Tipos de Adjuvantes Agrícolas: Guia Completo para Pulverizações Eficientes

Engenheira agrônoma, mestre e doutora na linha de pesquisa de plantas daninhas. Atualmente professora da UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Tipos de Adjuvantes Agrícolas: Guia Completo para Pulverizações Eficientes

Existem diversos tipos de adjuvantes agrícolas disponíveis no mercado, e conhecer suas características é fundamental para garantir a máxima produtividade da sua lavoura. A escolha correta pode fazer uma grande diferença nos resultados.

Para se ter uma ideia, em alguns casos, a simples adição do adjuvante certo permite reduzir a dose de herbicida utilizada em mais de 50%, representando uma economia significativa e maior eficiência no controle.

Neste artigo, vamos detalhar o que são adjuvantes, suas classificações, funções específicas e como utilizá-los corretamente para otimizar suas aplicações. Boa leitura!

O que são adjuvantes agrícolas?

Um adjuvante agrícola é uma substância ou composto que você adiciona à calda de pulverização junto com os defensivos. É importante entender que ele, por si só, não combate pragas ou doenças, ou seja, não possui propriedades fitossanitárias.

Sua principal função é modificar as propriedades da calda para aumentar a eficácia do defensivo, seja no combate a plantas daninhas, pragas ou doenças. Além disso, ele facilita o processo de aplicação e ajuda a reduzir perdas por deriva ou evaporação.

Este infográfico informativo, com o título ‘Principais perdas na pulverização’, detalha os fatores que mais contribuem para a (Fonte: Cotrisoja)

O uso de adjuvantes é especialmente importante para produtos de contato, que dependem de uma boa cobertura foliar para funcionar corretamente. Se a calda não se espalhar bem, a eficácia do produto pode ser seriamente comprometida.

Para tomar a melhor decisão, é essencial entender os diferentes tipos de adjuvantes e suas funções.

Como os adjuvantes agrícolas são classificados?

A classificação mais comum divide os adjuvantes de acordo com sua função principal na calda. Eles se separam em dois grandes grupos: ativadores e modificadores de calda. Dentro de cada um, existem diversas subdivisões com finalidades bem específicas.

close-up de mudas de amendoim em estágio inicial de desenvolvimento, plantadas em vasos individuais. As peq (Fonte: Arquivo pessoal)

1. Adjuvantes Ativadores

Os adjuvantes ativadores, como o nome sugere, aumentam a atividade e a performance dos defensivos quando adicionados ao tanque de pulverização. Nesta classe, encontramos:

  • Surfactantes;
  • Óleos vegetais;
  • Óleos minerais;
  • Derivados de silicone;
  • Fertilizantes nitrogenados.

2. Adjuvantes Modificadores de Calda

Já os adjuvantes modificadores de calda alteram as propriedades físicas ou químicas da mistura, com o objetivo de melhorar a qualidade da aplicação. Neste grupo estão:

  • Molhantes;
  • Corantes;
  • Controladores de deriva;
  • Agentes espessantes;
  • Agentes adesivos;
  • Condicionadores de calda;
  • Agentes de compatibilidade;
  • Reguladores de pH;
  • Umectantes;
  • Antiespumantes;
  • Absorventes de UV.

Com tantas opções, pode parecer difícil saber qual escolher. Vamos detalhar cada um para ajudar você a decidir quando usar o adjuvante certo.

Adjuvantes Agrícolas Ativadores: Potencializando a Ação

Surfactantes

Os surfactantes têm a capacidade de reduzir a tensão superficial da gota pulverizada.

Em outras palavras: A tensão superficial é como uma “película” que mantém a gota de água arredondada. Ao quebrar essa tensão, o surfactante faz com que a gota se espalhe muito mais sobre a superfície da folha, aumentando a área de contato do defensivo.

Isso facilita a absorção do produto pela planta, pois o surfactante também altera a estrutura e a viscosidade das ceras protetoras presentes nas folhas e caules.

