Muitas vezes, a lavoura de milho acaba sendo tratada como secundária na fazenda, não recebendo a mesma atenção que outras culturas.
No entanto, com o entendimento de alguns conceitos básicos sobre a planta, o solo e os nutrientes, é possível aumentar a eficiência dos insumos aplicados e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos da cultura.
O manejo correto da adubação é o caminho para alcançar esse objetivo, especialmente considerando a baixa fertilidade dos solos na maior parte do Brasil.
Confira a seguir as melhores recomendações de adubo para milho e aprenda como tirar o máximo proveito delas em sua propriedade, aumentando sua rentabilidade.
Conceitos Essenciais Antes de Adubar o Milho
Antes de falarmos sobre quilos e sacos de adubo, precisamos alinhar alguns conceitos fundamentais. Dominar essas ideias é o que separa uma adubação comum de uma adubação de alta performance.
Rendimento Máximo Econômico: Mais Lucro, Não Apenas Mais Sacas
Um dos conceitos mais importantes na adubação é o de rendimento máximo econômico.
A ideia é simples: o produtor deve buscar a lucratividade máxima da sua lavoura, e não necessariamente a produção máxima. Isso acontece porque, a partir de um certo ponto, o custo para produzir uma saca a mais de milho se torna maior do que o preço de venda dessa saca.
Produtividade de grãos em função de doses de nitrogênio
(Fonte: Lyra et al., 2014)
Observe no gráfico acima: conforme a dose de nitrogênio aumenta, o ganho em produtividade vai diminuindo. No início, um pouco de adubo gera um grande salto na produção. Depois, é preciso muito mais adubo para um ganho pequeno.
Seu trabalho é encontrar o ponto ideal para o seu sistema de produção e o híbrido que você usa, garantindo o maior retorno econômico para cada real investido em adubação.
Análise de Solo: O “Raio-X” da Sua Lavoura
Junto com o conceito de rendimento máximo econômico, a análise de solo é sua principal ferramenta.
Pense na análise como uma “foto” do estado atual do seu solo. Como o solo é um ambiente dinâmico que muda a cada safra, é fundamental manter um histórico de análises. Esse histórico permite entender como as adubações e o uso de corretivos, como o calcário, estão realmente agindo na sua terra ao longo do tempo.
Adubação de Correção vs. Adubação de Manutenção
Existem duas estratégias principais de adubação:
- Adubação de Manutenção: Consiste em devolver ao solo a quantidade de nutrientes que a cultura do milho extraiu e que saiu da área com a colheita dos grãos ou da silagem. É como repor o que foi “gasto” na safra.
- Adubação de Correção: O objetivo aqui é aumentar o estoque de um nutriente no solo. Isso é crucial porque a planta precisa absorver uma quantidade maior de nutrientes do que aquela que é efetivamente exportada nos grãos. A correção “enche a caixa d’água” de nutrientes do solo para a planta não passar sede.
Nitrogênio (N): O Motor do Crescimento do Milho
O nitrogênio é o nutriente que as plantas de milho exigem em maior quantidade. Para o milho e outras gramíneas, é o que mais gera respostas em produtividade, tanto de massa verde (biomassa) quanto de grãos.
Ele está diretamente ligado à fotossíntese (fixação de carbono: o processo da planta de “respirar” gás carbônico e transformá-lo em energia) e à produção de proteínas. Em resumo: mais nitrogênio significa mais crescimento e grãos de melhor qualidade.
Apesar de sua importância, o nitrogênio praticamente não existe nas rochas que formam os solos. Sua fonte primária é o ar. Ele chega ao solo principalmente de duas formas químicas que a planta consegue absorver: amônio (NH4+) e nitrato (NO3–).
Como as Fontes de Nitrogênio se Comportam no Solo
Entender isso impacta diretamente o manejo da adubação nitrogenada. Cada tipo de adubo nitrogenado se comporta de uma maneira diferente no solo.
- Ureia: Ao ser aplicada em solo úmido, a ureia é quebrada e se transforma em amônio. Esse processo eleva o pH numa pequena área ao redor do grânulo de adubo, fazendo com que parte do nitrogênio se perca para o ar. Esse processo é chamado de volatilização.
