O trigo é um dos cereais mais importantes do mundo. Ele ocupa cerca de 17% de todas as terras cultivadas e representa 30% da produção global de grãos. Essencial na nossa alimentação, o trigo está presente em pães, massas e biscoitos, além de ser usado na indústria de ração e na produção de bebidas.
No Brasil, o cultivo do trigo tem se destacado como uma excelente opção para a safrinha de inverno. Ele se encaixa perfeitamente em sistemas de rotação com soja e milho, o que ajuda a diversificar a produção e a melhorar a saúde do solo.
Com a expansão da cultura para o Cerrado e outras regiões de clima tropical, o manejo correto da adubação se tornou um ponto crítico para o sucesso da lavoura. A seguir, vamos detalhar tudo o que você precisa saber para nutrir sua plantação de trigo da forma certa.
Qual o melhor adubo para o trigo?
A resposta para essa pergunta não é única. O melhor adubo para sua lavoura de trigo depende diretamente das necessidades nutricionais da cultura e das condições atuais do seu solo.
Uma adubação eficiente começa com um bom diagnóstico. Você precisa analisar o solo e entender o estágio de crescimento da planta. Isso garante que você forneça os nutrientes certos na hora certa, como fósforo e potássio na base (plantio) e nitrogênio na cobertura.
Os nutrientes essenciais para a cultura do trigo
Os três nutrientes que o trigo mais precisa são o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K).
- Nitrogênio (N): É o motor do crescimento vegetativo. Ele é fundamental para o desenvolvimento das folhas e para o acúmulo de proteínas nos grãos, um fator chave para a qualidade do produto final.
- Fósforo (P): Atua diretamente na formação das raízes e no fornecimento de energia para a planta. Um bom nível de fósforo favorece o perfilhamento (formação de novos brotos) e o enchimento dos grãos.
- Potássio (K): Ajuda no controle da água dentro da planta, aumenta a resistência a estresses (como seca ou doenças) e fortalece as estruturas de sustentação, como o colmo.
Além desses três, os micronutrientes como zinco, boro, manganês e cobre também são vitais. Embora sejam necessários em quantidades menores, eles participam de processos enzimáticos e fisiológicos essenciais para o desenvolvimento saudável da planta.
Fontes de adubo mais utilizadas na cultura do trigo
As fontes de nutrientes que você vai usar variam conforme a necessidade da planta, o tipo de solo da sua área e a fase de desenvolvimento da cultura.
- Adubos Minerais: São os mais comuns e de ação rápida. Incluem ureia, sulfato de amônio, superfosfato simples ou triplo, MAP e cloreto de potássio. Por terem alta solubilidade, os nutrientes ficam disponíveis para a planta rapidamente.
- Adubos Orgânicos: Esterco curtido e compostos vegetais são ótimas opções. Eles liberam os nutrientes de forma mais lenta e equilibrada, além de trazerem o benefício de melhorar a estrutura e a saúde do solo a longo prazo.
- Adubos Foliares: São usados para correções rápidas e pontuais, principalmente de micronutrientes como o zinco. A aplicação é feita diretamente nas folhas quando a análise indica deficiência ou aparecem sintomas visuais na planta.
Corretivos e fertilizantes responde pelo incremento de grãos no trigo. Créditos: Luiz Magnante (2017).
Quais são os 3 tipos de adubação do trigo?
A nutrição da lavoura de trigo é dividida em três manejos principais: adubação de correção, adubação de manutenção e adubação de cobertura. Cada uma tem uma função específica no ciclo da cultura, e a aplicação correta de todas é o que garante alta produtividade e qualidade dos grãos.
1. Adubação de correção
O objetivo deste tipo de adubação é simples: elevar os níveis de nutrientes do solo para uma faixa ideal antes mesmo de plantar o trigo.
- Como é feita? Com base em uma análise de solo detalhada.
- O que se aplica? Geralmente, doses maiores de fósforo, potássio e micronutrientes para corrigir deficiências que se acumularam ao longo do tempo.
- Quando aplicar? Pode ser feita de uma só vez ou parcelada ao longo de dois ou três cultivos consecutivos, dependendo da necessidade.
2. Adubação de manutenção (ou reposição)
A adubação de manutenção visa repor os nutrientes que a cultura do trigo irá extrair do solo durante seu ciclo. É um manejo para manter o equilíbrio nutricional da área.
- Como planejar? Leva-se em conta a expectativa de produtividade. Quanto mais você espera colher, mais nutrientes a planta precisará.
- Qual o objetivo? Manter a fertilidade do solo estável, repondo o que foi exportado pelos grãos na colheita. É uma prática comum em áreas que já passaram pela adubação de correção.