Este infográfico detalha as cinco etapas cruciais da tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas. O processo começa com a (Fonte: Crop Care)

A molécula de um surfactante possui duas partes distintas: uma com afinidade por óleos e outra com afinidade por água. Isso permite que ele atue como uma “ponte” entre o produto e a superfície da folha. Eles são divididos em quatro classes:

1. Aniônicos

Os surfactantes aniônicos se separam (dissociam) em água, e sua parte ativa é o ânion, que possui carga elétrica negativa. São comumente utilizados em caldas com herbicidas ou em mistura com surfactantes não iônicos.

2. Catiônicos

Em água, eles se dissociam, e a parte ativa é o cátion, que possui carga elétrica positiva. No entanto, os surfactantes catiônicos são pouco utilizados na agricultura por algumas razões importantes:

  • Custo elevado: Geralmente são mais caros.
  • Precipitação: Podem reagir com sais na água e formar precipitados, entupindo bicos.
  • Baixo poder detergente: Não são tão eficientes na “limpeza” da superfície da folha.
  • Risco de fitotoxicidade: Podem causar danos e queimaduras nas culturas.

3. Não iônicos

Esta é a classe de surfactante mais utilizada na agricultura. Eles não se ionizam nem se dissociam em água, o que traz grandes vantagens:

  • Não reagem com sais ou com as moléculas dos defensivos presentes na água.
  • Não são afetados pela “água dura” (rica em cálcio e magnésio).
  • Possuem baixa toxicidade para mamíferos.
  • São pouco tóxicos para as plantas.

Devido a essas características, eles têm excelente compatibilidade com a maioria dos defensivos, aumentando a absorção foliar de herbicidas, fungicidas sistêmicos e inseticidas.

4. Anfotéricos

Esses surfactantes podem apresentar tanto carga positiva quanto negativa, dependendo do pH da calda. Por essa grande dependência do pH, seu uso na agricultura é muito limitado.

Óleos

Os adjuvantes à base de óleo têm o objetivo principal de aumentar a penetração de herbicidas lipossolúveis (que se dissolvem melhor em óleo do que em água).

Geralmente, seu uso é recomendado em condições de alta temperatura e baixa umidade, ou quando a cutícula da folha da planta daninha é muito espessa e cerosa.

Importante: Ao usar um adjuvante à base de óleo, é obrigatório adicionar um emulsionante tensoativo. Este produto garante que as gotas de óleo se distribuam de maneira uniforme na calda de água, evitando a separação da mistura.

1. Óleos Minerais

Reduzem a tensão superficial, melhoram a molhagem e o espalhamento, aumentam a absorção e melhoram a resistência ao escorrimento pela chuva. Os óleos parafínicos, um tipo de óleo mineral, são eficazes para aumentar a absorção de herbicidas, pois causam pequenas fissuras na cutícula das plantas, abrindo caminho para o produto.

2. Óleos Vegetais

Também reduzem a tensão superficial, embora nem sempre com a mesma eficácia de outros tipos. Podem ser de dois tipos:

  • Triglicerídeos: Conhecidos como “óleos de sementes”, geralmente contêm de 5% a 7% de tensoativo emulsionante.
  • Metilados: Contêm de 10% a 20% de tensoativo emulsionante. Em geral, os óleos metilados são mais eficientes que os óleos à base de petróleo, mas também costumam ser mais caros.

O adjuvante do tipo óleo, de modo geral, degrada a cutina (principal componente da cutícula da folha), permitindo a entrada direta dos defensivos.

diagrama detalhado da anatomia interna de uma folha de planta. À esquerda, uma folha inteira é mostrada (Fonte: Armazém da Ciência)

O problema é que, após a aplicação, a cutícula da planta permanece danificada por um tempo. Isso deixa a folha mais sensível a fatores externos como luz solar intensa e doenças.

Atenção: Não é indicado aplicar fertilizantes foliares junto com óleos. A cutícula danificada pode levar a uma absorção excessiva de nutrientes e sais, resultando em necrose (queima) das folhas.