- Fontes com Amônio (Sulfato de Amônio, Nitrato de Amônio): Também podem sofrer volatilização, mas em menor grau, principalmente se aplicados sobre a palhada.
- Fontes com Nitrato: O problema aqui é outro: a lixiviação. O nitrato não se prende bem às partículas do solo (à famosa CTC do solo). Isso significa que a água da chuva pode “lavar” esse nutriente para camadas mais profundas, deixando-o fora do alcance das raízes do milho.
Quanto Nitrogênio Aplicar na Lavoura?
Agora vamos aos números. Para calcular a dose de nitrogênio, você precisa considerar dois pontos:
- Quanto N está saindo do sistema? Você precisa saber quanto de nitrogênio os grãos ou a silagem estão retirando da área para poder repor na adubação.
- De onde vem o N da planta? Apenas 30% a 50% do nitrogênio que a planta absorve vem diretamente do adubo aplicado na safra. O restante vem da matéria orgânica e do que já estava disponível no solo.
Por isso, é fundamental manter uma adubação nitrogenada que seja compatível com a produtividade esperada e com a quantidade de N que está sendo exportada.
Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem em diferentes níveis de produtividade
(Fonte: IPNI)
Analisando a tabela acima, vemos que o milho extrai, em média, 21 kg de nitrogênio (N) por tonelada de grão produzida.
Vamos a um exemplo prático:
- Se fôssemos repor essa quantidade usando ureia (que tem 45% de N), precisaríamos de
47 kg
de ureia por tonelada de grão. - Para um talhão com produtividade média de
9 toneladas/ha
(150 sacas/ha), a conta seria:9 ton/ha x 47 kg de ureia/ton
=423 kg
de ureia por hectare.
No caso da silagem, a exportação é de 10 kg de N
por tonelada de matéria seca.
- Para uma produção de 50 toneladas de silagem com 30% de matéria seca (total de 15 toneladas de matéria seca), a necessidade seria de
150 kg de N/ha
. - Isso equivale a aproximadamente
330 kg
de ureia por hectare.
Quando Aplicar o Nitrogênio na Adubação de Milho?
Muitos discutem sobre os benefícios de parcelar a adubação de nitrogênio. Para entender a melhor estratégia, precisamos saber qual é o período de maior fome de nitrogênio da planta de milho.
Estágios fenológicos e curva de absorção do nitrogênio no milho
(Fonte: Forseed)
Como o gráfico mostra, o pico de absorção de nitrogênio ocorre na fase do pendoamento. Portanto, nosso objetivo é garantir que o nutriente esteja disponível em quantidade suficiente no solo nesse momento crítico.
Um experimento clássico, de 1974, mostra o efeito de diferentes estratégias de parcelamento:
Efeito do parcelamento de nitrogênio nas doses de 60 kg/ha e 120 kg/ha na produção de milho
(Fonte: Novais et al., 1974)
A tabela nos ensina duas coisas importantes:
- O nitrogênio limita a produção: Veja a grande diferença de produtividade entre aplicar
60 kg/ha
e120 kg/ha
de N. Dobrar a dose (dentro do limite econômico) trouxe um grande retorno. - O parcelamento funciona: As maiores produtividades foram alcançadas quando o nitrogênio foi parcelado, com 33% aplicado no plantio e o restante aos 45 dias (adubação de cobertura).
Adubo para Milho: Fósforo (P)
O fósforo (P) é outro nutriente essencial. A maioria das áreas agrícolas do Brasil é naturalmente deficiente em fósforo, e seu manejo é complexo por causa da sua forte interação com o solo.
Quando os adubos fosfatados são aplicados, eles se dissolvem e o fósforo fica disponível na “solução do solo” (a água presente no solo), que é de onde as plantas o absorvem. No entanto, a tendência natural é que ele se “prenda” (adsorva) às partículas sólidas do solo.
Representação da relação entre o fósforo na solução do solo, na fase lábil e não lábil
(Fonte: International Superphosphate Manufacturers Association – ISMA, 1978)
- Fósforo Lábil: Quando o fósforo se prende de forma “fraca” ao solo, ele está na forma lábil. A partir daqui, ele pode voltar facilmente para a solução do solo e ser absorvido pela planta.
