Adubação de Arroz: Guia Completo para Lavoura de Sequeiro e Irrigada

Redatora parceira Aegro.
Adubação de Arroz: Guia Completo para Lavoura de Sequeiro e Irrigada

A área cultivada com arroz no Brasil poderá ter um aumento de 1,6% nesta safra, segundo dados da Conab. No entanto, um aumento de área não garante mais grãos na colheita, e a produtividade pode ser menor que na safra passada. A previsão atual da produção nacional é de 10,9 milhões de toneladas.

A boa notícia é que esse cenário pode mudar. Com as técnicas certas de manejo do solo e, principalmente, uma adubação da lavoura bem planejada, é possível não apenas atingir, mas superar as expectativas de produtividade.

Uma das maneiras mais eficazes de aumentar a produtividade da lavoura de arroz é realizar um manejo correto da adubação, ajustado para cada sistema de cultivo.

Neste guia prático, vamos detalhar as exigências nutricionais do arroz, as melhores épocas para adubação e as recomendações gerais para você extrair o máximo potencial da sua lavoura.

Entendendo os Sistemas de Cultivo do Arroz

No Brasil, o arroz é cultivado basicamente de duas formas, cada uma com suas particularidades de manejo:

  1. Arroz de Sequeiro: Também conhecido como arroz de terras altas, é cultivado sem inundação controlada, dependendo principalmente das chuvas.
  2. Arroz Irrigado: Utiliza a inundação da área, seja com o plantio de sementes pré-germinadas diretamente na água ou pelo transplante de mudas já desenvolvidas.

Para saber mais sobre as diferenças e vantagens de cada um, leia nosso artigo: “Plantio de arroz irrigado ou sequeiro: 7 dicas para produzir mais e melhor!

Além de entender o sistema, é fundamental conhecer a fenologia do arroz, que são as fases de desenvolvimento da planta. De forma simples, ela se divide em fase vegetativa (V1 a Vn), quando a planta cresce, e fase reprodutiva (R0 a R9), quando ela foca em produzir os grãos.

Como Fazer um Bom Manejo da Adubação

Para uma adubação eficiente e sem desperdícios, alguns passos são essenciais:

  • Análise de Solo: É o ponto de partida. Sem ela, qualquer adubação é um chute no escuro. O Manual de adubação e calagem para os estados do RS e SC recomenda fazer a análise a cada cultivo no sistema tradicional (arroz após arroz). Em sistemas de rotação, a fertilidade do solo pode ser monitorada a cada dois cultivos.
  • Correção da Acidez do Solo (Calagem): O arroz não se desenvolve bem em solos ácidos. A calagem é fundamental para equilibrar o pH.
  • Meta de Produtividade: Defina qual a produtividade esperada para a sua área. A quantidade de adubo está diretamente ligada a essa meta.
  • Extração de Nutrientes: Entenda quanto a cultura do arroz retira de nutrientes do solo para produzir os grãos. Essa informação ajuda a repor exatamente o que foi consumido.
  • Condições Locais: Leve sempre em conta o clima e as características do solo da sua região.

Como cada sistema e região têm suas próprias recomendações, vamos detalhar as principais a seguir.

Recomendação de Adubação para Arroz no Cerrado

As orientações a seguir são baseadas no boletim 5ª aproximação e visam uma produtividade entre 2,5 a 3,0 toneladas por hectare (ton ha-1).

Arroz de Sequeiro

Correção do Solo (Calagem)

A necessidade de calagem deve ser calculada usando o método do Al³⁺ e do Ca²⁺ + Mg²⁺. A fórmula é a seguinte:

NC = Y [Al³⁺ – (mt . t/100)] + [X – (Ca²⁺ + Mg²⁺)]

  • Em outras palavras: Essa fórmula calcula a quantidade exata de calcário necessária, considerando a acidez tóxica do solo (Al³⁺), a capacidade do solo de resistir a mudanças de pH (Y), o que a cultura do arroz tolera de alumínio (mt) e os níveis de cálcio e magnésio.

