Agronegócio 2019: Mercado de Grãos e Projeções para Sua Fazenda

Redação Aegro
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Agronegócio 2019: Mercado de Grãos e Projeções para Sua Fazenda

O agronegócio é um pilar da economia brasileira, respondendo por cerca de 25% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e garantindo o saldo positivo da balança comercial, que chegou a R$ 96 bilhões em 2017.

O ano de 2019 começou com perspectivas otimistas para o setor, mesmo em um cenário global com algumas incertezas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta que o PIB do agronegócio brasileiro deve crescer 2% em relação a 2018.

Esse crescimento esperado se baseia principalmente em uma demanda aquecida por nossos produtos e em condições favoráveis para a produção de modo geral.

A seguir, vamos detalhar as projeções para cada mercado e analisar os possíveis impactos para a sua estratégia de venda de produtos agrícolas.

Cenário Geral: De um 2018 Estagnado a um 2019 Promissor

No balanço de 2018, o PIB do agronegócio ficou praticamente estável. O principal motivo foi a greve dos caminhoneiros em maio, que paralisou as estradas do país, aumentou o custo dos insumos agrícolas e dificultou o abastecimento do mercado.

Já as perspectivas para 2019 são mais animadoras. A CNA aponta que o Valor Bruto da Produção (VBP) deve aumentar em 4,3%.

Para entender melhor: O VBP (Valor Bruto da Produção) é uma métrica que calcula o faturamento total da atividade agropecuária “dentro da porteira”, ou seja, antes de qualquer processamento industrial.

Apesar dos números positivos, o mercado global instável e os desafios internos da produção mantêm o sinal de alerta aceso. Por isso, é fundamental que você, produtor, tome decisões estratégicas para garantir a segurança do seu negócio. Considere práticas como a venda escalonada de grãos, a utilização de contratos de compra futura e o armazenamento estratégico de grãos.

A CNA detalha ainda mais as perspectivas do agronegócio para 2019:

infográfico que resume as perspectivas econômicas para o agronegócio brasileiro em 2019. Dividida em seções, el (Fonte: CNA)

Mercado de Grãos: Análise da Safra 2018/19

A safra total de grãos do Brasil deve alcançar a marca de 233,28 milhões de toneladas em 2018/19, de acordo com dados de março da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Mesmo com uma pequena redução em relação à estimativa anterior, o volume total ainda supera a safra passada (227,7 milhões de toneladas), consolidando-se como a 2ª maior da história do país.

mapa temático do Brasil, elaborado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que ilustra a produção (Fonte: Conab)

Milho: Uma Safra de Forte Recuperação

O grande destaque para este crescimento é a forte recuperação nas lavouras de milho, cuja produção em 2017/18 havia sido de 80,7 milhões de toneladas.

Para a safra 2018/19, a Conab estima uma produção de milho de 92,8 milhões de toneladas, a segunda maior já registrada. O recorde ainda pertence à temporada 2016/17, com 97,8 milhões de toneladas.

Desse total, a expectativa é que 66,59 milhões de toneladas venham da segunda safra (safrinha), um volume 23,6% superior ao colhido em 2017/18. Com essa maior produção, a Conab projeta uma recuperação nas exportações do cereal, que podem atingir um recorde de 31 milhões de toneladas, superando os 24,7 milhões de toneladas embarcados na temporada anterior.

Soja: Colheita Avançada e Olho no Mercado Externo

Com a colheita em fase final, a safra de soja 2018/19 do Brasil deve totalizar 113,45 milhões de toneladas, segundo os dados da Conab de março.

Na maioria das regiões produtoras, os trabalhos no campo estão sendo concluídos. Veja o andamento em dois estados chave:

  • Mato Grosso: O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) apontou que 97,22% da área já havia sido colhida até 15 de março.
  • Paraná: O Deral (Departamento de Economia Rural) indicou que, até o dia 18 de março, a colheita havia atingido 72% da área semeada.

Em relação às exportações, a previsão de embarques de soja é de 70 milhões de toneladas. No entanto, esse número depende muito do desfecho do acordo comercial entre China e Estados Unidos. Em meio às negociações, a China sinalizou a intenção de aumentar a compra de soja americana em 10 milhões de toneladas.

Apesar dessa incerteza, a exportação brasileira para os chineses continua forte em 2019, com médias mensais até superiores às de 2018, como mostra o gráfico:

gráfico de barras vertical que realiza uma análise comparativa de dados mensais entre os anos de 2018 (barr (Fonte: Scot Consultoria)

Diante dessa instabilidade, a cautela é sua melhor ferramenta. Analise com cuidado suas opções de venda. Estratégias como a venda escalonada de grãos e o uso do mercado futuro se tornam ainda mais importantes para proteger sua rentabilidade.


Glossário

  • CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil): Principal entidade representativa do setor agropecuário brasileiro. A CNA defende os interesses dos produtores rurais e realiza estudos econômicos e projeções para o setor, como as citadas no artigo.