- Fósforo Não Lábil: Com o tempo, o fósforo da fase lábil se prende de forma muito mais forte, passando para a forma não lábil. Nessa forma, ele fica praticamente indisponível para as plantas, e seu retorno para a forma lábil é extremamente lento.
Em outras palavras, como dizia o saudoso Professor Vitti, toda vez que aplicamos fósforo no solo, pagamos um “pedágio” ao próprio solo. Parte do adubo fica retido e não é aproveitado pela cultura atual.
Como Fazer a Adubação com Fósforo
Existem duas estratégias principais que podem ser adotadas:
- Adubação de Correção: Corrigir os baixos níveis de fósforo no solo de uma vez. Como os solos brasileiros têm alto poder de fixação de P, essa estratégia exige doses altíssimas de fertilizante e um investimento inicial elevado.
- Adubação de Manutenção: Fornecer apenas a quantidade necessária para a safra atual, repondo o que foi exportado. Esta é a estratégia mais comum no Brasil.
Ao usar a adubação de manutenção, precisamos lembrar do “pedágio” pago ao solo. A regra é: quanto menor o teor de fósforo no seu solo, maior será o pedágio.
Interpretação das classes de teores de fósforo no solo
(Fonte: IPNI)
De forma geral, podemos considerar que apenas 20% a 30%
do fósforo aplicado é realmente utilizado pela planta na safra. O resto é o “pedágio”.
Com base na tabela de extração de nutrientes (a primeira tabela do artigo), a planta de milho exporta aproximadamente 10 kg/ha de P2O5
(a forma como o fósforo vem no adubo) por tonelada de grão.
Qual Quantidade de Adubo Fosfatado Aplicar?
Vamos a outro exemplo prático:
Cenário 1: Solo com teor médio/alto de P
- Produtividade esperada:
5 toneladas/ha
de grãos. - Necessidade de reposição:
5 ton x 10 kg de P2O5/ton = 50 kg de P2O5/ha
. - Usando um adubo como MAP ou Super Simples (vamos considerar 50% de P2O5), precisaríamos de
100 kg
do adubo por hectare.
- Produtividade esperada:
Cenário 2: Solo com teor baixo de P
- Aqui o “pedágio” é maior. Precisamos aplicar mais para garantir que a planta receba o suficiente.
- Para a mesma produtividade de 5 toneladas/ha, a recomendação sobe para cerca de
160 kg/ha de P2O5
. - Isso exigiria
320 kg/ha
de MAP ou Super Simples, considerando uma eficiência menor (cerca de 30%).
Em solos arenosos com baixo teor de fósforo, a fixação (pedágio) pode ser ainda maior, exigindo doses mais altas. Uma forma simples e eficaz de aumentar a eficiência da adubação fosfatada é realizar a correção do pH do solo com calagem.
Como Aplicar o Fósforo: A Lanço ou no Sulco?
Outra grande discussão é sobre o método de aplicação: a lanço em área total ou localizado no sulco de plantio.
Teores de fósforo no solo de acordo com diferentes métodos de aplicação
(Fonte: Prochnow et al., 2018)
Analisando a tabela, podemos tirar algumas conclusões:
- Aplicação a lanço: Concentra o fósforo nas camadas superficiais do solo (0-10 cm). Isso pode limitar o crescimento das raízes para camadas mais profundas, o que é uma desvantagem em períodos de falta de chuva. Além disso, em solos com pouca palhada, a erosão pode levar o fertilizante embora.
- Aplicação no sulco/incorporado: Coloca o fósforo mais perto das raízes e em maior profundidade, estimulando um sistema radicular mais robusto.
A aplicação a lanço tem uma clara vantagem operacional (é mais rápida e fácil). No entanto, a aplicação no sulco ou incorporada é mais recomendada em situações como:
- Abertura de áreas novas de agricultura.
- Áreas com baixos teores de fósforo em subsuperfície (abaixo de 20 cm).
- Terrenos com declive ou sob cultivo convencional, onde o risco de erosão é maior.
Potássio (K)
O potássio é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas de milho.
Diferente do N e P, sua dinâmica nos solos brasileiros é mais simples. Ele não faz parte da estrutura da planta, mas atua em quase todas as reações metabólicas, sendo essencial para o enchimento de grãos e resistência a estresses.