Valores de referência para a fórmula:

  • Y: Capacidade tampão de acidez do solo (informação da análise).
  • X: 2,0 cmolc dm⁻³ (valor que varia conforme a necessidade da cultura).
  • mt: 25% (máxima saturação por Al³⁺ que o arroz tolera).
  • Al³⁺: Acidez trocável (dado da análise de solo).
  • t: CTC efetiva (dado da análise de solo).

Se você prefere usar o método da saturação por bases, o objetivo é elevar o V% para cerca de 40%.

Nitrogênio (N)

A recomendação é aplicar de 50 a 60 kg/ha de N. A aplicação deve ser parcelada:

  • Um quinto (20%) da dose no plantio.
  • Quatro quintos (80%) em cobertura, quando a planta começa a formar o cacho de grãos (diferenciação do primórdio floral), o que ocorre entre 50 e 55 dias após a emergência.

Fósforo (P)

O manejo do fósforo é feito em duas etapas: correção e manutenção.

1. Adubação Fosfatada Corretiva: Esta aplicação é feita no primeiro ano de cultivo para elevar os níveis do nutriente no solo.

  • Solos argilosos: 240 kg/ha de P₂O₅.
  • Solos de textura média: 150 kg/ha de P₂O₅.
  • Solos arenosos: 120 kg/ha de P₂O₅.

Para a correção, aplique a dose de uma só vez, usando fontes como fosfatos parcialmente solubilizados ou termofosfatos. Também é possível usar adubos como MAP, DAP, superfosfato simples ou superfosfato triplo de forma gradativa.

2. Adubação de Manutenção: Essa adubação é feita todos os anos no sulco de plantio, para fornecer fósforo perto das raízes. Para esta etapa, as fontes solúveis de fósforo são as mais recomendadas.

Potássio (K)

O potássio deve ser aplicado no momento do plantio, junto com a primeira dose de nitrogênio e a adubação de manutenção de fósforo.

uma tabela técnica de recomendação de adubação de manutenção para fósforo (P) e potássio (K). A tabela está di Dose de adubação de manutenção recomendada para o arroz de sequeiro, com base nos teores de nutrientes encontrados na análise de solo. (Fonte:boletim 5ª aproximação – Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais)

Arroz Irrigado

Correção do Solo (Calagem)

  • Sistema por inundação com sementes pré-germinadas: A calagem pode ser dispensada se a saturação por bases (V%) do solo já for de, no mínimo, 50%.
  • Semeadura em solo seco (inundação após emergência): Neste caso, a correção é importante para o desenvolvimento inicial da planta. A recomendação é aplicar calcário para aumentar o V% para 50%, fazendo isso cerca de quatro meses antes da semeadura.

Nitrogênio, Fósforo e Potássio

  • Nitrogênio (N): Aplicar um total de 90 kg/ha de N, divididos da seguinte forma:

    • 20 kg no plantio, aplicado diretamente no sulco.
    • 70 kg em cobertura, sendo metade na fase de perfilhamento e a outra metade no início da formação da panícula (cacho de grãos). A aplicação em cobertura pode ser a lanço ou em filetes entre as plantas, com ou sem lâmina d’água.
  • Fósforo (P) e Potássio (K): As doses variam conforme a análise de solo.

    • Fósforo: entre 30 a 90 kg/ha de P₂O₅.
    • Potássio: entre 20 a 70 kg/ha de K₂O.

uma tabela técnica intitulada ‘Fósforo e potássio:’, que serve como um guia de recomendação de adubação. A tab Dose de adubação recomendada para o arroz irrigado, com base nos teores de nutrientes encontrados na análise de solo. (Fonte:boletim 5ª aproximação – Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais)

Recomendação de Adubação para Arroz na Região Sul

As orientações a seguir são do Manual de Adubação e Calagem para os estados do RS e SC, estimando uma produtividade de 2 ton/ha para o arroz de sequeiro.

Arroz de Sequeiro

Correção do Solo (Calagem)

As metas de correção variam com o sistema de manejo:

  • Sistema de Plantio Direto (SPD): A correção deve ser feita para ajustar o pH do solo para 5,5.
  • Sistema Convencional: Deve-se aplicar calcário até o solo atingir pH 6,0 (medido pelo índice SMP).

