantidade exata varia conforme o nível de acidez do solo e o tipo de calcário escolhido.
4. Aplicação do Calcário
A aplicação do calcário deve ser feita de forma uniforme para garantir que ele cubra toda a área desejada. Existem duas maneiras principais de aplicar:
- Aplicação em superfície: O calcário é espalhado sobre o solo, sem necessidade de incorporação imediata. Esse método é mais comum em sistemas de plantio direto, solos não compactados e áreas com pouca vegetação.
- Incorporação ao solo: Para uma ação mais rápida e eficiente, o calcário é incorporado ao solo por meio de aração ou gradagem. Isso garante que o produto entre em contato direto com as camadas mais ácidas e reaja mais rapidamente.
5. Momento da Aplicação
O melhor momento para aplicar o calcário é antes do plantio, durante o preparo do solo.
Recomenda-se a aplicação com 2 a 6 meses de antecedência da semeadura, principalmente em solos mais compactados. Esse tempo permite que o calcário reaja com os ácidos do solo e eleve o pH de forma eficaz antes da chegada da cultura.
6. Acompanhamento
Após a aplicação, é importante acompanhar os efeitos da calagem. Realize novas análises de solo nas safras seguintes para verificar se o pH foi ajustado corretamente e se os nutrientes estão mais disponíveis para as plantas.
A calagem é um processo relativamente simples, mas seu sucesso depende da análise de solo precisa, do cálculo correto da dose e do momento adequado da aplicação.
Como fazer o cálculo de calagem?
O cálculo de calagem é feito com base na análise do solo e serve para determinar a quantidade exata de corretivo necessária para elevar o pH ao nível ideal para a sua cultura.
A fórmula e os métodos podem variar dependendo do tipo de solo, da cultura e do nível de acidez. Os mais comuns são:
Método da Saturação por Bases
Este é o método mais utilizado. Com a sua análise de solos em mãos, siga este passo a passo:
1. Conheça a fórmula
A fórmula para o cálculo pelo método da elevação da porcentagem de saturação por bases (V%) é:
NC (t/ha) = (V2 – V1) x T / PRNT
Onde:
- V2: É a saturação por bases que você deseja atingir (em %).
- V1: É a saturação por bases atual do seu solo (valor encontrado na análise de solo). A fórmula é
V1 = [(Ca²+ + Mg²+ + K+).100] / T
. - T: É a capacidade de troca catiônica a pH 7,0, também chamada de CTC total. A fórmula é
T = [Ca²+ + Mg²+ + K+ + (H + Al)]
, em cmolc.dm-³. - PRNT: É o Poder Relativo de Neutralização Total do calcário que você vai usar (essa informação vem na embalagem do produto).
2. Defina qual saturação de bases (V2) você vai usar
A saturação por bases desejada (V2) varia conforme a cultura:
- 50% para cereais (milho, sorgo) e tubérculos.
- 60% para leguminosas (soja, feijão) e cana-de-açúcar.
- 70% para culturas mais exigentes como hortaliças, café e frutas.
Se sua análise não mostrar o V%, você pode calculá-lo:
V% = [Soma de bases (K + Ca + Mg) x 100] / CTC
3. Faça o cálculo (Exemplo Prático)
Vamos usar um exemplo de uma análise de solo onde V1 = 25% e a CTC (T) = 15 cmolc.dm-³. Considerando que a cultura será uma leguminosa, o V2 desejado é de 60%. O calcário a ser utilizado tem PRNT = 90%.
NC = (60 – 25) x 15 / 90
NC = 35 x 15 / 90
NC = 525 / 90
NC = 5,8 t/ha
Portanto, a recomendação é aplicar 5,8 toneladas de calcário por hectare.
Método baseado nos teores de Al e (Ca + Mg) trocáveis
Este método é menos comum, sendo mais indicado para solos com baixa CTC (menor que 5 cmolc dm-³). O objetivo principal é neutralizar o alumínio tóxico (Al³+) e fornecer cálcio e magnésio.
A fórmula é:
NC = Y [Al³+ – (mt x t / 100)] + [X – (Ca²+ + Mg²+)] x 100 / PRNT
Onde cada variável tem um significado específico baseado em tabelas e na análise de solo.
Método SMP
O método SMP é muito utilizado nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ele utiliza uma solução tampão para medir a acidez do solo, e o resultado (índice SMP) é usado em tabelas de recomendação para definir a dose de calcário.
Se a dose recomendada pela tabela for para um calcário com PRNT de 100%, você deve ajustar para o PRNT do seu produto com a fórmula:
Dose a ser aplicada (t/ha) = (Dose calculada x 100) / PRNT
Por exemplo, se a dose calculada foi de 3,0 t/ha e seu calcário tem PRNT de 90%:
(3,0 x 100) / 90 = 3,3 t/ha
. Você aplicará 3,3 toneladas por hectare.
Tipos de Corretivos para Calagem do Solo
A correção da acidez pode ser feita com diferentes produtos. O calcário é o mais comum, mas existem outras alternativas.