3. Adubação de cobertura
Esta adubação é feita com a planta já em desenvolvimento no campo. O foco principal é o fornecimento de nitrogênio.
- Quando aplicar? Após a emergência da planta, geralmente entre os estádios de perfilhamento e alongamento do colmo.
- Qual o impacto? A adubação de cobertura influencia diretamente o número de espigas por metro quadrado, o número de grãos por espiga e o teor de proteína do trigo. É uma etapa fundamental para atingir altos rendimentos e qualidade industrial.
Quando aplicar nitrogênio no trigo?
O momento ideal para aplicar nitrogênio no trigo depende de três fatores principais: o estágio de desenvolvimento da planta, a necessidade de fracionamento das doses e a cultura que foi plantada anteriormente na área.
A maior parte do nitrogênio deve ser aplicada em cobertura, no período entre o perfilhamento e o início do alongamento. Essas são as fases em que a planta mais precisa do nutriente para garantir um bom crescimento vegetativo e a formação dos grãos.
Aplicações fracionadas (divididas) aumentam a eficiência, especialmente em solos arenosos ou em regiões com chuvas frequentes. Isso ajuda a evitar perdas do nutriente e garante que a planta aproveite melhor o que foi aplicado.
Recomendações de adubação nitrogenada no trigo
A recomendação geral é dividir a aplicação de nitrogênio para garantir a máxima eficiência.
- Na semeadura: Aplicar entre
15 a 20 kg/ha
de N. - Em cobertura: Aplicar o restante da dose recomendada entre 30 e 45 dias após a emergência das plantas.
Esse parcelamento reduz as perdas de nitrogênio por volatilização (evaporação para a atmosfera) e lixiviação (lavagem para camadas mais profundas do solo), permitindo que o fertilizante seja melhor aproveitado pela cultura nas fases mais críticas do ciclo. A dose total e o momento exato da aplicação devem ser ajustados conforme o tipo de solo, o clima da região e a cultura anterior.
A influência da cultura anterior
A cultura que você plantou antes do trigo tem um grande impacto na necessidade de nitrogênio.
- Sucessão com Soja: Quando o trigo é plantado depois da soja, a necessidade de N é menor. A soja é uma leguminosa que fixa nitrogênio no solo através de seus nódulos radiculares, deixando um residual que o trigo consegue aproveitar. Isso pode permitir a redução da dose total de adubo nitrogenado.
- Sucessão com Milho: Após o milho, a exigência de nitrogênio pelo trigo tende a ser maior. O milho consome bastante N e sua palhada tem uma alta relação carbono/nitrogênio, o que pode imobilizar o N do solo temporariamente. Portanto, a adubação precisa ser reforçada.
Cuidados e manejos na adubação pré-plantio do trigo
O planejamento da adubação nitrogenada é decisivo para o sucesso da lavoura. A escolha do momento certo e da dose correta afeta diretamente a eficiência do uso do nutriente. Fique atento a estes três pontos:
1. Escolha da fonte e da dose
As doses dos fertilizantes devem ser ajustadas com base na análise de solo, textura (arenoso, argiloso), cultura anterior e sua meta de produtividade.
Solos arenosos, por exemplo, exigem mais cuidado, pois são mais propensos a perdas de nutrientes por lixiviação. Nesses casos, eles também costumam apresentar deficiência de enxofre (S). Por isso, fontes que já contenham enxofre, como o superfosfato simples ou o sulfato de amônio, podem ser mais indicadas.
2. Formas de aplicação
O modo como o adubo é aplicado também faz toda a diferença na eficiência.
- Aplicação na linha de semeadura: É a forma mais eficiente para fósforo e potássio, pois coloca os nutrientes próximos às raízes que estão se formando, facilitando a absorção inicial.
- Aplicação a lanço: É mais indicada para a adubação de correção (em área total) ou para a adubação de cobertura, principalmente com nitrogênio.
- Aplicação profunda: Em solos mais compactados, o uso de subsoladores que aplicam o fertilizante em profundidade pode melhorar a absorção pelas raízes.
3. Análise e correção do solo
Todo o planejamento da adubação deve começar com uma análise de solo completa. É ela que identifica os teores de nutrientes disponíveis e a necessidade de calagem para corrigir a acidez (aumentar o pH) e elevar a saturação por bases.
A correção do solo com calcário deve ser feita com uma antecedência mínima de 90 dias antes da semeadura. Esse tempo é necessário para que o calcário reaja no solo e crie um ambiente ideal para que as plantas consigam aproveitar os fertilizantes aplicados.
Como fazer a adubação do trigo na prática?