Nitrogênio, Fósforo e Potássio

  • Nitrogênio (N): A dose varia com o teor de matéria orgânica (M.O.) do solo:

    • M.O. ≤ 2,5%: aplicar 50 kg/ha de N.
    • M.O. entre 2,6% e 5,0%: aplicar 40 kg/ha de N.
    • M.O. > 5,0%: aplicar ≤ 10 kg/ha de N. A aplicação é dividida em 10 kg/ha de N na semeadura e o restante em cobertura no início do afilhamento.
  • Ajuste para maior produtividade: Para cada tonelada de grãos a mais que você espera colher, adicione 15 kg/ha de N.

  • Fósforo (P) e Potássio (K): A adubação de manutenção básica é de 20 kg/ha de P₂O₅ e 20 kg/ha de K₂O.

  • Ajuste para maior produtividade: Para cada tonelada de grãos adicional, acrescente 10 kg/ha de P₂O₅ e 10 kg/ha de K₂O.

Arroz Irrigado

O boletim do Irga traz recomendações detalhadas para o cultivo de arroz irrigado na região.

Correção do Solo (Calagem)

  • Rotação com culturas de sequeiro: Recomenda-se corrigir a acidez para que o solo atinja pH 6,0.
  • Arroz semeado em solo seco: A recomendação de calagem ocorre quando o pH da água é menor que 5,5 e a saturação por bases (V%) está abaixo de 65%.
  • Arroz pré-germinado e transplante de mudas: A calagem não é recomendada. No sistema inundado, ocorre um processo de “autocalagem”, onde a própria água eleva o pH do solo. A calagem só é indicada se houver deficiência de Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg).

Para informações detalhadas sobre o cálculo da necessidade de calagem, consulte os boletins do IRGA e o Manual de adubação e calagem para os estados do RS e SC.

Solos com Baixo Poder Tampão

Em solos que mudam de pH muito facilmente (baixo poder tampão), o índice SMP não é confiável. A Necessidade de Calagem (NC) pode ser calculada pela fórmula:

NC (pH 5,5) = – 0,653 + 0,480MO + 1,937Al

  • NC: Necessidade de calcário em ton/ha.
  • MO: Quantidade de matéria orgânica no solo em %.
  • Al: Alumínio trocável em cmolc dm³.

uma tabela técnica que orienta sobre a necessidade de calagem (aplicação de calcário) em diferentes sistemas d Critérios para definir a necessidade e a quantidade de corretivo de solo. (Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Nitrogênio, Fósforo e Potássio

As recomendações se baseiam na análise de solo (teores de Matéria Orgânica para N, e teores de P e K).

uma tabela técnica para a interpretação dos níveis de fósforo (P) no solo, um nutriente essencial para as plan uma tabela técnica detalhada para a interpretação do teor de potássio (K) no solo, um macronutriente vital par Tabelas para interpretar os níveis de Fósforo (P) e Potássio (K) no solo pelo Método Mehlich-1. (Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Adubação Nitrogenada:

  • Semeadura em solo seco: Aplicar entre 10 e 20 kg/ha de N no plantio e o restante em cobertura. Para doses de até 100 kg/ha em cobertura, aplique ⅔ no estádio V3/V4 e ⅓ no início da panícula.
  • Sistema pré-germinado: Não aplique N na semeadura devido ao risco de perdas.
    • Cultivares de ciclo curto/médio: aplique ⅔ da dose em V3/V4 e ⅓ no início da panícula.
    • Cultivares de ciclo tardio: fracione em três: ⅓ em V3/V4, ⅓ no perfilhamento pleno e ⅓ no início da panícula.

uma tabela técnica para recomendação de adubação nitrogenada, correlacionando o teor de matéria orgânica do so Recomendação de adubação com Nitrogênio (N) com base no teor de matéria orgânica do solo e na expectativa de resposta da lavoura. (Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Fósforo e Potássio:

  • Semeadura em solo seco: Os fertilizantes fosfatados e potássicos devem ser aplicados e incorporados ao solo na semeadura.
  • Sistema pré-germinado: O P e o K podem ser aplicados e incorporados antes da semeadura.

uma tabela técnica de recomendação de adubação fosfatada, crucial para o manejo nutricional de lavouras. A tab uma tabela técnica para recomendação de adubação potássica, indicando a quantidade de óxido de potássio (K₂O) Adubação com Fósforo (acima) e Potássio, com base na análise de solo e expectativa de resposta. (Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz)

Estudo de Caso: Resposta de Cultivares à Adubação

A teoria é importante, mas os resultados no campo são o que realmente contam. Estudos recentes no sul do Brasil mostram como cultivares de arroz respondem ao manejo da adubação, como é o caso da IRGA 431 CL.