1. Calcário
O calcário no solo é um produto obtido da moagem de rochas sedimentares ricas em carbonato de cálcio. A principal diferença entre os tipos de calcário é o teor de carbonato de magnésio.
2. Calcário Calcítico
Este tipo apresenta alto teor de óxido de cálcio (45% a 55% de CaO) e baixa concentração de magnésio (0% a 10% de MgCO₃). É recomendado para solos que já possuem bons níveis de magnésio, mas precisam de cálcio e correção de pH.
3. Calcário Magnesiano
É um tipo intermediário, com teor de MgCO₃ entre 10% e 25% e de CaO entre 40% e 42%. É uma boa opção para solos com teores equilibrados de cálcio e magnésio, para manter a proporção adequada.
4. Calcário Dolomítico
Possui a maior concentração de magnésio (acima de 25% de MgCO₃) e um teor de óxido de cálcio entre 25% e 35%. É o mais indicado para solos que, além da acidez, apresentam deficiência de magnésio.
5. Calcário Filler
É um calcário com granulometria extremamente fina, o que acelera sua reação no solo. É ideal para sistemas que precisam de uma correção mais rápida, como em culturas de ciclo curto. Sua desvantagem é o efeito menos duradouro.
6. Cal Virgem
É o produto da queima completa do calcário. Sua ação é imediata e muito forte, mas pode “queimar” sementes e microrganismos do solo devido ao calor gerado. Deve ser aplicada com bastante antecedência ao plantio.
7. Cal Hidratada ou Extinta
É produzida pela hidratação da cal virgem. Também é muito fina e reage rapidamente, mas sua aplicação deve ser cuidadosa em dias de vento para não haver perdas.
8. Calcário Calcinado
Obtido pela queima parcial do calcário, suas características ficam entre o calcário comum e a cal virgem. É um pó fino com ação mais rápida que o calcário convencional.
9. Escória Básica de Siderurgia
É um subproduto da indústria do aço, rico em cálcio, magnésio e silício. Também pode conter outros micronutrientes. Pode ser uma alternativa econômica em regiões próximas a siderúrgicas.
10. Carbonato de Cálcio
Proveniente da moagem de depósitos marinhos, como corais. Sua ação é semelhante à do calcário, neutralizando a acidez e fornecendo cálcio.
Qual calcário utilizar?
A escolha do calcário ideal depende sempre da análise de solo. Verifique os teores de cálcio e magnésio para decidir qual tipo é mais adequado para sua área.
Além da composição, avalie o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), que combina o Poder de Neutralização (PN) e a Reatividade (RE) do produto. Essa informação está na embalagem.
Dica: Se estiver em dúvida entre dois calcários com o mesmo PRNT, escolha o que tiver o maior PN, pois ele terá uma capacidade de reação mais forte no solo.
Casos especiais
- Região Sul do Brasil: Onde a relação cálcio:magnésio no solo costuma ser equilibrada ou alta em magnésio, o uso de calcário calcítico é geralmente mais recomendado.
- Região Sudeste (ex: Minas Gerais): Onde os solos são frequentemente pobres em magnésio, o calcário dolomítico costuma ser a melhor opção.
Calagem e Gessagem: Qual a Diferença?
Embora ambas sejam práticas de manejo do solo, calagem e gessagem têm funções diferentes e complementares.
A calagem corrige a acidez da camada arável do solo (0-20 cm), elevando o pH e fornecendo cálcio e magnésio.
A gessagem, por sua vez, utiliza gesso agrícola (sulfato de cálcio) e não corrige o pH do solo. Sua principal função é levar cálcio e enxofre para as camadas mais profundas (abaixo de 20 cm), melhorando o ambiente para o crescimento das raízes em profundidade e diminuindo a toxicidade do alumínio nessas camadas.
Em outras palavras: a calagem corrige a acidez na superfície, enquanto a gessagem melhora as condições do subsolo.
Diferenças e Benefícios Combinados
A calagem aumenta a CTC (capacidade de troca catiônica) do solo. Em solos brasileiros, que geralmente possuem argila do tipo 1:1, a CTC é dependente do pH. Ou seja, ao elevar o pH, o solo ganha mais “espaços” (cargas negativas) para reter nutrientes importantes.
Quando usadas juntas, calagem e gessagem oferecem uma série de benefícios:
- Correção Completa da Acidez: A calagem ajusta o pH na camada superficial, tornando os nutrientes mais disponíveis e melhorando a eficiência dos fertilizantes.
- Melhora do Sistema Radicular: A gessagem condiciona o subsolo, permitindo que as raízes cresçam mais fundo em busca de água e nutrientes, o que torna a planta mais resistente a períodos de seca.
- Fornecimento Balanceado de Nutrientes: A calagem fornece cálcio e magnésio, enquanto a gessagem fornece cálcio e enxofre.