Por outro lado, em áreas de pousio onde o objetivo é a dessecação, os óleos são altamente recomendados, pois ajudam a prejudicar as plantas daninhas de forma mais intensa.

Fertilizantes Nitrogenados

Os fertilizantes nitrogenados mais comuns usados como adjuvantes são:

  • Nitrato de amônio;
  • Sulfato de amônio;
  • Ureia;
  • Polifosfato de amônio.

Eles são adicionados à calda para melhorar a eficácia de alguns produtos (principalmente herbicidas) e, ao mesmo tempo, fornecer um pouco de nutriente para a cultura. Embora sejam classificados como ativadores, eles também podem agir como modificadores de calda, ajudando a evitar a formação de precipitados no tanque.

Adjuvantes Agrícolas Modificadores de Calda: Garantindo a Qualidade da Aplicação

Molhantes

Os agentes molhantes são, basicamente, surfactantes não iônicos diluídos. Eles reduzem a tensão superficial da gota, mas seu principal foco é afetar as propriedades físicas da calda para melhorar a cobertura, sem necessariamente aumentar a absorção do defensivo pela planta.

Corantes

A função dos corantes é puramente visual: dar cor à calda de pulverização. Isso permite que o operador veja facilmente onde o produto foi aplicado, ajudando a verificar se a cobertura está uniforme e se a tecnologia de aplicação está sendo executada corretamente.

Controladores de Deriva

Como o nome indica, são utilizados para reduzir a deriva de defensivos, que é quando o vento carrega o produto para fora da área-alvo. Esses adjuvantes alteram as propriedades da calda, aumentando o tamanho das gotas e reduzindo a formação de gotículas muito pequenas, que são as mais suscetíveis à deriva.

Cuidado: Lembre-se que cada tipo de pulverização agrícola exige um tamanho de gota específico. Produtos de contato, por exemplo, precisam de gotas finas para garantir boa cobertura. Portanto, não adicione controladores de deriva quando a aplicação exige máxima cobertura foliar.

uma tabela comparativa detalhada de diferentes modelos de bicos de pulverização agrícola. Cada linha correspon (Fonte: Jacto)

Agentes Espessantes

Modificam a viscosidade (a “grossura”) da calda de pulverização. São usados principalmente em aplicações aéreas com o objetivo de produzir gotas mais pesadas e, assim, reduzir a deriva.

Agentes Adesivos

Ajudam a manter o produto em contato com a planta por mais tempo, reduzindo perdas por evaporação ou escorrimento causado por chuva ou orvalho. Eles são muito utilizados com formulações do tipo pó molhável e granulados.

Condicionadores de Calda

São utilizados quando a água da aplicação contém muitos sais dissolvidos (a chamada “água dura”). A presença de muitos cátions (íons de carga positiva), como cálcio e magnésio, pode reagir com as moléculas do defensivo, reduzindo sua eficácia ou causando a formação de precipitados que entopem os bicos.

uma tabela clara e objetiva que classifica a dureza da água em cinco categorias distintas: muito branda, brand Classificação da água de acordo com a quantidade de carbonato de cálcio presente (Fonte: Silva, et al. Manejo de Plantas Daninhas. Viçosa, 2010)

Agentes de Compatibilidade

Ao misturar diferentes produtos no tanque, podem ocorrer interações físicas ou químicas indesejadas. Os agentes de compatibilidade evitam essas reações, mantendo todos os componentes em suspensão. Lembre-se que a mistura incorreta de produtos pode causar efeitos antagônicos, reduzindo a eficácia de ambos e até mesmo causando fitotoxicidade na lavoura.

Reguladores de pH

O pH da calda afeta diretamente a estabilidade e a eficácia de muitos defensivos. Os reguladores ajustam o pH da mistura para a faixa ideal, o que melhora a dispersão do produto e aumenta a compatibilidade entre os componentes. Geralmente, as caldas fitossanitárias apresentam maior estabilidade na faixa de pH entre 6,0 e 6,5.