Para fazer a adubação correta, você precisa dominar as três etapas principais de fornecimento de nutrientes: base, cobertura e foliar. Cada uma delas tem um papel fundamental no bom desempenho da cultura, e nenhuma deve ser negligenciada.
1. Adubação de base (na semeadura)
No momento da semeadura, é fundamental aplicar toda a dose de fósforo (P) e potássio (K) recomendada pela análise de solo, junto com uma parte inicial do nitrogênio (N).
- Como aplicar: A aplicação deve ser feita preferencialmente na linha de plantio.
- Cuidado importante: Respeite o limite de potássio na linha para evitar fitotoxicidade (queima das sementes e raízes). Geralmente, esse limite gira em torno de
80 kg de K₂O por hectare
. Doses maiores devem ser aplicadas a lanço.
Esta etapa garante que a planta tenha os nutrientes necessários para uma boa emergência e um desenvolvimento inicial vigoroso.
2. Adubação de cobertura
A adubação de cobertura com nitrogênio deve ser planejada com base no estádio da planta e nas condições climáticas.
- Como aplicar: Pode ser feita em uma única aplicação ou dividida em duas etapas. O parcelamento é recomendado em áreas com maior risco de perdas, como solos arenosos ou com chuvas intensas.
- Quais produtos usar: Fertilizantes como a ureia tratada (com inibidores de volatilização) ou o nitrato de amônio são recomendados pela alta eficiência.
3. Adubação foliar
A adubação foliar é uma estratégia complementar, não substitui a adubação de solo. Ela é indicada para corrigir deficiências de micronutrientes de forma rápida ou quando a absorção via solo está prejudicada.
- Quando usar: Quando há deficiência visível ou apontada pela análise foliar.
- Quais nutrientes: O zinco é o micronutriente mais aplicado via foliar no trigo, mas também podem ser usados cobre, manganês e molibdênio, conforme a necessidade.
- Condições de aplicação: A aplicação deve ser feita em condições climáticas adequadas (sem sol forte, com umidade do ar alta) para garantir a absorção pelas folhas.
Áreas de trigo no oeste do Paraná. Créditos: Júlio Martins (2025).
Qual o momento certo para adubar o trigo?
Definir o momento exato de cada adubação depende de fatores como o tipo de solo, o sistema de cultivo adotado, a previsão de chuvas, a cultura anterior e a produtividade esperada. Avaliar o histórico da área e integrar o manejo com práticas como plantio direto e rotação de culturas ajuda a definir os melhores períodos para cada aplicação.
Cronograma ideal para a adubação do trigo
- Adubação Corretiva e Calagem: Devem ser realizadas de 2 a 3 meses antes do plantio. Esse período é essencial para que os corretivos reajam no solo.
- Adubação de Base: É aplicada durante a semeadura, fornecendo N, P, K e micronutrientes para o arranque inicial da cultura.
- Adubação de Cobertura: Ocorre durante o desenvolvimento da planta, entre a fase de perfilhamento e o início do alongamento do colmo.
- Adubação Foliar: É realizada conforme a necessidade, com base em diagnósticos nutricionais (análise foliar ou sintomas visuais) feitos durante o ciclo.
Nutriente | Alongamento do colmo | Início do espigamento |
---|---|---|
Nitrogênio (%) | 3,5 – 5,0 | 2,0 – 3,0 |
Fósforo (%) | 0,3 – 0,5 | 0,3 – 0,5 |
Potássio (%) | 2,0 – 3,0 | 1,5 – 3,0 |
Cálcio (%) | 0,2 – 0,5 | 0,2 – 0,5 |
Magnésio (%) | 0,2 – 0,5 | 0,15 – 0,5 |
Enxofre (%) | 0,2 – 0,5 | 0,15 – 0,4 |
Cobre (mg/kg) | 6 | 5 – 15 |
Boro (mg/kg) | 6 | 6 – 12 * |
Zinco (mg/kg) | 30 | 25 – 70 |
Ferro (mg/kg) | 40 | 25 – 100 |
Manganês (mg/kg) | 40 | 25 – 100 |
Molibdênio (mg/kg) | 0,3 | 0,1 – 0,3 ** |
Alumínio (mg/kg) | — | < 200 |
Cobalto (mg/kg) | — | 0,03 |
Cromo (mg/kg) | — | 5 |
Selênio (mg/kg) | — | 15 |
Notas: O teor adequado de boro no emborrachamento é 8 mg/kg, e 25 mg/kg na maturação do grão (Gupta, 2007). ** No estádio de emborrachamento, o teor suficiente de molibdênio é de 0,09 a 0,18 mg/kg de matéria seca.