Em experimentos nas safras 2018/2019 e 2019/2020, essa cultivar mostrou excelente resposta à adubação. As lavouras que receberam, em média, 147 kg/ha de N, 71 kg/ha de P e 105 kg/ha de K produziram acima de 9 toneladas por hectare.

gráfico de barras que compara a quantidade de nutrientes aplicada (em kg/ha) com diferentes faixas de produ Gráfico mostrando a relação entre as doses de NPK e as faixas de produtividade da cultivar IRGA 431 CL na safra 2019/2020. (Fonte: Circular técnica – Irga 2020)

Na safra 2019/2020, os testes também identificaram a dose máxima de eficiência técnica (DMET) para a IRGA 431 CL.

  • DMET: é a quantidade ideal de fertilizante que gera o maior retorno em produtividade. A partir desse ponto, adicionar mais adubo não aumenta a produção.

O resultado foi uma DMET de 169 kg/ha de N, que resultou em uma produtividade de 11,98 ton/ha.

gráfico de dispersão com uma curva de regressão quadrática que ilustra a relação entre a dose de nitrogênio Gráfico da resposta da cultivar IRGA 431 CL à adubação com Nitrogênio, mostrando o ponto de máxima eficiência. (Fonte: Circular técnica – Irga 2020)

Conclusão

Como vimos neste guia, não existe uma receita de bolo para a adubação do arroz. O manejo correto depende diretamente do sistema de cultivo (sequeiro ou irrigado), dos resultados da análise de solo e da sua meta de produtividade.

Fica claro também que as recomendações mudam significativamente entre as regiões produtoras, como o Cerrado e o Sul do Brasil, cada uma com suas particularidades de solo e clima.

Para garantir o sucesso da sua lavoura, lembre-se que o manejo nutricional deve considerar todos os fatores em conjunto: a cultivar utilizada, a rotação de culturas, o potencial produtivo da sua área e as condições locais. Com um planejamento cuidadoso, a adubação se torna um investimento de alto retorno.


Glossário

  • Adubação em cobertura: Aplicação de fertilizantes sobre o solo após a emergência das plantas. Diferente da adubação de plantio, ela fornece nutrientes em fases críticas de desenvolvimento da cultura, como no perfilhamento do arroz.

  • Calagem: Processo de aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo (elevar o pH). A calagem neutraliza o alumínio tóxico e melhora a disponibilidade de nutrientes essenciais para as plantas.

  • cmolc dm⁻³ (centimol de carga por decímetro cúbico): Unidade de medida usada na análise de solo para expressar a quantidade de nutrientes (como Cálcio e Magnésio) e de elementos tóxicos (Alumínio). É fundamental para calcular a necessidade de calagem e adubação.

  • Dose Máxima de Eficiência Técnica (DMET): A quantidade ideal de fertilizante que gera a maior produtividade possível. Aplicar mais adubo além desse ponto não aumenta a colheita e se torna um desperdício de recursos.

  • Fenologia: Estudo das fases de desenvolvimento de uma planta (ex: germinação, perfilhamento, florescimento). Conhecer a fenologia do arroz é crucial para aplicar nitrogênio e outros manejos no momento certo.

  • P₂O₅ e K₂O (Pentóxido de Fósforo e Óxido de Potássio): Formas químicas padrão utilizadas para expressar as recomendações de Fósforo (P) e Potássio (K) em fertilizantes. Por exemplo, uma recomendação de “90 kg/ha de P₂O₅” indica a quantidade do nutriente nessa forma de óxido.

  • Saturação por Bases (V%): Um indicador da fertilidade do solo, expresso em porcentagem. Ele mostra o quanto da capacidade do solo de reter nutrientes está preenchida por elementos benéficos (Cálcio, Magnésio, Potássio). Para o arroz, um V% de 50% ou 60% é frequentemente a meta.