Umectantes

Os umectantes, de forma semelhante aos adesivos, aumentam o tempo que o produto fica úmido sobre a folha, prolongando o período disponível para absorção. Eles são materiais que demoram mais para evaporar porque conseguem reter a umidade do ar, mantendo o defensivo ativo por mais tempo na superfície da planta.

diagrama científico que ilustra o mecanismo de ação de um umectante em uma superfície. Vemos uma representação (Fonte: Formulações de adjuvantes agrícolas)

Antiespumantes

A formação de espuma durante a preparação da calda é um problema comum que pode causar derramamentos, erros de dosagem e falhas na aplicação. Os antiespumantes são adicionados para reduzir ou eliminar a formação de espuma no tanque, garantindo uma operação mais segura e eficiente.

Absorventes de UV

Alguns defensivos podem ser degradados pela luz solar (radiação ultravioleta) após a aplicação. Existem poucos adjuvantes com essa função, mas eles atuam absorvendo a luz UV ou acelerando a absorção do produto pela cutícula da folha, protegendo-o da degradação.

Quando Utilizar Adjuvantes?

A regra de ouro é sempre consultar a bula do defensivo agrícola que você vai utilizar. A bula informa se o uso de um adjuvante é necessário e, muitas vezes, qual tipo é o mais recomendado. Alguns produtos já vêm com adjuvantes em sua formulação e não necessitam de adição extra.

Também é fundamental conhecer a qualidade da água que você usa. Realizar uma análise para verificar o pH e a dureza pode indicar a necessidade de usar condicionadores ou reguladores de pH.

Tenha precaução: utilizar adjuvantes quando não é necessário pode causar fitotoxicidade na cultura. Respeite sempre a dose indicada na bula, pois o excesso pode prejudicar sua lavoura e, mesmo que não cause danos visíveis, representa um gasto desnecessário de dinheiro.

Não se esqueça de incluir o custo do adjuvante no planejamento da sua aplicação. Com um software de gestão agrícola como o Aegro, você consegue registrar e analisar o custo por talhão de cada manejo, avaliando se o investimento realmente valeu a pena.

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Dicas Extras para a Escolha do Adjuvante

  1. Consulte um profissional: Embora a receita agronômica não seja mais obrigatória para adjuvantes desde 2017, é sempre importante conversar com seu engenheiro(a) agrônomo(a) de confiança. Ele(a) poderá indicar o produto mais adequado para sua situação específica.

  2. Verifique a procedência: Conheça bem o produto, leia o rótulo e certifique-se de que a empresa fabricante é confiável e registrada.

  3. Calcule o custo-benefício: Coloque os custos do adjuvante na ponta do lápis (ou em suas planilhas e software agrícola). Compare o investimento com o ganho em eficiência da aplicação e produtividade. É assim que você saberá se a compra do adjuvante realmente compensa para as próximas safras.

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Conclusão

A grande variedade de adjuvantes pode parecer confusa à primeira vista, mas ao entender a função de cada um, a escolha se torna uma decisão técnica e estratégica.

Os adjuvantes agrícolas são ferramentas poderosas para otimizar suas aplicações, garantindo que cada gota de defensivo trabalhe com máxima eficiência.

Lembre-se sempre de consultar a bula, conversar com seu agrônomo e analisar o custo-benefício. Quando usados corretamente, os adjuvantes deixam de ser um custo e se tornam um investimento direto na produtividade e na rentabilidade da sua lavoura.


Glossário

  • “Água dura”: Refere-se à água com alta concentração de sais minerais, principalmente cálcio e magnésio. Essa condição pode reduzir a eficácia dos defensivos ao reagir com suas moléculas, exigindo o uso de condicionadores de calda.

  • Adjuvante agrícola: Substância sem propriedades fitossanitárias próprias, adicionada à calda de pulverização para melhorar a eficácia, a aplicação ou a segurança dos defensivos agrícolas.

  • Calda de pulverização: A mistura final de água, defensivos e adjuvantes que é aplicada na lavoura. A qualidade da calda é crucial para o sucesso do tratamento.