Nos nossos solos (muito intemperizados), quase todo o potássio disponível fica na CTC do solo. De lá, ele passa para a água do solo, onde a planta consegue absorvê-lo. Por isso, uma análise de solo consegue indicar com boa precisão a quantidade de potássio que temos na área.
Como Fazer a Adubação Potássica
O cálculo da dose de potássio é guiado por dois fatores: o teor de K na análise de solo (baixo, médio ou alto) e a produtividade esperada.
Se o teor de potássio estiver baixo, o ideal é corrigi-lo ao longo do tempo para diluir os custos da adubação de correção.
Com um teor médio ou adequado no solo, focamos na manutenção. Sabemos que a exportação de potássio nos grãos de milho é de aproximadamente 15,5 kg de K/ton
, o que equivale a 26 kg de KCl/ton
(Cloreto de Potássio).
Para produção de grãos: Uma produtividade esperada de 5 toneladas/ha irá precisar de
5 ton x 26 kg KCl/ton
=130 kg de KCl/ha
.Para produção de silagem: A exportação é muito maior:
14 kg de K/ton
de matéria seca. Em uma produção de 50t de silagem (com 30% de matéria seca), estamos exportando210 kg de potássio/ha
, o que equivale a350 kg de KCl/ha
.
Fique atento: a produção de silagem esgota o estoque de potássio do solo muito mais rápido. O monitoramento com análises de solo é fundamental para não depletar a área.
Qual a Melhor Época para Aplicar Potássio?
Como regra geral, doses acima de 50 kg/ha
de cloreto de potássio (KCl) aplicadas no sulco de plantio podem prejudicar a germinação das sementes por seu efeito salino.
Esse limite é ainda menor em solos arenosos (com menos de 15% de argila), que são mais sensíveis a altas doses de sais.
Acúmulo de matéria seca, nitrogênio, fósforo e potássio na parte aérea de plantas de milho
(Fonte: Karlen et al., 1987)
Observando o gráfico de absorção, vemos que a planta de milho absorve quase todo o potássio de que precisa antes do florescimento. Além disso, entre os estádios V3 e V4 (cerca de 30 dias após a semeadura), a planta de milho acelera drasticamente a absorção de todos os nutrientes.
Por isso, o ideal é parcelar a adubação potássica:
- Aplicar uma parte na semeadura (respeitando o limite de
50 kg/ha
de KCl no sulco). - Aplicar o restante em cobertura, no máximo entre os estádios V4 e V6, para garantir que o nutriente esteja disponível quando a planta mais precisa.
Conclusão
A cada safra, o mercado oferece novos produtos que prometem soluções milagrosas no campo. Em meio a tantas novidades, às vezes nos esquecemos do conhecimento básico que realmente faz a diferença.
O futuro do agronegócio está exatamente aí: aplicar o conhecimento técnico para aumentar a eficiência, elevar a produtividade e maximizar o lucro dos produtores. Em resumo, produzir mais com menos!
Com as recomendações de adubação para milho detalhadas aqui, esperamos que você possa aplicar esses conceitos e alcançar resultados ainda melhores na sua lavoura.
Glossário
Adubação de Correção: Estratégia que visa aumentar o estoque de um nutriente no solo, elevando sua fertilidade a um nível adequado. É como “encher a caixa d’água” de nutrientes do solo para garantir que não falte para a cultura ao longo de seu ciclo.
Adubação de Manutenção: Prática de repor ao solo a quantidade de nutrientes que foi extraída pela cultura e exportada na colheita (grãos ou silagem). O objetivo é simplesmente devolver o que a safra “gastou”, mantendo os níveis de fertilidade.
CTC do solo (Capacidade de Troca Catiônica): Medida da capacidade do solo de reter nutrientes com carga positiva (cátions), como Potássio (K⁺) e Amônio (NH₄⁺). Uma CTC alta funciona como um “ímã” mais forte, segurando os nutrientes e evitando que sejam perdidos pela água da chuva.
Estádios Fenológicos (V-Stages): Classificação das fases de desenvolvimento vegetativo do milho, contadas pelo número de folhas com o colar (base da folha) visível. Por exemplo, V4 indica que a planta tem quatro folhas completamente desenvolvidas, um marco importante para a aplicação de adubos em cobertura.