Usadas de forma conjunta e com base na análise de solo, a calagem e a gessagem podem transformar solos ácidos e de baixa fertilidade em áreas altamente produtivas.
Como fazer calagem no sistema de plantio direto?
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Glossário
Calagem: Prática de aplicar calcário no solo para corrigir sua acidez (aumentar o pH). É um passo fundamental para melhorar a disponibilidade de nutrientes para as plantas e neutralizar elementos tóxicos como o alumínio.
CTC (Capacidade de Troca Catiônica): Indica a capacidade do solo de reter e disponibilizar nutrientes essenciais para as plantas. Um solo com CTC alta funciona como uma “despensa” maior, capaz de armazenar mais nutrientes para a lavoura.
Gessagem: Aplicação de gesso agrícola para melhorar as condições do subsolo (camadas abaixo de 20 cm). Diferente da calagem, a gessagem não corrige o pH, mas fornece cálcio e enxofre em profundidade, permitindo que as raízes cresçam mais.
pH do solo: Medida que indica o nível de acidez ou alcalinidade do solo, em uma escala de 0 a 14. A maioria das culturas se desenvolve melhor em solos com pH entre 5,5 e 6,5, faixa onde os nutrientes ficam mais disponíveis.
PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total): Um índice de qualidade do calcário que consta na embalagem do produto. Ele combina a pureza e o tamanho das partículas para indicar a eficiência e a velocidade com que o calcário irá reagir e corrigir a acidez do solo.
Saturação por Bases (V%): Percentual que mostra a proporção de nutrientes benéficos (cálcio, magnésio e potássio) em relação à capacidade total de retenção de nutrientes do solo (CTC). O cálculo da calagem visa elevar esse valor para um nível ideal para a cultura a ser plantada.
t/ha (toneladas por hectare): Unidade de medida padrão para a recomendação de aplicação de insumos agrícolas. Indica quantas toneladas de um produto (como calcário ou fertilizante) devem ser distribuídas em uma área de 10.000 metros quadrados.
Otimize seu planejamento e custos com a tecnologia
Realizar a calagem, desde a análise do solo até a aplicação, envolve um planejamento detalhado e custos que impactam o resultado da safra. Um erro no cálculo da dosagem ou no momento da aplicação pode comprometer o investimento. Para transformar esse desafio em uma operação controlada, ferramentas de gestão agrícola como o Aegro são essenciais.
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Perguntas Frequentes
Qual é a principal diferença entre calagem e gessagem?
A calagem corrige a acidez da camada superficial do solo (0-20 cm), elevando o pH e fornecendo cálcio e magnésio. Já a gessagem não altera o pH, mas atua em camadas mais profundas, fornecendo cálcio e enxofre para melhorar o ambiente radicular e neutralizar o alumínio tóxico no subsolo.
Quando é o melhor momento para aplicar o calcário na lavoura?
O ideal é aplicar o calcário durante o preparo do solo, com uma antecedência de 2 a 6 meses antes do plantio da cultura. Esse período é fundamental para permitir que o produto reaja quimicamente com o solo e neutralize a acidez de forma eficaz antes do desenvolvimento das plantas.
Como escolher entre calcário dolomítico e calcítico?
A escolha depende inteiramente da análise de solo. Se o solo apresentar deficiência de magnésio além da acidez, o calcário dolomítico é o mais indicado. Caso os níveis de magnésio estejam adequados, deve-se optar pelo calcário calcítico, que fornecerá cálcio e corrigirá o pH.
O que significa o PRNT do calcário e por que é importante?
PRNT significa Poder Relativo de Neutralização Total e é um índice que mede a qualidade e a eficiência do calcário. Ele indica a capacidade e a velocidade com que o produto corrigirá a acidez do solo. Um PRNT mais alto significa uma ação mais rápida e efetiva, influenciando diretamente no cálculo da dosagem necessária.
Além de corrigir o pH, quais outros benefícios a calagem oferece ao solo?
Além de neutralizar a acidez, a calagem fornece cálcio e magnésio, melhora a disponibilidade de nutrientes essenciais como o fósforo, reduz a toxicidade de elementos como o alumínio e o manganês, e aprimora a estrutura do solo, favorecendo a atividade de microrganismos benéficos.
Por que a análise de solo é o primeiro passo indispensável para a calagem?
A análise de solo é crucial porque ela diagnostica o nível exato de acidez (pH), a saturação por bases e os teores de cálcio e magnésio. Sem esses dados, é impossível calcular a quantidade correta de calcário e escolher o tipo adequado, correndo o risco de aplicar uma dose insuficiente ou excessiva, o que prejudicaria a lavoura e geraria custos desnecessários.
É possível fazer calagem no sistema de plantio direto?
Sim, é possível. No plantio direto, a calagem geralmente é feita com a aplicação do calcário na superfície do solo, sem incorporação. A correção é mais lenta, ocorrendo de forma gradual nas camadas superiores. Para obter resultados mais rápidos, recomenda-se o uso de calcário com granulometria mais fina (filler).
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