  • Deriva: Fenômeno em que o vento transporta as gotas de defensivo para fora da área-alvo durante a pulverização. Causa perda de produto, contaminação ambiental e pode atingir culturas vizinhas.

  • Fitotoxicidade: Efeito tóxico de um produto químico sobre a planta, causando danos como queima das folhas (necrose), amarelamento ou deformações. Pode ocorrer por dosagem excessiva ou misturas incompatíveis.

  • pH da calda: Medida que indica o nível de acidez ou alcalinidade da mistura de pulverização. Um pH inadequado pode diminuir a estabilidade e a eficácia de muitos defensivos.

  • Surfactante: Tipo de adjuvante que reduz a tensão superficial da gota de água. Isso faz com que a gota se espalhe melhor sobre a folha, aumentando a área de contato e a absorção do defensivo.

  • Tensão superficial: Propriedade física que faz com que a superfície de um líquido se comporte como uma fina película elástica. Em gotas de pulverização, uma alta tensão superficial impede que elas se espalhem adequadamente sobre a folha.

Como o Aegro ajuda a otimizar o uso de adjuvantes

Calcular o real custo-benefício de cada adjuvante e garantir que a aplicação seja executada corretamente são desafios que exigem um controle preciso. Ferramentas de gestão agrícola como o Aegro simplificam esse processo, permitindo que você registre detalhadamente todos os insumos por talhão. Assim, o sistema calcula automaticamente o custo final por hectare, mostrando com clareza se o investimento valeu a pena. Além disso, o planejamento de atividades ajuda a criar ordens de serviço que especificam a calda correta (defensivo + adjuvante), garantindo que a aplicação no campo siga exatamente o recomendado e evitando desperdícios.

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Perguntas Frequentes

Preciso sempre adicionar um adjuvante em minhas pulverizações agrícolas?

Não necessariamente. A principal recomendação é sempre consultar a bula do defensivo agrícola, pois ela indicará se o uso de um adjuvante é necessário e qual o tipo mais adequado. Muitos defensivos já possuem adjuvantes em sua formulação, dispensando a adição extra.

Usar uma dose maior de adjuvante pode melhorar ainda mais o resultado da aplicação?

Não, e essa prática pode ser prejudicial. O excesso de adjuvante pode causar fitotoxicidade na cultura, ou seja, danos e queimaduras nas folhas. Além de não garantir um resultado melhor, representa um gasto desnecessário. Siga sempre a dose recomendada na bula do produto.

Por que os surfactantes não iônicos são os mais comuns na agricultura?

Os surfactantes não iônicos são os mais utilizados por sua alta compatibilidade com a maioria dos defensivos. Eles não reagem com os sais presentes na “água dura” nem com as moléculas dos produtos, além de apresentarem baixa toxicidade para as plantas e mamíferos, garantindo uma aplicação segura e eficaz.

Posso misturar adjuvantes à base de óleo com fertilizantes foliares?

Não é recomendado. Adjuvantes à base de óleo podem danificar a cutícula protetora da folha para facilitar a entrada de herbicidas. Se aplicados com fertilizantes foliares, essa cutícula danificada pode permitir uma absorção excessiva de nutrientes e sais, causando necrose (queima) nas folhas da cultura.

Qual a diferença prática entre um surfactante e um agente molhante?

Embora ambos reduzam a tensão superficial da gota, seus focos são diferentes. O surfactante visa principalmente aumentar a absorção do defensivo pela planta. Já o agente molhante (ou espalhante) tem como objetivo principal melhorar a cobertura, fazendo com que a gota se espalhe uniformemente sobre a superfície da folha.

O que acontece se eu não usar um condicionador de calda ao pulverizar com ‘água dura’?

A ‘água dura’ contém alta concentração de cátions como cálcio e magnésio. Sem um condicionador, esses íons podem reagir com as moléculas do defensivo, diminuindo sua eficácia ou formando precipitados. Isso resulta em perda de eficiência do produto e pode causar o entupimento dos bicos de pulverização.

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