  • Conab (Companhia Nacional de Abastecimento): Órgão do governo federal responsável por monitorar e divulgar dados oficiais sobre a produção agrícola brasileira. Suas informações, como as estimativas de safra, são cruciais para o planejamento e a análise de mercado.

  • Mercado Futuro: Ambiente de negociação na bolsa de valores onde se pode comprar e vender contratos de commodities (como soja e milho) com preços travados para entrega em uma data futura. É uma ferramenta essencial para o produtor se proteger da oscilação de preços.

  • PIB (Produto Interno Bruto): Soma de todos os bens e serviços produzidos em um país. O “PIB do Agronegócio” representa a participação total do setor na economia, considerando desde a produção na fazenda até a indústria e os serviços relacionados.

  • Safrinha: Refere-se à segunda safra cultivada no mesmo ano agrícola, aproveitando o final do período chuvoso. O milho plantado após a colheita da soja é o exemplo mais comum e de grande importância para a produção total de grãos do país.

  • Valor Bruto da Produção (VBP): Indicador que calcula o faturamento total da atividade agropecuária “dentro da porteira”. Ele mede o valor gerado pela produção agrícola e pecuária antes de qualquer processamento industrial.

  • Venda escalonada de grãos: Estratégia de comercialização na qual o produtor vende sua safra em lotes, em diferentes momentos, em vez de vender todo o volume de uma só vez. Essa tática visa mitigar riscos e alcançar um preço médio mais vantajoso.

Como a tecnologia ajuda a navegar em um cenário de incertezas

Em um cenário de mercado volátil como o descrito, a principal ferramenta do produtor é a informação precisa. Antes de decidir o melhor momento para vender a safra ou travar preços em contratos futuros, é fundamental saber exatamente qual foi o seu custo de produção por saca. Sem esse dado, qualquer decisão de venda se torna um risco para a rentabilidade do negócio.

Ferramentas de gestão agrícola, como o Aegro, resolvem esse desafio ao centralizar todo o controle financeiro e operacional da fazenda. Com o registro de todas as despesas, desde insumos até mão de obra, o sistema calcula automaticamente seu custo real. Com essa informação em mãos, fica muito mais seguro analisar o mercado e utilizar funcionalidades como a gestão de contratos de venda para simular cenários e proteger suas margens de lucro.

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Perguntas Frequentes

Qual a diferença prática entre o PIB do Agronegócio e o Valor Bruto da Produção (VBP)?

O VBP mede o faturamento bruto apenas “dentro da porteira”, ou seja, o valor da produção agrícola e pecuária. Já o PIB do Agronegócio é mais amplo, pois inclui toda a cadeia produtiva, como a indústria de insumos, o processamento de alimentos e os serviços logísticos, representando o impacto total do setor na economia.

De que forma a disputa comercial entre China e Estados Unidos impacta o preço da soja brasileira?

Quando a China impõe tarifas à soja americana, ela busca outros fornecedores, aumentando a demanda pela soja brasileira e, consequentemente, elevando os preços no mercado nacional. No entanto, um acordo entre os dois países pode reverter esse cenário rapidamente, tornando o mercado volátil e exigindo cautela do produtor ao vender sua safra.

Por que a ‘safrinha’ de milho é tão importante para a produção total de grãos do Brasil?

A ‘safrinha’, ou segunda safra, é plantada logo após a colheita da soja e se tornou a principal temporada de cultivo do milho no país, respondendo por mais de 70% da produção nacional. Seu sucesso garante o abastecimento interno, impulsiona as exportações e tem um grande impacto no resultado final da safra de grãos brasileira.

Qual a principal vantagem de adotar a estratégia de venda escalonada de grãos?

A principal vantagem é a mitigação de riscos. Em vez de vender toda a produção de uma vez e ficar vulnerável a uma queda súbita de preços, o produtor divide a venda em lotes ao longo do tempo. Isso permite alcançar um preço médio mais estável e vantajoso, protegendo a rentabilidade da safra contra a volatilidade do mercado.

Como posso calcular meu custo de produção por saca para tomar melhores decisões de venda?

O cálculo preciso exige o registro de todas as despesas da lavoura, incluindo sementes, fertilizantes, defensivos, combustível, mão de obra e depreciação de maquinário. Utilizar uma ferramenta de gestão agrícola automatiza esse processo, centralizando os dados e fornecendo o custo exato por saca, o que é fundamental para negociar com segurança e garantir o lucro.

Além da instabilidade do mercado, quais outros desafios o produtor rural enfrenta em um ano de crescimento?

Mesmo com projeções positivas, o produtor enfrenta desafios como a alta no custo de insumos (fertilizantes e defensivos), questões climáticas imprevisíveis que podem afetar a produtividade, e gargalos de logística e armazenamento durante o escoamento da safra. Um bom planejamento financeiro e operacional é essencial para superar esses obstáculos.

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