Fósforo Lábil: Refere-se à porção do fósforo que está fracamente ligada às partículas do solo e pode ser facilmente liberada para a absorção pelas plantas. Funciona como uma reserva de fósforo de “saque rápido” para a cultura.
Lixiviação: Processo de perda de nutrientes, como o nitrato (NO₃⁻), que são “lavados” para as camadas mais profundas do solo pela água da chuva ou irrigação. Isso os torna inacessíveis para as raízes das plantas.
Rendimento Máximo Econômico: Ponto em que o custo de aplicar mais fertilizante se iguala ao ganho financeiro obtido com o aumento da produção. O foco é atingir a máxima lucratividade, que nem sempre corresponde à máxima produtividade em sacas por hectare.
Volatilização: Perda de nitrogênio para a atmosfera na forma de gás amônia (NH₃). Ocorre principalmente com a ureia aplicada na superfície de um solo úmido, quando o nutriente se transforma em gás antes que a planta possa absorvê-lo.
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Alcançar o rendimento máximo econômico e acertar nas doses de adubo para milho são tarefas que exigem um acompanhamento preciso dos custos e das operações. Cada quilo de fertilizante impacta diretamente a rentabilidade da safra, e planejar as aplicações de cobertura nos estágios corretos, como o V4 e o V6, é crucial para a produtividade. Um software de gestão agrícola como o Aegro simplifica esses desafios ao centralizar o controle de custos com insumos e permitir o planejamento e acompanhamento das atividades da lavoura em tempo real, garantindo que as decisões sejam baseadas em dados concretos.
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Perguntas Frequentes
Qual a diferença real entre rendimento máximo econômico e produtividade máxima na adubação do milho?
A produtividade máxima é o maior número de sacas que se pode colher, sem levar em conta os custos. Já o rendimento máximo econômico é o ponto em que o lucro é maior, pois a partir dele, o custo para adicionar mais adubo se torna maior do que o valor da produção extra gerada. O foco do produtor deve ser sempre o rendimento máximo econômico para garantir a maior rentabilidade.
O que exatamente significa o ‘pedágio’ do fósforo no solo e como posso reduzi-lo?
O ‘pedágio’ do fósforo é uma analogia para a parte do adubo fosfatado que fica ‘presa’ (fixada) às partículas do solo, tornando-se indisponível para a planta na safra atual. Para reduzir esse efeito e aumentar a eficiência da adubação, é fundamental realizar a calagem para corrigir o pH do solo, pois um pH adequado diminui a força dessa fixação e melhora a disponibilidade do nutriente.
Por que não posso aplicar toda a dose de potássio (KCl) no sulco de plantio? Qual o risco?
Aplicar altas doses de Cloreto de Potássio (KCl) no sulco de plantio causa um ’efeito salino’. A alta concentração de sal perto da semente ‘rouba’ a água dela por osmose, podendo prejudicar ou até impedir a germinação. O risco é maior em solos arenosos, por isso a recomendação é limitar a dose no sulco (geralmente até 50 kg/ha) e aplicar o restante em cobertura.
É sempre necessário parcelar a adubação de nitrogênio no milho?
Sim, o parcelamento é altamente recomendado. O pico de absorção de nitrogênio pelo milho ocorre em estágios mais avançados, como o pendoamento. Aplicar todo o N no plantio aumenta o risco de perdas por lixiviação (chuva ’lavando’ o nutriente) ou volatilização, desperdiçando adubo. Parcelar a aplicação garante que o nitrogênio esteja disponível quando a planta mais precisa.
Com que frequência devo fazer a análise de solo para a minha lavoura de milho?
O ideal é realizar a análise de solo anualmente, sempre antes do plantio da safra principal, para monitorar a evolução da fertilidade. Se não for possível, recomenda-se fazer a cada dois anos. Manter um histórico de análises é crucial para entender como o manejo está impactando o solo e para fazer recomendações de adubação cada vez mais precisas.
Para produção de silagem, a adubação do milho muda muito?
Sim, muda drasticamente. Na produção de silagem, a planta inteira é retirada da área, o que exporta uma quantidade muito maior de nutrientes, especialmente potássio (K). Como mostrado no artigo, a exportação de potássio na silagem pode ser mais de 10 vezes maior que na colheita de grãos, exigindo uma adubação de reposição muito mais robusta para não esgotar a fertilidade do solo.
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