Variedades de trigo adaptadas ao clima tropical
Graças ao avanço da pesquisa agrícola, o cultivo de trigo já é uma realidade em regiões antes consideradas inadequadas, como o Cerrado e o Semiárido. Hoje, existem cultivares desenvolvidas especificamente para o clima tropical, que são mais resistentes ao calor, à seca e a doenças comuns nessas áreas.
As principais cultivares para essas regiões são:
- BRS 404 e BRS 264: Indicadas para o Cerrado, principalmente no DF, Goiás e oeste da Bahia. Possuem bom potencial de rendimento e resistência à brusone.
- BRS 254 e BRS 394: Adaptadas para o Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, com boa estabilidade de produção.
- BRS 373: Tolerante a altas temperaturas, sendo ideal para o cultivo safrinha em regiões tropicais.
- TBIO Ponteiro: Outra excelente opção para áreas de Cerrado, com um alto teto produtivo.
Essas novas variedades estão permitindo a expansão da triticultura para além do Sul e Sudeste, aumentando a oferta nacional do grão e criando novas oportunidades para produtores do Centro-Oeste, Norte de Minas e até do Nordeste.
Características agronômicas importantes
Além da produtividade, as cultivares de trigo tropicais são selecionadas por outras características importantes: a qualidade industrial dos grãos (como força de glúten e rendimento de farinha) e a sanidade das plantas. Isso garante uma produção mais estável, mesmo em anos com clima desfavorável.
Para escolher a cultivar certa para a sua fazenda, considere sempre o zoneamento agrícola da sua região, o histórico de doenças na área e o nível de tecnologia que você utiliza na propriedade.
Glossário
Adubação de cobertura: Aplicação de fertilizantes, principalmente nitrogênio, com a cultura já em desenvolvimento no campo. É uma adubação complementar feita para suprir as necessidades da planta em fases de alta demanda, como no perfilhamento do trigo.
Colmo: O caule principal de plantas gramíneas, como o trigo. A fase de “alongamento do colmo” é um estágio crítico de desenvolvimento que sinaliza o momento ideal para a aplicação de nitrogênio em cobertura.
Fitotoxicidade: Efeito tóxico causado por produtos químicos (como excesso de fertilizantes) às plantas, podendo “queimar” sementes e raízes. No trigo, doses elevadas de potássio na linha de plantio podem causar esse dano.
Lixiviação: Processo em que nutrientes solúveis, como o nitrogênio, são “lavados” do solo pela água da chuva ou irrigação, movendo-se para camadas mais profundas e ficando indisponíveis para as raízes. É uma das principais formas de perda de fertilizantes, especialmente em solos arenosos.
Perfilhamento: Estágio de desenvolvimento do trigo em que a planta emite novos brotos (perfilhos) a partir de sua base. Um bom perfilhamento é fundamental para definir o número de espigas por área e, consequentemente, o potencial produtivo da lavoura.
Safrinha: Refere-se à segunda safra cultivada em um mesmo ano agrícola, aproveitando o final da estação chuvosa. O trigo de inverno é uma excelente opção de safrinha em sistemas de rotação com a soja ou o milho.
Volatilização: Perda de nitrogênio para a atmosfera na forma de gás (amônia), que ocorre principalmente quando fertilizantes nitrogenados, como a ureia, são aplicados na superfície do solo. Reduz a eficiência da adubação.
Zoneamento agrícola: Estudo oficial que define as áreas e épocas com menor risco climático para o plantio de determinadas culturas. Consultar o zoneamento ajuda o produtor a escolher a cultivar de trigo mais adaptada e a época de semeadura ideal para sua região.
Veja como a tecnologia pode otimizar a adubação do trigo
Gerenciar todas as etapas da adubação do trigo – da análise de solo às aplicações de cobertura – é uma operação complexa que impacta diretamente os custos de produção. Controlar as doses, o momento certo de cada manejo e o estoque de fertilizantes exige um planejamento detalhado para evitar desperdícios e garantir que o investimento se converta em produtividade.
Ferramentas de gestão agrícola, como o Aegro, ajudam a simplificar esse processo. Com um software especializado, é possível planejar todas as atividades da safra, registrar as aplicações de insumos em tempo real e acompanhar os custos por talhão de forma automatizada. Isso transforma anotações e planilhas em relatórios visuais que facilitam a tomada de decisão, garantindo que o plano de adubação seja seguido com precisão e eficiência.
Que tal ter um controle completo dos custos e operações da sua lavoura de trigo?
Experimente o Aegro gratuitamente e descubra como uma gestão organizada pode aumentar a rentabilidade da sua fazenda.