  • ton/ha (toneladas por hectare): Unidade padrão para medir a produtividade agrícola. Indica quantas toneladas de grãos foram colhidas em uma área de um hectare (10.000 metros quadrados).

Como simplificar o planejamento e o controle de custos da adubação?

Como vimos, um manejo nutricional bem-sucedido na lavoura de arroz exige um planejamento detalhado, desde a interpretação da análise de solo até o cálculo exato das doses e o momento certo de cada aplicação. Controlar todos esses detalhes e, ao mesmo tempo, monitorar os custos com fertilizantes para garantir que o investimento não ultrapasse o orçamento pode ser complexo. É aqui que a tecnologia se torna uma grande aliada.

Um software de gestão agrícola como o Aegro permite centralizar todo o planejamento da safra, registrar os custos de insumos em tempo real e acompanhar a execução das atividades no campo. Dessa forma, você garante que seu plano de adubação seja seguido à risca, otimizando o uso de recursos e tomando decisões baseadas em dados concretos.

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Perguntas Frequentes

Qual é o primeiro passo indispensável antes de planejar a adubação do arroz?

O primeiro e mais crucial passo é realizar uma análise de solo completa. Sem ela, qualquer recomendação de adubação é imprecisa, podendo levar ao desperdício de fertilizantes ou a uma produtividade abaixo do potencial. A análise fornece o diagnóstico exato da fertilidade e acidez do solo, guiando todas as decisões de manejo nutricional.

A recomendação de adubação para arroz de sequeiro é a mesma para o arroz irrigado?

Não, as recomendações são significativamente diferentes. O arroz irrigado geralmente possui um potencial produtivo maior, exigindo doses mais elevadas de nutrientes, especialmente nitrogênio. Além disso, o manejo da calagem também muda, pois no sistema inundado pode ocorrer um efeito de “autocalagem”, que eleva o pH do solo naturalmente.

Por que o nitrogênio (N) deve ser aplicado de forma parcelada na cultura do arroz?

A aplicação parcelada de nitrogênio, com uma parte no plantio e o restante em cobertura, garante que o nutriente esteja disponível nas fases de maior demanda da planta, como no perfilhamento e no início da formação da panícula. Essa prática aumenta a eficiência de uso do fertilizante, reduz perdas por lixiviação ou volatilização e maximiza a produtividade.

Como a minha meta de produtividade afeta a quantidade de adubo que devo usar?

Sua meta de produtividade é um fator-chave no cálculo da adubação. Uma expectativa de colheita maior significa que a lavoura irá extrair uma quantidade superior de nutrientes do solo. Portanto, para atingir mais toneladas por hectare, é necessário fornecer uma reposição de nutrientes proporcional, ajustando as doses de N, P e K conforme as tabelas de recomendação.

O que é calagem e por que é tão importante para a lavoura de arroz?

Calagem é o processo de aplicação de calcário para corrigir a acidez do solo (elevar o pH). Para o arroz, especialmente em solos ácidos como os do Cerrado, ela é fundamental porque neutraliza o alumínio tóxico, que prejudica o desenvolvimento das raízes, e melhora a disponibilidade de nutrientes essenciais como Fósforo, Cálcio e Magnésio.

Posso usar a mesma recomendação de adubação para o Cerrado e para a Região Sul?

Definitivamente não. O artigo demonstra que as recomendações de adubação e calagem variam drasticamente entre regiões como o Cerrado e o Sul do Brasil. Essas diferenças ocorrem devido às particularidades do solo, clima, sistemas de cultivo predominantes e metas de fertilidade específicas para cada local.

O que é a Dose Máxima de Eficiência Técnica (DMET) e qual sua importância prática?

A DMET representa a quantidade ideal de um fertilizante que resulta na máxima produtividade da cultura. Aplicar uma dose acima desse ponto não aumenta a colheita e se torna um desperdício de recursos, diminuindo a rentabilidade. Conhecer a DMET, como mostrado no estudo de caso, ajuda o produtor a otimizar o investimento e alcançar o maior retorno financeiro possível.

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