Perguntas Frequentes
Qual a principal diferença entre adubação de base e adubação de cobertura no trigo?
A adubação de base é feita no plantio, focando em fornecer Fósforo (P) e Potássio (K) para o arranque inicial e desenvolvimento das raízes. Já a adubação de cobertura ocorre com a planta em desenvolvimento, visando suprir principalmente a alta demanda de Nitrogênio (N) para o crescimento vegetativo e a formação de proteínas nos grãos. As duas são complementares e essenciais para a alta produtividade.
Por que a análise de solo é tão importante antes de adubar o trigo?
A análise de solo funciona como um diagnóstico da sua lavoura, revelando exatamente quais nutrientes estão disponíveis e quais estão em falta. Sem ela, a adubação se torna um ‘chute’, podendo levar ao desperdício de dinheiro com fertilizantes desnecessários ou à perda de produtividade por aplicar menos do que a cultura precisa. É o passo fundamental para uma nutrição eficiente e econômica.
Como a cultura anterior, como soja ou milho, influencia a adubação nitrogenada do trigo?
A cultura anterior tem grande impacto. A soja, por ser uma leguminosa, fixa nitrogênio no solo, deixando um residual que beneficia o trigo e pode reduzir a necessidade de adubo nitrogenado. Já o milho consome muito nitrogênio e sua palhada, rica em carbono, pode imobilizar o N do solo temporariamente, exigindo uma dose maior de nitrogênio para o trigo.
A adubação foliar pode substituir a adubação de solo na cultura do trigo?
Não, a adubação foliar não substitui a adubação via solo. Ela é uma ferramenta complementar, usada para correções rápidas e pontuais de deficiências, principalmente de micronutrientes como zinco e manganês. A base da nutrição do trigo, que exige grandes volumes de N, P e K, deve ser garantida pela adubação de solo (base e cobertura).
É mais eficiente aplicar o nitrogênio de cobertura de uma vez ou de forma parcelada?
Na maioria dos casos, parcelar a aplicação de nitrogênio é mais eficiente. Dividir a dose reduz o risco de perdas por lixiviação (lavagem pela chuva) em solos arenosos e por volatilização (evaporação para a atmosfera). Isso garante que o nutriente esteja disponível para a planta nas fases de maior necessidade, otimizando o aproveitamento do fertilizante.
Qual o maior risco ao aplicar uma dose alta de potássio na linha de plantio do trigo?
O maior risco é a fitotoxicidade, um efeito tóxico causado pelo excesso de sais do fertilizante perto das sementes. Isso pode ‘queimar’ as sementes e as raízes em formação, prejudicando a germinação e o estabelecimento inicial da lavoura. Por isso, doses elevadas de potássio devem ser aplicadas a lanço antes do plantio.
Artigos Relevantes
- Veja como e quando é feita a adubação de cobertura: Este artigo é o aprofundamento ideal sobre a “adubação de cobertura”, uma etapa crítica apresentada no guia principal. Enquanto o artigo principal explica o que é, este candidato detalha o ‘como’ e o ‘porquê’, contextualizando a prática em outras culturas e fortalecendo o entendimento técnico sobre o manejo de nitrogênio e potássio.
- Plantação de trigo: conheça as etapas fundamentais: Este artigo preenche uma lacuna operacional, complementando perfeitamente a seção sobre adubação de base. Ele detalha a execução prática do plantio, desde a preparação do solo até a densidade de semeadura, conectando as recomendações nutricionais do guia principal à sua aplicação real no campo.
- Como escolher as melhores cultivares de trigo para sua lavoura em 3 passos: O guia principal menciona a importância de variedades adaptadas, mas este artigo ensina o leitor a fazer essa escolha estratégica. Ele oferece um roteiro prático para selecionar a melhor cultivar, transformando uma breve citação do artigo principal em uma ferramenta de decisão para maximizar o potencial genético da lavoura.
- Veja as soluções para os principais problemas na colheita do trigo: Este artigo representa o próximo passo lógico na jornada de aprendizado, continuando de onde o guia de adubação parou. Ele ensina como proteger e realizar o potencial de produtividade construído pela nutrição correta, abordando a etapa final da colheita e solucionando problemas práticos que evitam perdas.
- 5 dicas para uma lavoura de trigo mais produtiva: Este artigo oferece uma perspectiva holística valiosa, conectando o tema focado de adubação ao sistema de produção como um todo. Ele reforça conceitos-chave do artigo principal enquanto integra outros fatores cruciais como manejo de pragas e planejamento climático, ajudando o leitor a construir uma visão sistêmica para a alta produtividade.